Fanfic: A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada | Tema: Vondy, Época
Eles foram embora do baile no mesmo instante. Christopher se ofereceu para ir sozinho na frente.
- Você não precisa sair comigo - ele disse. - É melhor ficar e falar com esse Sr. Dorning. Alfonso pode levá-la para Lannair depois.
Dul não quis nem ouvir falar nisso.
- Não posso continuar sem você. E se Fluffy sumiu, eu tenho que ajudar a procurar. Ela é mais do que um trabalho. Você sabe disso. Ela é de estimação.
Christopher saiu na frente e pediu a carruagem com uma ordem enérgica. Como o cavalo de Alfonso estava exausto, ele teria que viajar com eles. De carruagem a jornada iria durar... Christopher fez alguns cálculos mentais... quatro horas para voltarem a Lannair.
Se tivessem sorte.
O que significava que Christopher tinha quatro horas para gastar antes que pudesse fazer qualquer coisa de útil para amenizar aquela expressão de preocupação no rosto de Dulce. E ele passaria cada minuto desse tempo ralhando com Alfonso. Enquanto a carruagem era trazida, ele pegou o soldado pelas lapelas do casaco.
- Você tinha uma tarefa.
Alfonso engoliu em seco.
- Eu sei.
- Observe a lagosta! - Christopher sacudiu Alfonso de leve. - Essa foi a única ordem que eu lhe dei. Como conseguiu não dar conta disso?
- Bem, o negócio é o seguinte. Eu estava observando o bicho no estúdio. Mas aquele lugar é de dar medo, não é?
Sim, Christopher sabia. Aquele lugar também lhe causava arrepios, mas isso não era desculpa.
- Então eu pus aquele treco num balde e desci para ficar com os rapazes e jogarmos cartas. Alguém deve ter derrubado o balde. Quando eu olhei, a coisa tinha sumido.
A pura estupidez da situação toda deixou Christopher sem fala. A carruagem chegou e ele ajudou Dul a subir antes de entrar.
- Não precisam se preocupar - Alfonso disse ao subir. - Quando nós chegarmos lá, os outros rapazes já terão encontrado o bicho. Qual a distância que uma lagosta pode cobrir sozinha, afinal?
- Eu não sei - Christopher falou entredentes. - Essa é uma pergunta que um soldado zeloso nunca deveria fazer.
Quando iniciaram a viagem de volta, Dul estava em silêncio.
Pálida e nervosa.
Christopher teve vontade de abrir um buraco no teto com um soco. O teto era rígido, o que faria com que sua mão sangrasse, mas ele tinha certeza que, com toda a sua raiva, conseguiria fazer o furo.
- Quanto tempo uma lagosta pode sobreviver fora da água? - ele perguntou se virando para ela.
- Alguns dias, se ficar dentro do castelo, onde é fresco e úmido. Mas se ela conseguir chegar ao lago? - Dul meneou a cabeça. - A água doce irá matá-la.
- Nós vamos encontrá-la. Não se preocupe. Vamos procurar a noite toda se for preciso.
- Não importa mais - ela falou baixo e descansou a cabeça na lateral da carruagem.
- É claro que importa.
- Isso é tudo culpa minha. Foi errado da minha parte prender Fluffy naquele aquário. Não me admira que ela tenha aproveitado a primeira chance que teve de fugir. Se ela quisesse acasalar com Rex, já teria feito isso. Talvez ele não seja a escolha certa para ela. Talvez ele seja uma lagosta grosseira, com péssima higiene pessoal, e por isso Fluffy não quer saber dele.
- E quanto aos seus desenhos do ciclo de vida?
Ela deu de ombros.
- Parece que sou uma mulher sem futuro no ramo da ilustração.
Certo. Christopher manteve a calma pelo restante da viagem. Por pouco...
Quando eles chegaram ao Castelo de Lannair, os homens ainda não tinham encontrado a lagosta. Droga. Christopher reuniu todos na cozinha e esboçou o plano na lousa que a cozinheira usava para anotar o cardápio do dia.
- Esta é a planta do térreo - ele disse. - As entradas e saídas ficam aqui e aqui. A primeira coisa que vamos fazer é estabelecer um perímetro. Garantir que nenhuma lagosta entre ou saia. Eddy, você vai guardar a entrada da frente. Grant fica com você. O resto de nós vai procurá-la.
- Tentem assim - Alfonso assobiou algo que parecia um canto de pássaro e fez uma concha com as mãos ao redor da boca. - Aqui, Fluffy, Fluffy, Fluffy! Aqui, minha jovem!
Christopher arregalou os olhos para ele.
- Duvido muito que seu método vá funcionar.
Alfonso deu de ombros.
- Bem, nós vamos ver, não é mesmo?
Christopher traçou uma cruz dividindo a planta do castelo em quadrantes. Ele deu três quadrantes para Alfonso, Christian e Sebastián.
- Eu fico com este - ele disse, marcando o lugar com giz. - Peguem tochas. Procurem em todos os cantos e fendas na pedra. Antes de ser cozida, uma lagosta é azul, não vermelha, então vai ser difícil encontrá-la à noite. Cuidado onde pisam. Se a encontrarem, tragam-na imediatamente para a cozinha. Vamos nos reunir aqui dentro de duas horas, mesmo que não a encontremos. E façam o que fizerem, mantenham-na longe de água doce. Alguma pergunta?
Sebastián levantou a mão.
- Quem encontrar a lagosta vai poder comer o bicho?
- Não! - Christopher apoiou as mãos na mesa da cozinha e se dirigiu a todos. - A lagosta é muito importante para Dulce. O que significa que é muito importante para mim.
Essas palavras eram a expressão da verdade. Ele não sabia quando isso tinha acontecido, mas ele se importava. Com Dulce e suas ilustrações. Aquilo era mais que uma lagosta. Era o sonho dela. Ninguém iria tirar isso de Dulce - nem James, nem Alfonso, nem Christopher.
- Eu preciso que vocês sejam rápidos e precisos, rapazes. Em todos os anos que passamos juntos em campanha, nunca abandonamos um soldado para a morte. Nós também não vamos abandonar essa lagosta.
Pouco antes de sair da cozinha, ele puxou Dul de lado.
- Não se preocupe. Você tem minha palavra. Nós logo iremos achá-la.
💌
Horas se passaram. E nada. Quando os homens começaram a busca, Dul subiu até seu quarto para trocar de roupa. Ela seria de maior ajuda usando algo mais prático. Enquanto subia, ela vasculhou cada nicho e reentrância na pedra. Parecia muito improvável que uma lagosta tivesse conseguido subir uma escada, mas ela ficou atenta mesmo assim. Ela entrou em seu quarto e começou a soltar os fechos do vestido de seda quando seus olhos pararam em algo que lhe chamou a atenção.
Não era Fluffy.
Mas a bolsa preta de Christopher.
Para ir ao baile ele usou a pequena bolsa que fazia parte do seu uniforme. Mas ali, pendurada em um gancho, estava a bolsa militar onde ele carregava óculos, moedas, luvas... e, quem sabe, vários anos de cartas constrangedoras de Dul.
Ela desistiu da ideia de se despir e correu para investigar. Aquelas cartas tinham que estar ali. Tinham que estar. Dul já tinha procurado por toda parte. Seus dedos tremiam enquanto ela soltava a fivela que prendia a tira. Então, parou... O que ela faria com as cartas se as encontrasse ali? Ela planejava destruí-las assim que possível, mas então ela hesitou. Dul seria mesmo capaz de jogá-las no fogo? Não soube dizer. Tanta coisa tinha mudado. Ela inspirou fundo, abriu a mochila e espiou dentro. Nada. Bem, não exatamente nada. Havia as coisas esperadas lá dentro, mas nada de pacote de cartas. Droga.
- O que você está procurando?
A voz de Christopher. Ela se virou para ele.
- Oh... Nada. Bem, estou procurando Fluffy, é claro. A bolsa estava caída aberta e eu pensei que ela poderia ter entrado rastejando. É... um fato pouco conhecido que as lagostas adoram o cheiro de lona.
Em uma vida que passou contando mentiras idiotas, Dul sabia que tinha acabado de contar a mais idiota de todas. Mas Christopher pareceu cansado demais para duvidar dela, ou talvez fatigado demais para se importar. Os olhos dele estavam vermelhos de exaustão, e seu rosto tinha adquirido de novo a sombra da barba por fazer. O coração dela amoleceu. Ele estava se esforçando tanto por ela.
- Também não teve sorte? - ela perguntou.
Ele balançou a cabeça.
- Mas não vamos desistir. Nem se demorar a noite toda e a manhã também.
- Você precisa descansar. É só uma lagosta.
- Não é só uma lagosta. Ela é seu sonho e esse era o nosso acordo. Seu sonho pelo meu.
- Acabou, Christopher. Acabou. Você viu o modo como Lorde James me tratou esta noite. Mesmo que ele me apresentasse para o Sr. Dorning, não adiantaria de nada. Eu sou uma mulher. Isso já é um ponto negativo para mim aos olhos da maioria das pessoas. Sendo recém-casada, então... eles nunca me contratariam para um projeto longo. Vão pensar que a qualquer momento eu posso engravidar e abandonar o trabalho.
- Por que você está falando como se nós fôssemos casados? - ele perguntou.
- Porque talvez devêssemos ser. - Ela se obrigou a encará-lo.
- Você não quer isso.
- Não quero?
- Não - ele insistiu. - Não quer.
- O que faz você ter tanta certeza?
- Além do fato de você ter me repetido isso, sem nenhuma dúvida, desde que eu cheguei? - Passos pesados o conduziram até ela. - As cartas, mo chridhe. Você criou uma história sobre um oficial escocês e um lar na Escócia. Mas isso era só uma história. Seu sonho verdadeiro estava nas margens. Todas aquelas borboletas, flores e caramujos. Não vou deixá-la desistir de tudo só porque Lorde James é um maldito e uma lagosta fugiu. Isso significa algo para você.
Talvez fosse mesmo. Mas que ele compreendesse aquilo significava tudo para ela.
- Talvez nós pudéssemos significar algo um para o outro - ela disse.
- Dul...
Ela esticou as mãos para ele e agarrou as lapelas do casaco, puxando-o para perto. O coração martelava no peito, mas ela decidiu que precisava ter coragem. Ele estava exausto e preocupado, mas ela também estava. Exausta de reprimir aquela onda de afeto e carinho dentro de si. Ela não conseguiria controlar suas emoções nem por mais um instante. Ela queria abraçá-lo. E queria que ele a abraçasse.
- Você não percebe? - Ela deslizou a mão para dentro do casaco dele, alisando a superfície ondulada do abdome dele e circundando-o com os braços. - Se nós tivermos um casamento real... que signifique algo... Lorde James, Fluffy e a enciclopédia deixam de importar. Nada mais importaria.
- Não - a voz dele estava rouca. - Não fale assim. Nós ainda temos muitos cômodos para vasculhar.
- Deixe que os homens procurem. Fique aqui comigo.
Ela sentiu que a vontade de Christopher resistir começou a diminuir. A respiração dele ficou irregular. Ela descobriu o lugar em que o colarinho dele estava aberto e beijou o pedaço de pele na base do pescoço.
- Fique comigo, Christopher. - Ficando na ponta dos pés, ela beijou o queixo dele, depois a bochecha. - Faça amor comigo.
💌
Ela o beijou e quaisquer objeções frágeis e insinceras que Christopher pudesse fazer se perderam, levadas embora pela doçura dela.
- Fique comigo. - Ela o puxou na direção da cama e ele a seguiu. - Está na hora de tornarmos isto real.
Eles caíram juntos no colchão. Enfim, ela estava debaixo dele. Macia, quente e acolhedora. Abrindo as coxas para fazer um espaço para as de Christopher ao mesmo tempo que puxava a bainha de sua camisa. Lá embaixo, ainda era possível ouvir os homens indo de um quarto a outro, gritando orientações um para o outro durante a caçada à lagosta.
- Você... - Quando a mão de Dul deslizou por baixo da camisa dele, Christopher gemeu de encontro à sua boca. - Você tem certeza de que quer isto agora?
- Quero. Agora. Sempre. - As palavras sussurradas esquentaram a pele dele, inflamando seu desejo. - Faça eu me sentir como antes, na penteadeira da estalagem. Deixe que eu faça o mesmo por você. - Ela puxou o tecido da camisa e passou as mãos pelo peito nu. - Christopher, eu quero você.
Céus! Aquelas palavras foram como fagulhas caindo no álcool. Em um instante ele ficou em chamas por ela. Pronto para explodir. Ele se lembrou que Dul era uma mulher adulta, que compreendia o que aquilo significava e estava escolhendo o que queria. Tudo que ele precisava fazer era pegar seu prêmio. Ela o segurou mais apertado, passando os dedos pelo cabelo na nuca dele. Christopher sentiu um prazer agudo e a puxou para si, mergulhando no beijo.
- Apenas faça - ela pediu, colocando a mão entre os corpos para levantar suas saias. - Depressa. Faça-me sua antes que eu...
A voz dela sumiu. Mas ela não precisava completar aquela afirmação. Ele sabia o que ela quase tinha dito.
Faça-me sua antes que eu mude de ideia.
Um sussurro de culpa passou por ele. Christopher o ignorou, mergulhando de cabeça no medo, como ele sempre disse para que seus homens fizessem em combate. Por um instante glorioso, ele acreditou que poderia conquistar isso. Mas então... Em um instante, aquilo ficou pesado demais. Não houve raciocínio na decisão dele. Nada de desejo ou intenção consciente. Apenas o instinto: afaste-se.
O brilho de dor nos olhos dela foi imediato. E excruciante. Ele sentiu como se tivesse visto o paraíso por entre grades no momento em que os portões se fechavam diante dele. Para sempre.
- Antes que você mude de ideia - ele terminou a frase para ela. - Foi o que você quase disse, não foi? Você quer que eu a possua aqui e agora, antes que pense no que está fazendo. - Ele rolou para o lado, respirando com dificuldade. - Não gosto de como isso soa.
Ela jogou os braços acima da cabeça e suspirou. O gesto fez coisas incríveis pelos seios dela.
- De repente você ficou cheio de escrúpulos?
- Não sei. Talvez eu tenha escrúpulos.
- Christopher, era isso que você queria. O que você exigiu e me ameaçou para conseguir.
- Você só está chateada agora por causa do que aconteceu na festa. Eu sei que está decepcionada, mo chridhe.
Ela estendeu as mãos para ele.
- Então faça com que eu me sinta melhor. Não seria nenhum sacrifício eu desistir do meu trabalho se este fosse um casamento real em todos os sentidos. Um casamento com amor. Uma família. Nós poderíamos ter isso juntos, Christopher.
Céus! Então Christopher tinha que prometer que valia a pena desistir de tudo por ele?
Como poderia fazer isso?
Ele não sabia como substituir a carreira dela, a família, uma comunidade de colegas e amigos. Era impossível. Ele não seria suficiente. Com o tempo Dul ficaria ressentida. E então ela iria embora.
- Nós não precisamos mentir para ninguém. Nós podemos fazer com que tudo isso seja verdade. Esta noite. Você não gosta de mim nem um pouco?
É claro que ele gostava, e mais do que um pouco. A verdade era que ele gostava demais de Dul. E por isso não podia acabar com os sonhos dela. Não desse jeito.
- Nós vamos encontrar um modo - ele disse.
Foi a coisa errada a dizer.
- Nós já passamos por isso, Christopher. Ou você se esqueceu? Você rejeitou todas as minhas ideias. Incluindo esta, o que é bem humilhante. - Ela se sentou na cama e escondeu o rosto nas mãos. - Eu me sinto uma tonta.
- Eu não posso lhe dar o que você está pedindo - ele disse. - Eu lhe disse desde o começo. Amor e romance... não existem dentro de mim.
- Eu me recuso a acreditar nisso. Eu sei que não é verdade. - Os olhos escuros dela chamejaram de raiva. - Você é o homem mais leal e afetuoso que já conheci. Eu vejo o modo como você trata seus homens, os arrendatários. Até minha tia. Eu sou a única que parece não inspirar seu afeto.
- Isso não é justo. E você sabe que não é verdade. Eu a protegeria com a minha vida.
- Mas nunca vou ter o seu coração, não é?
Ele não soube como responder. Ela levantou da cama e foi para a penteadeira.
- Estou cansada disso. Cansei de sonhar com você. - Ela arrancou a faixa xadrez que atravessava seu tronco, abrindo o broche e estendendo-o na palma da mão. - Eu quero a verdade. Quem é ela, esta A.D.?
- Eu já lhe disse que não é importante.
- É importante para mim! Eu usei isto todos os dias. Uma mentira em forma de coração no meu peito, para que todos vejam. Eu aceitei este broche como se fosse meu dever. Uma marca de vergonha que eu provoquei ao mentir para todo mundo. Mas agora eu quero a verdade. Você a amava?
- Dul...
- É uma pergunta simples, Christopher. Explicações não são necessárias. Só uma palavra será suficiente. Sim ou não. Você a amava?
- Sim - ele respondeu.
- Muito?
- Tanto quanto eu sabia amar. Não foi o bastante.
- E ela o deixou.
Ele concordou.
- Mulher inteligente.
Christopher estremeceu.
- Talvez ela fosse. Eu estava atrasando a vida dela.
E ele atrasaria Dul também. Ela possuía muito mais que desenhos a oferecer para o mundo. Ela possuía um coração gentil e amor abundante. O desejo de ter uma família. Todas essas coisas que ele não conseguia se fazer aceitar. Ela seria desperdiçada nele.
- Então mesmo depois que ela o abandonou, mesmo depois de todo esse tempo - ela disse -, você não conseguiu esquecê-la.
- Não. - Ele meneou a cabeça em sua resposta honesta.
Ela jogou o luckenbooth na direção dele e o objeto caiu na colcha amarrotada.
- Fique com isso. Não quero mais usar essa coisa. Eu vou embora.
- Espere! - Ele ficou em pé. - Falta menos de uma semana para Beltane. Qualquer que seja o acordo que nós façamos, preciso que você esteja aqui nessa noite.
- Você acabou de me rejeitar. O que o faz pensar que tenho algum interesse em fazer acordos com você?
- Preciso lembrá-la das cartas?
- Essas cartas estúpidas... - Ela soltou uma risada desvairada. - Elas não têm mais importância. Vá em frente, pode enviá-las para os jornais de fofocas. O que eu tenho a perder? Não tenho nenhum trabalho em vista para proteger. Nenhum romance em vista, também. Estou acostumada à humilhação pública e à solidão. Não posso ficar mais isolada do que fiquei morando aqui.
Ela escancarou o armário e se esticou para pegar uma valise vazia na prateleira mais alta. A valise despencou sobre ela, batendo em sua cabeça antes de cair no chão.
Ai. Christopher fez uma careta de dor por solidariedade.
- Era exatamente o que eu precisava neste momento - ela disse, entorpecida. - Mais uma humilhação.
Dul abriu a valise e a colocou sobre a cama. Depois começou a pegar punhados de roupas no armário e a enfiar dentro dela. Christopher segurou a valise por uma das alças.
- Você não pode ir. Ainda não.
Ela pegou a outra alça e puxou.
- Eu posso. E vou. Você não pode me deter.
- Do que você vai viver?
- De raiva, por enquanto. Parece que eu tenho o bastante para me alimentar por algum tempo.
Os olhos dela brilhavam de coragem e determinação de um modo que ele nunca tinha visto. Aquele era o fogo que ele esperava ver nela. A força que ele sabia que ela sempre possuiu. E, é claro, isso tinha que aparecer no momento em que ela resolvia deixá-lo. Ele passou a mão pelo cabelo.
- Esqueça de mim.
- Ah, mas eu pretendo. Pode acreditar.
- Nada disso foi por mim. Meus homens precisam de um lar, você sabe disso. Eu sei que você também se importa com eles. Pense em Christian, Alfonso, Eddy, Sebastián. Pense em Grant.
- Vou sentir falta de todos. Principalmente do Grant. - Ela fez uma pausa e pegou meias listradas de lã com uma das mãos, que apertou junto ao coração. - Grant é minha pessoa favorita. Sabe por quê? Ele me fez sentir linda no dia do meu casamento. Não importa quantas vezes nós nos conhecemos, ele sempre fica impressionado. Ele me faz rir. - Dul enfiou as meias na valise. - Ele acha que você é um vagabundo sortudo por me ter - ela disse e bufou. - Ele é um pobre tolo com problemas.
- Grant pode ter problemas, mas não é nenhum tolo. E ele também não foi o único a achar que você estava linda no dia do nosso casamento. - Christopher a pegou nos braços. - Não posso deixar que você vá embora.
- Por que eu ficaria?
- Porque eu...
Christopher sabia o que ela queria ouvir, mas por algum motivo ele não conseguia pronunciar as palavras. Ele não acreditava nelas. Nem saídas da sua própria boca, nem vindas de outras. Cedo ou tarde, elas se transformariam em mentira. Dul lhe deu um sorriso triste.
- Foi o que eu pensei.
- Dul...
Um longo grito agudo fez com que os dois se afastassem. Os instintos protetores dele logo vieram à tona. Mas antes que ele pudesse começar a investigar a causa daquele grito, a cabeça de Alfonso apareceu no vão da porta.
- Encontramos! - o soldado ofegante, de rosto vermelho, anunciou. - Ou melhor, ela encontrou o dedo do Sebastián. Uma lagosta, viva e em boas condições.
- Excelente! Muito obrigada, Alfonso. - Dul abriu um sorriso que desapareceu assim que o soldado saiu do quarto. Para Christopher, ela acrescentou: - Bem a tempo. Agora ela pode ir embora comigo.
- Você vai terminar seus desenhos em outro lugar?
- Não. Vou fazer para Fluffy um favor que eu já deveria ter feito a mim mesma. Vou libertá-la.
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Gente!
Vcs estão lendo tão rápido! Achei que ia postar por um bom tempo, mas só faltam 7 capítulos e o epílogo! Por enquanto é só, mas se quiserem mais me avisem!
Comentem y Favoritem!
Besos y Besos Lindezas!!!😘😘😘
Autor(a): Aila
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 91
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vicunhawebs Postado em 22/03/2019 - 14:43:52
Aaaah acabei de ler essa história e queria dizer que eu amei
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jucinairaespozani Postado em 28/01/2019 - 22:48:16
Linda história
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capitania_12 Postado em 28/01/2019 - 22:02:24
Aaaaaaah,já terminou. Naaaaaaaaao
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dul0609 Postado em 28/01/2019 - 03:01:08
Chorei com esse final 😭😭 Amei a história, muito boa ❤❤
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rosasilva Postado em 27/01/2019 - 05:28:47
O meu deus que história perfeita morrendo de emoção
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vondyvida Postado em 27/01/2019 - 02:02:53
Gente eu amei muito essa historia! Foi maravilhosa! Obrigada por compartilhar!
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anacarolinavondy Postado em 26/01/2019 - 22:45:07
Amei parabéns que história maravilhosa li ela do começo ao fim é uma linda história tô apaixonada por ela vou ler de novo e de novo e de novo parabéns 😭
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dul0609 Postado em 26/01/2019 - 01:27:33
Continua
Nat Postado em 26/01/2019 - 21:16:56
Continuei!:)
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dul0609 Postado em 25/01/2019 - 00:07:12
Essa história é muito maravilhosa. Não vejo a hora do Christopher dizer q ama a Dulce logo. Continua 😍
Nat Postado em 25/01/2019 - 21:31:55
Que bom que gosta da história! Ah! Ele disse que a ama e foi no momento(na minha opinião) bem inesperado! :)
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rosasilva Postado em 24/01/2019 - 22:29:28
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