Fanfic: A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada | Tema: Vondy, Época
Dul sentiu o corpo de Christopher ficar tenso no mesmo instante. O coração dele começou a bater mais rapidamente.
— Não é o que você está pensando — ele disse.
— Eu ainda não formulei um pensamento.
— Eu tinha aquelas cartas. Mesmo. Eu recebi todas elas e as li várias vezes.
— Eu sei que leu.
— E então, depois da última, em que você me matou... — ele praguejou baixinho. — Eu fiquei tão bravo que, certa noite, queimei todas na fogueira. Todas... menos uma.
— Então, quando você tirou uma das cartas do bolso e a leu para mim...
— Eu estava recitando de cabeça. Eu as sabia de cor. Não importava o quanto eu tentasse esquecê-la, jamais consegui tirá-la do meu coração.
Ela apertou, com delicadeza, o abraço.
— Christopher... Essa é a coisa mais estúpida e doce que eu já ouvi.
— O que eu posso dizer. Eu sou...
— Baba. Pura baba.
— Eu ia dizer que sou apaixonado por você, mas imagino que não seja muito diferente.
Ele pegou a mão dela na sua e seus dedos se entrelaçaram em um nó apertado sobre o peito dele.
— Primeira regra do amor: não entre em pânico — ela disse.
— Qual é a segunda regra? Acho que é melhor pularmos para ela.
Dul ergueu a cabeça e abriu um sorriso malicioso.
— Nada de ficar se debatendo.
Dul tinha acabado de esticar o pescoço para lhe dar um beijo apaixonado nele quando alguém bateu na porta.
— Sra. Von Uckermann? Está aí dentro?
Christopher beijou o alto da cabeça dela.
— Eu gosto de ouvi-la chamando você assim.
— Eu também — Dul apoiou o queixo no peito dele e sorriu. — Eu acho que é melhor ir ver o que ela quer.
— Não se incomode — Christopher ergueu a voz: — Pode entrar.
Soltando um guincho de susto, Dul tentou levantar da cama, mas ele firmou o braço ao redor dela.
— Fique onde está. Esta não será a última vez que as criadas vão nos pegar na cama juntos. É melhor ela ir se acostumando.
— Sou eu quem precisa se acostumar com isso. — Dul sentiu o rubor se espalhando pelo pescoço. Mas não se moveu.
Se Christopher a queria do lado dele, era lá mesmo que iria ficar. Sempre.
Quando a criada entrou, Dul permaneceu aninhada ao lado de Christopher.
— O que foi, Becky?
A moça não se abalou com a situação.
— Eu... eu sinto muito perturbá-la, madame. Mas chegou uma visita.
— Uma visita?
— Sim, Sra. Von Uckermann. É um homem.
— Um homem? — Levantando-se sobre o cotovelo, Dul trocou um olhar de surpresa com Christopher. — Você está esperando alguém?
— Não a menos que você esteja.
— Esse cavalheiro disse o nome? — ela perguntou para Becky.
A criada sacudiu a cabeça.
— Esqueci de perguntar. Oh, Sra. Von Uckermann. Ele parece tão...
— Grande?
— Não. Estranho.
Dul ficou completamente perdida.
— Por favor, faça-o aguardar na sala de visitas, Becky. E peça à cozinheira para preparar um chá. Eu vou descer em um instante.
Depois que a empregada saiu, Dul deu um olhar confuso para Christopher.
— Não consigo imaginar quem possa ser.
— Preciso ficar com ciúmes?
— Bem, é melhor você ficar sabendo: da última vez que recebi um cavalheiro inesperado... — Sorrindo, ela baixou os olhos para as mãos unidas sobre o peito dele. — Aconteceu isto.
— Está decidido. — Christopher soltou a mão dela e sentou na cama. — Vou descer com você.
— Christopher, eu só estava brincando. Você tem que ficar de cama. Não precisa disso.
— Eu vou descer com você — ele repetiu, usando seu tom de comando mais severo. Christopher pegou a camisa e a vestiu pela cabeça, franzindo o rosto quando passou o braço pela manga. — Só para o caso desse cavalheiro estranho tentar algo impróprio.
— E se ele tentar, o que você vai fazer? Sangrar em cima dele? — ela riu.
Mas ele não. Christopher lhe deu um olhar solene. Não era o olhar de um inválido, mas de um guerreiro.
— Eu vou estar morto no meu túmulo antes que pare de lutar por você, Dulce. Mesmo assim, vou mover sete palmos de terra para encontrar um modo.
Oh! Acalme-se, coração.
— Muito bem, então.
O que ela podia fazer quando ele dizia coisas assim? Dul sabia que não conseguiria fazê-lo desistir. Se Christopher estava decidido a se levantar mesmo convalescente, de nada adiantava continuar discutindo. E, sendo honesta, ela se sentiu reconfortada de vê-lo saudável e de pé.
Eles se vestiram devagar. Dul afivelou o kilt na cintura dele e o ajudou a ajeitar a camisa sobre o tronco enfaixado. Apesar dos protestos infantis de Christopher de que podia se arrumar sozinho, Dul insistiu que ficasse sentado enquanto ela domava o cabelo revolto dele. Depois que ficou apresentável, os dois atravessaram lentamente o corredor de braços dados. A identidade do homem na sala de visitas foi uma verdadeira surpresa.
— Eu sou o Sr. Reginald Orkney — ele anunciou.
Becky tinha razão; o homem parecia tão deslocado em sua sala de visitas às 11h da manhã quanto Dul se sentiu no salão de bailes do Lorde James. Ele vestia um paletó de tweed, calças azul-escuras e botas de sola grossa. Quando o casal entrou na sala, o Sr. Orkney se levantou da cadeira, tirou o chapéu da cabeça e os cumprimentou com uma reverência profunda.
— Bom-dia, Srta. Saviñón.
— Ele fez nova reverência na direção de Christopher.
— Capitão Von Uckermann.
— Na verdade — ela disse —, agora somos Capitão e Sra. Von Uckermann.
— É mesmo? Ora! — O Sr. Orkney bateu as mãos, surpreso.
Infelizmente, o gesto achatou o chapéu que ele continuava segurando em uma das mãos. Constrangido, ele jogou a coisa no chão e a chutou para baixo de uma cadeira.
— Desejo felicidades aos dois.
E então ele não deu sinal de que iria dizer mais alguma coisa.
— Sr. Orkney, a que devemos o prazer de sua visita? — Dulce perguntou, após um momento de silêncio.
— Oh. Sim, isso. Estranhamente, não estou certo de que a visita tenha um propósito. Sabe, Srta. Saviñón, ou Sra. Von Uckermann, devo dizer, confesso que vim na esperança de um relacionamento com você.
A tensão na sala subiu para um nível mais alto.
— Você quer um relacionamento com ela?! — Christopher falou com a voz carregada de um ciúme lindo.
O Sr. Orkney pareceu ficar um pouco assustado.
— Não um relacionamento afetivo, não! — O homem logo se emendou. — Ainda que ela possa ser linda, eu já tenho minha esposa. Oh, céus! Parece que estou fazendo uma confusão danada. — Ele pigarreou e recomeçou. — Sra. Von Uckermann, eu vim na esperança de estabelecer um relacionamento profissional com a senhora. Contratá-la como ilustradora.
Christopher relaxou.
— Não há motivo pelo qual você não possa contratar os serviços da minha esposa. Embora sejamos recém-casados, ela pretende continuar ilustrando. — Ele olhou para Dul. — Não é?
— Com toda certeza — ela respondeu.
— Bem, é excelente ouvir isso — o Sr. Orkney respondeu. — Privar o mundo de tanto talento seria uma verdadeira tragédia.
— Mas Sr. Orkney, tem certeza de que quer me contratar? Talvez ainda não tenha recebido minha carta. Houve um tipo de atraso com as lagostas.
— Sim, sim. Mas isso não tem muita importância. Este é um novo projeto, sabe. Você pode ter notado que sou um tipo de naturalista diferente de Lorde James e seus amigos. Eu não pretendo aprisionar os animais e trazê-los para a Inglaterra. Prefiro estudar e registrar minhas descobertas na natureza. Meu objetivo para esta viagem é registrar os moluscos e crustáceos nativos das Bermudas.
— Bermudas. Minha nossa! Que aventura.
— Deveras. Eu vim para lhe perguntar se você, Srta. Saviñ... Sra. Von Uckermann, estaria disponível para se juntar à nossa expedição como ilustradora.
Dul demorou um momento para conseguir falar. O Sr. Orkney queria que ela fizesse parte de uma expedição às Bermudas?
O Sr. Orkney coçou a orelha.
— Receio que a coisa toda esteja um tanto adiantada. Nós não planejávamos partir até o fim deste verão. Mas semana passada recebemos a oferta de transporte por meio de um navio que parte de Port Glasgow na próxima quinta-feira. Eu não poderia desperdiçar essa oportunidade.
— Na próxima quinta-feira? Então está me pedindo para partir...
— Imediatamente... — Ele fez uma expressão de pesar. — Receio que sim. Depois que aprontar sua bagagem, nós iremos daqui até Glasgow, e usaremos o resto do tempo para obter os suprimentos para a viagem. A senhora poderia levar um acompanhante, se assim desejar. Minha esposa fará essa viagem comigo e sei que ficaria contente tendo uma companhia feminina.
Quando a cabeça de Dul parou de girar, ela conseguiu responder.
— Essa parece ser uma oportunidade empolgante, e estou honrada que tenha pensado em mim. Mas, como sabe, sou recém-casada e meu marido está se recuperando de um ferimento. Não posso simplesmente...
A mão de Christopher apertou o braço dela.
— Quanto tempo ela ficaria longe? — ele perguntou.
— Cerca de seis meses — Orkney respondeu.
Christopher concordou com a cabeça.
— Você nos dá um momento para discutirmos a questão?
— Mas é claro! — O homem fez outra reverência, ainda mais baixa.
Dul seguiu Christopher até o corredor, confusa. O que havia para discutir? Ele não precisava convencê-la a desistir, se era o que pretendia. Ela já tinha manifestado a intenção de recusar a proposta.
— Eu acho que você deve ir — ele disse.
— O quê?!
— Eu acho que você deveria acompanhar o Sr. Orkney na expedição às Bermudas.
Ela não podia acreditar naquilo.
— E quanto a tudo que dissemos um para o outro em Beltane? — ela perguntou. — Tudo que fizemos na cama naquela noite? Se você esqueceu de tudo, deve se lembrar, pelo menos, de vinte minutos atrás.
A boca de Christopher se retorceu em um sorrisinho.
— Acredite em mim, não vou me esquecer dos vinte minutos atrás enquanto eu viver. Ainda assim, acredito que você deva ir.
— Eu pensei que você queria que nós ficássemos juntos. Para sempre.
— O que eu quero é abraçá-la bem apertado e nunca mais deixar que saia da minha vista. O que eu quero é passar cada momento do dia com você e passar cada momento da noite agarrado com você. Eu te amo loucamente. Mas também sou racional o bastante para saber que quero tudo isso porque tenho problemas de confiança.
— E eu entendo isso.
— Eu sei que entende, minha jovem doce. Isso não muda o fato de que o problema a ser superado é meu. — Ele a pegou pelos ombros. — Esta é uma oportunidade incrível. Uma expedição para Bermudas. Ilustrar diretamente na natureza e não a partir daquelas coisas mortas e empoeiradas que mandam para você. Uma oportunidade de viajar e estabelecer sua carreira. É o que você tanto desejava.
— Mas... Christopher, eu não quero...
— Você quer ir. — Ele passou o dorso dos dedos no rosto dela. — Eu vi o seu estúdio, mo chridhe. Aquele mapa desbotado com todos aqueles alfinetes. Você não pode me dizer que não quer ir.
— Parte de mim talvez queira — ela admitiu. — Mas eu toda quero ficar com você.
— Eu não vou fugir.
— E seu eu estiver grávida?
— É improvável, depois de tão poucas vezes. Para quando você espera suas regras?
— A qualquer dia, agora.
— Então você vai saber com certeza antes de o navio zarpar. Enquanto isso, pode começar a se preparar. Uma oportunidade dessas não aparece todo dia. O Sr. Orkney pode ser sua melhor chance de ir atrás de seus sonhos.
— Meus sonhos? — Ela arqueou uma sobrancelha. — Desde quando você acredita em sonhos?
— Digamos que seja algo recente.
— Se você quer saber a minha opinião, você está com medo. Está com tanto medo que eu possa querer ir embora que prefere me afastar.
— Talvez você tenha razão. — Ele deu de ombros. — Você diz que me ama, mas eu não consigo parar de pensar... Como pode ter certeza? Eu a conheço há anos, mas você me conhece há algumas semanas e agora vai desistir da chance de uma vida? Como vou saber que você me quer mesmo? Quem sabe você não continua se escondendo atrás da sua história?
— Então nunca vou me livrar desse fardo. Porque um dia eu inventei um oficial escocês, você nunca mais vai confiar de verdade que eu te amo?
— O que estou dizendo, Dulce, é que se você for atrás do seu sonho e voltar para mim...? Vou confiar nisso.
Ela ficou olhando para ele por um longo momento. Eles não podiam viver assim, sempre duvidando um do outro, sempre questionando se a ligação deles era uma união verdadeira feita pelo amor ou um acordo de conveniências. O coração deles estaria ligado como duas peças de um quebra cabeça? Ou seria apenas os medos dos dois? Dul o amava. Tinha certeza disso, mesmo que ele não tivesse. Mas a menos que ela quisesse viver o resto da vida à sombra dessa dúvida, ela tinha que convencê-lo disso. Dul iria aos confins da terra. Ao inferno, se fosse necessário. Em comparação, Bermudas não parecia tão distante.
— Deixe-me perguntar uma coisa. — Christopher virou o rosto dela para si. — Se ele tivesse aparecido aqui dois meses atrás, antes de eu entrar na sua vida... o que você teria dito? Acho que nós dois sabemos a resposta.
Dul admitiu para si mesma. Ela sabia muito bem o que teria respondido. Depois que ela ponderou dessa forma, tudo ficou claro. Antes que tivesse tempo de se arrepender, ela voltou à sala de visitas.
— Sr. Orkney, posso ir hoje com você.
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Ui, gente! Decisão difícil! O que vcs fariam no lugar dela? Esse será o último de hoje, amanhã irei finalizar a história!
Comentem y Favoritem!
Besos y Besos, Lindezas!!!😘😘😘
Autor(a): Aila
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Christopher não gostava de ociosidade. Fazia uma semana que Dul tinha partido com o Sr. Orkney e ele já estava quase enlouquecendo de tédio. E, é claro, sentindo muita falta da esposa. Ele não sabia como fazer para sobreviver a seis meses daquela forma. Pelo menos os homens pareciam perceber que ele precisava de companhia. Foi como nos velh ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 91
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vicunhawebs Postado em 22/03/2019 - 14:43:52
Aaaah acabei de ler essa história e queria dizer que eu amei
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jucinairaespozani Postado em 28/01/2019 - 22:48:16
Linda história
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capitania_12 Postado em 28/01/2019 - 22:02:24
Aaaaaaah,já terminou. Naaaaaaaaao
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dul0609 Postado em 28/01/2019 - 03:01:08
Chorei com esse final 😭😭 Amei a história, muito boa ❤❤
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rosasilva Postado em 27/01/2019 - 05:28:47
O meu deus que história perfeita morrendo de emoção
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vondyvida Postado em 27/01/2019 - 02:02:53
Gente eu amei muito essa historia! Foi maravilhosa! Obrigada por compartilhar!
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anacarolinavondy Postado em 26/01/2019 - 22:45:07
Amei parabéns que história maravilhosa li ela do começo ao fim é uma linda história tô apaixonada por ela vou ler de novo e de novo e de novo parabéns 😭
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dul0609 Postado em 26/01/2019 - 01:27:33
Continua
Nat Postado em 26/01/2019 - 21:16:56
Continuei!:)
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dul0609 Postado em 25/01/2019 - 00:07:12
Essa história é muito maravilhosa. Não vejo a hora do Christopher dizer q ama a Dulce logo. Continua 😍
Nat Postado em 25/01/2019 - 21:31:55
Que bom que gosta da história! Ah! Ele disse que a ama e foi no momento(na minha opinião) bem inesperado! :)
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rosasilva Postado em 24/01/2019 - 22:29:28
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