Fanfics Brasil - 💌 Capítulo 2 💌 A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada

Fanfic: A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada | Tema: Vondy, Época


Capítulo: 💌 Capítulo 2 💌

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Tia Thea se sentou de frente para Dul à mesa de chá. 


— Bem, minha querida. Preciso dizer que esta foi uma tarde das mais surpreendentes. 


Dul não podia negar isso. Ela mergulhou a colher no elixir e ficou desenhando o número oito na bebida fermentada. O encontro com o Capitão Von Uckermann a tinha deixado com vertigem. 


Eu vim para me casar com você, ele disse. E, como resposta, o que ela disse? Ela o recusou com seu sarcasmo mordaz? Esfrangalhou o sorriso irônico dele com sua sagacidade? Mandou-o de volta para o pôr do sol jurando nunca mais incomodar uma inglesa incauta em sua casa? 


Rá. 


Não, é claro que não. 


Ela só ficou parada ali, imóvel como uma pedra e duas vezes mais estúpida, até que sua tia voltou trazendo o elixir. Eu vim para me casar com você. Dul pôs a culpa na educação que recebeu. Toda filha de cavalheiro era criada para acreditar que essas palavras — quando faladas por um cavalheiro razoavelmente atraente e bem-intencionado — eram sua chave para a felicidade. Casamento, ela aprendeu ao longo de centenas de chás com outras jovens e mulheres, deveria ser seu desejo, seu objetivo... a verdadeira razão de sua existência. 


Essa lição estava tão arraigada que Dul chegou mesmo a sentir um arrepio imbecil de felicidade quando ele declarou sua intenção absurda. Uma vozinha dentro dela ficava pulando e tentando animá-la. 


Você conseguiu! Enfim, um homem quer se casar com você. 


Sente-se, ela disse à vozinha. E fique quieta


Ela se recusava a definir seu valor como pessoa com base em um pedido de casamento. Muito menos aquele, que não era um pedido, mas uma ameaça feita por um homem que não era um cavalheiro, não estava bem-intencionado e era atraente em uma escala muito mais que razoável. 


— Eu nunca sonhei que isso fosse possível. — Dul desenhava, sem parar, círculos com sua colher na tigela. De novo e de novo. — Não posso imaginar como foi que aconteceu. 


— Eu também estou aturdida, é claro. Essa coisa de voltar dos mortos é um choque e tanto, sem dúvida. Mais que isso, até... — A tia apoiou o queixo no dorso da mão e olhou pela janela para o pátio. — Dê uma olhada nesse homem. 


Dul seguiu o olhar da tia. 


O Capitão Von Uckermann estava no centro do gramado dando ordens para o pequeno grupo de soldados sob seu comando. Os homens tinham trazido seus cavalos para dentro dos muros do castelo para receberem comida, água e abrigo durante a noite. Eles manifestaram a intenção de acampar ali depois de cuidar dos animais. Estavam praticamente fixando residência. 


Bom Deus. 


Como foi que aquilo tinha acontecido? 


Do mesmo modo que sempre aconteceu com tudo, Dul disse para si mesma... Por culpa dela. 


Dul tinha cometido um erro anos atrás, do mesmo modo que uma criança faz uma bola de neve. Começou com uma coisa pequena, controlável, parecendo inocente. Cabia na palma de sua mão. Então, a bola de neve rolou para longe dela e caiu na encosta de uma montanha. Dali em diante, tudo fugiu ao seu controle. As mentiras ganharam corpo e velocidade, ficando cada vez maiores. E não importava o quanto ela tenha corrido atrás da bola, Dul nunca conseguiu alcançá-la. 


— E pensar que minha pequena Dulce, com apenas 16 aninhos, agarrou aquele espécime glorioso. E eu aqui pensando que você só pegava conchas do mar. — Tia Thea brincava com seu bracelete. — Eu sei que você nos contou muita coisa do seu capitão, mas pensei que estivesse exagerando as qualidades dele. Agora me parece que você foi humilde, na verdade. Se fosse trinta anos mais nova, eu iria... 


— Tia Thea, por favor! 


— Agora eu entendo por que você não quis se casar com mais ninguém esse tempo todo. Um homem como esse estraga todos os outros para uma mulher. Eu sei muito bem como é. Foi o mesmo caso entre mim e o Conde de Montclair. Ah, reviver a primavera em Versalhes. — Ela olhou de novo para Dul. — Você nem tocou no elixir. 


Dul espiou o caldo encaroçado, de cheiro forte, diante dela. 


— O aroma dele é... ousado. 


— É o de sempre. Leite quente coalhado com cerveja. Um pouco de açúcar, anis, cravo-da-índia. 


— Tem certeza de que é tudo? — Dul encheu uma colher. — Não tem ingredientes especiais? 


— Ah, sim. Eu acrescentei um copinho do Elixir do Dr. Hargreaves. E uma pitada de especiarias para limpar a fleuma. — Ela apontou o queixo para a tigela. — Vamos lá. Seja boazinha e tome tudo. Ainda temos horas antes do jantar. Eu disse ao capitão para trazer os homens para comer conosco depois que se instalarem. 


— Nós vamos alimentar todos eles? — Todo mundo sabia que depois que se alimenta um bando de animais errantes, eles nunca mais vão embora. — A cozinheira vai pedir demissão. 


— São soldados. Eles só querem uma refeição simples. Pão, carne, bolo salgado. Não precisa ser um jantar refinado. — Tia Thea ergueu a sobrancelha grisalha. — A menos que deseje oferecer um casal de lagostas... 


Dul arregalou os olhos, horrorizada. 


— Fluffy e Rex? Como pode sequer sugerir isso? 


— O que estou sugerindo, minha querida, é que seu tempo como voyeur de crustáceos pode estar chegando ao fim. 


— Mas eu fui contratada pelo Sr. Orkney para desenhar uma série de ilustrações do ciclo de vida da lagosta. O acasalamento é só uma parte. Elas podem viver durante décadas. 


As lagostas eram apenas um dos pequenos projetos que ela estava desenvolvendo. Com um pouco de sorte — e a ajuda de Lorde Varleigh —, ela esperava receber, em breve, encomendas de trabalhos mais volumosos. 


— Você tem que cuidar do seu próprio ciclo de vida — Tia Thea disse e colocou as mãos sobre as de Dul. — Agora que o capitão voltou, você logo se casará. Isso é, se ainda quiser se casar com ele. Ou você não quer? 


Dul encarou a tia. Era isso. Sua chance de dar um chute rápido de verdade naquela bola de neve que não parava de crescer. Acabar com ela de uma vez por todas. 


Na verdade, tia Thea, eu não quero me casar com ele. Sabe, eu não consegui agarrar aquele maravilhoso espécime masculino. Eu nunca o tinha visto antes de hoje. Nunca existiu nenhum Capitão Von Uckermann na minha vida. Eu contei uma mentira boba e desesperada para evitar uma Temporada de decepções. Eu enganei todo mundo durante anos e sinto muito por isso. Estou muito arrependida e envergonhada. 


Dul mordeu o lábio. 


— Tia Thea, eu... 


— Guarde esse pensamento — a tia falou, levantando-se da mesa de chá e andando na direção do armário de bebidas. — Primeiro eu vou servir um pouco de conhaque para comemorar. Eu sei que este é o seu dia milagroso, que o seu namorado voltou para casa. Mas, de certa forma, este triunfo também é meu. Depois de todas as vezes em que enfrentei seu pai, quando ele queria obrigá-la a voltar à sociedade... estou feliz demais por você. E feliz por mim mesma, também. Estou absolvida. Os últimos dez anos da minha vida agora ganharam sentido. — Ela voltou para a mesa com o copo de conhaque. — Bem, o que você queria dizer? 


Dul sentiu uma pontada no coração. 


— Você sabe o quanto eu sou grata — Dul disse. — E o quanto eu a adoro. 


— Mas é claro que sei. Eu sou fácil de adorar. 


— Então espero que você consiga encontrar aí dentro um modo de me perdoar. 


— Perdoar? — A tia riu. — Perdoar o quê, minha Dulce? 


A cabeça de Dul começou a latejar, a dor vinha das têmporas. Ela apertou a colher até suas articulações começarem a doer. 


— Por não tomar este elixir. — Ela deu um sorriso tímido para a tia. — Estou me sentindo melhor. Posso tomar um conhaque também? 


Ela não conseguiu confessar. 


A tia Thea não era obrigada a sofrer pelos erros de Dul. 


A velhinha querida não tinha sua própria fortuna. Ela dependia do apoio financeiro da jovem, e esta dependia da tia para todo o resto. Dizer a verdade naquele momento magoaria profundamente as duas. Aquele embaraço tinha sido criado por ela. Aquele intimidante escocês das Terras Altas em seu pátio era problema dela. 


E Dul soube, naquele momento, que era ela quem deveria resolver.


💌


Quando Christopher saiu do castelo, seus homens aguardavam ansiosos por notícias. E a julgar pelo olhar no rosto deles, esperavam que a notícia fosse ruim. 


— Então...? — Christian perguntou. — Como foi? 


— Tão bem quanto se podia esperar — Christopher respondeu. 


Melhor do que o esperado, de certa forma. Christopher pensou que encontraria uma mulher marcada pela varíola ou com lábio leporino. No mínimo, ele disse a si mesmo, ela devia ser sem graça


Por que outro motivo uma herdeira aristocrata sentiria a necessidade de inventar um namorado? 


Mas Dulce não parecia ter nenhum problema, e com certeza não era sem graça. Ela era linda. Uma linda mentirosinha. Ele ainda não tinha se decidido se isso piorava ou melhorava as coisas. 


— Se é assim — Alfonso perguntou —, por que você está aqui fora conosco? 


— Ela acreditava que eu tinha morrido — ele respondeu. — Nossa volta foi um choque para ela. Estou lhe dando um tempo para se recuperar. 


— Bem, pelo menos ela ainda está aqui — Christian disse. — Significa que você se deu melhor do que eu. 


— Ainda não teve notícias da sua donzela, Christian? — perguntou Eddy, o médico de campanha, aproximando-se deles. 


— Eu tive notícias — Christian disse e deu de ombros. — Meu tio em Glasgow verificou os registros do navio que zarpou para a Nova Escócia. Não havia nenhuma Srta. Karla Cossío na lista de passageiros. 


— Mas isso é bom — Eddy disse. — Significa que ela ainda está na Escócia. 


O soldado de rosto redondo meneou a cabeça. 


— Eu disse que não tinha nenhuma Karla Cossío na lista. Mas tinha uma Sra. Karla Cossío Duarte. Essa é a recepção de herói que eu recebo. 


O homem mais velho bateu nas costas de Christian. 


— Sinto muito por saber disso, garoto. Se ela não esperou, é porque não o merecia. 


— Não posso culpá-la. — Christian bateu no peito com o toco do seu antebraço esquerdo, a mão tinha sido amputada por Eddy no campo de batalha. — Olhe só para mim. Quem teria esperado por isto? 


— Um número — Sebastián soluçou — muito grande de jovens, tenho certeza. 


Christopher tirou uma garrafa de uísque de sua bolsa, que abriu e passou para Christian. Palavras de consolo nunca foram seu ponto forte, mas ele estava sempre pronto para servir a próxima rodada. 


Não deveria ter sido daquele modo. 


Quando o regimento desembarcou em Dover, no outono passado, eles foram recebidos como heróis vitoriosos em Londres. Então marcharam para o norte, para casa, nas Terras Altas. E ele testemunhou a vida e os sonhos de seus homens se desfazerem, um após o outro. Christian não era o único. Os homens reunidos ao redor dele representavam os últimos de seus soldados dispensados. 


E também os que estavam em pior situação: sem teto, feridos, deixados para trás. 


Eles lutaram com bravura, sobreviveram ao combate, ganharam a guerra para a Inglaterra com a promessa de que voltariam para suas famílias e namoradas — para descobrir, ao chegarem, que suas famílias, namoradas e seus lares não existiam mais. Enxotados das terras que habitaram durante séculos pelos mesmos gananciosos proprietários de terras ingleses que lhes pediram que lutassem. 


E Christopher não pôde fazer nada a respeito. 


Até chegarem ao Castelo de Lannair. 


Ali ele recuperaria tudo. 


O homenzarrão mais afastado do grupo estremeceu. 


— O que é isto, afinal? Que lugar é este? 


— Calma, Grant — Christopher pediu. 


Grant era o caso mais triste de todos. 


Um morteiro caiu perto demais dele em Quatre Bras, arremessando aquele homem gigantesco a 6 metros de distância. Ele sobreviveu aos ferimentos, mas não conseguia guardar nada na memória por mais do que uma hora. Ele se lembrava de toda sua vida até aquela batalha. Mas qualquer novidade lhe escapava como areia entre os dedos. 


— Estamos no Castelo de Lannair — Eddy explicou. O médico grisalho tinha mais paciência que todos os outros juntos. — A guerra acabou. Voltamos para casa, na Escócia. 


— Voltamos? Que maravilha. 


Ninguém teve coragem de contrariá-lo. 


— Diga, Capitão, quando nós vamos chegar a Ross-shire? — o homenzarrão perguntou. — Estou querendo muito ver minha avó e os pequeninos. 


Christopher concordou. 


— Amanhã, se você quiser. 


Eles não chegariam nem perto de Ross-shire no dia seguinte, mas, de qualquer modo, Grant iria se esquecer da promessa. Christopher já não conseguia mais dizer para Grant que eles estiveram em Ross-shire meses atrás. A avó dele tinha morrido de velhice e os pequeninos sucumbiram ao tifo. A casinha da família era um monte de cinzas. 


— Amanhã está ótimo — depois de uma pausa, Grant riu consigo mesmo e acrescentou: — Já contei para vocês aquela do porco, da prostituta e da gaita de fole? 


Os outros homens gemeram. 


Christopher os silenciou com um olhar. 


Na Corunha, Grant segurou uma linha inteira de soldados franceses, o que deu ao resto da companhia tempo suficiente para se retirar em segurança. Ele tinha salvado a vida dos companheiros. O mínimo que eles poderiam fazer era ouvir aquela piada obscena mais uma vez. 


— Vamos ouvi-la, então — Christopher disse. — Eu preciso de uma piada hoje. 


A narrativa durou algum tempo, com todas as interrupções, os reinícios e as pausas que Grant fazia para organizar os pensamentos. Quando ele chegou ao fim, todos os homens se juntaram a ele com uma voz entediada: 


— Guinche mais alto, moça. Guinche mais alto. 


Grant riu com gosto e deu um tapa nas costas de Christopher. 


— Essa é boa, não é? Não vejo a hora de contar essa lá em casa. 


Casa. 


O lugar onde estavam era o mais perto de uma casa que Grant chegaria. Christopher levantou a voz. 


— Deem uma olhada nesse vale, rapazes. Comecem a escolher um lugar para suas casas.


— Eles nunca vão nos deixar ficar aqui — Alfonso disse. — Você é tonto? Faz mais de oito anos desde que se despediu dela. Esta terra está em mãos inglesas, agora. Sua donzela tem um pai ou irmão em algum lugar, e eles vão aparecer aqui para nos expulsar e logo estaremos no próximo navio para a Austrália. 


Christopher se remexeu. 


— É melhor nós esperarmos para ter certeza de que ela vai casar com você, Capitão. 


Christopher endireitou os ombros. 


— Vocês não precisam se preocupar com isso. Vou garantir o casamento. Esta noite.


💌


Fofuríneas,


Se quiserem mais capítulos hoje, deem sinal de vida, vcs sabem que eu preciso saber o que vcs estão achando!


Comentem y Favoritem!


Besos y Besos Lindezas!!!😘😘😘 


 


 



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Autor(a): Aila

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Depois que tomou sua decisão, Dul lavou o rosto, bebeu um pouco de conhaque e se preparou para sair e enfrentar o Capitão Christopher Von Uckermann. Ela chegou até a porta de entrada, onde ele apareceu à procura dela. Ele a examinou de alto a baixo, deixando-a com a pele toda arrepiada.  — Você parece estar precisando tomar um ar ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 91



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  • vicunhawebs Postado em 22/03/2019 - 14:43:52

    Aaaah acabei de ler essa história e queria dizer que eu amei

  • jucinairaespozani Postado em 28/01/2019 - 22:48:16

    Linda história

  • capitania_12 Postado em 28/01/2019 - 22:02:24

    Aaaaaaah,já terminou. Naaaaaaaaao

  • dul0609 Postado em 28/01/2019 - 03:01:08

    Chorei com esse final 😭😭 Amei a história, muito boa ❤❤

  • rosasilva Postado em 27/01/2019 - 05:28:47

    O meu deus que história perfeita morrendo de emoção

  • vondyvida Postado em 27/01/2019 - 02:02:53

    Gente eu amei muito essa historia! Foi maravilhosa! Obrigada por compartilhar!

  • anacarolinavondy Postado em 26/01/2019 - 22:45:07

    Amei parabéns que história maravilhosa li ela do começo ao fim é uma linda história tô apaixonada por ela vou ler de novo e de novo e de novo parabéns 😭

  • dul0609 Postado em 26/01/2019 - 01:27:33

    Continua

    • Nat Postado em 26/01/2019 - 21:16:56

      Continuei!:)

  • dul0609 Postado em 25/01/2019 - 00:07:12

    Essa história é muito maravilhosa. Não vejo a hora do Christopher dizer q ama a Dulce logo. Continua 😍

    • Nat Postado em 25/01/2019 - 21:31:55

      Que bom que gosta da história! Ah! Ele disse que a ama e foi no momento(na minha opinião) bem inesperado! :)

  • rosasilva Postado em 24/01/2019 - 22:29:28

    Posta mais


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