Fanfic: A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada | Tema: Vondy, Época
Depois que tomou sua decisão, Dul lavou o rosto, bebeu um pouco de conhaque e se preparou para sair e enfrentar o Capitão Christopher Von Uckermann. Ela chegou até a porta de entrada, onde ele apareceu à procura dela. Ele a examinou de alto a baixo, deixando-a com a pele toda arrepiada.
— Você parece estar precisando tomar um ar, mo chridhe. Vamos caminhar e conversar, só nós dois.
— Muito bem — ela concordou, um pouco desanimada que a ideia não tenha sido dela.
Dul queria estar no controle ou, no mínimo, mostrar que podia se defender.
Mas como ela poderia se defender de um homem como aquele?
Dul se esforçou para acompanhar o ritmo dele quando os dois saíram do castelo e passaram pelo arco de pedra da entrada. As passadas tranquilas e longas dele se traduziam em uma caminhada apressada para ela. Eles emergiram da sombra do castelo para o sol da tarde e caminharam na direção do lago. O clima estava enganosamente bom — ensolarado e quente para abril, com um frescor delicado na brisa. O céu e a água pareciam estar competindo para ver quem era mais azul.
Os olhos do Capitão Von Uckermann ganhavam aquela competição.
— Que tarde linda para caminharmos junto pelo lago — ele disse. — Como nos velhos tempos, em Brighton.
— Você pode parar de me provocar. Eu estou ciente de que era uma tola com 16 anos. Mas eu não parei de amadurecer quando deixei de lhe escrever as cartas. Eu me tornei uma mulher.
— Ah, é mesmo?
— Sim. Uma mulher independente. Que administra esta propriedade e meus próprios negócios. Então vamos direto ao assunto.
Eles pararam sobre uma ponta de terra que se estendia sobre o lago como um dedo verde e deformado.
Céus, ele era tão alto.
Dul percebeu que ficaria com dor no pescoço de tanto olhar para cima. Ela subiu em uma pedra grande e plana, diminuindo a diferença de altura entre eles para uma medida mais razoável. Infelizmente, diminuir aquela diferença só serviu para aproximá-la das belas feições e dos olhos hipnotizantes de Christopher. A beleza dele não importava, ela procurou se lembrar. Aquele não era um sonho há muito abandonado que, por milagre, tinha se tornado realidade.
Aquele homem não era o heroico Capitão Von Uckermann que ela inventou.
Ele era só um soldado que, por acaso, tinha o mesmo nome que a sua invenção. E, com certeza, ele não a amava. Não, aquele homem queria algo, e esse algo não era Dul. Se ela descobrisse qual o objetivo dele, talvez pudesse convencê-lo a ir embora.
— Você disse que não quer dinheiro. O que quer, então?
— Eu quero isto, senhorita. — Ele apontou com o queixo para o lago. — O castelo. A terra. E estou pronto para fazer qualquer coisa para conseguir. Até mesmo me casar com uma inglesa ardilosa e mentirosa.
Afinal, uma explicação que parecia verdadeira. A parte ruim era que também parecia terrível.
— Você não pode me obrigar a casar com você.
— Eu não vou forçá-la a nada. Você vai se casar por vontade própria. Como você mesma disse, é uma mulher independente agora. Seria uma pena se estas cartas — ele tirou os papéis amarelados do bolso interno do casaco — caíssem nas mãos erradas.
Ele pigarreou e começou a ler.
— "Meu Caro Capitão Von Fajuto. Esta manhã, a horrível Srta. Price veio nos visitar. Lavinia está sempre querendo saber histórias a seu respeito. Hoje ela me perguntou se nós tínhamos nos beijado. Eu respondi que sim, é óbvio. E então, é claro, ela teve que me perguntar como foi o beijo."
Enquanto ele lia, Dul sentiu o rosto ficando quente. As bordas do seu campo de visão adquiriram um tom pulsante de vermelho.
— É o bastante, obrigada.
Mas ele continuou.
— "Eu deveria ter dito algo insípido, como bom ou agradável. Ou melhor ainda, não deveria ter dito nada. Mas..."
— Capitão Von Uckermann, por favor.
— "Mas" — ele continuou a ler — "uma palavra tola e atrevida escapuliu da minha boca. Não estou bem certa de onde ela veio. Mas depois que saiu, eu não podia mais recolhê-la. Oh, meu capitão, eu disse à Srta. Price que nosso beijo foi..."
Ela tentou pegar o papel, mas ele ergueu a mão acima da cabeça, tirando a folha do alcance de Dulce. Apesar disso, ela deu um salto, uma tentativa fútil de agarrar a carta. Ele riu da iniciativa dela e Dul sentiu a perda de sua dignidade profundamente.
— "Eu disse à Srta. Price que nosso beijo foi incendiário" — ele concluiu.
Oh, Deus.
Ele dobrou o papel e baixou a mão.
— Esta até que não é tão ruim. Tem mais. Muito mais. Você deve se lembrar. Elas foram ficando bem pessoais.
Sim. Ela se lembrava. Para a jovem Dul, aquelas cartas funcionaram como um tipo de diário. Ela escrevia as coisas que não tinha coragem de falar em voz alta. Todas as suas reclamações tolas, todos os pensamentos nada caridosos que nasciam do temperamento e das decepções adolescentes. Seus sonhos ingênuos do que podia ser o amor entre uma mulher e um homem. Dul tinha enviado aquelas cartas para o Capitão Von Uckermann exatamente porque não queria que nenhum conhecido as lesse.
E agora ele ameaçava expô-las ao mundo.
Uma sensação de desespero revirou seu estômago.
Dul sentiu como se tivesse passado a juventude enfiando seus desejos mais sinceros em garrafas que atirou no oceano — e de repente, anos depois, todas elas foram devolvidas.
Por um monstro marinho.
— E se eu me recusar a casar com você? — ela perguntou.
— Então acho que vou encaminhar suas cartas para alguém. Alguém que teria muito interesse nisso tudo.
Ela estremeceu.
— Imagino que esteja falando do meu pai.
— Não, eu estava pensando nos jornais de escândalos de Londres. O mais provável é que eu procurasse seu pai e os jornais, para ver quem ofereceria mais dinheiro.
— Não posso acreditar que alguém seja tão desalmado.
Rindo, ele encostou a carta dobrada no rosto dela.
— Estamos só nos conhecendo, mo chridhe. Mas acredite em mim quando lhe digo que não sou nada do que você queria, mas sou muito pior do que poderia ter imaginado — ele disse e guardou a carta no bolso interno do casaco.
É claro que sim.
Esse era um exemplo perfeito da sorte de Dul. De todas as patentes do exército, de todos os nomes na cristandade, de todos os clãs das Terras Altas... tinha que ter escolhido justamente o Capitão Christopher Von Uckermann. Se aquele fosse um caso apenas de humilhação, Dulteria aceitado a punição com alegria. Contudo, se as cartas se tornassem públicas, causariam mais que um simples constrangimento.
As pessoas riem de um bobo, mas odeiam uma fraude.
De fato, ela não tinha começado essa história para enganar toda a Inglaterra, mas não viu problema em causar simpatia na família e inveja em seus pares. Anos depois, após a suposta morte do capitão, ela até aceitou as condolências de todos. Ela até mesmo aceitou um castelo. Todos os seus conhecidos saberiam que Dul os enganou, e pela razão mais tola que existia. A fofoca assombraria sua família durante anos.
E quem iria encomendar ilustrações científicas de uma mulher famosa por suas mentiras?
Ela terminaria sozinha e sem meios de se sustentar. A sensação de pânico só aumentou.
— Vamos discutir isto de forma racional — ela disse. — Você está querendo me chantagear com cartas que eu escrevi quando tinha 16 anos. Você não fez nenhuma bobagem impensada quando tinha 16 anos?
— Devo ter feito.
— Ótimo — Dul disse, ansiosa.
Talvez ela pudesse convencê-lo a ser compreensivo. Ele concordaria que ninguém deveria ser obrigado a pagar um preço perpétuo por uma tolice juvenil.
— E qual foi a bobagem que você fez?
— Eu entrei para o exército — ele disse. — Mais de dez anos depois, ainda não terminei de pagar por ter tomado essa decisão. A maioria dos meus amigos pagou com a vida.
Ela mordeu o lábio. Quando ele colocava as coisas dessa forma...
— Por favor, tente entender. Se você leu minhas cartas, deve saber que eu não me diverti mentindo. A coisa toda cresceu além do meu controle. Eu desejei tantas vezes nunca ter inventado nada.
— Você faria diferente, se pudesse?
— Sim. Num piscar de olhos.
Ela achou que ele se tinha se encolhido um pouco com a avidez dela, mas talvez fosse apenas sua imaginação. Havia uma superabundância de imaginação,principalmente quando a situação envolvia homens de kilt.
— Se você deseja retirar suas mentiras — ele começou —, deve se casar comigo.
— Qual é a lógica disso?
— Pense bem. Você escreveu cartas para seu pretendente escocês. Eu as recebi. Esses são os fatos, certo?
— Acredito que sim.
— Se você se casar comigo, tudo isso deixa de ser mentira — ele ponderou. — Vai ser exatamente como se você tivesse contado a verdade durante todos esses anos.
— A não ser pela parte em que nós nos amamos.
Ele deu de ombros.
— Esse é um mero detalhe. Amor é só uma mentira que as pessoas contam para elas mesmas.
Dul quis discordar dessa afirmação, mas não teve certeza de que poderia elaborar algum argumento convincente. Pelo menos não a partir de sua experiência pessoal. E, apesar de tudo, ela estava ficando interessada.
— Que tipo de acordo você está sugerindo?
— Um bem simples. Nós nos casamos por nossos motivos pessoais, como se fosse um contrato de benefício mútuo. Eu recebo a propriedade, você recupera suas cartas.
— E quanto... — O rosto dela esquentou com o rubor. — Você sabe.
— Não estou certo de que saiba.
Aquele patife sabia sobre o que Dul estava falando. Ele só queria se divertir fazendo com que ela falasse.
— Quanto às relações maritais? — ela expulsou as palavras.
— Você quer saber se eu pretendo fazer sexo com você? — Ele arqueou uma sobrancelha. — O casamento precisa ser consumado. Mas não estou interessado em crianças.
— Oh... Também não estou interessada em crianças.
Aquilo não era bem verdade.
Dul adorava bebês. Mas por uma razão ou outra, fazia tempo que tinha desistido da ideia de maternidade. Não seria muito sacrifício abandonar o último fio de esperança.
— Só uma noite de consumação? — ela perguntou. — E sem nenhum envolvimento emocional.
Ele concordou com a cabeça.
— Nós só vamos precisar viver juntos por alguns meses, o bastante para que eu conquiste a posse deste lugar. Vou construir algumas casas, semear o solo. Então você estará livre para fazer o que quiser.
— Você quer dizer ir embora? E o que eu vou dizer para a minha família?
— Que nós somos como tantos outros casais que se uniram às pressas e depois pensaram melhor e descobriram que queriam se separar. Não é incomum.
— Não — Dul admitiu. — Não seria incomum. Na verdade, nem mesmo seria uma mentira.
A cabeça dela estava girando. A ideia de casamento soou absurda a princípio. Mas talvez essa fosse a melhor alternativa, já que não podia voltar no tempo. Talvez ela de fato pudesse desfazer a mentira — aquela história impetuosa e ridícula que tomou conta de sua vida. E, oh... ela sentiu um aperto no coração. Pela primeira vez em anos, Dul poderia ir visitar a família sem se sentir uma fraude. Aquela teia de mentiras que teceu tornou impossível que se abrisse com qualquer um. Ela também não deixava que ninguém se aproximasse demais.
A solidão a estava consumindo.
Pavorosamente.
E quando ela não estivesse visitando suas amigas ou família, poderia ficar no castelo e continuar seu trabalho em paz. O Capitão Von Uckermann estaria ocupado administrando as terras.
Ela só precisava se deitar com ele uma vez.
Ela olhou para as pernas expostas dele. Talvez essa parte de deitar com ele não fosse assim tão terrível. No mínimo ela teria a oportunidade de satisfazer algumas curiosidades. Ela passava seus dias esperando que lagostas tivessem relações sexuais, era natural que de tempos em tempos imaginasse como seria o equivalente com os humanos.
— Eu preciso saber qual é a sua decisão, senhorita — ele disse. — Você vai se casar comigo ou terei que encaminhar estas cartas para os jornais de escândalos em Londres?
Ela fechou os olhos por um instante.
— Você promete que ninguém ficará sabendo da verdade?
— Juro que ninguém saberá por mim.
— E eu vou estar livre para continuar com meus interesses e atividades?
Ele acenou com a cabeça.
— Você tem sua vida e eu terei a minha — Christopher afirmou.
Dul sentiu uma vertigem, como se estivesse parada na borda de um precipício. Ela inspirou fundo, juntou coragem... e pulou.
— Muito bem, eu aceito. Nós podemos nos casar assim que possível.
— Possível? — ele riu. — Esta é a Escócia, senhorita. Não há necessidade de proclamas nem de se casar na igreja.
— Mas você prometeu que ninguém desconfiaria da verdade. Isso significa que precisa parecer que você gosta de mim, pelo menos a princípio. Eu acho que se você fosse mesmo o meu Capitão Von Uckermann, e nós tivéssemos esperando tantos anos para ficarmos juntos, você iria querer me proporcionar um casamento adequado.
Ele encurtou a distância entre os dois.
— Senhorita, se eu fosse mesmo o seu Capitão Von Uckermann e tivesse passado anos na guerra, sonhando com a mulher que eu desejava ter mais do que a própria vida... — Ele tocou uma mecha do cabelo dela. — Eu não esperaria nem mais uma noite.
Ela engoliu em seco.
— Sério?
— Com certeza. E eu teria feito isto uma hora atrás.
Ele inclinou a cabeça para o lado e baixou o olhar para os lábios dela. Então sua boca fez a coisa mais estranha.
Começou a se aproximar da dela.
Não podia ser... Oh, Senhor. Ele ia mesmo. Ele ia beijá-la.
— Espere! — Em pânico, Dul pôs as duas mãos no peito dele, detendo-o. — Seus homens, meus criados... podem estar nos observando.
— Tenho certeza de que estão nos observando. É por isso que vamos nos beijar.
— Mas eu não sei o que fazer. Você sabe que eu não sei.
Ele torceu os lábios.
— Mas eu sei o que fazer.
Aquelas poucas palavras, verbalizadas com aquele sotaque escocês devastador, não ajudaram em nada a tranquilizar o nervosismo de Dul. Felizmente, ele interrompeu o que estava para fazer. Christopher se afastou e observou o cabelo dela. Ele parecia um garoto maravilhado com o mecanismo de um relógio, imaginando como aquilo funcionava. Depois de alguns momentos, Dul sentiu quando ele segurou o lápis que prendia seu coque.
Com um puxão, ele o retirou e jogou para o lado. O lápis caiu no lago, produzindo um respingo. Ele passou os dedos pelo cabelo dela, soltando os cachos daquele nó malfeito, fazendo com que caíssem pelos ombros. Com carinho, como ela sempre imaginou que um amante faria. Fagulhas de sensações dançaram do couro cabeludo até os pés dela.
— Esse era meu melhor lápis de desenho — ela protestou.
— É só um lápis.
— Veio de Londres. Eu tenho poucos.
Ele acariciou a face dela com o polegar.
— Aquela coisa quase furou o meu olho. Eu também tenho poucos. E fica melhor assim...
— Mas... — Ela prendeu a respiração. — Oh.
Ele segurou o rosto de Dul com as mãos, virando-o para si. Ela sentia o pulsar de seu coração retumbando em seus tímpanos. E olhou para a boca de Christopher. Uma onda do inevitável a inundou.
— Isto vai acontecer mesmo, não é?
Como resposta, ele encostou os lábios nos dela. E Dul ficou imóvel.
O raio de sabedoria sexual que ela esperava não a atingiu. Ela ficou grudada nele, encarando a maçã do rosto. Ela não tinha ideia do que deveria fazer. Feche os olhos, pateta. Talvez, se ela ficasse bem parada e prestasse bastante atenção, sua idiotice não seria tão evidente. Talvez ele pudesse ensiná-la a beijar, do mesmo modo que o céu ensina o lago a ser azul.
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Era um risco idiota, beijá-la assim tão precipitadamente. Christopher percebeu isso no momento em que seus lábios encontraram os dela e Dul ficou rígida como uma pedra de gelo.
Maldição.
Se aquele encontro terminasse mal, ele a assustaria e seus planos grandiosos iriam por água abaixo antes mesmo de começarem. Isso significava que o desafio dele era muito simples. Ele tinha que garantir que aquele beijo fosse bom.
— Calma, mo chridhe. Devagar, agora.
Ele passou os lábios pela boca de Dul em movimentos curtos, com todo carinho e paciência que um homem como ele podia reunir — que não era muita. Mas não demorou para que ela correspondesse de uma maneira tímida e doce. Os lábios dela também procuraram os dele. As mesmas mãos que ela espalmou em seu peito para detê-lo agora agarravam suas lapelas, puxando-o para perto.
Dul abriu os lábios sob os dele e Christopher passou a língua entre eles. Um suspiro pequeno e encorajador veio do fundo da garganta dela. Ele explorou a boca de Dul com toques lentos e lânguidos. E então sua paciência foi recompensada quando a língua dela tocou de leve a sua.
Santo Deus.
Christopher sentiu que, por pouco, seus joelhos se dobraram.
Sim.
É assim que se faz.
Ela estava começando a entender, jovem esperta. Quando Christopher explorava, ela cedia. Quando ele tomava, ela se entregava. E então Dul retribuía da mesma forma. Christopher poderia beijar Dulce durante horas ao lado daquele lago espelhado.
Dias.
Semanas e meses, talvez, enquanto as estações mudavam ao redor deles.
Havia algo de diferente nela.
Um sabor que ele não conseguia identificar, um gosto que nunca tinha sentido em um beijo. Um certo tempero, doce e quente por inteiro. O que quer que fosse, aquele gostinho o provocou, fez com que quisesse ir mais fundo, ser mais intenso. Como se Christopher pudesse capturá-lo, tornando-o dele. Mas ele não queria assustá-la. Depois de uma última e demorada passada de seus lábios nos dela, Christopher levantou a cabeça.
Ele tinha esquecido que Dul estava na ponta dos pés, equilibrada naquela pedra.
Quando ele a soltou e recuou, ela cambaleou em sua direção. Seus corpos trombaram com um baque surdo. A maciez encontrou a força. Agindo por instinto, ele a pegou nos braços. Christopher a sentiu por inteiro em seu corpo. Quente, curvilínea, feminina e tão viva debaixo daquele vestido cinza de luto.
Então ela ergueu os olhos para ele — aqueles olhos grandes de filhote, enfeitados por cílios longos — e abriu ligeiramente os lábios inchados pelo beijo.
Santo Deus. Os joelhos dele realmente cederam dessa vez. Christopher acreditava mesmo no que tinha dito a ela, com tudo que ele tinha naquele lugar onde deveria existir um coração. Amor não era nada além de uma mentira que as pessoas contavam para si mesmas.
Mas desejo?
Desejo era real e ele o estava sentindo.
Por completo.
Enquanto a segurava perto de si, Christopher sentiu seu sangue ser bombeado com um tipo violento e animal de necessidade. Algo que instigava reivindicação e posse. Ela o deixou louco. Com certeza era apenas porque ele tinha passado muito tempo sem companhia feminina. Dulce nem fazia o tipo dele.
Se pudesse escolher, ele diria preferir uma bela jovem escocesa com cabelo vermelho e um brilho experiente no olhar. Não uma aristocrata inglesa tímida e decorosa que estava aprendendo a dar seu primeiro beijo.
Mas, por baixo da timidez e da frieza, ela possuía uma sensualidade natural e mundana. Ele não conseguiu evitar de pensar o que aquilo significaria na cama — onde as regras e os espartilhos seriam deixados de lado e a sensualidade a libertaria do decoro.
Maldição.
Ele estava de novo imaginando coisas a respeito dela.
Mas estava cansado disso, de imaginar.
Fazia muito tempo que ele imaginava aquela mulher. Um dia maldito após o outro, uma noite gelada após a outra. Durante anos. Aquilo o tinha enlouquecido. Ele precisava vê-la. Investigá-la. Saboreá-la.
Toda.
Ouvir os pequenos barulhos que ela fazia no momento de prazer. Só uma vez. Então a imaginação seria substituída por conhecimento e Dul não o assombraria mais. Christopher a levantou da pedra e a colocou em pé no chão.
— Capitão Von Uckermann — ela disse, sonhadora. — Eu qu...
— Christopher — ele a corrigiu. — Acredito que é melhor você me chamar de Christopher, daqui para frente.
— Sim. Eu imagino que sim. Christopher.
— O que você ia dizer?
Ela meneou a cabeça.
— Não tenho ideia.
Ele aceitou aquilo como um bom sinal.
— É melhor eu ir me lavar e reunir os homens — ele disse. — Você pode começar a preparar a cerimônia.
— Eu acredito que uma semana seja tempo suficiente — ela disse. — Embora eu preferisse ter duas.
Ele sacudiu a cabeça.
— Não vou esperar uma semana.
— Alguns dias, então. Dê-me pelo menos isso. Eu... eu não tenho nada adequado para vestir.
— Eu não ligo para a cor do seu vestido, senhorita. Tudo o que vou fazer é tirá-lo de você.
— Oh! — Ela piscou várias vezes.
Christopher sabia que precisava fazer logo aquilo. Se ele lhe desse tempo para pensar, Dul poderia decidir que não iria em frente. Ele deu um olhar rápido para o sol, que mergulhava rapidamente no horizonte verde.
— Você tem três horas. Vamos nos casar esta noite.
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Fofuríneas,
Como o prometido, vcs comentaram e eu postei mais um capitulo! Por hoje é só, mas amanhã eu volto!
Comentem y Favoritem!
Besos y Besos Lindezas!!!😘😘😘
Autor(a): Srta.Talia
Este autor(a) escreve mais 11 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Dul sempre foi diferente das outras jovens — e ela sempre soube disso. Por exemplo, tinha certeza de que era a única noiva a escrever a seguinte lista de afazeres no dia de seu casamento: Banho Penteado Vestido Lagostas Três horas depois, ela estava banhada, penteada e vestida — para a tristeza dela e de Rex, ainda ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 91
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vicunhawebs Postado em 22/03/2019 - 14:43:52
Aaaah acabei de ler essa história e queria dizer que eu amei
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jucinairaespozani Postado em 28/01/2019 - 22:48:16
Linda história
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capitania_12 Postado em 28/01/2019 - 22:02:24
Aaaaaaah,já terminou. Naaaaaaaaao
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dul0609 Postado em 28/01/2019 - 03:01:08
Chorei com esse final 😭😭 Amei a história, muito boa ❤❤
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rosasilva Postado em 27/01/2019 - 05:28:47
O meu deus que história perfeita morrendo de emoção
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vondyvida Postado em 27/01/2019 - 02:02:53
Gente eu amei muito essa historia! Foi maravilhosa! Obrigada por compartilhar!
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anacarolinavondy Postado em 26/01/2019 - 22:45:07
Amei parabéns que história maravilhosa li ela do começo ao fim é uma linda história tô apaixonada por ela vou ler de novo e de novo e de novo parabéns 😭
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dul0609 Postado em 26/01/2019 - 01:27:33
Continua
Nat Postado em 26/01/2019 - 21:16:56
Continuei!:)
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dul0609 Postado em 25/01/2019 - 00:07:12
Essa história é muito maravilhosa. Não vejo a hora do Christopher dizer q ama a Dulce logo. Continua 😍
Nat Postado em 25/01/2019 - 21:31:55
Que bom que gosta da história! Ah! Ele disse que a ama e foi no momento(na minha opinião) bem inesperado! :)
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rosasilva Postado em 24/01/2019 - 22:29:28
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