Fanfics Brasil - 💌 Capítulo 5 💌 A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada

Fanfic: A Noiva do Capitão - Adaptada Vondy; Finalizada | Tema: Vondy, Época


Capítulo: 💌 Capítulo 5 💌

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Vou lhe dar meia hora para se preparar. 


Meia hora? 


Dul tentou não entrar em pânico. 


O que era meia hora para se tornar uma esposa? 


Uma piscada, no máximo. 


Trinta minutos não eram nem de perto tempo bastante para ela se aprontar. Trinta anos talvez não fossem suficientes para ela se sentir preparada. Tudo aquilo era coisa demais para Dul absorver. 


Ela estava casada, prestes a perder a virgindade. 


E, o pior de tudo, ela estava se sentindo estupidamente atraída pelo marido. Naquele exato momento, seu coração latejava com uma dor delicada e doce. Que absurdo. Pelo amor de Deus, ela só o conhecia a menos de um dia, e ele foi terrível a maior parte do tempo. O cérebro dela discutia sem parar com o coração tolo e sentimental. Ele a chantageou para que casasse com ele. E então ele me beijou perto do lago. 


A atitude dele com você é repugnante. 


Mas a lealdade dele para com os soldados é admirável. 


Ele ameaçou carregá-la como um saco de aveia. Mas na verdade me pegou no colo como sua noiva. Dul, você é impossível


— Não tenho como negar isso — ela murmurou depois de suspirar. 


Dul decidiu não chamar a criada para ajudá-la a se preparar. Enquanto tirava a faixa xadrez e o vestido, ela se lembrou de que o Capitão Christopher Von Uckermann não era o herói com quem passou a adolescência sonhando. Quando ele voltasse para aquele quarto dentro de — ela verificou o relógio — dezenove minutos, não seria com a intenção de continuar o romance; ele voltaria para completar uma transação. Mas, mas, mas... 


Um relâmpago reluziu lá fora. Ela interrompeu o movimento de desenrolar as meias, inundada de repente pela lembrança. O braço dele, abraçando-a com firmeza enquanto o trovão ribombava. Ele estava lindo sob a luz das velas. Para não mencionar a emoção que ela sentiu quando ele a carregou escada acima. 


Oh, ela estava tão encrencada. 


Enquanto passava uma escova pelo cabelo solto, ela sentiu arrepios de expectativa percorrerem seu corpo. Essas sensações brincavam de um pega-pega travesso, correndo de uma parte secreta de seu corpo para outra. A pele dela estava quente e formigante. 


Ansiosa. 


Pronta. 


Ela fechou os olhos e inspirou fundo, devagar. Ela não deveria estar ansiosa para fazer aquilo, nem imaginando que aquele encontro possuía um significado diferente da realidade. Esse tipo de tolice só poderia acabar fazendo com que ela se magoasse. Amor é só uma mentira que contamos para nós mesmos. 


E Dul tinha muita prática em mentir. Ela deu outra olhada para o relógio. Faltavam oito minutos. Quando recolocou a escova de cabelo na penteadeira, Dul viu o broche em formato de coração que Christopher lhe deu no fim da cerimônia. 


Qual era o nome que Christian tinha lhe dito? 


Luckenbooth.


Ela o pegou para examinar de perto. O desenho era simples, humilde, até. O formato de um coração trabalhado em ouro com algumas lascas de pedras semipreciosas — verdes e azuis — inseridas no alto. Dul virou o broche na mão para examinar o fecho. Ao fazê-lo, as pontas de seus dedos sentiram uma parte áspera no objeto que, de resto, era liso. Interessante. Estava gravado. Ela se aproximou da vela e examinou com atenção aquelas marcas minúsculas que pareciam formar um par de iniciais. 


"C.U." Christopher Von Uckermann, claro. 


Céus, ele tinha vindo preparado. 


Christopher pareceu ter pensado em tudo. Então ela forçou a vista para identificar as segundas inicias, esperando encontrar um "D.S.", de Dulce Saviñón. Contudo, não havia um "D.S." ali. Havia, na verdade, outro par de letras. 


— "A.D." — ela leu em voz alta. 


Inacreditável! 


Parecia que o Capitão Christopher "Amor é só uma mentira que contamos para nós mesmos" Von Uckermann era mentiroso, também. Ele devia ter alguma história antiga de amor. Uma que, obviamente, não tinha acabado bem, levando-se em conta que ele deu para Dul o broche que tinha comprado para sua antiga amada. 


Patife. 


Dul deixou o broche cair na penteadeira. Pelo menos aquela sensação de expectativa tinha se dissipado. Era exatamente daquilo que ela estava precisando para separar o coração do resto do corpo. Agora ela possuía uma prova irrefutável para lembrá-la de que aquele não era um casamento real, e que não deveria imaginar que Logan possuía qualquer sentimento verdadeiro. Ela usaria aquele luckenbooth todos os dias — um pequeno talismã em forma de coração para se lembrar de que tudo aquilo era falso. 


As dobradiças da porta rangeram. 


Oh, Senhor. 


Estava na hora. 


Dul correu para a cama e mergulhou debaixo das cobertas. Não rápido o bastante, infelizmente. Ela teve certeza de que ele viu o movimento todo. Dul puxou o lençol até o queixo e olhou para ele. 


Christopher tinha retirado o casaco e desabotoado os punhos da camisa, enrolando as mangas até o cotovelo. Ele parecia estar descalço, tendo se livrado das botas e meias. Vestia apenas a camisa aberta no colarinho e o kilt, cujo cinto solto fazia com que ficasse baixo nos quadris. 


— Você está pronta? — a voz dele estava mais misteriosa do que as sombras. 


— Não sei — ela respondeu. — Mas não acho que vou ficar mais pronta do que isso. 


— Se estiver cansada, podemos esperar até de manhã. 


— Não, eu... eu acho que devemos acabar com isso esta noite. — Se tivesse mais tempo para pensar e se preocupar, ela poderia perder por completo a coragem. 


— Muito bem, então. 


Ele lambeu a ponta dos dedos e os usou para apagar as velas uma por uma, até que a única luz no quarto viesse do fogo vermelho e laranja da lareira. O colchão afundou com o peso dele. Dul ficou imóvel debaixo das cobertas. O coração dela batia mais rápido do que o de um passarinho. 


Ela se sentia toda quente.


— Tem isto aqui. — Ela pegou um pote na mesa de cabeceira. — Tia Thea me deu. É um tipo de creme ou unguento. Ela disse que você saberia o que fazer com ele. 


Christopher pegou o pote, destampou e cheirou o conteúdo. 


— Certo. Eu sei o que fazer com isto. — Ele tampou e jogou longe o pote, que rolou até um canto escuro. 


— Mas... 


— Eu sei que não devo deixar os remédios da sua tia encostar em mim — ele disse. — Lembro muito bem de como funcionou o tônico para dormir que ela fez para você. Sua carta dizia que você ficou cheia de bolhas durante semanas. 


Dul mordeu o lábio e apertou a coberta ao redor dos ombros. Ele lembrava disso? Até ela havia se esquecido do tônico para dormir. Mas ele tinha razão. Ela ficou semanas coberta de feridas vermelhas que não paravam de coçar. Era desconcertante o quanto ele sabia a respeito dela sem a conhecer de verdade. 


Ela, por sua vez, estava completamente no escuro com relação ao Christopher Von Uckermann real. Nessa situação, ele estava em vantagem. Ele tinha conhecimento, experiência e controle. 


— É melhor você beber isto — Christopher lhe entregou uma garrafinha. 


— É um remédio? 


— Remédio da Escócia. Bom uísque escocês. 


Ela levou a garrafa aos lábios com delicadeza. 


— Vire de uma vez — ele disse. — A queimação é pior se beber de golinhos. 


Fechando os olhos bem apertados, ela virou a cabeça para trás e entornou a garrafa, mandando uma corrente de fogo líquido garganta abaixo. Tossindo, ela a devolveu para Christopher. 


— Se a coisa for feita do jeito certo — ele disse —, não vai ter necessidade de creme nem unguento. — Por cima do lençol, a mão dele segurou a perna dela. — E eu pretendo fazer isso do jeito certo. Você vai gostar. 


Ela engoliu em seco. 


— Oh... 


— Mesmo assim, acho que vai doer um pouco quando eu... 


— Certo. 


— Mas não vai demorar muito daí em diante, por mais que meu orgulho sofra por eu admitir isso. É o que acontece quando o homem fica muito tempo sem companhia. 


Sem as velas, a luz da lareira produzia uma silhueta indefinida dele. Ela se sentiria melhor se pudesse enxergá-lo direito. Sem dúvida, ele pretendia que a escuridão fosse reconfortante para ela, mas Dul estava acostumada a observar as criaturas da natureza de forma direta, sem filtros. Ver como as partes deles se juntavam, como se moviam e agiam. Talvez, se ela tivesse a mesma chance de observar o corpo dele — ainda que de relance enquanto Christopher se despia —, pudesse acalmar seu coração disparado. 


Mas era tarde demais. 


As velas estavam apagadas. 


E embora pudessem ser reacendidas, ela não sabia como poderia pedir algo assim. Para ela, Christopher era apenas uma sombra. Uma sombra com mãos, coração e uma voz grave, hipnotizante. 


— Não tenha medo. — Ele desceu com a mão pelo corpo dela, traçando uma trilha escaldante de sensações desconhecidas. — Eu sei que você já imaginou como um homem se une a uma mulher. Já imaginou qual é a sensação dessa união. Eu posso lhe mostrar tudo. Eu posso fazer com que seja bom. Muito bom. 


— Não sei se consigo fazer isso — ela disse. 


— Você consegue. Não existe nada mais fácil. Se fosse difícil, a humanidade teria desaparecido há muito tempo. 


— Eu acho que você subestima minha capacidade de pegar uma interação humana normal e torná-la algo atrapalhado. 


Ela se afastou um pouco dele. 


— Tente compreender — ela pediu. — Você tem lido as minhas cartas há anos. Você conhece tanta coisa a meu respeito, e eu não sei nada sobre você. De onde vem, como viveu sua vida... para mim, você é pouco mais que um estranho. 


— Sou seu marido agora. 


— É, mas nós não temos uma história juntos. Não temos lembranças comuns. 


— Nós temos sete anos de uma história real. E nós temos lembranças. 


— Por exemplo...? 


Ele deu de ombros. 


— Lembra do dia em que nos conhecemos e você caiu sentada? Lembra de quando passeamos ao lado da água e falamos de casamento? Lembra da vez em que eu a beijei com tanta paixão que você sentiu nos dedos do pé? 


— Não — ela respondeu na defensiva. — Eu só senti até os tornozelos. 


Ele pôs a mão na cintura dela. 


— Muito bem, então. Vou ter que me esforçar mais desta vez. 


Ele se debruçou sobre ela. Mas Dul pôs a mão no peito dele, detendo-o. 


— Nós não podemos nos conhecer melhor primeiro? 


— Não vejo motivo para conversarmos mais — ele disse. — Nós concordamos que isto é um acordo, não um romance. 


— É isso mesmo, sabe. Eu não quero um romance. Eu não quero fingir. Mas quando fecho meus olhos, não é você que está me tocando. É um Capitão Von Uckermann que eu mesma criei. Eu vou acabar levando isto muito a sério. Não acredito que você queira uma mulher boboca, pegajosa, exigindo carinho. 


— Nisso você está certa. Não dá para dizer que eu quero isso. 


— É como você me disse, amor é uma mentira que as pessoas contam para si mesmas — ela continuou. — Se esse for o caso, o conhecimento da verdade seria o melhor antídoto. Depois que eu o conhecer melhor, não vou ter dificuldade em achar motivos para desprezá-lo. 


— Chantagem desavergonhada não é suficiente? 


— Eu pensava que seria. Mas então você me contou a situação terrível dos seus homens. E eu vi como você é leal a eles. Você acabou me parecendo simpático demais. Eu preciso de uma nova razão para não gostar de você. — Ela cruzou as pernas. — Vamos começar com o básico. Onde você nasceu? 


— Perto de Lochcarron, na costa oeste. 


Um pensamento repentino ocorreu a ela. 


— Você tem família? 


— Não tenho ninguém.


— Oh... Isso é bom. Quero dizer, não é bom. É terrível para você, e me faz simpatizar demais. Mas é conveniente para o nosso objetivo, pois combina com as mentiras que eu inventei. — Ela mordeu o lábio e se encolheu. — Às vezes eu fico presa demais aos meus próprios problemas. Esse é um dos meus piores defeitos. Mas você já sabia disso. 


Ele concordou com a cabeça. 


— Ah, sim. Eu já sabia disso. 


— Está vendo? Você sabe de todos os meus defeitos. É fácil para você manter o distanciamento. Mas eu não conheço os seus. 


— Este é o primeiro. — Ele fechou a mão ao redor do tornozelo dela e ficou passando o polegar para cima e para baixo. — Eu sou bom demais na cama. Eu estrago uma mulher para todos os outros homens. 


Ela afastou a perna. 


— Falta de modéstia seria o primeiro defeito, então. Isso serve para começarmos. Qual foi a pior coisa que você já fez? 


Ele passou as mãos pelo cabelo. 


— Estou começando a pensar que foi casar com você. 


— Não, não. Não demonstre senso de humor. Isso é contraproducente. 


Ele estendeu a mão para ela e a puxou para perto, então a deixou de costas. O peso duro e quente dele apertou o corpo dela contra o colchão. 


— Eu sei ser muito producente, minha jovem. 


Ela engoliu em seco. 


— Quem é A.D.? 


— O quê? 


— O broche que você me deu. Tem as iniciais C.U. e A.D. Quem é A.D.? 


Os olhos dele ficaram frios como blocos de gelo. 


— Ninguém que seja importante para mim. 


— Mas... 


Ele baixou a cabeça e a beijou no pescoço. Um suspiro quente em sua pele. Sem querer, ela suspirou de prazer. O suspiro o encorajou. Christopher passou as mãos pelas curvas dela, sem agarrar nem acariciar, apenas conhecendo as formas dela. Enquanto ele fazia isso, Dulce também aprendia algumas coisas. Ela estava acostumada a examinar criaturas e catalogar todas as suas partes. O segredo para se criar uma boa ilustração era compreender como a criatura funciona. A razão de existir da antena, o propósito de uma fiandeira... 


Conforme Christopher a tocava, ela percebeu alguma coisa sendo esmagada. Ao longo dos últimos anos, ela se reduziu ao esboço de uma pessoa. Ela possuía mãos que desenhavam, olhos que enxergavam e uma boca que às vezes falava. Mas havia tanto mais naquele corpo que ela habitava — tanto mais nela — que quando se viu debaixo de Christopher, tudo fez sentido. Ter consciência disso fez Dul se perguntar quais partes dele próprio Christopher andou negligenciando. Quanto tempo ele passou sem uma mulher que o lembrasse daquele lugar afundado no pescoço, do abrigo perfeito em que seu corpo se transformava ao se curvar ao redor do dela. Do modo como a mão dele envolvia o seio dela, com a mesma capacidade com que empunhava uma espada. Tudo aquilo era demais. Dul se contorceu para sair debaixo dele. 


— Sinto muito. Sinto demais. Eu sei que isso deveria ser algo físico. Impessoal. Mas é que eu fico pensando em lagostas. 


Ele se deitou de costas e ficou lá, piscando para o teto. 


— Até este momento eu podia dizer que não restava nada capaz de me surpreender na cama. Eu estava errado. 


Ela se sentou, puxando os joelhos para junto do peito. 


— Eu sou a jovem que inventou um namorado escocês, escreveu dezenas de cartas para ele e manteve uma mentira complexa durante anos. Você está mesmo surpreso por eu ser estranha? 


— Talvez não. 


— As lagostas fazem a corte durante meses antes de acasalar. Antes que o macho possa acasalar com ela, a fêmea tem que se sentir segura o bastante para sair de sua carapaça. Se uma criatura espinhosa do fundo do mar merece meses de esforço, eu não posso ter um pouco mais de tempo? Não entendo a urgência. 


Com um suspiro impaciente, ele se cobriu com uma ponta da colcha. 


— Nós fizemos um acordo, minha jovem. Os votos que trocamos, apenas, constituiriam um mero noivado. É a consumação que torna isto um casamento. 


Aquilo conseguiu toda a atenção dela. 


— Você quer dizer que isto ainda pode ser desfeito? — ela perguntou. 


Aquilo era interessante. Muito interessante. 


— Não fique tendo ideias — ele disse, parecendo sério. — Lembre-se que tenho dezenas de razões pelas quais você não quer desfazer nada. Razões incendiárias. 


Sim, Dul pensou consigo mesma. 


Ele tinha dezenas de razões guardadas em algum lugar . Uma ideia nasceu dentro dela. Se Dul pudesse impedi-lo de consumar o casamento, poderia conseguir encontrar essas razões e queimá-las de uma vez por todas. Vê-las se transformar em fumaça. Então ele não teria tanto poder sobre ela. 


— Você queria lembranças conjuntas, não queria? — ele perguntou. Ela concordou. — Lembra de como na nossa noite de núpcias nós fizemos um amor louco e apaixonado e você pediu mais aos gritos? 


— Na verdade, eu me lembro que nós ficamos acordados a noite toda, só conversando. — Então, para constrangê-lo, ela acrescentou: — Conversando abraçadinhos. 


Ele fez uma expressão de deboche. 


— Eu não quero ficar abraçadinho. 


— Acho que é melhor assim — ela disse. — Você se dispôs a esperar até amanhã para consumar os votos, se eu quisesse. Bem, eu quero esperar. Não estou pronta esta noite. 


E se ela pudesse encontrar uma saída daquela situação, talvez nunca estivesse. Dul arrumou uma fileira de almofadas no centro da cama, dividindo-a cuidadosamente em dois lados: o dele e o dela.


— Isso daí é para me impedir de alguma coisa? — Christopher caiu deitado de costas na cama, do lado dele, e olhou para ela com ar divertido por cima da parede de almofadas. — Eu pretendia mesmo me aproveitar de você. Mas agora, tem essas almofadas, então... 


Ela se enterrou debaixo das cobertas, puxando-as até o pescoço. 


— Agora que você fez isso — ele continuou —, eu não sei como é que Napoleão não pensou nessa estratégia. Se ele tivesse levantado uma barricada de penas e tecido, nós das Terras Altas não saberíamos como transpô-la. 


— Eu não acho que as almofadas podem detê-lo — ela disse. — Elas são apenas uma barreira contra algo acidental. 


— Aaah... — ele arrastou a sílaba. — Nós não podemos ter nenhum acontecimento acidental. 


— Isso mesmo. Eu poderia rolar até aí durante a noite, mas agora sei o que você pensa de dormir abraçadinho, e eu detestaria tirar proveito de você. 


— Espertinha. — Ele se sentou na cama e tirou a almofada de entre os dois. — Estou aqui agora. Sou de carne e osso, seu marido. De jeito nenhum vou dar meu lugar para uma almofada. 


Ela segurou a respiração. 


O que ele faria? 


— Vou dormir no chão — ele disse. 


Christopher pegou a almofada e uma colcha extra no pé da cama e começou a improvisar um leito perto da lareira. Dul disse a si mesma para se alegrar — era mais seguro daquele modo. Na verdade, ela não podia evitar de se preocupar, como uma boba, com o conforto dele. O chão estaria duro e frio, e ele vinha de uma viagem. Proximidade física era um tipo de perigo, mas se importar com ele era ainda pior. 


— Nós somos adultos com um acordo — ela disse. — Você pode ficar na cama. Não precisamos de barricada. Eu fico do meu lado, você fica do seu. 


— Eu vou dormir no chão. Prefiro assim. 


— Você prefere o chão à cama? 


— No momento, mo chridhe, prefiro o chão a você. 


Homem horroroso. 


— Você disse que quer esperar — ele continuou. — Eu gostaria de pensar que a minha honra é uma barreira mais forte do que uma fileira de almofadas. Mas esta noite não seria prudente testar essa teoria. 


— Entendo — ela disse depois de um instante. 


Ele dobrou a colcha ao meio e a estendeu no chão. 


— Não tem importância. Eu dormi no chão durantes os meus primeiros dez anos de vida. Nunca dormi numa cama. 


— Dez anos no chão? 


— Na verdade, dez anos no estábulo ou no pasto com as ovelhas. Antes que o vigário me acolhesse, eu fui um órfão criado com a caridade da paróquia. Eu ficava com qualquer família que me quisesse, e isso significava a família que precisava de ajuda com o rebanho naquela temporada. Eu cuidava dos animais, dia e noite. Em troca, eu ganhava mingau de manhã e umas migalhas à noite. 


Oh, não. 


Aquela conversa tinha sido um passo à frente e dois para trás. Um insulto leve — excelente. Ele abandonou a cama para dormir no chão — melhor ainda. Mas e aquele conto trágico de órfão sofrido? 


Aquilo arruinou tudo. 


Como ela poderia se lembrar de não gostar dele quando imaginava um garoto magricelo, faminto, com cabelo castanho-avermelhado, sozinho, tremendo de frio no chão gelado? 


Dul quis cobrir as orelhas com as mãos e cantarolar para sufocar as batidas de seu próprio coração. Em vez disso, ela socou o travesseiro algumas vezes para afofá-lo. 


— Durma bem, Capitão Von MacRanzinza. 


O que ela havia feito?


 Quando ela já parecia bem enrascada por contar uma mentirinha boba na adolescência... aconteceu aquilo. Ela concordou em se casar com um total estranho, um que não ligava a mínima para ela, um que ela corria o risco de acabar gostando demais. Mas ela ainda não estava casada de fato com ele. Com um pouco de sorte, talvez nunca estaria.


💌


Fofuríneas,


Cá estou eu! Eu ia postar só umas nove e pouquinho, mas resolvi postar agora! Estava pensando... O que vcs acham de eu postar uma mini maratona de cinco capitulos, hoje, lá por umas 09:00 p.m? Me respondam, por favor!


Comentem y Favoritem!


Besos y Besos Lindezas!!!😘😘😘


 


 



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Autor(a): Srta.Talia

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Christopher não esperava mesmo dormir muito em sua noite de núpcias. Mas ele não pensou que a passaria no chão. Seu descanso, contudo, foi perturbado por uma razão completamente diferente.  O silêncio o incomodava muito.  Tudo o que ele tinha contado para Dulce era verdade.  Na infância, ele dormiu em pastos ou ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 91



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  • vicunhawebs Postado em 22/03/2019 - 14:43:52

    Aaaah acabei de ler essa história e queria dizer que eu amei

  • jucinairaespozani Postado em 28/01/2019 - 22:48:16

    Linda história

  • capitania_12 Postado em 28/01/2019 - 22:02:24

    Aaaaaaah,já terminou. Naaaaaaaaao

  • dul0609 Postado em 28/01/2019 - 03:01:08

    Chorei com esse final 😭😭 Amei a história, muito boa ❤❤

  • rosasilva Postado em 27/01/2019 - 05:28:47

    O meu deus que história perfeita morrendo de emoção

  • vondyvida Postado em 27/01/2019 - 02:02:53

    Gente eu amei muito essa historia! Foi maravilhosa! Obrigada por compartilhar!

  • anacarolinavondy Postado em 26/01/2019 - 22:45:07

    Amei parabéns que história maravilhosa li ela do começo ao fim é uma linda história tô apaixonada por ela vou ler de novo e de novo e de novo parabéns 😭

  • dul0609 Postado em 26/01/2019 - 01:27:33

    Continua

    • Nat Postado em 26/01/2019 - 21:16:56

      Continuei!:)

  • dul0609 Postado em 25/01/2019 - 00:07:12

    Essa história é muito maravilhosa. Não vejo a hora do Christopher dizer q ama a Dulce logo. Continua 😍

    • Nat Postado em 25/01/2019 - 21:31:55

      Que bom que gosta da história! Ah! Ele disse que a ama e foi no momento(na minha opinião) bem inesperado! :)

  • rosasilva Postado em 24/01/2019 - 22:29:28

    Posta mais


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