Fanfic: Sprilly: Grandes Mistérios | Tema: Rebelde, Dulce
Analisei cautelosamente meu reflexo no espelho, estava quase pronta, a não ser por um pequeno mas não menos importante detalhe, faltava o batom vermelho. Depois de passá-lo me senti um pouco mais confiante, era Incrível como um simples batom podia realçar tanto a beleza de uma mulher e ao mesmo tempo conferir a ela tamanha segurança.
Escutei meu celular apitar indicando nova mensagem, dei uma última olhada em minha aparência e satisfeita com o que vi segui em direção a sala onde o aparelho estava. Era de Anahí, minha melhor amiga, avisando que já estava me esperando no estacionamento do prédio. Combinamos de ir juntas à uma boate, como fazíamos em praticamente todas as sextas a noite. Peguei minha bolsa de mão e sai do apartamento, ativei o alarme e caminhei pelo corredor bem iluminado até o elevador. Quando entrei vi que tinha companhia, um rapaz que aparentava ter uns vinte e poucos anos iria ao mesmo lugar que eu. Apenas sorri fraco para não passar por grossa e voltei meu olhar para o chão, odiava as conversas monótonas de elevador e não queria dar espaço para flertadas da parte dele, mas logo percebi que seria inevitável pela forma como me encarava.
-Pô! Tu é gata, hein? -Se aproximou me olhando de cima abaixo -Com certeza essa descida de elevador é a mais empolgante da minha vida. -Sorriu de uma forma malíciosa, me causando um certo incômodo.
-Obrigada. -Respondi sem emoção alguma na voz, apenas por educação.
-É a mina mais linda que já vi por aqui. -Levantou uma das mãos com o objetivo de tocar meu cabelo, me afastei antes que pudesse realizar a ação.
-Eu agradeço -Olhei para o teto torcendo para que aquela conversa, que mal havia começado, chegasse ao fim.
-Queria ser o teu desodorante.
-Hã? -Aquela frase parecia estar totalmente fora de contexto. Olhei-o nos olhos pela primeira vez com a sobrancelha arqueada, a dúvida era evidente em minha expressão. Pude perceber que ele não era um rapaz feio, mas também não chegava a ser bonito.
-Pra poder ficar entre seus braços. -Completou. Eu tentei segurar mas não aguentei, ri na cara dele. Aquela sem sombra de dúvidas, era a pior cantada de todas que recebi até hoje. Será que funcionava com alguma garota? -Olha só! Consegui arrancar um sorriso da gata. -Comemorou diminuindo a distância entre nós novamente. -E que sorriso maravilhoso, hein? - Meu deus, porque?! Porque tenho que morar em um dos últimos andares?
-Eu não estou rindo pra você, estou rindo de você. -Respondi tentando manter a paciência que se esvaia rapidamente, esse tipo de cara que dava tiro pra todos os lados me irritava profundamente.
-E ai, o que vai rolar? -Parecia que ia me agarrar a qualquer momento, não me sentia nem um pouco confortável com a situação. A porta do elevador abriu e eu sai de lá as pressas para que ele não tivesse chances de me alcançar, espero que isso tenha sido uma resposta bem clara para sua pergunta. Nada ia rolar. Talvez um chute bem no meio do saco. Logo avistei o carro de Anahí, ela acenava pra mim, entrei no veículo sem nem sequer olhar para trás.
-Oi, amiga! -Ela me abraçou empolgada, retribui o abraço brevemente. -Que cara é essa Dul? -Minha expressão de ódio não passou despercebida.
-Os homens são uns babacas. -Cruzei meus braços. -Acredita que... -Fui interrompida por batidas no vidro. O carinha do elevador gesticulava insistentemente do lado de fora.
-Não abr... -Era tarde de mais.
-Pô, gata! Tu nem me passou seu celular.
-Talvez em um dos seus sonhos mais insanos eu te passe meu número. -Apertei o botão e o vidro subiu, abafando sua maldita voz irritante. Era oficial, minha paciência tinha acabado, desejava nunca mais ter que vê-lo.
-Posso ir? -Anny perguntou demonstrando confusão na voz, provavelmente sem entender nada do ocorrido.
-Deve! -Ela arrancou o carro e então saímos do estacionamento.
-Porque você foi cruel com o garoto Dulce Maria?
-Vai por mim, ele mereceu.
-Você sempre acha que eles merecem. -Sorriu sem desviar a atenção do trânsito.
-Ei, isso não é verdade! -Coloquei uma de minhas mãos sobre os peitos fingindo falsa indignação.
-Nunca falei uma verdade tão autêntica em minha vida! -Brincou.
-É, talvez você tenha razão. Mas eles sempre merecem mesmo. -Sorri também. Notei que passamos da rua em que deveríamos entrar. -Você não vai pegar a Maite? -Maite era uma amiga nossa que geralmente nos acompanhava nas noitadas.
-Ela voltou com aquele namoradinho escroto dela -Anny fez uma pausa e revirou os olhos. -De novo.
-Sério? -Bufei -Esse cara ta dominando a vida dela, pensa que ela é propriedade dele. Viu só? Mais um motivo para considerar os homens uns imbecis.
-Primeiro a Carol e agora a Maite -Ela balançou a cabeça negativamente. -Parece que agora somos só nos duas.
-É, parece que sim. E por mim assim vai ser pelo resto da vida. -Liguei o rádio e troquei de estação até achar uma música que nós duas gostávamos. Fomos cantando e conversando alegremente durante todo o percurso.
...
Já se passavam das duas da manhã e eu não sentia vontade nenhuma de ir embora, o local estava muito agradável. Faziam horas que não saíamos mais da pista de dança, estávamos literalmente curtindo a festa.
-Aquele cara fofinho não para de olhar pra você desde que chegamos, Dul! -Anahí teve que gritar para que eu pudesse escutar graças a música alta.
-É, eu notei. -Tomei um gole da minha bebida e o olhei brevemente.
-Pra dizer a verdade, é mais fácil falar quem não esta olhando pra você.
-Eles também estão de olho em você, acho até que está ofuscando meu brilho. -Brinquei.
-Quanto a isso não se preocupe, brilhamos igualmente. -Rimos. -Mas e ai, algum deles te interessa?
-Pra falar a verdade faz um bom tempo que nenhum cara me interessa, mas talvez fique com um hoje .-Disse indiferentemente dando de ombros -Tem teias de aranha em lugares inadequados, se é que você me entende. -A última frase falei um pouco mais baixa, apenas para que ela escutasse.
-Você é ridícula Dulce! -Falou com humor enquanto ria.
-Acho que é a bebida fazendo efeito. -Tomei mais um gole, era a terceira ou quarta dose de caipirinha. -Mas aliás, pra que mais os homens servem?
-Pra trocar lâmpadas talvez? -Também bebeu um gole da bebida que segurava.
-É, talvez. -Rimos.
-Quem sabe um dia algum sirva pra casar? -Anahí fazia o tipo que acreditava no amor mesmo em pleno século XXI, encontrar alguém que pudesse envelhecer ao seu lado era um de seus maiores sonhos. Quanta ingenuidade!
-Não, isso não é pra mim não. -Falei com segurança na voz, balançando a cabeça negativamente.
-Você só tem 24 anos, com certeza ainda irá mudar de ideia.
-Olá, garotas! -Dois caras se aproximaram, nos interrompendo.
-Oi. -Anny os cumprimentou com um sorriso e eu fiquei calada.
-Vocês são lindas! Como se chamam? -O que parecia ser maior falou.
-Eu sou Anahí e ela é a Dul.
-Dulce -Corrigi com um meio sorriso no rosto.
-O que acham de nos sentarmos em algum lugar pra trocarmos uma ideia? -Sugeriu.
-Claro. -Anny sorria, parecia ter gostado do rapaz menor, diferentemente de mim que não gostei de nenhum deles.
-Melhor não. -Disse sem qualquer cerimônia. -Vou ao toalete, daqui a pouco volto -Pisquei pra minha amiga e saí andando, não queria atrapalhar os esquemas dela. Logo senti um puxão no meu braço, odiava quando me tocavam de maneira agressiva, era uma das únicas coisas que detestava em baladas.
-Ei! -O cara maior de antes, que era ruivo e tinha sardas por todo o rosto, falou -Sabe, eu fiquei a fim de ficar com você.
-Que pena, você não faz meu tipo. -Desvencilhei meu braço da mão dele e continuei meu percurso.
Eu não estava com a mínima vontade de utilizar o banheiro então tudo o que fiz foi retocar o batom e ajeitar o cabelo, quando já estava pronta pra sair, de repente, sem qualquer aviso prévio, uma onda de emoções me atingiu, cenas do passado invadiram fortemente minha cabeça, cenas que eu lutei os últimos seis anos inteiros para esquecer. Sem sucesso. Nunca vou ser capaz de me ver livre delas, afinal, esse tipo de coisa a gente nunca esquece. O passado sempre estará lá para me assombrar. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Não! Eu não podia chorar, não podia ser fraca a esse ponto.
-Chega, Dulce Maria! -Repreendi a mim mesma encarando-me no espelho. -Você é uma mulher bonita, jovem, segura e bem sucedida! -Limpei o rosto com as costas de uma de minhas mãos -Capaz de fazer com que qualquer homem caia sobre os seus pés. -Respirei fundo e logo após soltei o ar -O que é passado, fica no passado. -Dei uma última olhada em meu reflexo e sai do banheiro a passos firmes, quase completamente recuperada da recaída anterior. Só podia ser culpa da bebida.
Não gastei muito tempo procurando Anny, logo a avistei. Ela estava em uma parte menos iluminada da boate aos beijos com um homem, se não me engano era o cara de antes pelo qual tinha se interessado, mas não pude ter certeza. Como não queria de forma alguma interrompe-la, procurei um ambiente mais silencioso onde poderia me sentar e esperar, no momento só queria voltar pra casa e dormir. Sentei-me em uma mesa qualquer e me mantive distraída olhando as pessoas na pista de dança, me divertindo pela forma com que algumas delas dançavam, tontas provavelmente.
-Olá! -Um rapaz aproximou-se após algum tempo, o que Anahí definiu como "fofinho"anteriormente. -Posso me sentar ? -Antes mesmo de ter minha resposta já tinha realizado a ação.
-Oi -Respondi de maneira fria. -Já se sentou mesmo. -Dei de ombros. Não estava em um dos meus melhores momentos emocionalmente e por isso fui rude, não que eu trate os homens bem em alguma hora. Tinha meus motivos pra isso, fortes motivos.
-Tudo bem? -O moreno de olhos castanhos escuros sorriu, ele tinha um sorriso fascinante e o olhar extremamente cativante.
-É, estou. -Menti, nunca exporia meus problemas a um desconhecido, na verdade, nunca os expus a ninguém -E você? -Não sei porque mas quis prolongar a conversa, provavelmente pra não ficar sozinha, como me sentia no momento.
-Estou bem. -aquele sorriso estonteante continuou estampado em seu rosto. -Sua amiga te deixou aqui sozinha?
-Ela deve estar por ai. E você, veio sozinho?
-Não, vim com um amigo também mas ele já foi.
-E o que te fez ficar? -Perguntei apenas por perguntar.
-Tinha que fazer uma coisa antes de ir. -Nos olhamos nos olhos pela primeira vez, algo no jeito dele era agradável.
-Posso lhe fazer uma pergunta? -Não perderia a oportunidade de alfinetar o garoto.
-Claro! -Respondeu de uma forma meiga, ele realmente era fofinho. -Até duas se quiser.
-Você me observou a noite inteira, viu que dei fora em todos os caras que chegaram em mim, e modéstia parte não foram poucos. -Notei sua expressão mudar, seu semblante se tornou pensativo, provavelmente tentava decifrar aonde queria chegar com aquelas palavras. -O que te fez pensar que com você seria diferente? -Continuei -Se acha especial? Melhor que os outros? -Pensei que ele iria se zangar ou pelo menos ficar constrangido e sair mas tudo o que fez foi novamente colocar aquele mesmo sorriso no rosto.
-Eu não me acho especial e nem melhor que ninguém, apenas não poderia ir embora sem me arriscar -Deu de ombros -Afinal, o que tenho a perder? Só vim tentar a sorte.
-Admiro sua coragem. -O jeito como ele reagiu de certa forma me surpreendeu. Tinha ganhado pontos comigo.
-E então, aceita tomar alguma coisa?
-Por que não?! -Respondi me repreendendo mentalmente, beber mais era uma péssima ideia. A moça do bar passou por nós e ele a chamou com um gesto.
-O que desejam? -Se aproximou com uma caderneta na mão e então fizemos nosso pedido. Logo nos encontrávamos sozinhos novamente.
-Me desculpe mas ainda não sei seu nome -Retomou a conversa.
-Dulce Maria, prazer. -Sorri.
-É um belo nome -Elogiou -Sou Christopher, Christopher Uckermann e o prazer é todo meu. -Os drinks pedidos anteriormente foram colocados sobre nossa mesa.
-Vem sempre aqui Dulce? -Prosseguiu.
-Venho praticamente todas as sextas a noite com minha amiga, gostamos do ambiente. -Ajeitei o canudinho do copo e tomei um gole da bebida. -Mas e você? -Olhei-o provocativamente. Ele sim tinha me atraído. A resposta demorou um pouco para vir, ele parecia hipnotizado.
-Pra ser sincero, é a primeira vez que venho a uma boate. -Também tomou da sua bebida, vez ou outra olhava para o meu corpo discretamente. Que tipo de cara dessa idade estava indo àquele tipo de local pela primeira vez?
-E você sabe qual a finalidade de ir a uma boate, Christopher Uckermann? -Bebi novamente pelo canudinho, sem desviar o olhar por um segundo sequer, manter contato visual era importante se quisesse seduzi-lo.
-Hã... -Parecia procurar o correto a se dizer. -Conhecer pessoas novas? -Sua resposta, na verdade, veio em forma de uma nova pergunta.
-Também -Sorri brevemente. -Mas a maior de todas as finalidades é conseguir levar alguém pra cama. -Disse isso sem qualquer constrangimento, o que está acontecendo comigo? Em outros momentos me repreenderia fortemente por ser tão direta, geralmente sou uma mulher extremamente séria, mas hoje havia aberto uma exceção, o rapaz moreno do sorriso encantador me agradou muito e a influência da bebida contribuiu bastante para esta decisão. Sabia que deveria ter parado de beber na segunda dose.
-Ah, sim. -Seu rosto adquiriu um tom avermelhado, parecia queimar de vergonha, mas ao mesmo tempo havia um novo brilho em seus olhos que quase pude identificar como desejo.
-E então, o que me diz Christopher? -A última palavra fora sussurrada em seu ouvido.
Sem qualquer aviso prévio ele me beijou, um beijo que começou calmo, mas em pouco tempo se tornou intenso e quente, nossas línguas tinham uma sincronia incrível, parecia que tínhamos sidos feitos para fazer aquilo. Uma de suas mãos segurava o meu rosto enquanto a outra livremente percorria e apertava minha coxa descoberta.
-É só me dizer pra onde quer ir. -Foi a vez dele pronunciar as palavras próximo ao meu ouvido, inevitavelmente senti um arrepio percorrer meu corpo. Seu lado tímido parecia ter desaparecido dando lugar a outro que, na minha concepção, parecia ser bem mais interessante.
-Qualquer lugar mais reservado. -Minha voz saiu fraca, ansiava pelo que estava para acontecer.
-Meu apartamento tem uma vista incrível, sabia? -Me beijou novamente -Adoraria mostrar a você.
-Veja só que coincidência, eu adoraria poder ver. -Nossos olhares estavam vidrados um ao outro.
-Ótimo -Sorriu maliciosamente -Quando quiser.
-Certo -Acabei minha bebida -Vamos?! -Peguei minha bolsa de mão e me levantei, tudo parecia girar um pouco. Vi ele assentir e realizar a mesma ação. O que diabos eu estava fazendo? Agora era tarde demais para voltar atrás, mas tudo bem, cada centímetro do meu corpo implorava para que continuasse.
Autor(a): jivondy
Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Penitenciaria Federal de Campo Grande -Sua liberdade encontra-se novamente em suas mãos. -O supervisor chefe preenchia uma folha que parecia ser a ficha do ex detento em questão -Espero que tenha aprendido a lição e passe a se comportar de acordo com a lei desta vez, apesar de eu ter adorado ver essa sua cara feia durante todos os dias nos &uac ...
Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
beatris Postado em 30/01/2019 - 18:36:56
Tô amando posta mais linda, muito ansiosa com o próximo encontro do meu casal favorito
-
rosasilva Postado em 26/01/2019 - 17:28:29
Cnttt
jivondy Postado em 27/01/2019 - 21:55:09
Oooi! Vou continuar sim! Aliás, acabei de postar um capítulo novo, corre lá pra conferir :) Obrigada por estar lendo, beijinhoooos :*