Fanfic: INVASÃO DE INTIMIDADE - Portinon HOT - Finalizada | Tema: AyD

- Então é isso.

            Maitê termina de contar tudo para a mãe, desde quando saiu da casa e do motivo, até o dia anterior.

- Oh, meus Deus! Maitê, você ia...

- Eu não sei, mãe, eu juro que não sei. Eu estava cega de raiva e de tristeza. Eu só queria feri-la. – O arrependimento da garota é visível.

- Oh, meu amor. – Maria se aproxima da filha e a abraça. – Está tudo bem, pequena, eu sei que não faria isso.

- Mãe, eu... Eu juro que não queria, mas eu acho que vi o meu pai.

- Seu pai? – A mulher se afasta rapidamente.

- Sim, o homem que nos ajudou, eu tenho quase certeza que era ele. Eu não tenho como saber, mas ele nos ajudou e estava preocupado comigo, eu acho que era ele. Era muito parecido com o Pedro.

- Como... Como ele era? – Maria está nervosa. Maitê descreve tudo do homem e então ela tem certeza, era ele. – Oh, meu Deus. É muita informação. – Suas mãos vão para o cabelo.

- Era ele não era?

- Eu... Eu acho que sim. – A mais velha abaixa a cabeça e suspira, é hora de falar a verdade para a filha. – Senta aqui, meu amor, vou te contar algo que já deveria ter contato há muito tempo.

            Maria senta ao lado da filha à mesa, chegou a hora da verdade. Ela começa a falar sobre todo o passado, como conheceu seu pai. Como se apaixonou e como ele preferiu viver a vida regada de dinheiro sujo, mas foi bem sincera ao dizer que ele mesmo confessou que não conseguia sair, que por esse motivo preferiu não envolver seus filhos em toda aquela bagunça.

- Ele ama vocês, filha, apesar de tudo, eu sei disso, mas ele preferiu a vida de antes, até hoje me pergunto se o que ele fez foi honroso ou covarde. Ele deposita dinheiro em uma conta todo mês, desde que foi embora e acho que já deve ter bastante. Eu nunca o usei para nada. Esperava um dia contar a Pedro e ele decidir o que fazer, pois tenho certeza que você não vai querer esse dinheiro.

- Você tem razão. – Maitê está confusa e surpresa com a verdade.

            Maitê sempre soube que o pai abandonou a família, só não sabia o motivo. Agora tem o mesmo sentimento da mãe. Ele é herói ou bandido? Porém a ajudou e isso não pode negar. Ajudou-a sem ela saber quem ele era. Só descobriu porque sua noiva a perguntou se o conhecia e plantou a sementinha da dúvida dizendo que ele parecia muito com o cunhado e só então percebeu onde Angelique queria chegar. A loira tinha razão.

- Eu... Eu não sei o que dizer, filha. Ele está ao seu lado. O “trabalho” dele é ao lado da escola. Temia esse reencontro. Ele já havia te visto, quando Angelique foi te levar na escola, ele me ligou.

- E você falou de mim e de Angelique?

- Não tinha muito o que dizer, ele viu vocês.

- E ele ficou bravo?

- Não, ele ficou feliz, pois viu que a pessoa que estava com você mostrou gostar muito da filha dele, só pediu para que não falasse dele para você, que ele iria evitar o encontro.

- Ele fez isso. Angelique me disse que ele estava lá por Fernando.

- Eles eram amigos, ou alguma coisa perto disso.

            Elas se encaram e ficam em silêncio por um tempo, apenas digerindo a informação. Maria tem medo do que a filha quase fez, agora agradece ao homem que amou por evitar uma tragédia. Maitê tenta lidar com o fato de saber o passado e o presente do pai, ela só tem certeza de uma coisa, sua vida está muito boa, aquele homem a colocou no mundo, mas ele fez sua escolha, então respeitará isso. Para ela, ele não existe. Maitê levanta e vai até a mãe, a abraçando.

- Somos só eu, você e o Pedro, para sempre. Agora eu tenho a Angelique. Ela cuida de mim e eu a amo, vamos seguir nossas vidas. Apenas isso. – Maria começa a chorar.

- Obrigada, eu amo você, minha menina.

- Eu também amo você, mamãe.

..........*****..........

- Angelique, como você pode ficar perto daquela mulher e ajudá-la?

            Rodolfo grita para a filha, depois dela contar tudo, está com o rosto em tom avermelhado, tamanha é sua raiva, a mãe apenas chora, depois de perceber o perigo que a filha correu.

- Pai, isso tudo é passado. Ela mudou, eu mudei, seguimos em frente. Eu nunca vou perdoá-la e nem serei sua amiga, mas não poderia deixar que uma injustiça acontecesse, você me ensinou a ser leal e justa, eu não mudaria meus princípios agora.

            O homem fica parado, sua filha sabe usar as palavras para convencê-lo de algo. É esperta.

- Garota...

- Estou falando sério, pai. Anahí Portilla é a noiva dela e sabe de todo o passado de Dulce Maria, quem sou eu para julgá-la? Ela errou e se mostrou muito arrependida. Se aquela mulher está disposta a casar com ela, eu não vou interferir.

- E como pretende fazer isso se está fechando negócios com ela?

- Eu estou fechando negócio com a AP Calçados e não com Dulce, por mais difícil que seja de acreditar, ela não interfere em nada nos negócios da noiva. Eu disse a você que ela estava disposta a mudar por mim, nós fomos enganadas por Fernando. Mas agora ela o enfrentou por Anahí.

- E o que Maitê acha disso tudo? – A mãe enfim se manifesta.

- Ela me apoia. Mãe, pai, não tem com o que se preocuparem, eu nem vou tratar diretamente com Anahí, é uma situação estranha e concordamos com isso. Mas o negócio é muito bom para recusarmos. Ela repassou para o seu vice-presidente e é com ele que vou conversar.

- Certo. Vamos com calma. Então tudo isso é real, fecharemos negócio com a AP Calçados, onde a dona é noiva da mulher que extorquiu dinheiro nosso? – Rodolfo ainda tenta se convencer daquilo, pois sua vontade um dia foi matar Dulce.

- Não foi ela, foi o pai dela. Não estou justificando, mas eu entendo o lado de Dulce. Esse acabou sendo o seu destino devido ao passado e ao pai.

- Você levou um tiro Angelique. – Roberta diz, chorando.

- Eu estou bem, mãe. Foi no ombro, nem levou ponto, foi só de raspão. Pai, eu estou feliz, tudo está se encaixando. Eu encontrei uma mulher incrível que sempre esteve ao meu lado. Agora eu só quero cuidar dela, assim como ela fez comigo durante todo esse tempo. – A loira mais nova encara o homem que ainda tem a expressão séria.

- Eu não estou gostando nada dessa história, mas você é adulta e eu confio em você. Vejo que você ama aquela menina, eu só quero a sua felicidade e se está feliz, é isso que importa.

            Angelique sorri e vai abraçar o pai. É hora de esquecer o passado e investir em seu futuro.

..........*****..........

 (16 de setembro de 2017, Sábado)

- Você está pronta? – Anahí pergunta à noiva que se arrumava no quarto de hospital, recebeu alta nesse sábado.

 - Sim. – Dulce pega as duas muletas e fica de pé.

- Você consegue andar?

- Sim, amor.

- Certo, vamos.

            Anahí pega a pequena mala que tem suas roupas e da noiva e sai, deixando Dulce se virar sozinha, sabe que a morena é orgulhosa demais para pedir ajuda. Quando elas saem do hospital, encontram vários paparazzi.

- Anahí, você está bem? Como sua noiva está?

- Dulce? Seu pai queria matar sua noiva?

- Vocês ainda irão casar?

- Você irá processar Dulce pelo que o pai dela fez?

- Anahí, Dulce, olhem para cá.

            Essas são as perguntas que escutam enquanto se encaminham para o carro, escoltadas pelo segurança, que agora são cinco, em dois carros. Elas entram e Dulce é ajudada pela noiva a se acomodar.

- Você está bem? – A loira pergunta quando já estão sentadas no banco de trás do carro.

- Amor, para de ficar perguntando isso, eu estou bem.

- Não estou perguntando por sua saúde física e sim por seu emocional. Afinal era seu pai.

- Ele queria machucar você, só isso foi motivo suficiente para eu odiá-lo.

- Tudo bem. Vem aqui.

             Anahí a puxa para deitar a cabeça em seu ombro, fazendo carinho em seu cabelo. O silêncio se fez presente, elas só precisam sentir a presença uma da outra. Minutos depois já estão na grande cobertura. Elas vão direto para o quarto, pois apesar do orgulho da maior, a perna dói e precisa de cuidados e descanso.

- Você está com fome?

- Um pouco. – Dulce está sonolenta.

- O que quer comer?

- Eu poderia dizer você. – Ela boceja. - Mas estou tão leve que com certeza te deixaria na mão. – Acomoda-se na cama, aos poucos vai fechando os olhos.

- Durma, meu amor. Os remédios ainda estão fazendo efeito em seu corpo.

            Anahí beija a testa da maior e puxa a coberta para cima da noiva, que já está totalmente adormecida. Ela desce para a cozinha e encontra Marta preparando o almoço.

- Como ela está?

- Dormindo agora. Ela está cansada.

- E você? – Ela olha para a menor.

- Sinceramente, satisfeita, acho que agora tudo está se encaixando. Eu a amo demais “Babá”, não consigo mais viver sem ela, estou simplesmente feliz. Vou casar e seguir minha vida. O passado é passado, é lá que deve ficar. – A mulher mais velha sorri.

- Seus pais ficariam orgulhosos de você, assim como eu estou.

- Eu sei. Eles só queriam que eu fosse feliz e nesse momento eu estou.

            Ela sorri para a mulher, essa é a mais pura verdade. Anahí está completa, pois é assim que ela se sente ao lado de Dulce, a mulher que entrou em sua vida por um desvio, mas permanecerá para sempre em linha reta.

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- Um mês? Você pirou? – A morena quase grita.

- O que é que tem? Para que perder tempo?

- Angelique, é um casamento.

            Elas estão no quarto da loira, pois na noite anterior dormiram lá depois de uma longa conversa com os sogros sobre o casamento e outros detalhes.

- Eu sei, o nosso casamento. É muita burocracia e por isso quero que seja logo.

- Você é louca. Amor, é um mês.

- Não precisa me lembrar disso. Você já disse sim, vai dar para trás agora?

- Não é isso, e você sabe. Isso para mim é para sempre, Angelique, quando assinarmos aqueles papéis não terá mais volta. – Maitê acredita plenamente na união de um casamento.

- E você acha que eu não penso da mesma forma?

- Você só tem vinte e dois anos, tem certeza disso?

- Eu tenho certeza que te amo e quero passar o resto dos meus dias com você, então sim, eu tenho certeza que quero me vincular a você para sempre. – Ela chega perto da noiva e a abraça pela cintura. – Eu amo você, morena, nem se eu tivesse quinze anos, mas sentisse o que sinto por você, estaria com dúvidas.

            Maitê suspira e deita sua cabeça no ombro da loira, que beija seu cabelo. Ela sorri contra a pele da mulher, aquilo sim é um final feliz.

- Eu amo você, sua idiota, e está me fazendo a mulher mais feliz desse mundo. Mas não vamos ter filhos agora, sua mãe me assustou com aquela história de netos. – A loira começa a gargalhar ao se afastar da noiva.

- Não se preocupe, vamos ter tempo. Primeiro, você terminará a sua faculdade e depois falamos sobre isso.

- Perfeito.

            Elas se beijam. Agora é só investir e saber lidar com as diferenças de classe social, mas Maitê prometeu ser compreensiva e mais aberta a essa situação, e Angelique a ser mais controlada e dar o tempo necessário à noiva. Elas viviam em mundos diferentes, mas é nesse mundo que devem encontrar um meio termo e lidar com as diferenças. Perto do que já passaram e sofreram, conseguiram ultrapassar esse obstáculo facilmente.

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15 DIAS DEPOIS

(30 de setembro de 2017, Sábado)

- Eu vou matar você, eu juro que vou. – A morena está furiosa.

- Era só isso? Vou desligar.

- Carla, não ouse...

            E ela desligou. Anahí joga o celular com força na parede. Sua prima lhe pagará caro, não só ela, Dulce também.

É noite de sábado e Carla chegou para convidá-las para sair, mas a milionária não aceitou, pois queria descansar, já que na segunda iriam viajar para a lua de mel, tiveram uma cerimônia simples no cartório, para Carla aquilo é uma vingança por conta da prima não deixá-la fazer uma festa, mas o problema é que Dulce aceitou sair, não demorou três minutos para chegar notícias no celular da milionária com fotos das duas em uma boate de strippers. Anahí está enfurecida. Elas a enganaram e pagariam caro.

- Ela vai nos matar. – Dulce diz ao encarar Carla.

- Talvez, mas quem dorme ao lado dela é você e não eu. – A ruiva diz, sorrindo, indo para uma mesa bem perto de onde uma morena dança.

- Desgraçada. Eu estou fodida, muito fodida.

Ela passa a mão no rosto, com certeza já se arrependeu dessa decisão.