Fanfics Brasil - Capítulo II Isso é Amor? Peter

Fanfic: Isso é Amor? Peter | Tema: Jogo Is it Love?


Capítulo: Capítulo II

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CAPÍTULO 02


Já faz duas semanas que estou trabalhando com 'au pair' para os Báthory, uma família bem estranha. Eu digo estranha, porque além de sua mansão que parece um cenário perfeito para um filme de terror, eles são... particulares.


Primeiro o Nicolae, o mais velho que cuida de seus irmãos na ausência do pai, o Senhor Vicktor. Parece que ele veio diretamente de outro período do tempo, sua forma galanteadora, seus costumes e seu modo de falar não tem nada a ver com o do século atual, realmente ele não fala como a gente. Agradeço que tenha sido ele a me atender aquela noite, pois se fosse o Drogo tenho certeza que ficaria plantada na porta.


Sim, depois tem o Drogo (Arrrgh!), o irmão mais novo entre os três homens da casa, uma bomba relógio, ele é do tipo que aparece do nada disparando comentários desagradáveis e depois desaparece imediatamente. Ele é tão irritante, orgulhoso e totalmente imprevisível, quanto a irmã mais nova Lorie, a garotinha que eu cuido durante o final da tarde quando não está na escola e à noite.


Eu suspeito que essa garotinha esteja fazendo tudo o que pode para me fazer ir embora...


... Quem sabe, talvez, todas as outras babás acabaram indo parar no manicômio!


E então o criador da melodia inebriante que muitas vezes invade os corredores da mansão. O doce e melancólico Peter...


~ ~ ~


Acabei de me matricular na Universidade de Mystery Spell, esse é um dos motivos que me levaram a escolher essa cidade para me refugiar.


Após um longo trajeto a pé chego enfim na mansão dos Báthory, não vejo ninguém, subo para o meu quarto e deito na cama, suspiro e fecho meus olhos e logo ouço que Peter está tocando e aprecio a melodia. Ele não sai dos meus pensamentos, desde que me mudei para a mansão só consigo pensar nele e naquela noite.


Não sei porque, mas o Peter me fascina. Ele é tão bonito e ao mesmo tempo tão secreto que é difícil começar uma conversa com ele. Um verdadeiro OVNI, parece sempre estar acima de tudo, como se as coisas do nosso mundo não o interessassem. As vezes acho que ele veio de outro planeta...


Por enquanto, não ousei falar mais com eles, desde a primeira noite aqui. Eu provavelmente deveria engolir o meu medo e bater a sua porta. Eu me levanto da cama, determinada a falar com o meu belo pianista, quando uma pequena fúria entra no meu quarto.


Lorie: "As crianças na escola são todas estúpidas!"


Ela se esparrama na minha cama parecendo uma estrela do mar.


Laura: "Eles foram desagradáveis com você?"


...A Lorie olha para mim, ela parece estar se perguntando se vai me responder ou não. Com um sorriso tenso no rosto, eu mentalmente recito um mantra para tentar ficar zen...


Lorie: "Tem um menino que me irrita...Ele fica rindo de mim!"


 Laura: "Você sabia que quando os meninos tiram sarro de você, às vezes é porque eles gostam de você!" – digo com um sorriso compreensivo


Ela olha para mim por um momento, com os olhos arregalados e corando, rapidamente retoma seu beicinho irritado.


Lorie: "Você está falando bobagem! O que você pode saber sobre isso? Você nem tem namorado"


(Touché!)


Com uma vida mais que tumultuada, na verdade não tive tempo de considerar isso..., mas não estou desesperada!


Laura: "Você quer brincar?"


Poder ser uma boa maneira de parar de ficar pensando em Peter e leva-la de volta ao seu quarto. Ela suspira como se o que eu propus a irritasse profundamente.


Lorie: "Não! Venha"


Às vezes sinto que eu estou trabalhando para uma ditadora de saia. Lorie tem apenas seis anos de idade, mas tem a confiança de uma mulher adulta. Ela me faz ir para seu quarto e vamos diretamente para seu closet dos sonhos...


Lorie: "Eu tenho que me arrumar para o baile da Senhora Afiada e do Senhor sem Cabeça, eu preciso de um belo vestido..."


Laura: " Eu pensei que o Senhor sem Cabeça tinha cortado a garganta da Senhora Afiada..." – digo sorrindo


Lorie: "Oh..., eles fizeram as pazes de novo!"


É claro que haveriam menos divórcios se todos nós tivéssemos de viver no mundo da Lorie...


Aceno com a cabeça em aprovação de sua escolha de vestido, enquanto rezo para ela se cansar dessa brincadeira. Depois de uma hora ele me diz que já cansou e me pede para deixa-la sozinha.


(Aleluia!!!)


Estou indo para o meu quarto e percebo que há outra pessoa no corredor. É o Drogo. Como sempre que o encontro, cerro os punhos e o maxilar.


Drogo: "Fica calma pequenina, ordenaram que eu me comportasse"


Ele dá um olhar de gozação e se aproxima tão graciosamente que poderia pensar que ele está flutuando acima do solo.


Drogo: "Talvez eu coma você mais tarde, quando o Santo Nicolae não estiver no meu pé..."


Eu fico estupefata, o que eu deveria pensar? Ele desaparece despreocupadamente pelo corredor.


(Essa família é realmente estranha)


Um pouco abalada, vou para o meu quarto. Já passei por bastante drama, não quero novos problemas, resolvo esquecer isso...


~ ~ ~


O tempo passa e a noite cai. A mansão fica silenciosa e escura, da minha janela, mal consigo ver a rua abaixo. Por um momento me perco em meus pensamentos quando, de repente, ouço o som doce e triste ecoando em minha melancolia noturna. O Peter ainda está tocando... Senhor ele é tão cativante quanto a música que toca em seu piano!


(Agora já chega!)


Eu tenho fantasiado com ele a dias! Tenho que dar um jeito de ir falar com ele! Me sinto nervosa, abro a porta do meu quarto para ver de qual quarto vem o som. Eu meio que gostaria de bater na porta do Drogo por engano...


A melodia vem de um dos quartos, um pouco mais pro fim do corredor, a porta está entreaberta, vejo uma luz fraca. Silenciosamente me aproximo, como se eu estivesse hipnotizada. Nunca ouvi uma música tão triste e tão bonita, é como se cada nota se envolvesse em meu coração gentilmente, quase com ternura.


Sem fazer nenhum barulho, eu olho para dentro do quarto, mas meus olhos ficam imediatamente atraídos pelo piano na parte de trás do recinto e pelo homem que está tocando. Suas costas são grandes, sua cintura é delgada e bem definida. Só consigo ver seus cabelos desgrenhados e pretos roçarem seu pescoço.


(Bem, é agora ou nunca!)


Sua maneira de me olhar de vez em quando, achando que eu não estou vendo, me faz querer me aproximar dele. Fico por um momento observando-o tocar, cativado pela música depressiva e delicada. A cabeça dele muda ao ritmo das notas como se o mundo exterior já não existisse nesse momento, somente a sua dor que se expressa ao tocar os dedos nas teclas do piano.


Na verdade, eu deveria sair daqui! Não é o momento para conversarmos e nos conhecer. Então eu lentamente saio (Covarde!!!), e o chão range abaixo dos meus pés...


(Droga!)


Eu quase não tenho tempo para olhar, e ele apareça de pé na minha frente. Eu engulo seco (Ai caramba!), ele é tão magnífico seu cabelo preto desgrenhado se enquadra perfeitamente com seu rosto angelical com características finas. Mesmo na luz fraca, posso ver seus olhos verdes brilhantes, encantador...


(Droga! Ele é tão bonito quanto sua música...Aiiii)


Peter: "O que você está fazendo aqui? Não deveria nem pensar em vir"


Sua voz é suave, quase doce. Eu dificilmente ouvi uma voz tão bonita, tão particular.


(Ele deveria usá-la com mais frequência!)


Sinto meu rosto corar...


Laura: "Sim, eu não deveria ter vindo"


Eu devo estar parecendo uma psicopata, observando-o de sua porta. Ele ignora a minha observação.


Peter: "Eu costumo tocar tarde da noite, serei mais cuidadoso e fecharei a porta da próxima vez, por favor não volte mais aqui"


Ele está obviamente tentando colocar alguma barreira entre nós, mas isso não me afeta, eu realmente quero saber mais sobre ele, descobrir o que esconde por trás desses belos olhos verdes. Peter me observa com impaciência e está preste a bater a porta na minha cara, sua maneira de me responder com frieza me perturba, mas hajo como se nada tivesse acontecido.


Laura: "Você compôs essa música?"


Peter: "Sim" – diz secamente


Ele desperta minha curiosidade, mas ele ainda não parece disposto a falar comigo, insisto porque seus dedos percorrendo o piano realmente me fascinam...


Laura: "Você é um músico profissional?"


Ele parece perdido em pensamentos, como se as memórias estivessem passando por sua cabeça. Seus olhos ficam enevoados de tristeza.


Peter: "Não mais"


Não mais? Como um jovem pode falar assim? Ele está prestes a fechar a porta...


Laura: "Eu realmente gosto de te ouvir tocar"


Ele olha para mim, me observa com um olhar estranho em seus olhos e sem mais nenhuma palavra ele fecha a porta na minha cara. Percebo que estava segurando a respiração aguardando a sua resposta, mas, agora recupero o fôlego.


(Isso que se chama de um bate-papo relâmpago!)


Me apoio contra a porta e falo em voz baixa...


Laura: "Eu não me importaria com uma conversa mais calorosa!" – digo com raiva


Não sei se ele me ouviu. Volto ao meu quarto pensando em sua personalidade intocável, notei a tristeza em seus olhos e isso me tocou profundamente. E essa música que ele toca! Quero saber mais sobre ela também. Ele é tão inacessível, mas tenho certeza de que conseguirei tirá-lo de sua concha! E que não deveria apressar as coisas, provavelmente levará algum tempo antes que eu consiga domá-lo. Volto para a cama, quando ouço a música ressoar fracamente, eu sorrio. A musica é muito sombria para eu dormir, especialmente após a interação que acabei de ter com Peter.


Ele é tão bonito, mas parece tão desesperado! Como se parte dele não estivesse realmente aqui, no mundo real, comigo! Peter parece me enfeitiçar como se fosse mais mágico do que humano. Eu não sei por que, mas eu me sinto conectada a ele...


Por mais uma hora, eu o escuto tocar, incapaz de adormecer. O Peter vai tocar a noite toda? Ele não dorme...? (Quem é você Peter?... Você parece um diamante preto, tão brilhante e tão escuro...).


Não consigo dormir, fico inquieta. Tenho que tomar cuidado para não pensar em todas as coisas que passam pela minha cabeça, ou isso pode despertar..., levanto da cama e abro a janela, o cheiro único da noite me atinge. Eu ouço os sons dos animais noturnos, eu até penso ter escutado um lobo. A lua está no alto do céu e ilumina os jardins da mansão, com suas árvores, sebes, flores e arbustos. A sensação é maravilhosa, olho para o celular e percebo que já está bem tarde (Vamos, Laura, para a cama!), suspiro e tento adormecer novamente. Se eu não conseguir, vou ficar um caco amanhã. A música do Peter muda um pouco como se ele tivesse ouvido minhas lamúrias e quisesse me ajudar a dormir, a melodia é doce, como uma cantiga infantil, delicada e lenta. Sinto que ele quer me forçar a dormir. Está música me faz esquecer o desconforto que a mansão me causa.


Olho para a janela, a lua está cheia, e então vejo os movimentos de deslumbrantes asas brancas no céu. É ela! Desde que cheguei a Mystery Spell, uma coruja tem me vigiado. Abro a janela para que possa sentir a minha presença. Ela se aproxima e vem descansar no beiral da minha janela, eu a considero uma presença reconfortante neste lugar estranho. Ela não se afasta.


Meu relacionamento com esse animal é tão especial que eu até lhe dei um nome, Blanca, acaricio-a, e ela dá um pio de satisfação e voa novamente se afastando sentido a floresta que se estende atrás do jardim da mansão. Fecho a janela e volto, me sento com as pernas cruzadas na minha cama, eu fecho meus olhos e foco novamente na melodia que Peter insiste em tocar, pouco a pouco, eu consigo dormir um pouco...



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Autor(a): valente92

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