Fanfic: Corações rompidos +18 (Vondy) | Tema: Vondy; Dulce María y Christopher Uckermann

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Tudo estava incrivelmente lindo. Não consigo acreditar que passei horas, dias e meses escolhendo cada pequeno detalhe do que estaria ali ou não. Era incrível como tudo estava do jeitinho que sempre havia imaginado, até parecia um sonho. Mas eu sabia que não era um sonho. O vermelho vinho era tão penetrante e forte, se destacava sobre os tecidos branco que corriam às mesas. Observei por longos minutos um por um dos convidados chegando e escolhendo seus lugares. Alguns pareciam surpresos e satisfeitos com a decoração, mas outros... Deu para ver claramente que não os agradou. E o que importa? Minhas escolhas não foram por eles, foram para o meus noivo, o qual odeia qualquer tom de vermelho. Soltei um suspiro pesado, querendo continuar parada na janela, assistindo tudo sem precisar participar. Impossível. O que será do casamento sem a noiva? É, eu sei. Também queria saber.

Afastei-me antes que alguém acabasse me vendo, ou melhor dizendo, antes que eu tornasse o alvo dos olhares ansiosos do noivo. Dizem que dá azar o noivo ver à noiva antes da cerimônia. Será que eu deveria deixá-lo me ver?

Queria usar o mesmo vestido que à minha mãe usou, mas não senti que esse momento estava sendo tão especial a ponto de usá-lo. Então, acabei optando por vestido mais simples, não chamava muita atenção e nem era de uma marca famosa. Além disso, era bonitinho. O véu era exageradamente longo, fiquei com medo dele acabar arrancando meus cabelos enquanto eu caminhava na direção do altar. Não faço ideia de como funciona, nunca me casei antes.
Faltava apenas fazer minha maquiagem.
Respirei fundo, sentindo meu coração saltar com força. Queria que ele ficasse calmo para me ajudar, mas não. Ele estava mais agitado do que eu. O que poderia fazer para que tudo desse certo para nós dois? Ninguém deixou-me tomar remédio algum, nem mesmo calmante. Vovó dizia que o remédio poderia me dar sono e não seria adequado uma esposa dormir na noite de núpcias. Droga. Ainda tinha essa outra parte. O pior de tudo era saber que o meu futuro marido estava louco para fazer "amor" comigo. É claro que eu sabia, ele não me deixava esquecer.
Eu preciso de um buraco para me enfiar e não sair mais de lá.

Comecei a ficar tensa. Agora minha mente deu-me outra coisa para me preocupar, a famosa "lua de mel". Não faço ideia do que fazer. Não poderei mais usar a desculpa "quero me casar virgem". Bem, nem virgem sou mais. Mas consegui me segurar o máximo possível. Na verdade, ele não me fazia sentir desejos sexuais por ele. O que é muito estranho. Já me perguntei se sou lésbica ou se estou com defeito de fabricação. Como posso me casar com alguém que nem sequer desperta o desejo em mim?

— Dul? — bateram na porta do quarto. Respirei fundo, contando mentalmente até dez. Pensei se deveria responder ou fingi que morri. Mesmo se inventasse uma coisa dessas, não ia durar muito tempo. Então...

— Entra.

— Uau. Você está muito linda! Parece uma princesa de contos de fadas. — Disse minha mãe. Ela se aproximou com seus braços abertos, pensei que fosse me abraçar, mas, apenas me girou no quarto. Mamãe queria ver de vários ângulos diferentes como eu estava dentro daquele vestido. — Aí, meu amor, o Paco vai cair durinho quanto te ver.

— Espero que caía longe de mim. — comentei, aborrecida por voltar a pensar nele.

— Que isso, filha?! Para de dizer essas coisas. — Mamãe mudou de humor rapidamente. — Termine de se arrumar, está bem? Quero que eu chame a Cláudia ou a Blanca para te ajudar?

Neguei com a cabeça.

Pior do que isso tudo seria aguentar o discurso da defensora dos casamentos, vulgo Cláudia, insistir em fazer-me entrar na onde de sua doce fantasia. É claro que eu a amo, mas quando se trata de alguns assuntos, discordamos de muitas coisas. Casamentos é uma delas.
Mamãe deixou um beijo na minha testa e saiu do quarto, sem fechar a porta. Isso significava que, minhas irmãs iriam aparecer. E apareceu.

Cláudia e Blanca entraram, fazendo a mesma coisa que mamãe. Cláudia reclamou dos meus cabelos sem um penteado decente. Blanca revirou os olhos e pegou seu kit de maquiagem para fazer um reboco na minha cara.

— Não exagarem, por favor. — pedir, mesmo sabendo que seria completamente ignoranda. Era sempre assim, vamos ignorar a caçula e tá tudo certo.

Cláudia deu um puxões em meus cabelos, usou laquê e abusou dos grampos de cabelo. Fiquei com medo de sair careca de lá. Depois de finalizar, ela encaixou a tiara e o véu.

Chegou a vez da Blanca, a mais velha de todas nós, era especialista em maquiagens. Ela adorava transformar as pessoas, não era atoa que trabalhava para famosos. Não sei exatamente por quantos "séculos" fiquei sentada na cadeira de madeira com a minha bunda doendo, sem poder me mexer, apenas deixando meu belo rostinho nas mãos dela.

— Prontinho. Terminei. — Blanca afastou-se, completamente orgulhosa do seu trabalho.

Abri os meus olhos e olhei na direção das duas. Ambas me encaravam com incredulidade.

— Caramba! Você faz milagres, Blanca. — Brincou, Cláudia. — Sério. Dul, você tá irreconhecível. Nossa, o Paco vai querer te atacar antes de você chegar até ele.

Cláudia riu. Fiquei séria e furiosa por causa do seu comentário desnecessário.

— Realmente, mana. Você deveria se arrumar mais. Está divina. Até parece uma atriz de Hollywood.

Revirei os olhos rapidamente. Elas não poderiam estar falando sério. Por serem as mais velhas, sempre encontravam um jeito de tirar onda com a minha cara.
Quando me olhei no espelho, fiquei surpresa. Eu estava diferente e muito bonita. Não que eu fosse feia, nada disso. Sempre fui linda do meu jeito único, mas passei a evitar maquiagens. Apenas usava lápis de olho e brilho labial. Já era o suficiente para mim.
Mesmo gostando do trabalho que minha irmã fez, eu não queria inflar o ego da minha "idosa".

Agradeci as duas com um forte e longo abraço, até parecia que seria um adeus. Nunca me senti tão confortável e segura, mas ao se separar, senti medo. Um arrepio percorreu minha espinha e meu coração voltou a acelerar. Bateu uma puta vontade de chorar, de gritar e implorar para não me deixarem ir. "Calma, Dul. É normal ficar assim antes de um evento tão importante", pensei tentando me consolar.

Claudia saiu correndo ao ouvir um choro de criança. Fiquei um pouco aliviada quando ela saiu, eu não queria ter que ouvir seus conselhos de irmã sábia e madura, ainda mais por ela já ser casada. Meu peito comeocu a arder de tanta angústia.

— O que foi? Está tudo bem? — Blanca olhou no fundo dos meus olhos, senti ela invadindo minha alma e descobrindo todos os meus segredos.

Pensei se deveria abrir o jogo ou deixar como está. Seria mais fácil não precisar explicar nada.

— Estou bem. — menti, tentando ao máximo não expressar o que sentia.

— Dul, não minta para mim. Eu te conheço desde que você nasceu.

— É sério, estou bem. Muito bem. Não vê? — abri um sorriso de orelha a orelha, tentando mais convencer disso do que ela.

Ela fechou a cara, soltou um suspiro. Agora pareceu a mamãe quando fica brava comigo porque quebrei alguma coisa.

— Você pode até mentir pra si mesma, mas não consegue fazer isso comigo, Dulce María! — sua voz ficou alterada. Fiquei parada que nem uma estátua. Logo sua voz se tornou mais suave —  Essa é sua única oportunidade para falar o que quiser antes de se tornar uma Álvarez.

Droga. Droga. Droga! Logo Eu deixaria de ser quem sempre fui, para me tornar alguém que eu não queria ser. Por que eu estava tão assustada? Eu não senti nada disso quando aceitei me casar com ele. Não havia nada dentro de mim; nem medo, nem angústia, desespero, muito pelo contrário, eu estava radiante, entusiasmada e boba. Soltei um suspiro derrotado, deixando meus ombros caírem e olhei para baixo. 

— Não sei se estou fazendo a coisa certa. — confessei, deixando minha voz sair o mais baixo possível. Suas mãos tocaram as minhas e eu não tive coragem de encara seus olhos. Com certeza ela estaria sentindo pena de mim. – Sinto que estou perdendo...

Um silêncio tomou conta do ar. Até pensei que alguém poderia ter entrado na hora, mas não ocorreu isso. Blanca apenas ficou quieta enquanto absorvia minhas palavras.

— Dul, eu sempre te admirei por ser uma garota forte e decidida. — o silêncio foi quebrado, senti um pouco de alívio. — Você sempre fez o que dava vontade sem se importar com o que os outros vão pensar. Era por causa disso que você sempre levava bronca dos nossos pais. — ela riu. — Não faça o que os outros querem que você faça, apenas faça o que sente vontade, igual antes. Sem medo.

Levantei minha cabeça lentamente e encontrei o seu olhar. Blanca colocou sua amo no meu peito, e disse:

— Busque a resposta em seu coração.

| continua...

Até o próximo capítulo, amores. |