Fanfics Brasil - Capítulo 4 Corações rompidos +18 (Vondy)

Fanfic: Corações rompidos +18 (Vondy) | Tema: Vondy; Dulce María y Christopher Uckermann


Capítulo: Capítulo 4

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Christopher.




Lésbica. Natália, minha esposa, é lésbica. Simples assim. Não, não era simples coisa nenhuma. Um furacão passou pela minha cabeça e deixou minha mente completamente bagunçada. No meio dessa catástrofe mental, procurei um motivo para tudo isso, mas não dava para pensar em mais nada além dos nossos longos anos de casados. Não foram cinco dias, foram anos. Anos em que trocámos juras de amor, carícias, beijos e tudo mais. Compartilhamos tantas coisas, fazíamos tudo juntos e parecia que nada poderia estragar esse romance perfeito. Mas estragou.


Estávamos cercados por um silêncio subitamente perturbador. Não falei mais nada, e ela tampouco. O que eu deveria fazer? Convidá-la para tomar uma cerveja enquanto conversávamos empolgados por gostarmos da mesma fruta? É claro que não. Isso é tão ridículo. Tão assustador.


Será que a culpa é minha? Depois de cinco anos, não fui capaz de satisfazê-la como deveria? Não pode ser. Ela não pode ter me enganado esse tempo todo. Não pode ter fingindo que sentiu prazer na hora do sexo. Droga.


— Chris... — disse Natália, quebrando o silêncio. — Não vai falar nada?


Não respondi. Continuei no meu estado imóvel, sem saber como agir diante daquela situação constrangedora e perturbadora. Natália parecia se outra pessoa, uma mulher completamente desconhecida para mim, era como se não tivéssemos tido nada, mas ao mesmo tempo, tudo.


Molhei minha garganta com um pouco de slaiva, mesmo assim, não adiantou nada. Ela continuava seca e áspera.


Natália pegou minhas mãos e começou a acariciá-las, como se fosse ajudar em algo. Senti as pontas dos seus dados gelados tocando delicadamente nas costas das minhas mãos. Antes, aquele ato era bom, hoje estava sendo uma tortura. Afastei-me rapidamente e joguei o meu corpo um pouco para trás. Queria manter distância da desconhecida, por mais que o meu coração gritasse para agarrá-la.


— O que isso significa? — perguntei, mesmo sabendo qual seria sua resposta. Só não quis acreditar na voz que gritava dentro da minha cabeça. Fechei os meus olhos, lutando contra o meu próprio corpo para não deixar nenhum lágrima descer agora.


— Chris... — começou ela. — você sabe.


— Me responda, Natália. Que porra significa isso?


No silêncio que ficou novamente entre nós dois, pude ouvir sua respiração ficar acelerada.


— Quero o divórcio. — sua voz saiu baixa e cada palavra fora cuidadosamente dita, como se fosse capaz de não me machucar.
Não respondi, senti um nó se formar em minha garganta. Abri os meus olhos vagarosamente, sentindo uma ardência surgir dentro do meu peito, fazendo o meu mundo desmoronar num estalar de dedos. Tive que levantar do sofá para sair de perto dela, seu perfume estava me causando náuseas. Aquele maldito perfume francês que eu adorava. Aquela fragrância já tinha o seu cheiro registrado como se fosse feito exclusivamente para ela. Não adiantou porcaria nenhuma, eu me sentia sufocado e o ar não parecia entrar nos meus pulmões.


— Christopher, diga alguma coisa. Preciso que diga algo.


Respirei fundo sentindo raiva até nas veias. Minhas emoções estavam se misturando de uma forma confusa. Queria gritar, abraça-la, implorar para que ficasse e expulsa-la de uma vez da minha vida.


— Eu... Eu preciso pensar um pouco. — quase não consegui falar. Encarei uma foto de nosso casamento que estava pendurado na parede, fazendo-me lembrar perfeitamente do dia em que fizemos nossos votos diante de nossos familiares e amigos, do dia em que prometemos nos amar até que a morte nos separe. Hoje, não foi a morte que nos separou...  — Depois conversamos sobre isso.
Sai correndo de casa antes que pudesse fazer alguma besteira. Ainda me custava acreditar nessa bomba. Não era apenas o fato dela ser lésbica, era o seu pedido que doía mais. Eu até poderia aceitar um relacionamento a três ou que ela preferisse, por tanto que não me deixasse.


Natália. Porra, Natália. Eu te amo.


Nunca foi tão difícil caminhar pelas ruas. Nunca o céu ensolarado ficou horrível. Nunca minha vida perdeu o sentido. Nunca o amor pareceu uma tortura. Nunca imaginei que fosse passar por algo assim. Nunca pensei que o para sempre tinha fim.


Minha única alternativa seria dormir na casa da minha irmã. Todas as minhas coisas estavam em casa, minha carteira, as chaves do carro, documentos, roupas... E eu não queria voltar lá. Toquei o interfone do seu apartamento e já fui autorizado a subir, era sempre assim. Subi os lances de escadas para chagar no seu minúsculo apartamento. Não precisei bater na porta, ela já estava destrancada, apenas entrei. O apartamento da minha irmã caçula, Anahí, não era muito grande. Ele tinha um cômodo que dividia a sala de estar com a cozinha, e depois tinha dois quartos e um banheiro simples. Ah, e mais uma área maravilhosa que dava para observar a movimentação da rua ou o céu estrelado à noite. Depende do que você deseja ver ou até mesmo fazer.


Dei uma olhada rápida ao redor. Não vi sinais da minha irmã. Dei alguns passos procurando por ela, levei um susto quando May saiu de um dos quartos, carregando uma coisa estranha nas mãos.


— May, Cadê a Any? — Perguntei, me segurando mais uma vez para não chorar.


— Ela foi em um casamento de uma amiga do colégio... — May ficou parada no meio da sala. Forcei minhas pernas a andar até o sofá, deixei o meu corpo cair sobre ele. — aconteceu alguma coisa? Você não está com uma cara uma boa...


Pensei se deveria contar ou não. May é uma ótima pessoa, nem sempre parece bater bem da cabeça, porém, é uma mulher sensacional. Qualquer um teria sorte em tê-la como amiga ou algo mais. Maite largou o troço em cima da mesa de centro e sentou-se ao meu lado.
Soltei um suspiro derrotado.


— Natália disse que é lésbica. — confessei, sentindo um pouco de alívio.


— Isso não é ótimo?


— Como pode ser ótimo? — Encarei, confuso.

— Bom, se ela é lésbica... Vocês podem fazer várias coisas juntos e com outras mulheres, sabe?


Agarrei uma almofada e abracei com força.


— seria... Se ela não tivesse pedido o divórcio.


— Oh... — A mãozinha pequena da Maite veio ao encontro dos meus cabelos e ficou acariando, seus olhinhos me encaram compaixão. — Sinto muito, Christopher. Se tiver algo que eu possa fazer por você, me avisa. Tá legal?


Fiz que sim. Maite me puxou para um abraço apertado, retribui na mesma hora, sentindo conforto. Nos tornamos amigos desde o dia em que ela veio morar com minha irmã, já faz uns bons anos. Anahí saiu de casa depois que casei com Natália. Ela queria provar para os nossos pais que podia se virar sozinha. Então veio morar no apartamento que era de nossa avó, depois que ela morreu e deixou-o vazio.


— Vai ficar tudo bem, confia em mim. — sussurrou. Suas mãos subiram pelas minhas costas e pararam nos meus ombros, May começou a fazer massagem. Fechei os meus olhos e me deixei relaxar. Era uma delícia. É claro que já recebi muitas massagens antes mas nunca foram da minha amiga. Seria muito estranho ser tocado por ela. — Relaxa, Chris. Esqueça tudo o que aconteceu e se concentra...


Não. Droga.


Abri os meus olhos vagarosamente e encontrei com os seus. Ela me olhava de um jeito diferente e bem intenso do que o normal. Seus lábios rosados por causa do batom se moveu para dizer algo, mas não disse nada. Suas mãos que estavam nos meus ombros, desceram pelo meu peito e parou ali. Percebi que minha respiração mudou. Por um instante, esqueci o mundo atrás de nós e beijei seus lábios. Não é algo que eu faria no meu cotidiano, nunca a vi dessa forma, nunca senti desejos sexuais por ela. Éramos apenas amigos.


O beijo ficou mais rápido e desesperado. Não demorou nada para que nossas mãos procurasse um lugar para ficar no corpo um do outro. Senti uma raiva percorrer pelas minhas veias, uma vontade imensa de me vingar pelo que Natália fez, um desejo enorme e descontrolado de trai-la pela primeira vez. Não importava quem seria, eu só não queria ser deixado para trás. Maite desabotoou minha camisa com rapidez. Parecia até que sabíamos o que estávamos fazendo naquele momento, até que o telefone tocou.


Maite levou um susto e afastou-se. Nosso beijo foi quebrado sem aviso. Ela correu para atendê-lo.


— Alô? Oi, quem é? Não ela não... Alô? — Maite olhou para mim e vi o que fiz, deixei o batom barrado em sua boca. — Desligaram. Estavam procurando pela Annie.


— Era um homem?


— Não. A voz era de uma mulher. Parecia uma criança. Mas qual criança sabe o telefone daqui, não é mesmo? — ela riu, ajeitando sua roupa. Soltei um riso e tratei de abotoar minha camisa. O clima tinha acabado, talvez fosse um aviso, quem sabe. — Acho que não era pra acontecer mesmo...  Me desculpe, Chris. Espero que nossa amizade não fique abalada por causa do nosso quase sexo.


— Ah, não. Não se preocupe, Mayzinha. Ainda somos amigos. — dei um beijo na sua testa.  — Quer sair para tomar alguma coisa?


— Acho que uma tequila cairia bem agora.
Trocamos olhares e sorrisos. Sempre íamos ao bar, era o nosso ponto de encontro para todos os dias, seja bons ou ruins. Não bebíamos muita tequila. Ficávamos mais nas cervejas. A última vez que fizemos uma noite da tequila, fomos parar na Philadelphia. Nem me pergunte o que aconteceu...


—  Oh, você sabia que eles vão fechar o bar e abrir uma cafeteria? — comentou ela enquanto pegava aquele troço da mesinha de centro. Apenas a segui até o corredor.


— Que absurdo! Onde vamos nos reunir agora?


— Não faço ideia. Podemos comprar vodka e beber com cafés agora.


— Eca. Não acho que ficará bom.


— Era o que eu pensava antes de experimentar.


Descemos o lance de escadas conversando sobre várias coisas, minha mente tentava focar e fingir que nada havia acontecido. Impossível enganar o coração. Ele doía cada segundo a mais, fazendo-me lembrar de Natália e dos nossos momentos juntos. O bar do Ricco's ficava embaixo do prédio onde minha irmã mora. Não estava muito movimentado, o que era ótimo. Me sentei no nosso lugarzinho de sempre enquanto May buscava cervejas. Natália e eu vínhamos aqui aos finais de semana, bater um papo com a galera e beber um pouco. Ela nunca gostou.


— Aqui, uma Corona pra você. — May colocou a garrafa transparente na minha frente. — Temos que aproveitar, Ricco avisou que hoje será o último dia do bar. Noite. Ah, eu sei lá.


Maite enfiou a garrafa na boca e bebeu vários goles de uma vez.


— Ei, mocinha, vá com calma. Não quero te carregar pra casa não. — afastei a garrafa dos seus lábios. — Sabe quantos degraus são necessários subir até chegar no seu apartamento?


— Merda. Merda. Merda. Eu sou uma pessoa horrível, Christopher.


— Também não é pra tanto, você só bebeu metade da garrafa. — soltei um riso. May fez um bico e seus ombros caíram. — Aconteceu algo?


— Christopher, você me acha feia? Tem algo de errado comigo? Eu não tenho bunda ou peitos o suficiente?


Olhei bem no fundo dos seus olhos tentando descobrir o que aconteceu para fazer-me tais perguntas. Foi por causa do nosso beijo?


— Ah... Você é linda, May. Não tem nada de errado com você. Por que essas perguntas?


— O Nico me deixou, de novo.


— Porra, May. Porque ainda insiste nesse cara? Lembra que ele tinha te deixado na primeira vez, alegando que você não era judia? Depois voltou dizendo que te amava e não importava sua religião. Ele é um babaca! Um otário que não percebe o grande tesouro que você é, May. — Peguei em sua mão e acariciei com o polegar. — Você é minha melhor amiga, e eu admiro muito você. Ainda vai aparecer o cara certo pra você. Você vai ver. — pisquei. — Vamos fazer um brinde?


— Ao quê?


— Mmm... Nossa amizade. Mesmo perdendo pessoas que amamos, ainda estamos aqui, juntos. Adeus, Nico babaca. E, adeus, esposa lésbica. — Ergui minha garrafa no ar, May fez o mesmo, o barulho dos vidros se batendo fez um sorriso brotar no rosto de nós dois.


— OPA!! cheguei na hora certa! — Uma voz escandalosa e muito familiar, chamou nossa atenção e nos fez olhar para a porta principal do bar. Maite ficou encarando.


— O cara certo já chegou. — Sussurrei, rindo.


| Continua no próximo capítulo...|


|| Amores, perdão pela demora para atualizar, não estava com cabeça para escrever, enfim, estou de volta. Espero que continuem aqui comigo. Beijos de luz. ‹3 ||




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Autor(a): savnonthay

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 88



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  • julyane Postado em 28/04/2019 - 21:18:15

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

  • jujuflor Postado em 28/04/2019 - 18:39:45

    Continuaaaaaaaaaaaaaa por favor, não quero morrer de curiosidade e ansiedade não... Não me mata e posta Logoooooooooooooooooooooooooooo Plissssssssssssssssssssssssssssssss

  • carolcasti Postado em 16/04/2019 - 15:47:22

    Continuaaaaa por favor, não quero morrer de curiosidade e ansiedade não... Não me mata e posta Logoooooooooooooooooooooooooooo Plissssssssssssssssssssssssssssssss

  • carolcasti Postado em 02/04/2019 - 11:12:57

    Continuaaaaa por favor, não quero morrer de curiosidade e ansiedade não... Não me mata e posta Logoooooooooooooooooooooooooooo Plissssssssssssssssssssssssssssssss

  • millavondy36 Postado em 01/04/2019 - 11:21:32

    Continua, amando esses casais!!!

  • jujuflor Postado em 31/03/2019 - 11:28:15

    Amando a sua fic... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • julyane Postado em 30/03/2019 - 20:27:26

    Posta maissssssssssssssssssssssssss plissssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

  • nat.vondy Postado em 29/03/2019 - 06:50:56

    Posta maiss

  • nat.vondy Postado em 29/03/2019 - 06:50:39

    tomara que a Annie fique com o Poncho, vondy juntos foi lindo

  • rosasilva Postado em 28/03/2019 - 20:02:35

    Posta logo aiaiaiai jesus


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