Fanfic: Corações rompidos +18 (Vondy) | Tema: Vondy; Dulce María y Christopher Uckermann

Dulce María

Meu corpo caiu no chão com tudo, por sorte não bati a cabeça também, o resto tudo bem. Senti uma dor na minhas nádegas, pelas minhas costas e antebraço. Estava ardendo. Levantei-me fazendo caretas e resmungando de dor. Fazia tempo que eu não era ralada pelo asfalto quente. Que merda! O vestido ridículo ficou rasgados em algumas partes, não me importei tanto, ele tinha sido barato mesmo. O que me preocupava era ele ser minha única roupa no momento.

— Ai, minha nossa, você está bem? — só então percebi que tinha mais alguém nessa história romântica com o chão. Reuni todas as minhas raivas para gritar com ela e colocar tudo o que me sufocava para fora. Mas não consegui. Não quando seu rostinho de barbie estava me encarando com preocupação e dúvida.

— Não. Não estou bem, não vê? — respondi com grosseria e sem paciência.

—Agora estou quase nua. Muito obrigada, minha bunda queria mesmo respirar um ar puro. 

A moça que havia caiu do também, começou a rir e tentou segurá-lo quando a encarei séria, sem achar nenhuma graça.

— Sou uma palhaçada agora?

— Não. Não. Me desculpe, eu não... Oh, minha nossa, Dulce María? — Seus olhos claros parecia ter descoberto um grande enigma. Fiquei assustada. Eu não a conhecia e ela sabia o meu nome. Será que era mais uma maluca dizendo coisas sobre o meu futuro?

—Depende... Quem é você? 

— sou a Annie. Anahí Puente. Não lembra de mim? — perguntou-me com seus olhinhos brilhante por uma resposta positiva. — Estudámos juntas no ensino médio.

Tentei me lembrar de alguma Anahí do ensino médio, mas jurei a mim mesmo que nunca mais ia lembrar aquela época. Forçar minha mente em algo que fiz questão de deletar, funcionou perfeitamente. Que porcaria. Meu cérebro me enganou esse tempo tempo? 

— Agora lembro de você. Andávamos juntas. — respondi um pouco insegura. — Caramba! Você mudou muito. Você era tão... — gorda. — e agora, Uau! Você está muito linda! Ficou loira... Parece uma modelo da... Enfim, como você tá? O que faz aqui?

Ainda estávamos no meio da rua, uma noiva fugitiva com o vestido sujo e rasgado. E ela, não pareceu que o chão acariciou sua pele. Anahí abriu um sorriso até suas orelhas, seus dentes eram alinhados e perfeitamente brancos.

— Que mundo pequeno, não? Estou indo em um casamento... Ah, o seu. Obrigada pelo convite, Dulce. Pelo visto, cheguei tarde ou... — ela parou esperando que eu completasse sua frase. Não fiz. Voltei a sentir aquela angústia misturada com alívio.

— Podemos sair daqui? Prometo te contar tudo depois, só precisamos sair antes que alguém tente me "resgatar". — fiz entre aspas no ar com os dedos, tentando sorrir.

Anahí assentiu. Antes de dizer algo, ela olhou para o chão e viu seu celular. Pegou o mesmo e guardou em sua bolsinha de Prada falsificada. Não comentei nada, ela já deveria saber ou foi enganada em alguma lojinha de esquina. Sempre que sai uma nova coleção das melhores marcas do país, sou a primeira a comprar. Consigo diferenciar um acessório original da cópia. Anahí agarrou em meu braço e fomos juntas até o ponto de ônibus. Ela teve que pagar minha passagem, e eu não sabia exatamente o que usar, a última vez que andei de ônibus foi nos ônibus escolares, e só. Sempre tive um motorista a minha disposição, papai o pagava pra isso. Não foi tão horrível andar de transporte público, a única coisa chata era chamar atenção por causa do meu vestido de noiva. Do fato de estar usando um.

Anahí me levou até seu apartamento. Ele era pequeno, na verdade, ele era só tamanho do meu quarto em Miami. Não reclamei. Era melhor estar ali do que com meus pais querendo saber o motivo da minha fuga. Eu não estou preparada para explicar para cada pessoa conhecida sobre isso. Anahí preparou um café forte e me deu. Bebi alguns goles.

— E então? Vai me contar o que aconteceu ou vamos esperar as damas de honra chegarem? — brincou ela, soltando um riso. — me desculpe, não aguentei. Céus! Tenho que parar de andar com o Poncho. — disse para si mesmo. Anahí voltou para nossa realidade e me olhou com curiosidade.

— Tá bem. — me ajeitei no sofá e coloquei a xícara na mesa de centro. — Lembra que eu queria tanto conquistar o Paco?

— Paco? — Anahí ficou pensativa, tentando lembrar. — Oh, aquele garoto que nos dava aula de literatura no ensino médio?

Fiz que sim.

— Eu ia me casar com ele, acredita?

— Quê!? Menina, ele era o garoto mais quente do pedaço. Como assim você conseguiu dar esse enorme passo? — Ela mostrou-se tão interessada e empolgada com a minha história. Que coisa... Eu não conseguia enxergar igual.

— Você deveria ficar feliz. Ele era o que você tanto queria. 

— É, eu sei. Nossos pais são sócios e acabei conseguindo ter mais contato com ele depois que nos formamos na escola. Ele é bem mais velho mas isso não foi nenhum empecilho. — soltei um suspiro derrotado, lembrando-me do passado. — Claro que vivi alguns momentos bons ao lado dele e até gostei, mas havia algo que não me deixava completamente feliz e satisfeita. E eu sentia que precisava viver um pouco mais antes de me prender para sempre. Entende? Eu o amo, mas não o suficiente para ser sua esposa.

— Eu te entendo, Dul. — Anahí me puxou para um abraço apertado e beijou o topo da minha cabeça. — Não fique triste. Você fez o melhor. É mellhor ter desistido agora do que ter casado e ser forçada a pedir o divórcio. Não acha?

Concordei, ainda em seus braços magricelas e quentes. Faz anos que não nos vemos. Anahí estava bem diferente do que eu me lembrava. Ela sempre foi uma boa amiga, pena que depois tivemos que nos separar...

Anahí afastou-se.

— Vou na farmácia comprar curativos para o seus arranhões. Eu tinha um kit de primeiros socorros aqui, mas o Chris pegou e não devolveu... — ela soltou um riso. E eu me perguntei quem diabos é Chris? — Argh. Que nojo, não quero nem imaginar o que ele fez... — elas fez uma careta.

— E o que ele poderia fazer além de se ajudar? — perguntei, curiosa.

— Ah, nem queira saber. O Chris é um... Mistério. Você vai adorar conhecê-lo. Bem, vou lá antes que feche. Me espere aquí, tá? — Anahí aproximou-se da porta e pegou um casaco e outra bolsa. — Antes que eu me esqueça... Pode tomar um banho e usar minhas roupas. Fique à vontade para fazer o que quiser, só não taque fogo na casa— ela riu. Assenti.

Anahí saiu, fiquei sozinha naquele apartamento desconhecido. Me encolhi no sofá e chorei. Chorei pelo que tinha feito, magoado a todos. Peguei o telefone fixo e digitei o número da casa dos meus país. Jeffrey, o mordomo, atendeu. Deixei um recado para os meus pais avisando que eu estava na casa da Anahí, uma antiga colega de escola, e que eu não saberia quando ia voltar.

Fiquei um momento refletindo sobre o que aconteceu. Sou a mais nova e a que magoou muito mais. Meu coração estava em pedaços. Resolvi parar de pensar nisso e fui até o banheiro. Precisava de um banho quente e relaxante.

Deixei a banheira se encher e me tirei o vestido. Não havia muitos arranhões, porém os que estavam ali, me fazia querer gritar de dor. Encarei meu reflexo no espelho, aquele rosto que sempre tive, não mudou nada. Continuava sendo o mesmo de todos os dias, mas algo estava diferente, não parecia ser eu. Perdi minha identidade de tanto acreditar que existia amor entre nós. Mas não teve, não da minha parte. Pensei que o amasse a ponto de me entregar de corpo e alma. A ponto de chamá-lo de meu marido. A ponto de viver para sempre ao seu lado. Quem eu queria enganar? Quem eu queria agradar? Deixei de ser eu mesma depois que passei a fazer o que todos queriam. E o que eu queria? Ninguém nunca fazia nada por mim. Nem os meus cabelos estavam mais do jeito que eu queria. Mudei a cor, deixei de abusar da maquiagem, deixei de me vestir como queria, deixei de fazer tudo. E fiz tudo pelo Paco. Pelos meus pais. Pela classe que eu pertencia para me sentir alguém. E agora, me sinto um nada.

Limpei algumas lágrimas que insistiam em cair pelo meu rosto. Entrei na banheira e fiquei por um tempo. Decidi não pensar mais em nada. Nem ninguém. Lavei o meus cabelos, meu rosto e passei sabonete pela minha pele, sem pressa. Mas algo me fez parar tudo o que estava fazendo, o anel de noivado. Ele brilhava no meu dedo feito uma estrela no céu escuro. Eu precisava devolvê-lo. Encarei aquele enorme diamante e deixei minha mente me levar até o dia em que Paco pediu minha mão.

— Fiz um jantar especial para nós dois. — Ergui uma sobrancelha, sem acreditar nele. — Ok. Não foi eu, foi minha cozinheira. De qualquer forma espero que goste.

— Com certeza vou adorar, estou morta de fome. — E eu estava mesmo. Tinha feito greve de fome por causa de uma discussão com minha irmã, Cláudia.

Paco puxou a cadeira para eu me sentar. Ele pegou uma garrafa de vinho branco e abriu, depois ficou de costas para mim.

Observeicada detalhe da mesa, tudo estava muito bonito. 

— Aqui está sua taça. — disse me entregando. Ele sentou-se na minha frente. — Não vai beber?

— Prefiro comer primeiro, não quero ficar bêbada antes de comer.

— Não vai, é vinho sem álcool. — Avisou.

— Bebe logo, de uma vez. 

— Qual é a pegadinha? Colocou veneno? — brinquei. Paco ficou sério. — Tudo bem, já que insiste...

Ele bebeu sua taça e fiz o mesmo. Na hora que senti o líquido gelado descer pela minha garganta, algo ficou preso. Senti meu ar faltar é eu não conseguia respirar. Paco percebeu é veio me ajudar. Não foi uma cena muito bonita. Ele me abraçou por trás e apertou minha barriga. Com dificuldade consegui sentir o alívio vir. O que estava na minha garganta, saiu voado é caiu em cima da mesa, era um anel. O anel de noivado.

— Seu maluco! Quer me matar!?

— Desculpe, amor. Não foi do jeito que imaginei... Mas, você aceita se casar comigo?

— Paco... Pensei que quisesse me matar asfixiada. Nao se casar comigo  — ri. — é claro que aceito.

Sai do meu devaneio quando minha barriga roncou. Que fome... Sai da banheira e percebi que não peguei nenhuma toalha. Agora eu teria que procurar no guarda-roupa da Anahi.

Abria porta do banheiro e me irritei com o tamanho da janela da sala, era enorme e ficava entre a poeta do banheiro até a poeta do quarto de Anahí. Qualquer um d prédio em frente poderia me ver nua. Decidi que ia correr o mais rápido possível, igual ao flash. Na hora em que dei cinco passos, ouvi barulhos vindo da cozinha e me assustei. Anahí voltou, pensei, posso pedir para pegar uma toalha para mim. Me virei para pedir, não há nada de errado em uma a mulher me ver sem roupas, afinal, temos a mesma coisa em cima e embaixo. 

— Ana...— Parei de súbito. Arregalei meus olhos, sem acreditar no que estava vendo. Merda. Não era ela. Meus pés não queriam me obedecer.

Vi seus olhos atrevidos sobre o meu corpo, aquilo me irritou, porém, não tive tempo para dizer nada, corri de volta para o banheiro.

Meu coração estava disparado e meu rosto ardendo de tanta vergonha. Por que ela não me disse que tinha um namorado ou sei lá quem? Que droga! Vou matar a Annie.

| continúa no próximo capítulo...|

|| Muito obrigada por acompanhar essa história e obrigada por me fazerem sorrir ‹3

  viva Vondy jajaja  \o/ ||