Fanfic: 8 segundos - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy - Dulce Maria e Christopher Uckermann

— Any, é o seguinte... — Inclinei meu corpo para a frente e a encarei. Aquela garota precisava de uma dose de amor-próprio. Eu tinha tanto que não me importava em ceder um pouco do meu para ela. — A primeira coisa que eu vou te perguntar é: você quer o Poncho?
O brilho nos seus olhos quase me cegava. Certo, cegar era exagero, mas tanta doçura já estava revirando meu estômago.
— Claro. Eu sou apaixonada pelo Poncho desde que tinha 13 anos — Any respondeu, e eu revirei os olhos em protesto. Ela não sabia aproveitar a vida. — O problema é que ele tem preconceito com a nossa diferença de idade. Poncho é quase dez anos mais velho do que eu, e ainda tem o ciúme desenfreado do Christopher, que faz todos os homens se afastarem de mim, inclusive o banana do Poncho — disse com raiva.
— Então, vamos fazer o seguinte...
Comecei a explicar todo o meu plano para a Any, que prestava atenção nos mínimos detalhes, como se estivéssemos nos preparando para a guerra. Mas, se tratando de homens sem atitude como Poncho e Christopher, não seria tão diferente. O primeiro passo seria levá-la às compras. Da outra vez, ela praticamente não tinha comprado nada, e o que comprou foi de um mau gosto terrível. Depois, eu a convenci de que deixar Poncho com ciúme era a tática mais acertada. Se não desse certo, pensaria em algo mais radical. Em troca da minha ajuda, Any me explicou o que agradava o Christopher. Minhas ações precisariam de um pouco mais de planejamento, já que esse negócio de rodeio e de dançar música country em um bar lotado não era muito a minha praia. Mas eu sou mulher, e mulher se adapta a qualquer situação.
— Operação Segura Peão? — perguntei, e Any levantou sorrindo. Estendeu a mão esticada e eu pus a minha sobre a dela.
— Operação Segura Peão! — ela respondeu. — Mas o que você viu no meu irmão é que ainda não entendi — disse com um ar de nojo. — Você deve estar acostumada com os riquinhos da cidade. E se espera galanteios e gentilezas, cai fora. Christopher é bruto, rústico e sistemático.
Any não sabia, mas o que me atraía no Christopher era justamente o fato de ele não parecer em nada os garotos que eu costumava pegar, principalmente o Rafa.
— Ah, seu irmão pode ser um ogro, mas ele tem suas qualidades — eu disse brincando. — Agora vamos, estou morrendo de fome — chamei, e Any me seguiu quarto afora.
Chegamos à cozinha sorrindo e os empregados nos olharam com surpresa. Provavelmente tentando imaginar o que eu e Any tanto conversávamos. Tomamos café e comemos enquanto planejávamos as próximas táticas da nossa operação. Para começar, eu teria que ligar para o meu pai. Esse negócio de depender dos meninos para nos levar a todos os lugares não daria certo. Algumas coisas Any e eu devíamos fazer sozinhas. Peguei meu celular e liguei. Desde o dia em que ele me deixou na fazenda, ainda não havíamos nos falado.
— Alô? — Ele atendeu e eu notei o cansaço em sua voz. Meu pai trabalhava demais, sempre foi assim. Nunca tinha tempo para nada.
— Oi, pai. Sou eu — respondi naturalmente. Eu precisava dele, então usar de arrogância não seria bom para os meus planos. — O senhor está bem? — perguntei antes de fazer o meu pedido.
— Sim, estou bem. E você? Não me diga que ligou porque quer voltar para a cidade? Olha aqui, Dulce... — Ele começou a alterar o tom de voz, e eu o cortei.
— Nada disso, pai. O combinado de trinta dias ainda está de pé. Mas eu preciso de um carro. Não dá para ficar dependendo dos empregados para ir à cidade ou passear pela redondeza. Eu e a Anahí, a babá que o senhor me arrumou, estamos entediadas aqui na fazenda — expliquei e meu pai ficou em silêncio por um tempo. Achei que ele negaria, mas então respondeu:
— Tudo bem, se você prometer não se meter em encrenca. — Fiz um sinal de positivo para a Any, que me encarava com os olhos arregalados. — Vou mandar entregar um carro aí na fazenda, mas lembre-se, Dulce: interior também tem leis de trânsito, e basta uma transgressão sua para eu mandar tirá-lo de você. — Seu tom de voz, que antes estava levemente carinhoso, ficou autoritário. Dei de ombros, pois estava acostumada. — Estamos entendidos?
— Claro, pai. Sem pisar na bola, prometo. — Enquanto prometia uma postura impecável, minhas intenções eram outras. Dulce Maria seguindo regras? Impossível.
— Amanhã o carro estará na fazenda. Preciso ir. Cuide-se e não se meta em problemas. Não estou aí para salvar sua pele. — Essa foi a maneira como ele se despediu de mim. Respondi com um simples tchau e desliguei.
— Amanhã teremos carro — disse para Any, que estava sentada na mesa. Eu me aproximei dela e me sentei ao seu lado.
— Dulce, tem certeza de que isso vai dar certo? — perguntou insegura.
— Relaxa, Anahí! Tá comigo, tá com Deus — Tentei convencê-la de que estava em boas mãos.

Próximo capítulo começa oficialmente a Operação Segura Peão, kkkkkkkkkkkkk. Será que vai dar certo????