Fanfic: 8 segundos - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy - Dulce Maria e Christopher Uckermann

— Cara, por que você fez isso? — Poncho me perguntou assim que saí da arena.
Passei o tempo que me preparava para montar pensando naquela patricinha e decidi me
vingar. Sabia que a Cristal ficaria possessa. Então criei aqueles versos de última hora e decidi declamar para todo mundo ouvir.
— Cadê eles? — perguntei ao Poncho.
Apesar de estar feliz por ter permanecido oito segundos em cima do Coragem, ainda tinha que resolver o problema das meninas. Poncho continuava possesso e eu não conseguia esquecer a Cristal nos braços do Derrick. Porra! Será que Poncho tinha razão quando disse que eu estava me apaixonando pela dondoca? Era castigo, não havia outra explicação.
— Já devem ter ido. — Poncho marchava até a caminhonete. — Você demorou um século distribuindo autógrafos.
Antes que ele partisse e me deixasse para trás, eu entrei na caminhonete, e, imediatamente, ele arrancou. Ainda bem que meu amigo não tinha bebido, senão as coisas poderiam ter sido ainda piores.
Vinte minutos depois chegamos à fazenda do Rodrigo. Estava cheia como sempre, e estacionamos próximo aos outros carros. Descemos pela trilha que dava acesso ao local e eu já podia ouvir o som do violão junto com o da galera cantando.

(...) E aí, quando vem me ver?
Tô aqui esperando você.
E nem dormi e a noite já passou
Não consigo mais me dominar
Você me enfeitiçou
E a gente nem ficou...
Olha o que me causou...(...)
“A gente nem ficou” — Jorge & Mateus

Assim que chegamos, algumas garotas nos cumprimentaram, bem como os caras que estavam tocando. Entre as meninas, estava a Maite, sentada em uma cadeira de praia próxima à fogueira. Ela me olhou e, discretamente, apontou para onde estava a Dulce.
Sentada ao lado do Derrick, ela ria de algo que devia ser muito engraçado. E eu tinha uma séria desconfiança de que a piada era sobre mim.
Any estava em pé, encostada em uma árvore. A conversa entre ela e o Rodrigo parecia ser mais séria. Poncho estava prestes a correr em direção a eles, então eu parei em sua frente e o segurei com as duas mãos.
— Calma lá, amigo. Me deixa resolver isso. Vou falar com a Any e, apesar de ainda não concordar com a ideia de vocês ficarem juntos, acho que precisam conversar.
Poncho olhou para mim e de volta para onde estavam Any e Rodrigo, que ainda não tinham percebido a nossa presença.
— Tira ela de lá agora, Christopher. Antes que eu faça uma besteira. — Foi a única coisa que ele conseguiu falar.
Fui até eles e, no caminho, passei por Dulce, que se levantou e me seguiu, deixando Derrick  sentado.
— O que você vai fazer, Christopher? — perguntou.
— Não é da sua conta — respondi sem me virar.
Quando cheguei perto, Anahí levantou os olhos e me viu. Ela nitidamente ficou com medo e saiu de perto do Rodrigo para ir ao meu encontro.
— Maninho.... — Ela implorava com os olhos para eu não fazer uma besteira.
— Pequena, vamos embora — disse e a puxei pela mão, arrastando-a atrás de mim. Se demorasse mais um minuto, seria capaz de Poncho jogar Rodrigo no lago.
— Christopher! — Rodrigo estava atrás de nós com cara de poucos amigos. — Anahí agora é minha namorada, e quero que você respeite isso — disse ele, e eu não conseguia acreditar que ele era tão burro a ponto de se deixar levar pela minha prima.
Vi que Dulce estava do outro lado observando a cena e mantive Anahí junto a mim. A música tinha parado e todos nos encaravam para ver se aquilo ia dar em briga. O local era um pouco escuro, apesar da claridade que vinha das tochas e da fogueira.
— Rodrigo, não me leve a mal. Preciso conversar com a Anahí. Se amanhã ela ainda insistir no namoro, vocês terão a minha aprovação — respondi, e ele não retrucou. — E você, vem também. — Apontei para Dulce, que cruzou os braços e fechou a cara.
— Dulce, é melhor vir — Anahí disse com uma voz triste, e a patricinha concordou.
Cristal caminhou até o banco onde Derrick estava e sussurrou algo no seu ouvido. Ele respondeu e os dois me olharam. Antes que eu fosse lá tirar satisfações, levei Any até a caminhonete e abri a porta para ela entrar. Minha prima e Poncho trocaram olhares, mas ambos estavam mudos.
Me sentei no banco da frente e esperamos Dulce chegar. Ela entrou, bateu a porta com muita força e disse:
— Pronto, homem das cavernas, estamos aqui! — Sua provocação fazia meu sangue ferver.
— Any, avisa ao tio que você vai dormir na minha casa. — Olhei para trás para ver como ela estava. — Acho que temos muito o que conversar.
Poncho ligou a caminhonete e partiu.
Eu estava pensando em todos os acontecimentos da noite, na verdade nos das últimas duas semanas. Dulce estava envolvida em todos eles. Quando a vi se engraçando com o Derrick, tive vontade de socar a cara do maldito novamente. Como ela podia estar com um cara que tinha apostado que a comeria? Mas eu tive que me segurar, não podia sair por aí acertando a cara das pessoas sem mais nem menos. Dulce era maior de idade, mas vê-la com ele me deixou doente. Agradeci por ter as merdas do Poncho e da Any para desviar a minha atenção.
Não conseguia colocar os pensamentos em ordem. A verdade era que a Cristal abalava o meu mundo, e isso me deixava confuso.
Ninguém falava nada, o silêncio era total. Eu não sabia o que faria em relação à Dulce, minha cabeça estava fervendo, mas uma coisa era certa: precisava colocá-la para fora da minha vida, de uma forma ou de outra.
Chegamos em casa e Anahí desceu da caminhonete como um raio. Abriu a porta correndo com a chave reserva que eu havia escondido. Poncho a seguiu gritando e pedindo que ela parasse. Saí da caminhonete e Dulce fez o mesmo depois. Antes que ela passasse pela porta, eu a segurei pelo braço com força. Mas que merda! Eu estava extremamente irritado com ela.
— Por que esse sorrisinho cínico? Você planejou isso tudo, não foi? — Fui direto ao ponto.
Dulce estava sorrindo ao ver Poncho correr atrás de Anahí, e ali eu tive certeza de que tudo tinha o dedo dela. Aquela garota estava brincando com fogo. Dulce puxou o braço e deu um passo para trás em direção à rua.
— Você ficou louco, Christopher? — respondeu praticamente gritando no meio da calçada. — Any faz o que quiser da vida dela! — continuou esbravejando e eu já estava com medo de os vizinhos saírem para ver que barraco era aquele. — Mas confesso que dei uma ajudinha... Poncho precisava de uma sacudida. — Eu sabia. Nunca me enganava a respeito da patricinha, mas, se ela achava que poderia manipular todo mundo, tinha mexido com a família errada.
— Não quero mais saber de você se metendo nas nossas vidas. — Caminhei enquanto falava, deixando meu corpo bem próximo ao dela.
Dulce abria a boca e fechava como um peixe fora d’água, mas eu continuei minhas acusações, sem deixá-la respirar.

Próximo capítulo vocês ficaram com raiva do Christopher, mas não por muito tempo.