Fanfics Brasil - Capítulo 22 - Christopher (Parte 1) 8 segundos - Vondy (Adaptada)

Fanfic: 8 segundos - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy - Dulce Maria e Christopher Uckermann


Capítulo: Capítulo 22 - Christopher (Parte 1)

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Ouvir de um médico que eu corria o risco de nunca mais andar foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Acho que, tirando o dia em que soube da morte dos meus pais, eu nunca tinha sentido tanto medo. Eu era o Christopher, o veterinário que vivia em cima dos cavalos, o Perigoso que dançava e curtia a vida com toda a alegria de um jovem da minha idade, o
Ranger que sentia a adrenalina pulsar nas veias ao permanecer oito segundos em cima de um touro. E naquele momento, o que eu era? Um monte de massa em cima de uma cama, um cara que dependeria de alguém para limpar a bunda e lhe dar banho.
Minha primeira reação: revolta. Assim que o médico saiu, eu esbravejei, xinguei e questionei Deus por ter feito aquilo comigo. Não entendia o motivo do castigo. Eu era um cara correto, vivia a vida com a base moral que havia recebido dos meus pais e posteriormente do Santiago, não fazia mal a ninguém. Não merecia sofrer aquilo.
Minha segunda reação: desespero. Tentei de todas as formas mexer as pernas. Então, eu me lembrei de quando era criança e meu pai chegava de alguma viagem. Ele sempre trazia presentes, nunca voltava sem algo para mim e para minha mãe.
Christopher, adivinha o que eu trouxe?
Um chapéu novo?
Feche os olhos e peça bem forte. Se você pedir com fé, o seu desejo se realiza. Ao me lembrar das palavras do meu pai, fiz exatamente o que ele dizia: fechei os olhos e pedi com todas as forças, implorei desesperadamente para que minhas pernas se movessem.
— Vamos lá. — Abri os olhos e, quando percebi que não tinham se mexido um milímetro sequer, lágrimas desceram pelo meu rosto. — Vamos lá, se mexam! — gritei, e nada: era como se eu não tivesse mais controle sobre o meu corpo. Meu cérebro mandava, mas minhas pernas não obedeciam. Não sentia nada, somente um formigamento constante, como se elas estivessem dormentes. Da cintura para cima, eu estava normal. Conseguia mexer o tronco, os braços e a cabeça, mas da cintura para baixo eu estava morto.
Passei quase meia hora naquele martírio, tentando, desejando, suplicando que elas se movessem.
Então, veio minha terceira reação: tristeza. Tudo que havia feito na vida, todos os meus sonhos e planos me passaram pela cabeça. Olhei para o teto e fiquei por um bom tempo tentando assimilar o que havia perdido. Perdido para o touro, perdido para o mundo, perdido para mim mesmo. Recordei os dias anteriores e Dulce tomou conta dos meus pensamentos, era como se eu a conhecesse havia décadas. Ela estava em minha pele, e eu, se fechasse os olhos, poderia ver seu rosto, seu cabelo caindo sobre os olhos, sua boca vermelha, suas bochechas coradas e sua cara de menina sapeca. Fui inundado por lembranças do nosso sexo na chuva.
Estávamos loucos um pelo outro. Por mais que eu já tivesse feito aquilo um milhão de vezes, e que o ato de entrar e sair de dentro de uma mulher fosse tão corriqueiro e natural, com Dulce era diferente. Seus gemidos não invadiam somente meus ouvidos, eles penetravam mais, iam até onde nunca antes alguém havia entrado. Pensava em seu sorriso, em seus olhos semicerrados pelo desejo, em sua expressão saciada após fazer amor.
A última reação foi a mais difícil e dolorosa: vergonha. Como eu ia encará-la novamente?
Como eu poderia dizer que estava apaixonado? Dulce nunca mais iria me tratar da mesma forma. Eu seria um inválido, alguém que não serviria mais aos seus propósitos. Eu era só metade de um homem. Eu lutaria com todas as minhas forças para me reerguer, para voltar a ficar de pé, mas até lá queria Dulce longe de mim. Piedade não era um sentimento que eu queria que ela sentisse por mim e, provavelmente, seria o que ela teria para me oferecer.
Descansei um pouco e, após alguns exames, autorizei a entrada do Santiago e da Anahí.
Não sabia quem mais estaria aguardando, provavelmente Derrick ainda estaria no hospital.
Eu tinha ficado surpreso com a sua solicitude ao me socorrer. Não era a reação de alguém que queria a mulher do outro.
Conversei muito com o meu tio e com a minha prima, os dois estavam muito abalados e preocupados. Fiz meu papel de irmão mais velho e tentei convencer a Any de que tudo ficaria bem. Depois de um tempo com eles, percebi seus olhares de compaixão. Senti vontade de
ficar sozinho e, sem dar explicações, pedi que fossem embora. Any ainda tentou argumentar que Dulce queria me ver, mas não cedi. Não queria vê-la. Não queria ver ninguém. Para minha surpresa, na visita do dia seguinte, enquanto eu abraçava a Anahí, ouvi um suspiro. Dulce chorava por mim. Mas por quê? Seria pena? Culpa por estar com o Derrick no momento em que eu era derrubado pelo animal?
Não quis ouvir suas explicações. Gritei, xinguei e a expulsei do quarto. Deixei claro para toda a minha família — que incluía Poncho — que não queria receber visitas da Dulce. Fui tão duro e insensível que nem Any me questionou.
Passei pela primeira fase do tratamento, que consistia em tomar muitos remédios para que minha medula desinchasse. Só depois seria possível avaliar a gravidade do dano. Além da minha família, vários amigos me visitaram. Rodrigo e Derrick entraram juntos, e, quando Derrick tocou no nome da Dulce, perguntando por que eu tinha exigido que ela fosse embora, eu cortei o assunto. Era muita cara de pau da parte dele.
— Acho que você vai se arrepender — ele me avisou antes de sair, mas eu não respondi.
Natália levou vários CDs de que eu gostava, como de Blake Shelton, Chris Young e Brad Paisley. Só música country de qualidade. Ela era carinhosa, demonstrava preocupação com meu estado, mas estava na cara que a nossa relação tinha mudado. Eu não sentia mais a mesma faísca em seus olhos, aquele olhar que me colocava cheio de desejo. E não era somente pela situação, pelo momento. Era por nós. Eu tinha mudado, meus sentimentos já não eram mais os mesmos, e, infelizmente, aquela minha nova fase não incluía Natália.
— Quando vai dizer a ela? — perguntou na primeira visita que me fez, dois dias após o acidente.
Disfarcei o incômodo com aquela pergunta olhando para os CDs em minhas mãos. Natália  pegou um deles, e, quando a encarei, ela me olhava como uma mãe pronta para dar uma bronca no filho.
— Não sei do que você está falando, Natáli — respondi, ignorando seu olhar de repreensão. Cruzei os braços e desviei o rosto. Eu estava agindo como uma criança.
— Quando vai deixar de ser cabeça-dura, Perigoso? — A primeira parte da sua frase soou dura e implacável, realmente chamando minha atenção, mas aquela frieza toda foi quebrada quando Natália usou meu apelido. — Você é melhor do que isso, Christopher. É mais do que essa pose de pegador sem sentimentos, eu tenho certeza. Eu não me engano, sei quem você é desde que te conheci. E tenho certeza de que a novata também sabe. Não jogue uma chance como essa fora, pode ser a única.
Apesar de falar sério, Natália piscou de um jeito divertido, me fazendo sorrir. Após sua visita, pensei em suas palavras, e pela primeira vez eu dormi bem. Era uma loucura, mas podia sentir o cheiro da Dulce. Sonhei com ela dizendo que estava ali, mas quando acordei vi o quarto vazio. Aquele sonho estranho se repetiu na noite seguinte. Era como se, ao sonhar com ela, o calor do seu corpo e o seu aroma entrassem em mim. Então, eu dormia calmo e sereno. Certa manhã, eu a vi saindo do meu quarto. No primeiro momento fiquei bravo por ela ter me desobedecido, por todos terem ido contra a minha vontade, mas, quando ela disse que me queria e que estava ali por mim, levei um baque. Eu me senti desarmado e sem palavras para rebatê-la. Vi a mágoa em seus olhos e me amaldiçoei por tê-la tratado tão mal.
Naquela noite, adormeci aguardando as lembranças ou os sonhos chegarem. Não sabia bem do que se tratava, só que precisava daquilo para dormir, para superar mais um dia. Foi então que o cheiro da Dulce tomou conta de mim. Um aroma doce e delicado. Fechei os olhos, e talvez, quem sabe pelo menos daquela vez, meu pai tivesse razão. Desejei que Dulce estivesse ao meu lado, aquela patricinha mimada que chegou atolando os sapatos na lama e torcendo o nariz para o meu cheiro. Revivi a cena e as nossas brigas em minha cabeça, eu pelado no galpão, Dulce no chiqueiro, todas as vezes que nos provocamos para esconder os nossos verdadeiros sentimentos.
— Dulce — murmurei seu nome, como se aquilo pudesse trazê-la de volta. Como se eu pudesse, com um simples chamado, fazê-la sentir por mim o que eu sentia por ela. Adormeci como sempre, sentindo minha Cristal junto a mim.



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Autor(a): marianarn

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 104



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  • foxcinn Postado em 23/09/2022 - 19:06:41

    volta moça :(

  • foxcinn Postado em 23/09/2022 - 19:06:18

    eu só queria saber o final dessa historia

  • chelly Postado em 19/11/2019 - 22:19:02

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssss

  • dudinhah Postado em 04/11/2019 - 08:42:52

    Continua

  • dudinhah Postado em 28/10/2019 - 21:25:39

    Cade vc

  • barbie Postado em 20/09/2019 - 10:08:49

    Abandonou a fic? Continuaaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssssssssssss, amo a sua fic... Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa logooooooooooooooooooooooooooooooo plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

  • ♥luly Postado em 01/08/2019 - 21:35:56

    Abandonou a fic? Continuaaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssssssssssss, amo a sua fic... Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssss

  • dudinhah Postado em 29/07/2019 - 11:49:52

    Cadê vc?

  • barbie Postado em 09/07/2019 - 09:12:18

    Leitoraaaaaaaaaaaaaaaaaaa novaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, comecei a ler a sua web e já estou onde parou e até comecei a ler a versão Ponny Adaptada dela e gostaria de saber se você vai continuar postando ela, pois seria bem interessante ler as duas versões dela... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

  • chelly Postado em 29/04/2019 - 09:55:27

    Cadê vc? Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Plisssssssssssssssssssssssssssssssssss




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