Fanfic: 8 segundos - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy - Dulce Maria e Christopher Uckermann

Passei mais uma semana no hospital. Comecei a fisioterapia lá. Com a confusão toda da Dulce dormindo comigo, eu me esqueci de contar ao médico sobre a fisgada. Quando contei, ele disse que era normal e que, se tudo corresse bem, eu recuperaria os movimentos aos poucos.
Eu queria me recuperar logo para dar a Dulce tudo o que ela merecia. Sobre a parte sexual, ele disse que a minha condição não seria um obstáculo, mas que o meu estado emocional e o psicológico poderiam afetar essas funções. Fisicamente tudo estava funcionando perfeitamente, ou seja, dependia mais de mim do que de qualquer outra coisa.
Mas fiquei com medo e não quis arriscar. Eu e minha Potranca nos limitávamos a carícias, ainda que um simples toque em sua pele já me deixasse louco.
— Oi, meu lindo... — A voz da Dulce ficou fraca e ela me olhou de um jeito que dizia que se tivesse uma arma eu estaria morto.
— Oi, Cristal.
Natália estava sentada ao meu lado e, assim que viu Dulce entrar, se levantou.
— Acho que não fomos apresentadas formalmente. Eu sou a Natália, dona do Taurus.
— Eu sei quem você é. Como vai, Natália? — Ops! Acho que Dulce já sabia ou desconfiava da minha antiga relação.
Eu acabava de passar pela primeira crise no namoro. E sorria pela situação. Dulce estava louca de ciúme desde que entrou no quarto e viu Natália próxima à minha cama. Mas, enquanto Natália estava lá, as duas mantiveram a compostura.
— Já fodeu com ela, né, seu filho da mãe? — Dulce questionou assim que Natália saiu.
— Isso não tem mais importância. — Tentei desviar o assunto. — Vem aqui me dar meu beijo de bom-dia.
Usei de todo o meu charme, mas não obtive resultado. Depois que Dulce descobriu sobre a minha história com a Natália, o hospital quase foi abaixo. Minha Potranca brava era a coisa mais linda do universo.
No dia seguinte à visita da Natália, foi a minha vez de entrar em combustão por possessividade. Derrick e o pai me visitaram, e, apesar de ter sido uma visita cordial, ao sair Derrick encontrou Dulce na porta do quarto. Eles trocaram algumas palavras e ela sorriu se despedindo. Fiquei puto e perdi a paciência tentando fazer com que ela me contasse o que tanto cochichava com o babaca. Dulce gargalhou da cena que eu fiz e, enfim, me contou tudo, inclusive o que tinha acontecido no dia do acidente. Eu me desconcentrei ao ver o Derrick conversando com ela. Eu sabia que a culpa não era dela, havia tempos eu não montava um animal tão perigoso, e tinha escolhido justamente o touro encrencado do dia. Queria aparecer, mostrar a ela que era melhor do que qualquer boyzinho da cidade. E por isso vacilei.
Dulce explicou que Derrick estava falando de mim. Que sabia que eu estava caidinho por ela, assim como ela estava por mim. Conclusão: até que o babaca não era tão babaca assim.
— E aí? Preparado para voltar para casa? — Fui pego de surpresa, pois não sabia que teria alta.
— Graças a Deus — Any murmurou.
— Jura, doutor? — perguntei.
— Basta seguir com o tratamento. Respeitar o horário dos remédios e continuar a fisioterapia. No mais, o que poderia ser feito no hospital já foi feito. Suspirei aliviado. Claro que faria tudo o que era recomendado. Não via a hora de voltar a ser o Christopher de antes.
Depois da festa com a notícia da alta, começou a discussão de onde eu ficaria.
Eu batia o pé querendo ir para a minha casa, Santiago gostaria que eu fosse para a dele, e Dulce e Anahí defendiam que o melhor seria eu ficar na fazenda.
Após analisar os vários argumentos que as meninas defendiam, como o espaço, os animais que eu tanto amava, a família por perto, os empregados a minha disposição e a piscina — que seria de grande ajuda para minha recuperação —, aceitei voltar para a Girassol. Mas é claro que o fato de saber que a Dulce estaria comigo o tempo inteiro também pesou na decisão.
Any e Dulce prepararam tudo para minha saída do hospital, mas a decepção que me atingiu quando eu vi a cadeira de rodas foi inexplicável.
— Vai ser por pouco tempo, Christopher. Eu prometo. — Dulce estava agachada ao meu lado, segurando minhas mãos.
— Cara, você vai tirar isso de letra — Poncho emendou.
Olhei para baixo e vi minhas pernas imóveis, meus pés em uma espécie de apoiador. Ouvi um clique e logo estava andando para a caminhonete do Poncho.
Andando não, sendo levado em uma maldita cadeira de rodas.
— Contratei o melhor fisioterapeuta da região — Dulce informou, tentando aliviar a agonia que era sentar e ser transportado naquela coisa. Eu me sentia impotente, humilhado. Como se não existisse mais lugar no mundo para mim. Entrar no carro foi ainda mais humilhante. Meu tio e Poncho me colocaram na caminhonete, um me segurando pelo tronco, o outro sustentando as minhas pernas. Uma sensação de terror tomou conta de mim. Eu não poderia nem queria passar uma vida inteira daquela forma. Não merecia.
Assim que entrou na caminhonete, Dulce percebeu que havia algo errado, segurou minha mão de forma carinhosa e puxou o meu queixo para que eu a olhasse.
— Eu estarei com você, amor. — Era a primeira vez que ela me chamava assim. Dulce estava mudada, de uma forma quase irreconhecível.
— Obrigado — agradeci sem fazer comentários, e ela descansou a cabeça no meu peito. Eu estava sentado em uma espécie de almofada, que me dava mais equilíbrio e fazia com que meu corpo não sofresse tanto com a viagem. Santiago foi com o seu carro, enquanto Dulce, Poncho e Any foram comigo. Demoramos um pouco mais para chegar à fazenda, já que Poncho manteve a velocidade baixa. Quando chegamos, meu tio já estava nos aguardando.
— Dulce... — Santiago a chamou, mas ela saiu correndo da caminhonete para abrir a porta da sede. Ela sorria, estava feliz por eu estar ali. E eu me agarrava a essa vontade de tê-la para voltar a ser como era.
Enquanto olhava a minha garota saltar os degraus da escada em minha direção, eu vi um homem, um garoto, na verdade, atrás dela. Ele correu e a alcançou. Eles estavam perto o suficiente para que eu ouvisse a conversa.
— O que está fazendo aqui, Pablo? — ela perguntou trincando os dentes, como se aquilo a fizesse manter a calma.
— Gata, estou aqui por você. Não está feliz? — o mauricinho respondeu e a abraçou.
Dulce tentou se desvencilhar, mas, quando ela se soltou, ele levou seus lábios até a boca dela.
— Larga ela, seu idiota. — Quando percebi já estava esbravejando e me debatendo, com o Poncho tentando me acalmar. Fiquei com ódio. Queria ter as pernas para chutar a bunda do desgraçado.
— Quem é o aleijado? — o cara perguntou, sarcástico, olhando de mim para Dulce. — Virou Madre Teresa, gatinha?
O jeito como ele a tratava, a forma como a olhava e a maneira como Dulce reagiu à sua presença indicavam claramente que os dois haviam tido um relacionamento. E o pior é que ele tinha ido atrás dela.
— Dulce? — perguntei, mas, antes de ela responder, o cara se adiantou, estendendo sua mão para mim.
— Prazer, sou o Pablo. Namorado da Dulce.
Vi Dulce empalidecer e desviar os olhos dos meus. Era verdade, ela sabia mentir muito bem, mas naquela semana, enquanto eu permanecia em uma cama de hospital, Dulce tinha se despido das máscaras que usava e eu tinha aprendido a ler suas expressões.
— Namorado?!

Por hoje é só queridas leitoras, mas amanhã tem mais. E qual será o segredo que guarda o Santiago ???? Mais pra frente será revelado, hahahahaha. Obrigada por lerem e não esqueçam comentem muito.