Fanfic: 8 segundos - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy - Dulce Maria e Christopher Uckermann
Não preguei os olhos durante o restante da noite. Fiquei pensando em como duas pessoas que nunca tinham se visto, como eu e Christopher, tinham tanta coisa em comum. O fato de seus pais e minha mãe terem falecido no mesmo ano e no mesmo mês me deixou apreensiva. Não via a hora de o meu pai chegar. Desde as conversas que havia tido com ele e com Santiago, eu sabia que existia um segredo que certamente afetaria a minha vida. E a do Christopher. Depois dessa revelação, fiquei ainda mais preocupada.
Abraçada a ele, sua mão segurava a minha por cima da sua barriga. Acho que nunca na vida tinha dormido de conchinha com alguém, e confesso que estava adorando. Colada no seu corpo, eu me concentrei em sua respiração e pensei em quando exatamente a minha vida tinha virado de cabeça para baixo. Desde o nosso primeiro encontro, senti que a atração entre nós era palpável, mas nunca imaginei que chegaríamos até aquele ponto. Eu estava loucamente
apaixonada por aquele homem. Quando vi Christopher cair daquele touro, eu senti como se o céu tivesse desabado sobre mim. Nada do que eu tinha desejado na vida fazia mais sentido.
Naquele momento, eu só pedia a Deus que não o tirasse de mim. Entrei em desespero no hospital quando ele pediu para eu me afastar, mas ele não conseguiu me manter longe. Sinto que Christopher tomou um pedaço de mim, sem o qual eu já não podia viver.
Como eu pude passar toda a vida sem sentir isso?
Fechei os olhos por alguns segundos e pensei se em algum momento eu havia sido feliz de verdade. Cheguei à conclusão de que minha vida toda tinha sido superficial. A felicidade que eu havia encontrado nos braços do Christopher era imensurável. Tinha tanto medo de estragar tudo que, quando vi o Pablo, tremi. Não poderia mudar meu passado, mas vi que nunca tinha feito nada de produtivo. Nunca tinha trabalhado, nem faculdade eu havia cursado. Terminei o ensino médio no internato e nunca mais estudei. Ter uma profissão não estava nos meus planos. Eu só queria viajar, festejar, comprar e levar uma vida sem propósito.
Abri os olhos novamente e olhei para o homem ao meu lado. Suas costas bem-desenhadas, o cabelo negro perfeitamente bagunçado, tudo era lindo.
O que eu quero hoje? Nada além de ficar com meu Christopher, meu Ranger.
Alcancei o seu pescoço e comecei a distribuir beijos abaixo da sua orelha. Senti quando Christopher se remexeu e apertou ainda mais minha mão contra o seu corpo. Continuei beijando o seu pescoço, seus ombros e suas costas. Christopher se virou um pouco para mim.
— Bom dia, amor — ele disse, abrindo aqueles olhos azuis lindos. Fitei seu rosto por alguns segundos.
— Eu te amo.
Ele arregalou os olhos e ficou paralisado. Droga! Era cedo demais, eu sabia. Mas, depois de toda a madrugada pensando no meu passado e quanto eu queria passar o resto da vida com o Christopher, não me segurei.
— Dulce, eu... — Ele ficou desconcertado.
— Não precisa dizer nada, meu lindo. — Resolvi aliviar a pressão. Passei a mão pelo seu rosto, desfazendo as rugas de preocupação que apareceram em sua testa. — Eu sei que não sou exatamente a mulher que você escolheria para a sua vida. Sei que não pertenço a esse mundo
de botas e chapéu. Na verdade, eu ainda nem sei o que você está fazendo com a patricinha fútil que te chamou de analfabeto e caipira. — Abri um sorriso forçado, pois pela primeira vez sentia vergonha e remorso por algo que tinha feito. — Mas eu quero você e vou aceitar
qualquer coisa que tiver para me oferecer. Só não me manda ir embora, nem tenta me tirar da sua vida — supliquei. — Você e todo o pacote que veio junto foram as melhores coisas que já me aconteceram, mesmo sabendo que não mereço você, a amizade da Anahí ou o carinho do Poncho — terminei de falar já com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu estava muito sensível. Tudo era muito intenso. Não conseguia olhar para Christopher sem sentir medo de perdê-
lo. Precisei desabafar e acabei soltando um “eu te amo” fora de lugar, que provavelmente teve o efeito contrário do que eu gostaria.
— Ei. — Ele levantou meu queixo para que eu o olhasse. — Você mudou muito, meu amor. Sabe por que eu te chamo de Cristal? — Sacudi a cabeça em negativa. — Porque eu te achava linda, mas intocável e, principalmente, muito fácil de quebrar. E sabe o que eu vejo hoje? —
Passou a mão pelo meu rosto, secando as lágrimas. — Uma Dulce forte, que sabe o que quer, que está prestes a enfrentar o pai para me manter na sua casa, que está cuidando de um caipira aleijado que não tem mais nada a oferecer.
— Nunca mais diga isso, Christopher — pedi, realmente brava. Tive vontade de ir atrás do Pablo e quebrar a cara dele por ter colocado essa ideia na cabeça do Christopher. — Você não é aleijado, e isso é temporário — completei, me levantando da cama.
— E se não for? — Christopher elevou a voz. — E se eu ficar assim para sempre? Você está disposta a se prender a mim logo agora que descobriu uma nova vida?
— Isso não vai acontecer. Acredito em você. — Fui sincera. Se havia algo em que
acreditava, era na sua recuperação. — E, se acontecer, eu estarei ao seu lado. Não vou te deixar, Christopher. Não adianta pedir o contrário.
Saí do quarto tentando não pensar no que fez ele não responder a minha declaração. Não o culpava pelo silêncio, sabia que o que sentia por mim era forte, e isso era o suficiente para me dar esperança. O importante era não deixar Christopher se abalar com pensamentos negativos.
Fui tomar um banho e deixei Christopher dormir mais um pouco. Eu me sequei no banheiro e fui para o quarto sem toalha. Ele esbugalhou os olhos assim que me viu nua. Me fazendo de desentendida, demorei um bom tempo para escolher o que vestir. Podia ouvir sua respiração pesada e sentir seu olhar sobre mim. Eu o queria muito, mas sabia que não podia forçar nada.
Tudo teria que ser no seu devido tempo.
— Você não está me ajudando. — Ouvi sua voz em meio a uma gargalhada.
— Não sei do que você está falando — provoquei, olhando-o por cima do ombro, enquanto abotoava o sutiã.
— Potranca, Potranca... — brincou.
Fomos interrompidos por uma batida na porta. Vesti rapidamente uma camiseta e um short jeans. Ainda descalça, abri um pouco a porta e vi Any.
— Olá, pombinhos — disse, descontraída. — Posso entrar ou o mano está em um estado inapropriado para uma irmã mais nova?
Abri mais a porta para que ela entrasse, e Christopher deu um sorriso.
— Estou só de cueca.
— Droga! Muita informação. — Any fez uma careta antes de sair do quarto.
Ainda sorrindo pela brincadeira dos dois, eu chamei a enfermeira para que ela cuidasse da higiene do Christopher. Bem que eu poderia fazer tudo, tinha aprendido até como passar a sonda, mas meu namorado se recusava, e eu entendia que tudo estava sendo muito difícil para ele.
Com Christopher já pronto para enfrentar seu primeiro dia na fazenda, tomamos café da manhã e aguardamos o fisioterapeuta chegar. Ele iria três vezes por semana para o tratamento, mas naquele dia eles teriam apenas uma conversa inicial sobre como tudo seria. A fisioterapia somente se iniciaria de fato na próxima consulta.
Quando o fisioterapeuta chegou, deixei os dois sozinhos e fui acordar Letícia. Já passava do meio-dia e ela ainda não tinha descido.
Entrei no quarto sem bater, e Letícia não estava na cama. Pelo barulho do chuveiro, só poderia estar no banho. Aproveitei para pegar um dos meus sapatos que estavam em uma caixa sobre o guarda-roupa. Quando a peguei, notei que havia outra, bem encostada à parede, praticamente escondida. A curiosidade falou mais alto, e a peguei para ver o que tinha dentro.
Abri a caixa de madeira e nela estavam guardadas muitas fotos, cartas, bilhetes e flores secas. Eram fotos da minha mãe que eu nunca tinha visto e que nem sabia que existiam.
Quando o barulho do chuveiro parou, juntei tudo de volta na caixa e me apressei para sair.
Não queria ter que explicar a Letícia o que era aquilo, se nem eu mesma sabia do que se tratava.
Segurando a caixa, saí pela porta da cozinha sem que ninguém percebesse. Não sabia para onde ir. Algo me dizia que ali estavam muitos segredos, então comecei a caminhar pelo campo, sem rumo. Caminhava e pensava nas insinuações do Santiago, nas atitudes do meu pai e nas coincidências que rondavam a mim e ao Christopher.
Parei quando avistei a grande plantação de girassóis. A mesma com a qual eu tinha sonhado. A mesma aonde Christopher tinha me levado. Me sentei à sombra de uma grande mangueira e respirei fundo. Ao mesmo tempo que queria descobrir se as respostas às minhas dúvidas estavam ali dentro, eu tinha muito medo do que descobriria. Por fim, abri a caixa.
Autor(a): marianarn
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 104
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foxcinn Postado em 23/09/2022 - 19:06:41
volta moça :(
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foxcinn Postado em 23/09/2022 - 19:06:18
eu só queria saber o final dessa historia
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chelly Postado em 19/11/2019 - 22:19:02
Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssss
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dudinhah Postado em 04/11/2019 - 08:42:52
Continua
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dudinhah Postado em 28/10/2019 - 21:25:39
Cade vc
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barbie Postado em 20/09/2019 - 10:08:49
Abandonou a fic? Continuaaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssssssssssss, amo a sua fic... Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa logooooooooooooooooooooooooooooooo plisssssssssssssssssssssssssssssssssss
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♥luly Postado em 01/08/2019 - 21:35:56
Abandonou a fic? Continuaaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssssssssssss, amo a sua fic... Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plisssssssssssssssssssssssssssss
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dudinhah Postado em 29/07/2019 - 11:49:52
Cadê vc?
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barbie Postado em 09/07/2019 - 09:12:18
Leitoraaaaaaaaaaaaaaaaaaa novaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, comecei a ler a sua web e já estou onde parou e até comecei a ler a versão Ponny Adaptada dela e gostaria de saber se você vai continuar postando ela, pois seria bem interessante ler as duas versões dela... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
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chelly Postado em 29/04/2019 - 09:55:27
Cadê vc? Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Plisssssssssssssssssssssssssssssssssss