Fanfic: Mi Nuevo Vicio - Vondy - Finalizada | Tema: Vondy

CHRISTOPHER

As horas passavam lentamente e eu continuava na sala de espera do hospital esperando que Dulce melhorasse ao menos um pouquinho. Era manhã, minha família e amigos tinham ficado comigo por um bom tempo, mas Annie tinha que cuidar de Arthur e Poncho se responsabilizou pela empresa. Mamãe foi pra casa tomar banho e descansar e Christian também, que tinha vindo direto de sua viagem pra cá, Mai o acompanhou.

Eu quis ficar, tinha medo que houvesse alguma mudança no estado de Dulce e eu não estivesse ali pra saber. Mai insistiu para que eu fosse descansar, estava acordado há duas noites e estava péssimo, olhos vermelhos pelas lágrimas, cabelos bagunçados e a roupa amassada. Porém eu estava decidido a não sair dali.

Passei a mão no rosto suspirando e fui até a cantina comer algo, não que eu estivesse com muita fome, mas não queria desmaiar por falta de alimentação.

[...]

Já fazia dois dias que Dul estava internada na UTI e o médico ainda não veio falar nenhuma novidade do caso dela e isso está me deixando desesperado. Passei a mão nos cabelos molhados, eu estava exausto. Tinha tomado banho no hospital mesmo e descansado em um dos quartos, na verdade foi um cochilo rápido, eu não sairia dali até ter certeza que minha princesa estava bem.

Já era noite quando voltei a sentar na sala de espera como sempre, minha mãe estava ali comigo, porque não queria me deixar sozinho, apesar de que toda hora nossos amigos vinham até o hospital ou ligavam por noticias.

- Estou com medo mãe – revelei pra ela que me olhou penalizada – O doutor não fala nada, é porque deve estar se preparando pra me dar uma noticia ruim – deduzi preocupado.

- Não fale besteiras Ucker, não crie coisas na sua cabeça, é melhor esperar pelo que ele tem a dizer – aconselhou. No mesmo instante o médico entra na sala e me olha sério, minhas mãos ficam trêmulas de pânico.

Ele se aproxima com uma prancheta nas mãos e me levanto para recebê-lo.

- Christopher – cumprimentou-me e acenou pra minha mãe – Tenho boa noticias. A Dulce acabou de sair da UTI – soltei o ar que nem percebi que estava prendendo – O estado dela melhorou muito desde quando chegou aqui, agora posso dizer que Dulce está fora de risco – mordi o lábio inferior emocionado – Ela foi mandada para o quarto, aquele que você me pediu. Está desacordada ainda e talvez demore um pouco para acordar por causa do efeito dos antibióticos – assenti.

- Podemos visita-la agora? – perguntei ansioso.

- É claro, só peço que não entre muitas pessoas de vez, ela precisa se recuperar – concordei com a cabeça.

Uma enfermeira nos guiou até o local. O quarto era o melhor do hospital, pedi isso ao doutor, pois queria que Dulce tivesse o melhor atendimento.  Era luxuoso e possuía enormes janelas cobertas pela cortina, estávamos em um andar alto, e também tinha um ar tranquilo e confortante.

Minha mãe e eu entramos no quarto e nos deparamos com a Dulce deitada na cama dormindo serenamente, seu peito subia e descia devagar me dando uma paz interior por saber que ela ia ficar bem. Apesar de ter alguns machucados e o braço fraturado, ela ia melhorar logo.

Caminhei até perto da cama e segurei sua mão, agora mais quente. Minha outra mão acariciou seu cabelo esparramado a sua volta. Ainda bem que o médico permitiu que eu passasse a noite com ela.

- Vou ficar aqui esperando você acordar, não vou sair do seu lado princesa – garanti a ela e senti a mão de minha mãe em meu ombro me apoiando.

[...]

Alguns raios de sol iluminavam o quarto e eu suspirei cansado, eu estava sentado no sofá perto da janela e não preguei o olho a noite toda, minha atenção estava toda em Dulce torcendo para que ela acordasse, mas não aconteceu. Cocei os olhos tentando ficar desperto.

- Você está horrível – olhei em direção a porta e vi Christian entrar, tinha um copo de café na mão. Eu estava horrível mesmo, nem contestei, as olheiras deviam estar enormes, a barba por fazer e o cabelo bagunçado.

- Bom dia pra você também – revirei os olhos me espreguiçando e ele sorriu.

- Bom dia. Resolvi dar uma passada e ficar um pouco com a Dul, depois tenho que resolver umas coisas no restaurante – comentou.

- Certo. Vou dar uma passada na cantina e comer algo – ele balançou a cabeça e saio.

DULCE

Respirei fundo sentindo meu corpo pesado, minha cabeça e todo o resto doíam muito que até parecia que um caminhão tinha passado por cima de mim. Então me lembrei do acidente e fiquei em pânico. O medo de abrir os olhos e ainda estar dentro daquele carro me deixou apavorada.

Resolvi arriscar e abrir os olhos, quando finalmente consegui a luz forte bateu e me fez fechá-los novamente. Depois de um tempo voltei a tentar e consegui me acostumar com a claridade. Tossi pela garganta seca e alguém veio até mim, era Christian.

- Onde estou? – murmurei atordoada.

- Ei Dul, você acordou – disse contente – Está no hospital, depois do acidente te trouxeram pra cá e cuidaram de você – avisou e reparei a minha volta, o quarto claro e com cheiro de hospital. Eu também estava cheia de fios e tubos - Como está se sentindo? Com dor? É melhor eu ir chamar o médico – disse afobado e eu sorri.

- Calma – pedi com a voz fraca – Estou com um pouco de dor... mas é suportável – contei rouca – Tenho sede também – confessei. Tentei me sentar, mas diz careta pela dor.

- Espere – Christian deu a volta e inclinou a cama para que eu ficasse mais confortável.

- Obrigada – sorri fraco.

- Eu não sei se possível te dar água, vou perguntar ao doutor tá bom? – assenti. Ele ia saindo, mas segurei seu braço ao me lembrar do meu pior pesadelo.

- Chris... – chamei e ele se virou – E o Pablo...ele morreu? – murmurei amedrontada.

- Pra minha infelicidade não – suspirou agarrando minha mão – Mas ele não vai chegar perto de você novamente, ele vai ser preso assim que receber alta e está sendo monitorado pela polícia – falou carinhoso.

- Graças a Deus – sussurrei aliviada.

- Sim... Todos ficamos desesperados ao saber o que tinha acontecido – revelou me deixando tensa, eu tinha até esquecido dos meus problemas com o Ucker.

- E o Christopher? – perguntei com medo de que ele tivesse desistido de mim depois que exigi o divórcio e não apareci na empresa – Ele não veio? – meus olhos marearam.

Antes que ele pudesse responder fomos interrompidos pelo barulho da porta sendo aberta.

- Ei Chris, espero não ter demorado mui...- Christopher parou de falar assim que me viu acordada – Dul...ce – falou incrédulo ainda parado no mesmo lugar. Respirei fundo o analisando, tinha uma aparência cansada e os olhos tristes,parecia até mais magro.

- Vou deixar vocês a sós enquanto a aviso o médico que está acordada – falou dando um aperto na minha mão e saindo.

- Você não vai se aproximar? – perguntei ao Christopher que ainda estava parado perto da porta.

- Eu não sei se você quer minha companhia – se encolheu ressentido me deixando com um nó na garganta.

- Antes...Antes de Pablo me sequestrar – comecei nervosa – Eu tinha decidido ir conversar com você na empresa, esclarecer tudo entre nós.

- Mai me contou o que disse a ela assim que chegou no hospital – murmurou e flashes desse momento vieram a minha cabeça – Não quero te pressionar a nada Dulce, só quero que se recupere, passou por momentos terríveis, que nem consigo imaginar. Sei que nossa relação está abalada, então se quiser o divorcio estou disposto a te dar, não quero que continue sofrendo por minha culpa – desabafou deixando-me em silêncio.

- Você não assinou? – questionei me lembrando de suas palavras no telefonema.

- Não tive coragem – sorriu de canto – Eu ainda tinha esperança de que você ia aparecer. Depois Poncho me contou do acidente, então não assinei – engoli em seco sem saber o que dizer.

- Sinto muito – sussurrei derramando uma lágrima. Ucker reparou e veio depressa até mim.

- Nada disse é culpa sua ouviu? – segurou minha mão fazendo carinho com o polegar – O que aconteceu com Belinda é minha culpa, o que Pablo fez também é minha responsabilidade, eu deveria ter te protegido, sabíamos que ele era perigoso – disse com pesar.

- Não te culpo por Pablo – por Belinda eu não tinha certeza, ainda tinha que pensar sobre o que seria de nós daqui pra frente.

- Eu sei, você é um anjo e não te mereço - beijou minha testa e desejei que ele continuasse perto.

A realidade era que Christopher sempre me fazia sentir segura, mesmo nos nossos piores momentos...

Ivane Moreira: Continuando flor!!! 

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