Fanfics Brasil - Why don´t we do it in the road? Água e Óleo?

Fanfic: Água e Óleo? | Tema: The Beatles, Paul McCartney, John Lennon, McLennon


Capítulo: Why don´t we do it in the road?

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— Tá vendo alguma coisa?


— Tô de óculos.


Paul deu um sorriso sonoro e prosseguiu:


— Reformulando: está enxergando alguma placa, alguma luz, qualquer porra nessa merda de estrada?


— Por quê? Você precisa dos meus olhos agora?


— Muito whisky rodando na cabeça, Lennon. Muito whisky.


— Ótimo. Assim você mete a porra do carro em qualquer lugar e pronto, acabou essa porra toda, acabou o barulho, acaba toda essa merda. 


O outro não respondeu. John continuou, após um silêncio quase longo, o vento entrando pela janela, a estrada escura. 


— Sabe. Ah, Jesus, porque eu fui pôr o nome de Jesus numa frase?


— Ah, Jesus...- Paul riu de leve.


— O mundo enlouqueceu.


— É, meu querido amigo. 


— Ah, foda-se tudo.


— John...


— Hum?


— Agora já foi, hum. Paciência. Daqui um tempo ninguém vai lembrar disso.


— Bacana seu otimismo, McCartney. Parabéns.


— Obrigado. – e após uma pausa, acompanhada de uma careta – John...


— Hum?


— Eu tô meio tonto, cara.


Paul fez um gesto de leve com a mão para que John pegasse a direção. Rapidamente recuperou-se e reassumiu o controle, guiando o carro pro acostamento. Parou.


— Tá tudo bem, Paul? – pôs a mão no ombro do amigo delicadamente. O outro balançou a cabeça de leve e encostou na direção. Lennon esperou que ele pudesse falar.


— Ah... – McCartney passou a mão pelos cabelos escuros e espessos num suspiro.  Recostou a cabeça no banco, os dedos entrelaçados nos cabelos. – Não tô legal, não. 


— Mas que porra... – disse John suavemente – Desaprendeu a beber, Macca?


Paul riu, de olhos fechados e disse com uma leve careta:


— Ah não. Sei lá o que tá acontecendo hoje. 


Continuou assim, os olhos fechados, respirando fundo. John observou o amigo por um momento, analisou seu perfil, se deteve em seu narizinho perfeito. Um belo perfil, de fato. Ele era mesmo bonito. John passou a mão de leve nos cabelos escuros do outro. 


— Vamos lá, Paulie. Respire, garoto. 


Paul sorriu numa careta:


— Que doce você é. Espero não vomitar sem querer em você. 


John riu, um riso moleque, de bobeira. Não tirou a mão dos fios espessos, que entrelaçou suavemente. McCartney abriu um pouco os olhos e encarou-o num leve sorriso. Lennon sorriu em retribuição.


— Que foi, Lennon? Tá apaixonado por mim agora? – brincou.


— Sempre estive, Paul. – correspondeu a brincadeira, imprimindo um tom de verdade significativa, mensagem direta para McCartney. 


— É, eu sei. Impossível resistir a mim.


— Isso. Impossível, sr. Encantador. É só você bater seus cílios perfeitos e me jogarei aos seus pés. 


— Ok, mas isso eu já sei. 


John riu, encarando-o. A mão permanecia nos cabelos do amigo e não quis tira-la. Ambos sorriam agora. Paul fez uma cara que significava tontura e apoiou a cabeça no ombro de John. 


— Paul. Que foi, cara? Hum?


— Já vai passar...pera...- disse com dificuldade.


— Ok, Paulie – disse dando leves tapinhas carinhosos em sua cabeça, bem leves. – Fique quanto precisar, hum. Só tente não vomitar em mim. Mas se vomitar...tudo bem. Não seria a primeira vez. Nem acho que será a última. 


Paul não conseguia falar ainda. Não queria vomitar. Queria ficar ali um pouco mais até sentir-se menos tonto. Permaneceram em silêncio um longo tempo. John olhou em volta. Total escuridão. Não fazia ideia de quanto tempo estavam da cidade mais próxima. O cheiro do cabelo de McCartney, cheiro de xampu, entrava por suas narinas e ele baixou de leve o rosto por um desejo de embriagar-se mais daquele aroma, de roçar de leve os lábios nos fios abundantes. Tão bonito...Caralho, como ele estava bonito. Aquele rosto perfeitinho encostado ali. John fechou os olhos completamente tentado a virar o rosto dele e beija-lo. Mas de alguma forma, estava tranquilo ali. Podiam ficar ali pra sempre, naquele silêncio, escuro e sem histeria. John sentia-se quase grato por poder ficar junto dele fisicamente, mesmo que dessa forma. Mesmo que estivesse sentindo falta dele. Esse pensamento perturbou Lennon. “Caralho, às vezes acho que McCartney tem razão. Porra, se as coisas seguissem como estavam...onde eu ia parar?”, suspirou, o pensamento aceso como um letreiro luminoso “ Você está apaixonado por ele, John Lennon. Larga de ser covarde e encare, você sempre esteve e isso só está piorando. Você o ama, yeah, yeah, yeah...Cacete, que inferno! Eu estou apaixonado por ele, nunca foi só tesão...”. Então um grito ainda mais luminoso, em vermelho vivo alertou-o: “John Lennon, você não pode se deixar levar, não pode, você aguentou até agora, não se deixe ir, não, não, ou não vai ter volta. Não...Você não o ama, você quer chupa-lo porque ele é lindo, porque ele te excita. Não, amor, não. Isso não pode acontecer. Sexo, sim. Eu não posso evitar, eu o quero, quero, Deus, quero tanto, mas é isso, será assim, sexo. Só sexo.”


— Paul...


— Hum.


— Faz tempo.


McCartney sabia muito bem ao que ele se referia, mas apenas perguntou:


— De que?


— Ah, vai se fuder, Paul. Caralho. – virou o rosto para a janela, observando o nada.


Ainda um tanto tonto, McCartney encostou a cabeça no banco.


— Acho melhor continuarmos assim, John.


— É... – acendeu um cigarro, dizendo baixo e rancorosamente.


— Ah, John, porra. – suspirou, levando as mãos aos cabelos – Que você quer que eu te fale? Hum? Pra gente voltar pra onde estávamos há dois meses? Pra que? 


Lennon riu, soltando uma grande quantidade de fumaça:


— Pra que? – virou-se para ele – Não faz diferença, Paul?


— Faz – virou a cabeça lentamente, olhando-o – Eu não tenho mais que ficar neurótico com tudo em volta no estúdio enquanto sinto meu pau duro o tempo todo.


John olhou para baixo significativamente:


— Como está agora?


McCartney não desviou:


— Assim. Ou muito pior. – soltou todo o ar dos pulmões – Ah, Johnny, porra, você sabe que eu sinto vontade, mas cacete. Tava muito difícil sustentar aquilo, John. Nós estávamos perdendo o controle da situação, as pessoas no estúdio notando...


— Isso é paranoia sua, Macca. Ninguém viu nada direito. – tragou, olhando-o.


Paul riu:


— Você quer mesmo acreditar nisso como licença pra gente continuar aquele joguinho excitante e erótico, né? Não se faça de idiota, Lennon. Piadinhas do Ritchie, o olhar do Brian, dos técnicos. A gente ali...roubando beijinhos escondidos, chupando o pau um do outro no banheiro, aquela tensão constante. 


— Você sempre neurótico...


— Alguém tem que ser racional aqui.


— Paul, vá a merda – jogou o cigarro pela janela – Em quase um ano, com todas as vezes que nós fizemos isso, ninguém nos disse uma palavra. Se alguém viu ficou de bico calado.


— John, você é ingênuo mesmo? A esse ponto? – McCartney pegou um cigarro do maço dele, acendendo e levantou a sobrancelha. Houve um silêncio confuso e prolongado.


— Do que está falando, Paul?


McCartney suspirou, tragando e olhando-o, sério:


— Johnny, eu tive de usar lábia pra reverter as coisas. Eu fui lá – tragou – conversei com quem eu achava que tinha presenciado alguma coisa...


— Quem? – olhava-o intrigado.


— Mal, Neil. Martin, Brian. Não havia mais ninguém da técnica presente em nenhum momento dos que fizemos qualquer coisa lá. Eu nunca perdi o olhar pro entorno, de forma geral.


— Você falou com eles? Falou o que? – Lennon estreitou as sobrancelhas, um tanto incrédulo.


— Uma porrada de conversinha mole pra dissuadir, de forma natural e forjadamente informal, a cada um deles, da ideia de que nossas brincadeiras e aquele clima eram algo sério. Que os sussurros eróticos eram piadas e os beijos eram encenaçõezinhas. 


— Não acredito, Paul. – balançou a cabeça negativamente, olhando-o profundamente, sentindo-se meio idiota.


— Você acha que não passou nada nos áudios, mas pode ter passado, John. Acha que ninguém viu a gente se beijando, mas podem ter visto. Ninguém afirmou ter visto. Eu simplesmente já adiantei as coisas de um modo bem estratégico pra que não focassem naquilo, ou achassem que foi uma bobagem. E depois disso, mantive-me afastado.


— Escuta, você gosta de brincar de Deus, né, Macca? E quem é crucificado por conta de Jesus sou eu. 


McCartney riu e franziu o nariz, suave:


— Tava protegendo a gente, John. – passou a mão pelos cabelos dele.


— A gente ou sua reputação? – foi cortante no olhar e no tom. Paul assumiu uma expressão séria:


— Ambas as coisas. 


Lennon sorriu, um sorriso irônico e irritadiço, levando o rabo do olhar para a mão do amigo em seu cabelo:


— Então tira a porra da sua mãozinha linda de mim, Paulie. Assim ficamos protegidinhos e você pode continuar fingindo que não vive louco pra se esfregar comigo pelos cantos. 


Mas ele não tirou a mão.


— Olha, John, foi um período muito excitante...


— Foi excitante pra caralho, Macca. A coisa mais excitante que já fiz. 


Paul balançou a cabeça de leve, sorrindo meio sem graça, meio achando graça. Lennon pousou os olhos na boca do outro:


— Se você soubesse quantas vezes eu quis beijar essa sua boca nesses últimos dois meses...


— Ah, John...para com isso. 


Ele não se deteve. Com o dedo indicador tocou os lábios de Paul e delineou a curva perfeita de sua boca, acariciando suavemente. McCartney fechou os olhos, excitado.


— É, Paulie. Eu às vezes fico olhando pra tua boca e sentindo exatamente o gosto dela. 


Abriu os olhos e encarou-o firme, mas não bravo:


— Lennon, para com isso. Eu não sou essas mocinhas que você leva na conversa. 


— Não. É muito mais atraente pra mim. 


— Não é verdade.


— É sim. – disse também firme e voltou a acariciar os lábios do outro com a ponta do dedo: - É verdade sim. 


Paul fechou os olhos e suspirou, lutando contra a excitação crescente. Aquilo o envaidecia de forma altamente excitante. Sentia-se o ponto fraco e forte de Lennon e gostava disso, assim como gostava daquela energia sexual forte que ele tinha, dava-lhe uma ideia de liberdade que o atraia intensamente e assustava muito. John era atraente pra cacete, embora não costumasse sentir isso por outros homens no geral. John era John e aquela energia era quase parte de si também, era como se fosse também sua. Nos últimos meses havia sucumbido a esse desejo forte, como não fazia havia muito tempo, quando passaram uma noite juntos em Paris. A excitação daquelas brincadeiras sexuais que faziam, os beijos que trocavam, as punhetas, as chupadas, tomaram uma proporção muito grande e ele teve de parar. Sentia um tesão enorme por ele, mas tinha de barrar aquele furacão sexual que eram antes que fossem parar em lugares mais além, em diversos níveis. Lennon acariciava seus lábios libidinosamente e sua ereção já latejava. 


— Não, John, hum. – olhava-o sem nenhum constrangimento – Melhor não. 


— Ah é, Macca? Mesmo? – Lennon segurou seu rosto com a mão, persuasivo – Mesmo? Sei que você quer. Para com essa porra de frescura. Não tem ninguém nessa merda de estrada escura. Vem cá, me da essa boca, da...


Antes que John o invadisse, segurou-os.


— Pra que voltar a complicar as coisas, Johnny? Já é tudo uma bagunça...- fechou os olhos, suspirando – Eu não sei levar uma amizade assim. Não sei.


— Tem que complicar nada, Paul, porra, só esquece tudo por um momento, hum. Pelo menos hoje. Nem que seja só hoje, hum. Eu tô com vontade pra porra de você.


Paul tornou a fechar os olhos suspirando e considerando. Talvez afrouxado pela bebida ou por qualquer outra coisa que não identificou, com a cabeça fez que sim. 


— Isso, hum. – acariciando o rosto liso de McCartney, tocou os lábios dele com os seus suavemente e ficaram ambos assim um tempo, lábios colados, imóveis, respirando forte. Sentiam uma energia incrível fluir pelo corpo todo. Mantiveram-se imóveis, lábios unidos pulsando, sendo quase o mesmo ar. Sem sequer saberem quem começou, veio o beijo suave e lento, como se saboreassem um ao outro aproveitando cada segundo. Pausaram novamente as bocas coladas e John sussurrou ali mesmo, entrelaçando os dedos nos cabelos do outro:


— Você é uma delicia. Tão gostoso. Estava com saudade da sua boca.


Sentindo um forte impulso de tesão, Paul segurou Lennon pela nuca e beijou-o mais intensamente. John correspondeu num gemido baixo, surpreendido pelo beijo audacioso, os fios acastanhados de seu cabelo entre os dedos do outro, sendo puxados de leve. Beijavam-se cada vez mais avidamente, respirações altas e ofegantes, cheios de energia. Lennon desceu a mão pela camisa de McCartney, alisando seu abdômen. Paul diminui o ritmo do beijo sentindo um arrepio e ofegou na boca de John quando ele tocou sua já forte ereção por sobre a calça. Olharam-se, a mão pausada ali. John sorriu, os olhos meio cerrados e o amigo tirou seus óculos, sem desviar, colocando-os atrás da direção. Lennon movimentou bem suavemente a mão e com o olhar perguntou se devia prosseguir ao que McCartney assentiu com um movimento de cabeça e um sorriso sutil. Fechou os olhos, sentindo o toque e puxou o outro novamente pra sua boca. John abriu o botão da calça leve e segurou entre a mão o firme membro do amigo, sentindo-o pulsar sem se mover. Ao toque da pele, Paul gemeu baixo e sugou o pescoço de John como que pedindo que seguisse. E ele seguiu, masturbando-o devagar primeiro e depois mais vigorosamente, entre beijos cada vez mais quentes e gemidos surdos abafados entre as bocas e pescoços.


— Hum, John...para hum. Para. Não vou segurar. 


Lennon lambeu seu pescoço e sussurrou: 


— Está tão bom assim, hum?


— Ah, sim...sim Johnny. Mas não quero gozar na sua mão.


— Não? E onde você quer, Macca?


— Aonde você quer. Na tua boca. 


John tirou a mão dele e levou ao rosto, beijando-o enquanto dizia:


— E como você sabe o que eu quero?


— Porque eu sei. Me chupa, Lennon. 


O outro encarou-o num sorriso rebelde:


— Não me dê ordens, McCartney. Eu ainda sou o líder.


Paul ergue as sobrancelhas em um desafio irônico.


— É, sou sim. 


— Ah, é? E que liderança você tem sobre mim aqui, hum? 


— A que te fez se derreter na minha boca, gemendo ao comando da minha mão – disse num gesto de movimentar os dedos. 


— Bom...isso posso fazer sozinho. Só bater uma e tá resolvido sob meu próprio comando. 


John sorriu, sarcástico, mas ligeiramente irritado:


— Sei. Mas vou estar no comando do seu pensamento, nas tuas fantasias, Paulie. 


— Pretensioso sempre.


— Não mais que você. Mas...querido amigo, se você quer se portar como um adolescente, podemos voltar aos bons e velhos tempos das punhetas coletivas. Hum? Que tal?


Paul não respondeu, sorria observando, a mão no queixo. John recostou-se no banco do carona abrindo o zíper e pondo sua ereção pra fora. Voltou a falar:


— A gente faz exatamente como fazíamos nos primeiros tempos, você ai e eu aqui. Lado a lado – disse devagar – ouvindo os gemidos um do outro e fingindo que não eram eles que nos faziam gozar.  – segurou o próprio membro e encarou Paul que sorria divertindo-se.


— Qual a graça, McCartney?


— Tá nervoso por quê?


— Não tô nervoso. Tô te achando um merda covarde, só isso.


— Sei. E por quê? 


— Ah, cala a boca e faz aí.


Paul riu:


— Você tem tanto medo assim de perder o comando das coisas? Deixa eu te dizer uma coisa: estamos juntos, eu e você. Não somos mais dois moleques. Estamos aqui de igual pra igual e já faz muito tempo. – foi bastante firme. 


Lennon tentou ignora-lo olhando pela janela. 


— John. Olha pra mim. 


— Vai se fuder, cara.


— Olha aqui – levou a mão ao rosto do amigo virando-o para si delicadamente. – De igual pra igual. E qual o problema? Isso não é bom? Não é bonito?


— Nossa, é lindo. Escreva alguma canção romântica sobre isso. Vai emplacar, certamente. – olhava-o fixamente, em desafio. Paul acariciou seu rosto:


— Não me ofendo nem um pouco. Acho na verdade que você adoraria que eu escrevesse umas musicas românticas pra você. E quem sabe, né? Quem sabe se já não escrevi várias delas? Você é um material de inspiração e tanto, John Lennon. 


O outro sorriu, mesmo sem querer. Paul achou-o bonito, balançou a cabeça num sorriso e se aproximou pra beijar seu pescoço. John fechou os olhos, cedendo, ouvindo o amigo sussurrar em seu ouvido:


— Você e eu sabíamos, mesmo naquelas longínquas sessões de punheta – fez uma pausa e comentou, zombeteiro: - gostei dessa frase...


John riu, completando:


— Sim, naquelas tardes mortas quando a imagem de Bardot se esvaneceu enquanto seus gemidos e sua presença me levavam ao clímax num segundo. Ambas as frases estão uma bosta, mas é a verdade.


— Sim. Depois...- Paul fechou os olhos contra o pescoço de John – depois algumas vezes...muitas vezes, você sabe, vinha você na minha mente e então Paris...e aquela coisa. Aquela noite. E os últimos meses, John...Foi a coisa mais excitante que eu já fiz também, Johnny, você tem razão.


— Lennon sempre tem razão.


O outro riu:


— Lennon às vezes tem razão. 


John deu um pequena gargalhada e Paul prosseguiu:


— Muito excitante. Mas Johnny, olha aqui pra mim, olha.


Encararam-se, num sorriso. McCartney enrugou a testa levemente, como se decidisse algo importante e foi em frente:


— Olha, cara. Já que estamos aqui nessa porra de estrada, já que chegamos aqui, tenho uma proposta pra te fazer, ok? 


— Manda.


— Tô aqui pensando...- tamborilou os dedos na direção - pra que ficar só nas brincadeirinhas? Vamos fazer essa porra pra valer, quer dizer, a porra toda.


Lennon fitava-o um pouco descrente.


— A porra toda? 


— É, toda. 


— Você quer me foder, Macca? – estreitou os olhos um pouco.


— E vice-versa. De igual pra igual. Tudo. Vamos fazer tudo. Pra valer.


John mordeu o lábio e levou a mão ao queixo, divertido:


— Você sabe que eu nunca fiz isso, né?


— Eu sei.


— Quer dizer, sabe, nenhum cara nunca me fez querer chegar nesse ponto. Só que você, seu filho da puta, às vezes...às vezes eu olho pra você e tenho uma vontade do caralho de te foder pra valer. De ultrapassar esse joguinho sexual e meter fundo em você como nunca quis com outro. Tudo.


Paul ergueu as sobrancelhas, ouvindo.


— É, McCartney. O senhor, senhor Encantador, com esse seu rostinho perfeito... – disse tocando de leve o rosto do outro, examinando e acariciando – Esse seu rosto bonito pra cacete, delicado...seu corpo. Esse charme filho da puta me deixa com um tesão que chega a me irritar. 


McCartney riu gostosamente.


— Ah, Johnny, Johnny...


— É. E essa sua vaidade estupida de quem sabe que é bonito. Sua preocupação em estar cada vez mais bonito...é um saco. Você é um pé no saco. Mas é tão gostoso... – sorriu - Acho que vou ter que me apegar nisso. – pôs a mão no queixo, zombeteiro, analisando o outro.


— Isso, se apegue nisso, fale pra si mesmo que está só desfrutando do meu corpo, não importa o quão vaidoso e pé no saco eu seja. “Foda-se o McCartney. O que importa é meu prazer em fode-lo.”


— É isso aí. 


Ambos mantiveram o olhar acompanhado de um sorriso que explodiu desavisadamente numa dupla gargalhada. Um riso de bobeira, sem sentido aparente, que talvez escondesse algo, mas que ecoou pela janela até que os dois recobrassem o fôlego daquele fim de riso, um quase pós- orgasmo de humor. Paul recostou-se no banco, cruzando os braços atrás da cabeça. John o fitava, sorrindo e um pouco incerto.


— Macca...


— Hum? – ele suspirou preguiçosamente como um gato.


— Fala a verdade. Você tava brincando, né?


— Sobre a foda?


— Não. Sobre os esquilos que estão nos chamando pra um motim. 


— Hem? – não conteve o riso breve que foi sobreposto pela fala de John, dividido entre achar graça de sua própria piada ou falar sério:


— É, Macca...- disse lentamente, num sibilar meio erótico. – Sobre a foda. Não estava falando sério mesmo, certo?


Paul encarou-o com um ligeiro franzir de sobrancelhas:


— Tava. 


— Tava? – John meio riu.


— Tava, oras – Paul mordeu o lábio num sorriso sem perceber, entre divertido e tímido.


— E porque agora, o rapazinho pode me dizer?


— Ah, John. – passou a mão no queixo e disse com a voz meio grave: - é o seguinte, cara. Eu tô mais propicio aqui às coisas porque bebi e...as coisas saem mais fácil, certo?


— Certo, o efeito do álcool é amplamente conhecido.


— Sim. – sorriu brevemente – Então é mais fácil pra mim...pensar...dizer...pensar...quer dizer...


John sorriu da gagueira do amigo.


— Hum? Dizer...pensar...dizer?...


— Dizer, John. Johnny. Que – e levando a mão delicadamente a mão do outro, sobre a qual pousou a sua – que as nossas brincadeirinhas sexuais podem ser gostosas– começou a fazer movimentos circulares com o polegar na mão de John e baixou os olhos – mas eu tenho vontade explorar isso mais a fundo. Tenho vontade de sentir como seria...– penetrou-o com os olhos, roubando o folêgo do amigo – você me fodendo e eu a você. Provar.


— Então temos o bom e velho McCartney empenhado em aprimorar-se.


Paul soltou o ar num riso:


— Idiota. Isso – sorria ainda – eu só quero trabalhar n’algo novo. Just business.


— Well, well. E já que costumo ser o parceiro habitual...


— Isso, John, é só isso. Um Lennon-MacCartney original, o mais original deles. 


— Talvez também conhecido (excepcionalmente desta vez!) por McCartney-Lennon, dependendo de quem entra em quem.


Paul levantou o dedo em concordância:


— Bem dito, Lennon. 


Então, sem aviso, Lennon segurou o rosto dele entre as duas mãos com firmeza, olhando-o fundo nos olhos:


— Então chega de conversinha, Paulie. – mordeu o lábio, com fome – Quero saber se vai ser uma melodia melosa ou um rock and roll mais intenso. – e lambeu os lábios do outro, provocante. – Por que eu aceito experimentar isso com você. 


Paul gemeu de leve:


— Hum, não sei...acho melhor – tentava dizer, ofegante com as investidas da língua de Lennon em sua boca – uma mistura... – e tomado por uma onda quente conforme John chupasse seu pescoço sensualmente reconsiderou, com a voz grave e rouca: - um blues, Johnny...um blues gostoso de ouvir. 


John sussurrou em seu ouvido:


— Sexy. 


— Isso. 


— Você me excita tanto, sabia?... – enfiou a mão entre os cabelos do amigo, puxando-os um pouco – Quero você, quero te provar primeiro. – e parou a frase no ouvido do outro, permanecendo ali. McCartney sentiu um arrepio de tesão domina-lo e certo nervosismo. John percebeu por sua respiração e prosseguiu, acariciando de leve seus cabelos escuros: - relaxe, meu bem, relaxe...eu sou bom nisso...com as mulheres...sabe...


— Sei – disse à meia voz – já te ouvi se gabar tantas vezes...


John prosseguiu acariciando os cabelos do amigo como se fosse um gatinho:


— Sim, e você gosta de ouvir, não? Gosta, Paulie, de ouvir os detalhes mais sórdidos de como eu fodo...- e dizendo isso desceu a mão novamente ao membro rígido do outro que ofegou.


— John...


Lennon masturbava-o lentamente agora, chupando seu pescoço e prosseguindo:


— Imagino quão excitado fica ao se imaginar no lugar delas...sendo fodido pra valer por mim, hum...


Paul sentiu uma descarga de prazer percorrer seu corpo.


— Ou é de hoje a sua ideia, hum? – subia e descia a mão por toda a extensão de McCartney no mesmo ritmo dos beijos e lambidas no pescoço e orelha – Não, hum. Sei que não...Diz, hum, diz, Paulie...diz que você sempre quis que eu te fodesse...


O outro mordeu o lábio para segurar um gemido mais forte diante do prazer que sentia com as palavras de John. Se dissesse aquilo gozaria imediatamente. Então mudou de assunto, puxando a boca de Lennon pra dentro da sua intensamente:


— Me beija, Johnny, beija, hum. 


— Beijo, sim...


Na boca de John, disse com a voz grave e bonita entrecortada do prazer pelos movimentos incessantes da mão em seu pênis: - E você, Johnny boy... – lambeu os lábios dele luxuriosamente: - Não sabe se quer mais me foder ou ser fodido por mim...


John riu de leve na boca de Paul:


— Ah...- ofegou – realmente é uma escolha difícil e deliciosa... – e tirando a mão do membro duro do amigo e levando os dedos a própria boca, continuou falando enquanto chupava um a um: - Mas você não me disse, Paulie...o quanto sempre quis que eu te comesse, hum...


Paul sentiu-se quente, sabia que era o rosto corando por não conseguir de fato nem saber nem admitir aquilo. Desde quando? Quando pensara naquilo a primeira vez? John se divertia com o encabulamento do amigo, mas por dentro desejava quase num desespero que ele dissesse: “sempre”. Como desejava ouvir de Paul que sempre o quisera! No momento em que pôs os olhos naquele rapaz bonito e talentoso a primeira vez, John não soubera o que sentira, mas sabia que era algo que nunca provara. E desejava que fosse exatamente reciproco. Um medo indesejado soprou em seu peito e por um instante perdeu a concentração. 


— John?


Lennon encarou-o e nos olhos tinha certa vulnerabilidade que atingiu Paul em cheio. Ele compreendeu. Entendeu o que era importante que John soubesse:


— Eu quero fazer isso com você, John. E eu nunca quis com mais ninguém. Só com você tenho essa vontade. Só a tive com você e estou com ela agora, aqui bem forte em mim. 


Os olhos de Lennon brilharam. Encarava-o fascinado, sem palavras e sentia-se tolo, tolo porque não costumava reagir assim com ninguém. Num misto de excitação e uma ternura com a qual tinha medo de lidar, abriu os lábios de leve, pouco ar saia de si e acariciou o rosto de Paul devagar, contemplando sua beleza, embriagado do desejo por ele. Queria tê-lo de um jeito que não se comparava a nada que já sentira. Diante daquela paralisia inesperada, Paul entrelaçou os dedos nos cabelos da nuca de John e o beijou para encoraja-lo da firmeza de seu desejo. Do beijo profundo voltou ao olhar e mordendo o lábio de leve, virou-se para deitar o banco por completo, deixando-se recostar todo e estendendo os braços num chamado sensual. Sentiu-se estranhamente vulnerável naquela posição que confusamente lhe parecia feminina, acostumado a estar do outro lado, quis provar aquela sensação de ter John sobre si, cobrindo-o, sentir seu peso todo enquanto ele o prenchesse. Devagar, Lennon deitou sobre ele, pairando ainda um pouco acima de seu corpo e pelas mangas de camisa um pouco suspensas, Paul observou de soslaio os músculos tesos dos braços do outro e aquilo o excitou mais. Olharam-se intensamente e com luxuria. Com a expressão, McCartney pedia que viesse e envolveu o pescoço de John para um beijo gostoso e lento, sentindo o amigo soltar o peso todo sobre si. Sentir o corpo pesado de John sobre o seu durante aquele beijo molhado era delicioso, dava uma sensação de conforto e preenchimento, como sempre. Mas o desejo de ser preenchido mais a fundo cresceu e estranhamente aquele momento parecia fundo também, fundo de vontades e sentimentos tranquilizadores que cobriram qualquer perturbação assim como aquele corpo o cobria. John já não lutava com a ternura, parecia-lhe muito certo aquilo e o misto desse sentimento com o tesão, levou seus dedos a abrirem a camisa branca do outro devagar, revelando seu peito alvo e bonito, que ele beijou lentamente como se saboreasse da carne mais gostosa que podia existir. O sal do suor era salgado e doce e quando sua língua rodeou os mamilos rosados, sentiu Paul se contorcendo e quis desesperadamente penetra-lo, toma-lo e possui-lo seu. Ele era seu. Prosseguia ali, saboreando aquele circulo rosado, as ereções se encostando eventualmente e desceu mais, beijando e lambendo cada centímetro do corpo alheio até chegar ao membro firme que lambeu de cima a baixo, faminto, necessitado. Paul gemeu deliciosamente ao sentir a língua em si e se lembrou da primeira vez que provara aquela sensação de ter John assim, em Paris. E de todas as vezes que gozara desta forma com ele nos últimos tempos. Lennon gemia com o lábio encostado ali e o abocanhou com vontade, devagar primeiro, descendo por toda extensão. Fechou os olhos e suspirou ao reencontrar-se com o gosto do outro, conforme algumas gotas de seu liquido saíssem desavisadas e aquilo, como um poderoso afrodisíaco, fez com que começasse um desenfreado vai e vem com a boca. McCartney gemia baixo e rouco, não queria gozar depressa, queria sentir aquilo por muito tempo. John desceu mais a boca chupando de leve as bolas. Paul sentiu que ia enlouquecer e segurou a cabeça de John contra si enquanto movimentava-se, esfregando-se nele e já não se importava com mais nada, queria gozar ali imediatamente. John, sentindo o desespero nos quadris frenéticos do amigo parou a ação e olhou-o ofegante, lambendo os lábios sensualmente.


— Ah...porra, Macca. Porra...segura um pouco. Vai encher minha cara de porra. 


— E você ia gostar. – respondeu com dificuldade. – Ia lamber cada gota, engolir tudo quanto pudesse recuperar, como gosta.


— Ah, não tenha duvida. – disse tocando as coxas do outro e contornando-as com as mãos abertas. – Mas não posso deixar que isso aconteça agora porque...te quero muito excitado enquanto te fodo. 


Paul fechou os olhos sem conseguir conter o tesão que sentia com aquelas palavras e teve medo de gozar somente com elas. John olhou-o com um brilho quase maldoso nos olhos diante da nova ideia que surgia e voltou a boca para onde estava, descendo mais a língua, passando-a de cima a baixo dentre as nádegas do amigo, que abrira suavemente. Não havia mais nada que McCartney pudesse fazer exceto se deixar levar por aquelas sensações novas e desconcertantes do ainda não explorado por eles. Aquela ideia em si era altamente enlouquecedora. Tinha Lennon ali, na maior de todas as posições de serventia possíveis até então, e o prazer de tê-lo servindo-o era indescritível. Sentia-se um rei. Voltou a segurar a cabeça do outro:


— Oh, Johnny... – gemia em súplica – assim...


— Surpreendentemente – disse quase sem cessar o trabalho bem feito – temos alguém aqui adorando sentir prazer dessa maneira, hum...


Paul mal conseguia responder:


— Porque você não sabe...como é...bom...


John parou e olhou-o:


— Ah é?


O outro movimentou a cabeça num sim desajeitado e impaciente.


— Mas vou saber em breve...não vou? – mordeu o lábio, provocante.


— Vai, Johnny boy. Vai sim. Continua, por favor.


— Por favor...Hum. Menino bem educado.


Paul sorriu entre sua falta de fôlego.


— Um menino sempre elegante... – disse levando o dedo indicador à entrada de McCartney – tão conhecido por sua distinção... -  afundou de leve o dedo e ouviu o outro gemer de forma diferente, talvez de dor. Prossegui falando e com muita cautela para não machuca-lo. – Um bom rapaz...quem diria...gostando de ser fodido por um dedo... 


O outro não aguentava mais aquelas provocações verbais tão certeiras. Impulsivamente tentou levar o quadril contra o dedo de John, que maravilhado começou a move-lo para dentro e pra fora.


— Sendo preparado pra ser fodido por um verdadeiro pau. Ah...quem diria que você gostaria tanto...


Com dificuldade, Paul sussurrou:


— Poe mais um. 


— Não ouvi. Mais alto, por favor.


— Enfia mais um, porra.


— Hum. Não tão educado. E um tanto pervertido. – introduziu outro dedo, sentindo McCartney adaptar-se sem reclamar. – Pervertido sim...fazendo essas propostas indecentes... – movimentava-os dentro dele. 


Paul soltou todo o ar:


— Ah, Johhny. Ah...você sabe melhor que ninguém que eu não tenho nada de santo. Vem, hum, vem. Me fode agora. Quero agora. Vem. 


John sorriu satisfeito e prevendo o próprio prazer com um tesão absurdo, fez um movimento rápido e felino, segurando os braços de Paul para cima contra o banco e dizendo cara a cara: - E é nessa porra de banco, mais apertado que aquela caminha de solteiro barata de Paris e que qualquer cabine de banheiro, que você vai ser fodido pela primeira vez. Assim. Podendo ser preso. Podendo perder toda sua reputação. E não se importando com nada. 


McCartney franziu a sobrancelha concordando, atordoado de desejo.


— Isso...vem...


John colocou de leve a cabeça e aquele toque os atingiu como um raio. Mantinham os olhos um no outro, prontos para uma conexão completa, que só seria mais completa caso pudessem estar ambos dentro um do outro ao mesmo tempo – e como seria bom se fosse possível! Pois talvez não houvesse nada no mundo que desejassem mais provar e sentir que isso. Aos poucos foi introduzindo tudo, parando de vez em quando, atento aos sinais e sons de Paul e quando estava já todo dentro dele, ficou ali, pulsando, olhando-o nos olhos. McCartney não tirava os olhos dos dele, como se se mostrasse forte e corajoso. 


— E então – John disse com dificuldade, sentindo aquele aperto forte contra seu membro – Como é a sensação?


— Ah...- pegou ar antes de dizer – Não sei...não sei dizer...Diferente. Está...na minha cabeça...o maior prazer disso tudo...


— E qual é? – disse numa expressão de prazer intenso.


— Ter você, John, dentro de mim.


Lennon até corou, tendo seu coração arrebatado. Paul era um maldito por dizer aquilo. Maldito e amável. Não sabia o que dizer, mas com os olhos dizia que aquilo o tocava muito mais fundo que qualquer contato físico. Paul teve medo daquele sentimento que despertava e provavelmente sentia com força. Por um segundo teve medo de decepcionar John, alguém já tão carente de afeto, e não queria machuca-lo por nada no mundo, mas não conseguira conter as palavras sinceras. Ao contrário, queria acolhe-lo dentro de si e dar tudo a ele naquele momento. Percebendo a imobilidade do turbilhão de sentimentos no peito do amigo, recorreu ao mesmo movimento que vinha funcionando para acalenta-lo: traze-lo pra sua boca, pra um beijo profundo e quente, acolhedor. E em meio a esse beijo que foi uma explosão de sentimentos para ambos, John pôs-se a mover-se dentro daquele homem que queria que fosse seu e só seu, que sentia que era parte dele. Aqueles beijos sentidos eram um convite assustador e tranquilizante que fazia aquele ato sexual luxurioso parecer muito mais que aquilo, era quase uma experiência magica. Atordoado, John sentiu que precisava tornar-se mais agressivo, do contrário poderia quebrar-se em mil quando o abandonasse e num desespero, começou a estocar com mais força, espremendo forte as coxas de Paul e parando de beija-lo, deixando a boca sedenta do amigo necessitada dele. Não podia se entregar assim. Iria fode-lo loucamente, fode-lo até não poder mais, foder com tudo, forte como um macho potente, rebelde e duro, rude. Segurou novamente os braços de McCartney contra o banco e sem olha-lo, fechando os olhos, deixou-se levar pelo puro prazer, sem conseguir se desvencilhar, no entanto, da sensação de que aquele prazer não vinha só do apertado buraco que penetrava, mas muito mais da ideia de que ele pertencia a Paul, que era ele ali, era ele e era isso que, com poucas estocadas quase o fazia gozar, como numa primeira vez. Já não se importava se fosse doer no outro, talvez quisesse que doesse para castiga-lo por aquele sentimento que despertava nele. McCartney parecia excitado com qualquer coisa que viesse dele. Tinha de ser agressivo:


— Ah...Macca...você é um filho da puta apertado... – disse entredentes.


Paul gemia forte.


— Adorando ser fodido por mim, hum...


Segurou com força o rosto de Paul:


— Fala, Paulie, fala pra mim. Fala quanto está gostando, fala, seu filho da puta safado.


— Sim...sim...Johnny...sim...muito...continua...


Apertou mais forte o rosto do outro:


— Pede! Me pede mais.


— Johnny...


— Pede com por favor.


— Ah Johnny, vem...não pare, por favor...não agora...estou sentindo...


— O que, hem? – estocava mais forte, alucinado – Esta sentindo o que?! 


— Não sei! Não sei, mas não para, por favor, não para agora. 


John soltou um riso maldoso que era mais um gemido animal e continuava, em alto e bom som:


— Ah, mas não...não vou parar até te fazer gritar gozando. 


Os gemidos do outro aumentaram ainda mais com aquelas palavras, estava completamente fora de si, nada importava senão aquela sensação enlouquecedora.


— Ah, me fode inteiro...


John, o rosto rude e a respiração descontrolada, suspensa, não parava. Sentiu o maior prazer que já provara em toda sua vida com as estocadas seguintes:


— Te fodo, vou te foder até você não aguentar, Paulie...Vou te foder até te rasgar todo.


E sentindo o jato quente do outro contra sua camisa entreaberta, expelido num grito alucinado, gozou intensamente também. Espasmos fortes perpassavam os dois corpos agora aniquilados um sobre o outro. O membro de John expelia as ultimas gotas dentro de Paul e ele repousou, sem outra alternativa, o queixo sobre o ombro do amigo e assim ficaram por minutos longos, nos quais eram só ar e um prazer delicioso correndo pelos corpos estáticos. No começo nada pensavam. Os pensamentos foram chegando aos poucos. O contato entre os corpos quentes era gostoso. Paul lamentava que John ainda tivesse parte da camisa em si, pois sentia necessidade de seu calor total. Ao entrar em contato com esse pensamento, afastou-o de imediato. Mas contraditoriamente puxou a cabeça de John com a mão para mais perto e beijou seus cabelos. Tentou acreditar que aquilo devia ser um carinho de amigo, algo normal e que talvez – porque não? - prazer descompromissado e amizade pudessem andar juntos também nesse nível sexual mais profundo, desamarrados de qualquer romantismo maior. Percebera que John se tornara mais agressivo, mas ponderou que talvez fosse parte de seu processo pra chegar ao orgasmo. Na verdade, sentia-se grato por aquela distancia que mantinha-os mais sexuais que afetivos, sentia-se mais livre e seguro para continuar. E não queria parar ali agora. Queria provar como seria estar dentro de John. 


De repente, John levantou de sobre ele, passando as mãos nos cabelos com um assovio bem humorado e olhou-o num sorriso:


— Tem cigarro aí, cara?


Paul riu, feliz por aquela intimidade comum.


— Tenho. Pega aí no porta-luvas. 


John, quente, arrancou a camisa e sentou-se no banco do carona. Paul ajeitou o banco para que ficasse sentado também. Lennon pegou o maço e o isqueiro, acendeu o cigarro e tragou profundamente, soltando a fumaça com vontade. McCartney precisava desesperadamente de um cigarro. Era impossível ver alguém tragar assim e ficar ileso. Passou as mãos nos cabelos e estendeu a mão esquerda: 


— Lennon.


John sorriu e passou um pra ele. Paul acendeu e tragou com necessidade. 


— Ah, hem! – riu-se John – o cigarrinho pós-foda. 


Paul riu também:


— Pois é. 


Fez-se um breve silêncio. John vestiu a armadura do humor, uma boa auto defesa.


— Mas e aí, Paul McCartney – fez a mão de microfone e estendeu para o outro como se o entrevistasse: - Conta aqui pra nós do mundo todo. O mundo todo quer saber. Como é fazer amor com o beatle John Lennon?


Paul sorriu, tragando charmosamente e fingindo pensar, numa careta divertida:


— Olha...É uma experiência interessante.


— Interessante! Olha só, Paul! Que legal. E conta aqui pro mundo inteiro, porque todos querem saber! Doeu?


— Doeu sim, viu, não minto e já vou advertindo quem pretende provar – disse significativamente para John – Mas! – fez uma pausa bem humorada – Mas depois que você acostuma um pouco, é só diferente. E tem certas surpresinhas sensacionais que vou deixar a cargo do espectador descobrir. – piscou, travesso e moleque e voltou a tragar.


John soltou o microfone imaginário, sorrindo, divertido e intrigado:


— Surpresinhas sensacionais, é?


— É...sim, sim. Só vendo, viu.


Lennon riu. 


— Filho da puta. – e retomou o microfone – Bom, esse foi o beatle Paul McCartney, falando sobre sua gloriosa experiência de tomar no cú. Espero que tenham gostado e nos vemos na próxima! Fiquem agora com mais um episodio imperdível de Lessie. 


Paul gargalhou alto.


— Porra, John. – riu mais – Cara – disse tentando dizer algo sério, porque achava prudente: - Não sei se é uma boa a gente ficar assim, sem camisa, pau de fora e tal. Se passa policia...já viu, né. 


— Oh yeah. Você está certo. Mas não tava nem aí pra policia quando o negócio era chegar ao seu maravilhoso orgasmo que sujou toda a porra da minha camisa. Como eu vou andar vestido com ela? 


— É... – Paul sorriu – Caralho, ia valer uma nota isso aí!  Uma camisa com meu esperma. 


John soltou uma gargalhada:


— Porra, se ia! Sendo minha ainda.


— Porra! – riu-se mais. – Bom, então, foda-se né, não veste nada. Acho que não vai passar ninguém. Sei lá. E também...


— Também...? – John deu a última tragada.


— Ué. – McCartney encarou-o: - Tá pensando que vai fugir, meu amigo? Ainda há a sua vez.


— E lá sou homem de fugir, McCartney? – Lennon franziu a testa em desafio, olhando-o com os olhos míopes. 



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Autor(a): pepperpie

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

      - Homem de fugir? – Paul pôs a mão no queixo, analisando John divertidamente – É...depende do que, né? Por exemplo: fotógrafos, repórteres, sua tia Mimi; sim. Lennon riu, espontâneo:   - Da Mimi principalmente – olhou o amigo por um momento e pôs-se a morder distraidamente um ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • gatinhadamel Postado em 13/01/2024 - 23:54:51

    MEU DEUS QUE FANFIC PERFEITA PUTA QUE PARIU, ACHEI O FANDOM DE MCLENNON QUE PERFEIÇÃO ESSA PORRA NAMORAL AAAA


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