Fanfic: Água e Óleo? | Tema: The Beatles, Paul McCartney, John Lennon, McLennon
- Homem de fugir? – Paul pôs a mão no queixo, analisando John divertidamente – É...depende do que, né? Por exemplo: fotógrafos, repórteres, sua tia Mimi; sim.
Lennon riu, espontâneo:
- Da Mimi principalmente – olhou o amigo por um momento e pôs-se a morder distraidamente uma cutícula do dedo, enquanto dizia, num sorriso: - Quando você ia lá em casa no começo, ela se referia a você como “aquele seu amiguinho”.
- É, eu lembro. Eu ficava meio puto, mas... – sorriu pegando mais um cigarro e acendendo enquanto John prosseguia:
- Eu acho, Paul – disse pensando – Acho que talvez ela pressentisse qualquer coisa, sei lá.
McCartney tragou, franzindo as sobrancelhas:
- Como assim, John?
- Algo, não sei. Não sei direito. – se empenhou mais numa cutícula em especial. – Porque se lembra o que ela me dizia? Dizia que éramos água e óleo – pousou os olhos em Paul, meio em duvida.
- No caso, sendo eu a água.
Lennon riu:
- Ah, porque?
Paul soltou uma quantidade grande de fumaça:
- Ué. Mais brilhante e mais bonita que o óleo. – sorriu de leve e se fez de sério, brincando. John apoiou o dedo no osso do próprio nariz, acariciando-o:
- Não acho. Você é o óleo, que é essa coisa dourada e melosa.
Paul revirou os olhos:
- Meloso é a puta que te pariu. Que saco isso, John – sorriu tragando.
John riu, gostando de provocar e voltou a morder a cutícula sem deixar de olhá-lo.
- Olha só, Lennon. – McCartney fez um bico de leve com os lábios, apoiando os dedos neles e pensando: - Caso, (e disse caso!) fosse você a água, seria pelo fato de ser fluída e inconstante, profunda, às vezes revolta, às vezes tranquila. Às vezes turva como a tua visão míope e às vezes transparente a mim. Como quando você me olha por cima dos óculos, direto nos olhos.
John ficou sem palavras e suspirou, arregalando os olhos de leve. Sentiu uma confusão turbulenta no peito e tentou fugir pela tangente da brincadeira. Não sabia lidar com aquilo.
- Queria ser a água apenas pra chover em cima de você quando saísse de casa esquecendo o guarda-chuva e estragar seu visual meticulosamente estudado.
Paul virou a cabeça pro lado da janela, contendo um sorriso. Sabia que esse era John não sabendo lidar consigo mesmo ou com o afeto. Mas não foi um sorriso feliz e sim ligeiramente preocupado. Pensou que não devia mais dizer coisas assim, por mais sinceras e cheias de um carinho real que fossem. Para ele mesmo, talvez (e “talvez” pairou como uma importante ressalva) não houvesse qualquer confusão em relação ao fato de sentir carinho por seu melhor amigo. Era verdade, afinal e se (a palavra “se” também retumbou fazendo-se presente) esse afeto era um afeto amistoso, não havia nenhum problema em dizer. “Se” e “talvez”, no entanto fizeram barulho em seu cérebro e principalmente no peito. E se talvez sentisse qualquer tipo de coisa além de amizade e daquela atração sexual? “Eu já transei com amigas mulheres, não?”, questionou-se. “Transei e tudo bem. Amizade mantida, descomplicada e eventual prazer.” No entanto, algo o deixou perturbado. Porém, resolveu colocar John acima de suas próprias perturbações. John precisava tanto de amor e ele sabia. Precisava e talvez, somado àquele contato sexual mais profundo, suas palavras afetuosas pudessem levar o amigo a duros caminhos. Estremeceu. Esforçou-se por pescar o tom da brincadeira de John e responder naquela esfera do humor que parecia segura e confortável. Para ambos, aliás. Voltou a cabeça ao amigo:
- Olha, essa coisa de chover em mim parece meio estranha, John – sorriu, brincando.
Lennon estreitou os olhos num sorriso:
- Não parece não. Chovi dentro de você agora pouco e foi bem bom.
Paul enrubesceu um pouco. Sexo. Sexo era também uma boa forma de manter as coisas sob controle, distanciadas de questões afetivas. Talvez. Mas não conseguiu ser racional pra nada naquele momento, nem pra decidir isso. Essa simples frase, provocada quase sem querer ou inconscientemente por seu próprio comentário, lhe deu uma ardência não só no rosto. Era o sangue retornando para o meio de suas pernas. E aquele prazer o puxava, não tinha grande força de vontade pra fugir do tesão que sentia.
- Bom, neste caso, seria eu chuva também, encharcando sua bela camisa branca e um pedacinho da sua pele. – desceu os olhos instintivamente pro peito de John, agora despido. O sangue invadiu seu membro com mais força ao simples olhar. Lennon percebeu e sorriu malicioso, checando a ereção do amigo.
- Ah, nossa, Paulie. Têm sido tão fácil te excitar hoje...
- É... – disse observando o pênis também já endurecido de John. – Eu diria o mesmo – mordeu o lábio sensualmente – sobre você.
Lennon suspirou e passou ambas as mãos pelos cabelos e rosto.
- Paul. Caralho, Paul.
- Que foi?
- Cara, não sei, cara. Eu tô ficando excitado pra porra, num nível mais poderoso ainda que antes, com qualquer provocação tua, qualquer olhar. Meu Deus, Paul! Que porra é essa?
McCartney ficou um pouco ofegante e sentia certa agonia prazerosa. Balançou a cabeça de leve, os dentes de cima pressionando os próprios lábios, querendo a boca do outro. Disse à meia voz rouca:
- Cara, não sei. Isso tá acontecendo comigo também. Eu tô... – respirou fundo e tragou o cigarro pela última vez, jogando pra trás o pescoço, numa expressão tão sexy que John abriu os lábios sem perceber, sem conseguir tirar os olhos dele. McCartney jogou fora o cigarro e levou a mão ao pescoço, que massageou de leve, os olhos fechados: - Eu tô...quente pra cacete. – voltou os olhos pro amigo, que o observava hipnotizado.
- Seu filho da puta – sorria John, fascinado, balançando a cabeça.
- O que, hum? – lambeu os lábios de baixo sutilmente, por instinto.
- Você é sexy pra porra.
Paul fechou os olhos de leve, num meneio de cabeça; tinha a impressão que qualquer movimento seu seria sensual demais e que comandava o ar a sua volta, teve medo do próprio poder de sedução que o fazia sentir-se muito excitado. Ficou respirando de olhos fechados, a cabeça recostada no banco, sem falar. Lennon se aproximou, a boca bem perto de seu ouvido:
- Que você tá sentindo, hum, Paulie?
McCartney não abriu os olhos.
- Tesão. Forte.
John sentiu um arrepio no corpo todo e aproximou os lábios do pescoço do outro, lambendo muito de leve, saboreando bem devagar. Sentia o corpo do amigo estremecer, a respiração rápida e pesada, sentia que faria-o se dissolver facilmente. Levou a outra mão ao outro lado do pescoço de McCartney, massageando. Sabia que precisava controlar um pouco as palavras e ações porque a onda erótica estava muito forte, agoniante e não estavam sequer se tocando mais intimamente que aquilo. Paul aproveitava as sensações das leves lambidas e dos apertos suaves no pescoço. Não conseguiu se segurar. Virou o rosto para John e o beijou sem aviso e sem delicadeza alguma. Segurava agora o rosto de Lennon com firmeza, a outra mão se posicionou na nuca do outro e intensificou ainda mais o beijo. John sentiu o prazer delicioso de render-se ao comando da língua de Paul; Paul comandava aquele beijo e John quis se deixar levar, ser possuído. Foi minguando, dissolvendo-se, sentindo-se dele, sentiu que daria qualquer coisa a McCartney naquele momento. Paul percebia o controle que tinha, sentia John afundar, embriagado dele. Mais excitado ainda, levou o braço com firmeza para a cintura de Lennon, puxando-o firme contra si, dominando-o, beijando-o ousadamente. Lennon mal gemia em sua boca de tanto desejo e o outro o segurava cada vez mais estreitado em seus braços. Numa breve pausa para recuperar o fôlego, John sussurrou:
- Com essa energia dominadora, essa força gostosa pra cacete que envolve, dá uma vontade da porra de dar pra você.
Paul não conseguiu resistir à tentação de agir como agiu a seguir. Olhou o amigo profundamente, com uma força sexual que sugava pelos olhos, segurando-o firme em seus braços. Subiu uma das mãos pelo pescoço de Lennon, possuindo todo o desejo dele para si. Segurava sua cintura e seu pescoço e disse, a voz grave, rouca e sexy:
- Ah, é, Johnny boy? Dá, é?
John não conseguiu responder. Assentiu com a cabeça devagar. McCartney disse no mesmo tom:
- Então você me quer em você, não?
O outro assentiu novamente, fechando os olhos e mordendo os lábios.
- Agora, hum?
Lennon abriu os olhos e olhou-o de forma intensa e embriagada:
- Me fode, Macca. Agora.
Paul mordeu o lábio inferior e sorriu sem dizer nada. Com a mão deitou o banco do carona e suavemente empurrou John até que ele ficasse deitado. O silêncio era totalmente preenchido de tensão sexual quase sonora. McCartney encarou o amigo deitado e disse baixo e sensualmente:
- Vira de lado, Johnny.
Sem ousar falar por vontade de saborear a própria excitação, Lennon virou-se e passou a mão pelo pescoço, provocativo. Respirava exalando sua sexualidade intensa. Paul sentia o choque das descargas elétricas que emanavam da libido do amigo. Eletrificado moveu-se para o banco dele e deitou-se colado às costas de John, que ao sentir o corpo de McCartney colando todo ao seu, ofegou. Era quente, a pele gostosa em contato com a sua. Paul enfiou os dedos nos cabelos da nuca de John, massageando ali. Beijou seu pescoço por trás, descendo a boca até os ombros, que, achando deliciosos, chupou com vontade, sugando o sal de seu suor. Colou mais o corpo ao dele, agarrando-se na cintura de John, deixando sua ereção colada contra as nádegas do outro. Lennon mal acreditava naquele contato delicioso com Paul. Aquele homem o envolvendo assim, o membro duro dele (e por ser dele era tão incrível) contra suas nádegas, pulsando. Sentiu-se tomado de algo tão bom quanto aquele tesão. Disse baixinho:
- “Água e óleo”, minha tia dizia. Era um alerta: “ei, John Lennon, vocês são totalmente diferentes e essa mistura não tem como acontecer”. – Paul franziu a testa de leve, ouvindo atento, John prosseguiu: - mas ao invés de me irritar ou frustrar, me deixava maravilhado com aquilo. A possibilidade incrível de quebrar qualquer barreira e fundir o infundível ou mesmo a própria vontade de encarar o que não era eu e absorver avidamente de tudo que era você. – Paul sorriu, com ternura contra o ombro de John e acariciou de leve sua cintura, de forma carinhosa. – Eu penso, Macca, que quando ela dizia “Isso não vai dar certo, John Lennon, vocês dois, você e seu amiguinho”, penso que talvez, eu não sei...talvez ela soubesse lá dentro em algum lugar que poderíamos acabar assim em algum momento. Que talvez isso pudesse nos machucar de alguma forma também...
- Shhh – disse Paul no ouvido de John. – Não. Não, Johnny. Não pense isso agora, por favor.
- Você me disse, Paulie, que seu pai também costumava dizer...o que ele lhe dizia mesmo?
McCartney fechou os olhos balançando de leve a cabeça, quase imperceptivelmente:
- Ele dizia “Isso não vai acabar bem” ou algo assim.
- Paulie... – John respirou fundo aninhando mais as costas contra o peito do amigo, confortável ali – Você não acha que no fundo eles podiam estar pensando a mesma coisa? Ou uma dessas duas coisas: “vocês podem acabar se envolvendo em algo diferente ou se ferindo”?
Paul ficou quieto um momento. Não queria pensar naquilo.
- Eu não sei, John. Talvez eles só se preocupassem por coisas bem bobas, como a gente se envolver em confusão por causa da sua reputação de ter mau comportamento e eu não. Pode ser só isso. – McCartney não tinha absolutamente certeza de nada, mas achou que preferia aquela alternativa, que era plausível afinal, e que também poria fim às questões que o amigo levantava. Não queria ver John entrar em contato com sentimentos depressivos, nem queria ele próprio entrar. Sentia-se ligeiramente incomodado. Se John começava a dizer aquelas coisas, podia já estar abrindo portas pra sentimentos românticos e preferia que não, não queria abrir as suas próprias ou imaginar que talvez já houvesse aberto qualquer fresta além do próprio corpo para o outro, além do carinho amigo e da atração forte. Não queria nada disso, do contrario seria obrigado a tomar para si o temor de seu pai, que, seja lá o que tivesse querido dizer com aquilo, poderia cair como uma luva na situação, caso ele machucasse John ou se machucasse. Então tudo poderia realmente acabar bem mal. Paul considerou se não seria melhor interromper tudo aquilo naquele momento, mas o contato com o corpo de John o lembrava que o desejava, um leve movimento do outro que propiciou um roçar contra seu membro foi suficiente para que McCartney não conseguisse suspender o que estava prestes a fazer. Disse, com um aperto amistoso no ombro do amigo:
- John. Sua tia lhe disse que você nunca ganharia a vida com uma guitarra. No entanto, olhe onde você chegou. Não acredito em porra de pressentimento ruim também. Essas coisas não são assim. “Ah, a pessoa pressentiu, será fato”. Não é assim com todo mundo. Não acho que as coisas sejam inexoráveis. Olha, John. Eu quero viver aqui no mundo, quero fazer minha história. Respeito meu pai com todo coração, respeito sua tia, mas eles são apenas pessoas que se preocupam com a gente por mil razões, nem sempre com razão. Mimi errou sobre a guitarra e meu pai errou em mil outras coisas tantas. E nós estamos aqui, John. Eu e você, chegamos longe. Fomos nós que fizemos nossa vida acontecer. Relaxa, meu amigo.
John sorriu, procurando espantar tudo que fosse receio de si. E ele estava com muito medo. Medo inclusive que seus receios fizessem Paul desistir, e medo inclusive que ele prosseguisse e então eles fossem...e ele se entregasse de modo que...”Você é apaixonado por ele, John Lennon e sabe perfeitamente disso”, outra vez seu pensamento. Ah, Deus. Mas mais que isso, sentia-se incrivelmente excitado e feliz com Paul ali colado a ele. Isso também era bem assustador. “Mas foda-se”, pensou, “eu não vou perder por nada esse momento gostoso pra cacete pensando essas merdas. Penso depois. Ou nem penso. Foda-se.” Disse então:
- Eu vou relaxar sim, Macca. Mas você não, hum, por favor, não deixe esse pau aí relaxar. Quero ele tão duro quanto o meu quando te comi.
Paul beijou o pescoço de John com vontade, agradecido pela mudança de rumo do assunto e excitado com a última fala do outro. Desceu a mão pelo corpo claro de Lennon, acariciando a bunda de leve e sussurrando em seu ouvido:
- Não me desafie. Você sabe que eu sou empenhado em vencer desafios. Sente aqui como estou, hum. – disse roçando sua ereção no outro. John gemeu excitado:
- Ah, Paulie...
- Sentiu, hum?
- Ah, sim...
- Muito bem. – segurou os cabelos do outro numa mão, firme, fazendo a cabeça de John inclinar um pouco pra trás. – Eu vou te fazer gozar mais intensamente do que antes.
- Vai? – estremeceu todo.
- Ah vou, Johnny, vou sim. – dizia se roçando nele – Vou te dar o maior prazer que já teve na vida.
- Convencido do caralho. – John riu, excitado.
McCartney riu também, apertando-o mais contra si na sequência e levando a mão ao pênis do outro. Ao toque, John soltou todo o ar, aliviado e mais agoniado ao mesmo tempo. Paul pôs-se a masturba-lo de leve, roçando-se nele, sentindo também aquele prazer no mesmo ritmo de sua mão.
- Ah...- gemeu no ouvido de Lennon – Ah, John...que delicia isso...
- Sim...sim... – fechou os olhos tentando controlar o prazer intenso. McCartney aumentou a velocidade da mão, apertando-o mais, roçando-o sempre. A mão e o quadril se moviam com uma vontade incontrolável. John não estava suportando mais, gemeu:
- Ah...eu quero tanto você. Eu quero tanto, Paul...quero tanto...
Paul fechou os olhos, quente até a alma com aquela súplica, nada podia detê-lo agora.
- Quero tanto...- John dizia em transe.
McCartney não controlou o que disse a seguir:
- Ah, eu também quero você. Quero muito. – e dizendo isso, parou o movimento antes que gozasse para cuspir nas próprias mãos, misturando nelas os líquidos que saiam de leve já de ambos e espalhando sobre sua ereção pulsante. Sem aviso, posicionou-se. Afastou com jeito as nádegas de John e sentiu que estava suficientemente lubrificado para introduzir de leve a cabeça. Devagar, uma mão segurando o próprio membro, a outra alisando o peito do amigo por trás e esparramando nele aquela mistura de fluidos, encostou o queixo no ombro de John, respirando ali e prestando atenção aos sinais dele. Lennon fechara os olhos e respirava fundo e pesado, a boca entreaberta. Parecia querer absorver tudo que pudesse daquele momento.
- Eu vou devagar... – disse McCartney em seu ouvido, arrepiando-o. John fez que sim. A mão subiu do peito aos cabelos de John, acariciando-os enquanto aos poucos entrava nele. John sentiu-se encher de paz com aquele suave carinho, com um pedaço de Paul entrando em si e com o cuidado que o amigo tinha com ele.
- Ah, Paulie...você sempre cuidou tão bem de mim.
Sentindo-se mais seguro do encaixe, levou a outra mão para enlaçar John todo num abraço, acariciando-o ainda nos cabelos.
- Sim, hum. E vou cuidar agora...de um jeito que você ainda não me viu fazer. – ofegou mais profundamente ele mesmo, sentindo a ereção pulsar em contato com as paredes apertadas do outro.
- Ah, sim, Paulie...cuide de mim...
McCartney beijava o pescoço de John devagar, entrando mais e mais nele. Ambos gemiam baixinho:
- Cuido, Johnny. – fechou os olhos ao dizer isso, sentindo um arrebatamento forte no corpo e em tudo. Teve uma necessidade vital de preencher John e acolhe-lo, enquanto chegava ao fundo. Parou ali um pouco, já todo dentro dele. John respirava com dificuldade: - Tudo bem, hum, Johnny?
- Perfeito. – sorriu. Retribuindo ao sorriso, Paul beijou seu pescoço e começou a mover-se bem devagar. Os primeiros movimentos foram um choque de prazer maior que imaginaram. Um gemido desavisado rompeu de ambos e McCartney segurou o amante com força.
- Eu gosto disso, Paul. Gosto, hum.
- Do que, Johnny? – disse ofegante, movendo-se.
- Me pega assim, pega...firme...é tão gostoso, Paulie, tão gostoso.
Paul fechou os olhos sem conseguir lidar direito com o tesão que o dominava por ter John tão vulnerável em seus braços.
- Ah, John... – aumentou o ritmo um pouco.
- Eu quero você, Macca, vem...
- Quer, hum? – pôs-se a estocar mais intensamente, ainda um tanto cauteloso.
- Quero, darling.
- John... – apertou-o mais pela cintura.
- Eu sou seu, Paul. Você sabe, não?
Não. Não sabia. Não sabia mais nada. Só sabia entrar e sair do outro sem controle sobre si mesmo. Não sabia mais nada absolutamente nada da vida naquele momento.
- Sou seu, Paulie.
McCartney, enlouquecido, virou o rosto de John para si e o beijou, arrebatado. Era certamente o beijo mais intenso que já dera em alguém. Lennon retribuía, totalmente entregue em sua boca, totalmente entregue em seus braços, movendo o quadril para trás para encontrar cada vez mais fundo com ele. Na boca de Paul, soltou as palavras:
- Ah, Paulie, eu faria qualquer coisa que você quisesse. Qualquer coisa. Tudo pra ter você assim. Tudo.
Paul gemeu forte, estocando com tudo. Tudo. John sentiu um prazer mais intenso com o ato, soltando um grito gostoso. Percebendo, o outro avançou sem trégua, sentindo-se prestes a explodir e notou o desespero de John para tocar a si mesmo instintivamente e gozar com tudo. Não permitiu, no entanto:
- Não, Johnny...- segurou as mãos dele, fazendo sem parar. – Você vai gozar sem que nenhum de nós toque no seu pau.
- Isso está me enlouquecendo, Paul!
- Ah, é? – mordeu sua orelhe de leve, num gemido rouco. – Faz o que estou dizendo. Você disse que faria o que eu quisesse.
Lennon virou o rosto em busca da boca do outro em desespero:
- Sim, sim...tudo... – beijou-o como se entregasse completamente tudo que tinha. A entrega de John era excitante demais. Paul também sentiu que ia enlouquecer. Estocava alucinadamente.
- Então goza pra mim, Johnny boy...
John não resistiu ao apelo. Num gemido forte, numa entrega absoluta que jamais sentira, foi arrastado pra um orgasmo que o levou a perder momentaneamente a consciência de quem era. Sem mais poder controlar, Paul jorrou abundantemente dentro dele, seu prazer ecoando pela estrada.
Durante um tempo, foi só o silêncio daquela escuridão vinda de fora e ambos retornando à consciência. Os corpos pulsavam e formigavam, quentes, molhados, agarrados, entrando em relaxamento. Paul tinha os olhos fechados e uma vontade de adormecer assim. Ele não queria falar nada quando voltou a conseguir pensar em algo. Não saberia o que dizer. Parecia não conhecer mais nada exceto aquela imobilidade e não queria pensar sobre nada. Teve um ímpeto natural de abraçar-se um pouco mais a John, mas travou-se. Teria rompido alguma linha delicada? Teve um súbito pânico que nada mais fosse como antes depois do modo como fizeram aquilo. Lennon, olhos também fechados, aconchegou-se mais ao amigo, desejando que o aninhasse. Não se lembrava de ter se sentido tão protegido antes, mas agora começava a ter o medo batendo novamente às portas de seu interior. Quando Paul saísse dele talvez nunca voltasse. Talvez nunca voltassem a estar assim. John sabia que tinha se deixado levar muito além do que deveria. Aqueles sentimentos presos há anos estavam expostos de algum modo, nem mesmo ele próprio os compreendia. Nunca entendera nada sobre ele e Paul. Nunca entendera porque se sentia tão atraído por ele e porque cedia a ele como não cedia a ninguém em tantas coisas. Nunca entendera o respeito que tinha por ele, nunca entendera o tamanho do afeto, nem mesmo a delicadeza quente que envolvia seu coraçãozinho apertado quando ele lhe era tão amável. John nunca amara ninguém como amava Paul, exceto talvez sua mãe Julia, de formas diferentes, com certas semelhanças. Amava amigos, claro, mas o que sentia por Paul batia num lugar muito sensível, que quase doía de ternura. Respeitava-o talvez porque fosse a única pessoa que realmente tinha de aceitar, sem conseguir evitar, que lhe podia fazer frente. John soubera disso desde o primeiro dia. Mas agora aquele amor, que sempre viera colado a uma atração magnética, estava ali plenamente consumado e derramado e John teve medo de perdê-lo quase quanto teve medo de permitir-se sentir mais e mais. Quando Paul moveu-se de leve, Lennon apertou os olhos, sentiu a dor aumentar, não queria que ele se fosse. E imediatamente pensou outra vez: “eu estou apaixonado por ele. Eu tenho estado apaixonado por ele há muito tempo. E o que eu vou fazer com isso? Eu nem sequer percebi (ou sim? Oh, sim, sim...)...há quanto tempo eu sei que estou apaixonado por ele?” McCartney tirou seu membro de dentro de John (há quanto tempo estavam em silêncio?) e o amigo virou-se de frente para ele, pondo a mão em seu rosto:
- Paul. – olhou-o profundamente.
McCartney não sabia o que dizer. Estava muito confuso pra sequer começar. Precisava ficar sozinho. Mas John o olhava profundamente e ele deixou o afeto falar mais alto, erguendo as sobrancelhas com atenção:
- John?
Lennon acariciava seu rosto:
- Paul. Eu...
- John. – olhou-o firme e disse delicadamente: - Não diga nada que possa te fazer se sentir mal depois.
John Lennon entendeu. McCartney estava apenas protegendo-o e esse gesto o fez ama-lo mais. Ambos então, subitamente, abraçaram-se, frente a frente, ali deitados. Um abraço forte, apertado, intenso.
Autor(a): pepperpie
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Paul McCartney fechou a porta de casa e suspirou cansado. “A hard day´s night”, pensou. Sentiu-se grato por seus empregados não estarem presentes, às vezes era um pouco incômodo não estar totalmente sozinho. Sem Jane por perto, sem ninguém. Era o que precisava naquela já quase madrugada. Sem fome. Um copo de whisky t ...
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