Fanfics Brasil - Confraternização Aceita-me (RBD)

Fanfic: Aceita-me (RBD) | Tema: Rebelde, Romance, LGBT, Portinon


Capítulo: Confraternização

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Anahí Portilla


Eu estava animada. É claro que estava, eu gostava muito de confraternizações porque isso normalmente significava que eu ia beijar na boca. Eu disse normalmente, não sempre.


Mairiporã não ficava muito longe dali e com a velocidade constante do carro não demoraríamos até estar lá. As fotos que soltaram no grupo do mensagens me deixaram mais animada ainda e as músicas da playlist que Maite escolhera só me faziam rebolar no assento.


Como uma pessoa que tirara a carta há quase dois anos, era engraçado vê-la grudada ao volante, concentrada mesmo quando sua música favorita começava a tocar. Mas a velocidade... Ah! Essa nunca deixava a minha amiga de lado.


— Eu vou perder a entrada, eu tenho certeza! - Ela dizia, aflita. - Deus não me ama, só tá me fazendo passar por perrengue.


Eu ri, porque era o que eu fazia quando notava a aflição sem necessidade da minha amiga.


Eu e ela nos conhecemos na faculdade e no começo eu nem gostava dela. Na verdade, eu achava que ela era uma vagabunda. Acabou que eu mesma virei uma e não me importo nem um pouco. A vida é muito curta pra ser santa!


O vibrar do meu celular me assustou e eu desbloqueei a tela apenas para ver uma mensagem inesperada. Deixei de prestar a atenção no que minha amiga dizia, porque era isso que acontecia sempre que eu recebia uma mensagem da Zoraida - ou eu deveria dizer a-razão-do-meu-desgraçamento-mental.


Pois é, eu sou bissexual. É burrice ser hétero esses dias, certo? Tanta boca linda e macia pra beijar e a gente só beijando essas barbas por fazer.


Eu estava aconselhando ela pela vigésima vez a largar o namorado idiota. A história é a seguinte: nosso primeiro beijo foi antes dela começar a namorar - ou em meio ao tempo que eles estavam dando - então eles voltaram e ela me beijou depois disso, mesmo sabendo que era errado. Eu a beijei em um segundo momento porque esse babaca trai ela mais do que tudo e uma vingança de vez em quanto não faz mal à ninguém. No fundo do meu ser eu sabia que ela não terminaria e, se o fizesse, não ficaria nem um semana solteira antes de voltar para os seus braços.


Não falei mais sobre ela para a Maite. Ela não ficava brava, mas eu sei que dói nela me ver mal por alguém que não merece. Ela é a pessoa que mais ficou do meu lado, mesmo nas minhas decisões mais erradas.


— É AQUI! ANAHÍ, PÕE A MÃO PRA FORA! ME AJUDA! - Ela gritou e eu tratei de enfiar a mão pra fora pra pedir passagem antes que ela causasse um acidente. - Ufa, achei que íamos perder.


— Você sempre acha, mas Deus tá do nosso lado. Mesmo que a gente esteja ouvindo músicas sobre uma bunda de bate no chão. - Respondi, tirando um sorriso genuíno dela.


Maite também é bissexual. Um dos motivos por eu me interessar por mulheres foi ela. A gente se beija às vezes, mas é pelo bem do beijo triplo.


— Chegamos! Meu Deus do céu, abriram as portas do inferno de tanta gente feia que tem nesse curso de Educação Física. - Comentou minha amiga enquanto saíamos do carro.


— Você nem conseguiu ver ninguém! - Disse em um tom de indignidade.


— Eu não preciso ver ninguém, lembro bem de quem estuda na nossa sala. - Gargalhou e eu a acompanhei.


Entrar no curso de Educação Física é esperar que todos sejam lindos, com o corpo escultural, mas na verdade não é nada disso. Claro que tem o pessoal com o corpo escultural que só pensa em batata doce e ovo, mas falta cérebro - o que não me impede de beijar as bocas. Temos alguns bem magros e outros gordos também - a gente beija também.


— Anahí, larga desse celular! - Maite pegou meu celular e jogou dentro do carro ao lado do dela. - Hoje é dia de se divertir e não de olhar as horas.


— Amiga, não! - Tentei impedir, mas ela é mais forte que eu e me arrastou para perto da churrasqueira.


Cumprimentamos algumas pessoas da nossa sala e pegamos algo para beber e comer.


— Vai querer entrar na piscina? - Maite questionou enquanto olhava para um pessoal se divertindo ali.


— Você pirou? Acabei de fazer meu cabelo. - Tomei um gole da minha cerveja e dei uma olhada à minha volta.


— Então me ajuda a me trocar.


Sem me deixar decidir, ela começou a me puxar para procurar pelo banheiro e perguntou para uma meia dúzia de pessoas no caminho antes de finalmente descobrir onde era. Um pouco antes de atingir o banheiro - que não parecia convidativo - eu vi uma garota saindo de dentro.


Tinha os cabelos lisos na cor vermelha, os olhos expressivos e os lábios finos. E que lábios! Lambi os meus e continuei a olhar seu corpo atlético. O top que ela usava fez meus olhos brilharem e sua barriga de fora fez meu coração parar no peito. Deslizei o olhar até encontrar suas pernas brancas como papel presas em um short curto demais para a minha própria sanidade. Ela sustentou meu olhar, mas não pareceu interessada. Ela parecia brava. Engoli em seco e beberiquei minha cerveja enquanto a via passar por mim.


Maite disse algo durante todo aquele tempo, mas eu não quis perder tempo e me virei para ver aquela bunda perfeita se afastando de mim.


— Eu entrei nessa droga de curso para conseguir ficar gostosa e nem isso eu consigo. - Maite reclamou enquanto eu ainda olhava por onde a garota misteriosa tinha ido.


— Cala a boca, você é gostosa. - Respondi no automático.


Talvez eu estivesse falando aquilo pensando na garota que acabara de ver, mas também era o que eu acreditava ser sobre Maite.


— Vamos.


Dessa vez quem foi na frente fui eu então quem terminou puxando ela foi eu. Procurei pela garota por todos os lados enquanto minha amiga ia até a piscina. Não demorei muito para encontrar a garota no meio de alguns amigos, sorrindo por estar ali com eles. E que sorriso! Eu queria mergulhar naquela boca e perder meu fôlego.


Me sentei em uma das cadeiras dispostas ali e coloquei os óculos escuros para poder olhar sem moderação aquela garota que tirou a minha atenção do resto do mundo e pegou apenas pra ela.


Ela era linda. Era feminina, mas o seu jeito de andar dava a impressão de que um homem morava naquele corpo. Era errado pensar aquilo, estereotipar.


Eu preferia pensar que ela era a salvação já que deixei de pensar na Zoraida durante todo o tempo desde que coloquei os olhos naquela garota.


Em algum momento ela saiu da piscina e passou por mim, o olhar agora penetrado no meu de forma invasiva, do mesmo que eu havia feito aquele tempo todo. Meu sorriso refletiu o seu e eu baixei os óculos apenas para piscar para ela, vendo-a se afastar.


Era o início de uma nova história.






Esperei que a Maite ficasse sóbria para que voltássemos para São Paulo. Como nós morávamos juntas, era fácil pegar carona com ela. Era fácil cuidar das bebedeiras dela e vice versa.


— Lembra daquele dia que você veio dormir na cama comigo? - Ela lembrou, tomando um gole da sua água enquanto virava na esquina do nosso apartamento.


— Vamos repetir a dose. - Pisquei pra ela, fazendo-a rir.


— Hoje você parecia estar em um funeral com aquela cara séria e aqueles óculos, só enchendo a cara. - Comentou, entrando calmamente na vaga que nos era destinada. - Foi a Zoraida?


Só a menção do nome dela fez meu estômago dar uma volta de 360 graus.


— Não foi a Zoraida. - Saí do carro, vendo meu celular sem bateria e resmungando.


— Não tá mais aqui quem falou. - A garota ergueu as mãos espalmadas na altura dos ombros.


Fomos em silêncio até o apartamento e eu apenas desejei um boa noite antes de ir pro meu quarto e começar a ligar o notebook. Me preparei pra dormir enquanto ouvia a minha amiga usar o banheiro, provavelmente tomando um banho.


Não percebi onde o meu corpo me levava até estar na cama embaixo das cobertas, com o notebook no colo e procurando pela garota que havia chamado a minha atenção. Decidi que o melhor que eu podia fazer era entrar no evento, procurar por ela lá. Algumas fotos já tinham sido postadas e eu passei a procurar por ela em cada uma, mas não tinha sorte alguma. Foi quando eu estava perto de desistir que eu a encontrei, em uma foto dela feliz perto dos seus colegas de sala.


A foto do seu perfil me fez sorrir. Imponência era o que ela passava. Imaginá-la comigo na cama era algo inevitável. Ah! Como eu a queria. Dulce. Umedeci os lábios e mordi enquanto apertava a solicitação para que ela me aceitasse como sua amiga.


Fechei o notebook com tanta força, como se eu tivesse aberto algo aterrorizante e precisasse me livrar daquilo rápido. Mas era apenas eu, flertando novamente, vivendo e começando de novo.


A vida é feita disso, certo? Recomeços.


Dulce era o meu recomeço.






Eu conseguia contar nos dedos de uma mão quantas vezes eu fora trabalhar sorrindo, mas naquele dia eu fui. Era encarregada de auxiliar na academia próxima de onde eu morava enquanto Maite ainda estava desempregada e ficava em casa fazendo suas encomendas de doces - que era o jeito que ela encontrara de pagar o aluguel já que não conseguia algo na sua área.


Naquele dia específico eu recebera uma notificação dizendo que Dulce havia me aceitado como sua amiga na rede social. Quase derrubei meu celular no chão, mas consegui salvá-lo e apertei para entrar no perfil dela. Primeiro olhei o status de relacionamento (porque isso era prioridade, tem que ser piranha do jeito certo): solteira. Depois olhei algumas fotos que não passavam de festas, trabalhando com um chapéu no estilo operária e viajando. Quis lamber a tela ao vê-la de short jeans e biquíni? Talvez eu tenha lambido. Notei que a garota morava no Jardim Paulista, não muito longe dali.


Uma mensagem de Maite chegou bem quando eu ia clicar para enviar uma mensagem privada.


"Eu não acredito que você não fic..."


Tirei a mensagem dela do caminho para chamar Dulce para uma conversa. Mas o que eu ia mandar? Engoli em seco e batuquei o pé no chão antes de digitar um simples "oi, tudo bem?". Era o bastante, eu acho.


Balancei a cabeça e fui até a conversa da Maite para terminar de ler sua mensagem.


"Eu não acredito que você não ficou com ninguém!"


Revirei os olhos e mandei um áudio para ela:


— Não é porque eu gosto de beijar na boca que eu preciso beijar a faculdade toda que nem você.


Não demorou para que ela ouvisse meu áudio e respondesse com uma foto revirando os olhos. A legenda da foto dizia "invejosa" e só me fez rir. Guardei o celular apenas para senti-lo vibrar mais uma vez. Não tirei do bolso, era só Maite querendo desperdiçar meu tempo.


Dulce Maria


Uma nova solicitação de amizade entre muitas outras e eu reconheci seu rosto de imediato. Quando eu saí da piscina no dia anterior, essa garota ficou me olhando. Foi pra ela que eu sorri de um jeito simpático.


Respondi alguns contatos e voltei para a sua solicitação de amizade. Eu normalmente não adicionava quem não conhecia, mas algo dentro de mim dizia para eu abrir essa exceção e eu o fiz.


Voltei ao trabalho como eletricista - que não tinha nada a ver com o meu curso, mas tudo bem - enquanto aquela garota ficou na minha cabeça. Se fazia necessário eu pesquisar um pouco sobre ela? Era invasivo?


Não tinha tempo para aquilo, mas não muito tempo depois meu celular vibrou e eu o peguei por impulso, vendo ali uma mensagem da garota. Mordi o lábio inferior e respondi educadamente ao seu "oi, tudo bem?" com um "tudo bem e você?". Ri da atitude da garota, mas ela só estava sendo simpática. Esperei um pouco e nenhuma resposta veio, apenas interação de alguns garotos e um grupo da sala.


Eu só queria ir embora, não queria falar com ninguém, queria jogar minha bola e fingir que a ressaca do fim de semana era psicológica.


Me peguei pensando na garota uma vez ou outra. Mas por quê? Por que eu pensaria em convidá-la para ir ao bar comigo?


Pisquei os olhos e balancei a cabeça em negação quando meu colega me chamou a atenção para voltar ao trabalho.


Foco, Dulce! E não xinga o seu colega!


Todo dia era uma respiração funda diferente pra não mandar ninguém pra casa do caralho.


O que mais me deixava feliz era jogar futebol, era o sonho de ser descoberta e jogar fora do Brasil ou mesmo pela seleção. Mas esse sonho estava longe demais naquele momento e o que me restava era mais um dia de trabalho.



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Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Minha casa estava uma bagunça e faltava muito a se fazer nela, mas até que eu conseguisse algo pra comer, qualquer outra coisa de casa ficaria para trás. Terminei de me arrumar pra faculdade e nem olhei para a bagunça atrás de mim quando fechei a porta. Me dirigi até a garagem e montei na minha moto, pilotando até o inferno en ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • Gabiih Postado em 28/02/2019 - 14:15:26

    Que linda história , eu amei meus parabéns que bom que tudo acabou bem depois de tudo oque as duas passaram, final lindo e merecido parabéns!!!

    • GioviSouza Postado em 13/03/2019 - 11:38:24

      obrigada pelo carinho! <3

  • Gabiih Postado em 25/02/2019 - 16:27:31

    oi bom ainda estou lendo tudo, mas eu estou adorando posta mais!!!

    • GioviSouza Postado em 25/02/2019 - 16:31:06

      olá! seja bem vinda! ela já está completa. espero que goste!


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