Fanfics Brasil - Agressão Aceita-me (RBD)

Fanfic: Aceita-me (RBD) | Tema: Rebelde, Romance, LGBT, Portinon


Capítulo: Agressão

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Anahí Portilla


Liguei o chuveiro para esquentar a água e peguei o celular para digitar uma mensagem rápida para Maite. Primeiro queria saber se ela estava bem e onde estava, segundo para contar os acontecimento da noite passada. Parecia um sonho ainda que eu tivesse conseguido transar com Dulce duas vezes!


Arrumei duas toalhas no armário e fui me despindo, percebendo que Dulce estava demorando mais do que o normal para se juntar à mim. Me enrolei em uma das toalhas e saí do banho, espreitando pelos corredores e decidindo por entrar no quarto. Encontrei Dulce vestida com a roupa da noite interior e digitando fervorosamente no celular.


— O que aconteceu? - Perguntei, chamando sua atenção.


Dulce pareceu despertar do torpor em que estava inserida e eu me aproximei mais dela, segurando a toalha contra meu corpo. Os olhos dela transmitiam culpa e eu franzi o cenho, já esperando por uma desculpa.


— Eu vou pra casa do Christopher. - Meu corpo entrou em alerta e eu devo ter empalidecido, porque ela continuou rapidamente: - Eu vou buscar minhas coisas. Me aceita de volta?


Pressionei os lábios e desviei o olhar, tentando esconder o sorriso. Dulce pegou meu rosto entre suas mãos e me fez olhar para ela, os seus olhos me hipnotizavam de tal modo que todo o resto se dissipava, nada mais existia ao nosso redor. Éramos só eu, ela e a nossa conexão.


Os lábios dela colaram aos meus e eu soltei a toalha para tocar seus cabelos. Dulce sorriu contra meus lábios quando tocou minha costas nuas, agora com a toalha aos meus pés. Mordi seu lábio inferior, selando-os ao final e me afastando apenas para olhá-la nos olhos mais uma vez.


— Talvez isso deixe a sua resposta mais clara.


Ri baixo e balancei a cabeça em negação, sentindo suas carícias em minha lombar.


— Vai dormir no sofá? - Ergui uma sobrancelha.


— Com uma cama dessas aqui? - Apontou com o polegar para a cama ao nosso lado. - Jamais.


— Então te aceito de volta. - Selei nossos lábios mais algumas vezes antes de abraçá-la fortemente para mim. - Por que eu acho que isso se parece mais com uma despedida?


Dulce, que antes tinha os braços um tanto frouxos à minha volta por não gostar muito de abraços, me apertou com força contra si.


— Não é.


— Pode me prometer?


Me afastei e busquei a toalha, voltando a enrolá-la no meu corpo enquanto esperava por sua resposta.


— E se eu sair na rua e morrer?


— Vira essa boca pra lá, Dulce! - Dei um tapa em seu braço, fazendo-a se encolher e rir da própria piada. - Quer que eu te acompanhe?


— Não, tudo bem. - Suspirou profundamente, verificando o celular mais uma vez. - Eu tenho que fazer isso sozinha.


— Boa sorte.


Selei nossos lábios mais algumas vezes até a porta do banheiro, seu braço envolvendo minha cintura nos mantinha juntas.


— Vou precisar. Volto logo. - Piscou para mim.


Da porta do banheiro, acompanhei ela sair do apartamento.


Será que estávamos indo rápido demais? Será que ela desistiria assim que visse Christopher? Dulce gostava de agradar os outros, sabia disso. E se ela só estivesse tentando me agradar também? Queria não ter todas essas perguntas enquanto tomava meu tão esperado banho, mas era um pouco mais complicado do que eu imaginava controlar meu subconsciente.


A verdade é que eu preferiria que Dulce estivesse ali comigo, que eu pudesse estar ensaboando cada milímetro do seu corpo e que nós fizéssemos amor mais uma vez. Mas o que eu tinha naquele momento era só a minha imaginação fértil e a ajuda dos meus próprios dedos.


 


Dulce Maria


Saí daquele apartamento relutante, preferindo estar debaixo do chuveiro com Anahí. Uma parte minha me repreendia por aqueles pensamentos, mas outra vibrava por eles. Acho que a segunda parte tinha a voz da Maite. Sabia que a pessoa que mais vibraria quando soubesse dos últimos acontecimentos seria a nossa amiga em comum.


Não demorou para que eu estivesse em frente à porta do lugar que eu um dia considerei chamar de lar. Esperei que Christopher me recebesse e, assim que abriu a porta pra mim, pude ver algumas malas ao lado da porta.


Na casa de Anahí, não atendi sua ligação. Deixei cair na caixa postal e enviei uma mensagem para ele:


"Precisamos conversar. Deixe minhas malas na porta."


E depois daquilo recebi mais um zilhão de mensagens dele, mas ignorei todas. Tudo o que eu tinha para dizer à ele, eu diria pessoalmente.


Eu não tinha tirado uma peça que fosse de dentro da mala e agradeci aos céus por isso. Talvez o meu subconsciente já soubesse que eu não ficaria muito tempo ali.


Onde eu estava com a cabeça quando me sujeitei a morar com Christopher?


— Quer sentar? - Christopher perguntou, colocando as mãos nos bolsos.


— Vou ser breve. - Anunciei, cruzando os braços em frente ao peito e olhando na sua direção. - Acho que você já percebeu que eu estou indo embora.


— Sim e eu queria entender o porquê. Achei que estava tudo bem entre nós. - Sua voz tinha confusão e até mesmo pesar.


Senti pena dele por um momento.


— Christopher, eu não gosto de você. Não do jeito que você gostaria. Nosso sexo... Eu não sei, não dá mais. Acho que estamos em páginas diferentes de um mesmo livro. - Dei de ombros. - Acho que acabou.


— Eu não entendi. - Christopher riu pelo nariz e cruzou os seus próprios braços. - Você não tá falando nada com nada e ainda "acha que acabou". Esse seu achismo vai te levar ao arrependimento.


Joguei os braços pra cima, apenas para depois posicionar na minha cintura e olhei para o teto, sem acreditar na sua atitude infantil. Umedeci os lábios e mordi, balançando a cabeça em negação.


— Você é muito imbecil e incapaz de entender qualquer coisa, Christopher. - Me abaixei para pegar as malas, mas senti sua mão tocar meu braço, me puxando para cima antes de alcançar qualquer alça.


— Você não tem o direito de falar comigo assim! Não tem nem o direito de sair da minha casa assim sem mais nem menos! - Ele tinha o rosto próximo do meu e eu podia ver a raiva em seus olhos.


— Me solta, Christopher! - Pedi, puxando meu braço uma vez, mas sem sucesso de me soltar dele. - Eu sou livre! Tenho todo o direito de ir e vir! Mas não vou ficar aqui infeliz e sendo sua emprega só por você não aceitar um "não". - Puxei meu braço e dessa vez consegui me soltar. - Eu nunca mais quero olhar nessa sua cara imunda. - Rosnei na sua direção e saí dali carregando minhas malas.


Tinha certeza de que aquela era a decisão mais acertada que eu tinha tomada em muito tempo.


 


Anahí Portilla


Maite chegou não muito tempo depois. Eu já fazia o almoço de banho tomado e devidamente vestida. Acredito que minha mensagem fora o bastante para ela voltar mais cedo para casa.


— Pode me contando os detalhes. - Pediu, sentando-se na mesa de jantar com a roupa na noite passada e me olhando no fogão.


— Nem pensar. Pode ir tomar um banho, sua fedida! - Joguei o pano na sua direção.


— Eu não vou tomar um banho decente sem saber onde foi e quais as posições que fizeram. - Anunciou, me arrancando gargalhadas.


— Você é escrota. Vai se masturbar no banho por acaso? - Questionei.


— Senhoras e senhores, vejam quem é a escrota no fim das contas. - Maite se levantou, caminhando na minha direção e se recostando na pia ao lado do fogão. - É claro que não, sua otária.


— Seria muito estranho se o fizesse.


— Ela foi lá na casa dele. - Afirmou e eu assenti uma vez, sabendo exatamente a quem ela se referia. Também havia incluído essa parte nas mensagens.  - Como você está com isso?


— Morrendo de medo de que ela vá me trocar por ele de novo. - Suspirei pesado.


— Vamos parar de enrolar e ir direto ao ponto?


— Tá bom! - Ergui minhas mãos na altura dos ombros, como se estivesse me rendendo. Abaixei o fogo do fogão e me virei para ela. - Nós transamos no quarto...


— Sem criatividade. Prossiga.


Revirei os olhos e continuei:


— E na sala. Mais precisamente no sofá. - Mordi o lábio inferior, vendo o sorriso malicioso nos lábios dela.


— Safada. Mas não me impressiona. - Deu de ombros, jogando os cabelos. - Continue nos seus pornôs e procure na sessão "sexo em público". - Piscou na minha direção. Ia se virando para tomar seu banho, mas parou a meio caminho e se virou para mim. - Vocês gozaram?


Pressionei os lábios, meneando a cabeça antes de soltar:


— Ela gozou. As duas vezes.


— Ela é passiva?! - Maite praticamente berrou.


— É.


— Você tá mentindo pra mim. - Maite tinha um sorriso desacreditado nos lábios.


— Não tô.


Maite gargalhou e puxou o ar com força no fim, fingindo limpar uma lágrima no canto do olho.


— Vivendo e aprendendo. - A garota tinha uma expressão impressionada antes de se virar e começar a se afastar. Já ao longe, ela finalizou: - Se eu as visse juntas na rua, nunca acharia que ela seria a passiva. No máximo pensaria que ambas são relativas.


— Para de estereotipar! - Berrei por cima do ombro, ouvindo seu riso em algum canto daquele apartamento.


Quando passei a colocar a mesa do almoço com o maior sorriso do mundo pintado nos lábios, ouvi a porta da frente ser aberta por uma Dulce arrasada. Parei o que estava fazendo imediatamente e fui ajudá-la, primeiro deixando suas malas a meio caminho e depois me sentando com ela no sofá que fora cenário do nosso amor poucas horas antes.


— O que aquele idiota te falou, Dulce? - Toquei seus ombros e acariciei seu braço.


A garota ainda soluçou um pouco e foi o bastante para Maite aparecer e se ajoelhar aos nossos pés. Estava pronta para nos auxiliar e eu agradecia por aquilo, ou desabaria ali mesmo só de ver a minha garota com lágrimas banhando seu rosto.


— Ele... Ah... Ele é tão babaca! - Gritou, passando as mãos entre os cabelos e olhando para mim. - Como eu não percebi isso antes?


— Você estava mais preocupada em provar sua heterossexualidade ficando com um otário, consequentemente isso te cegou. - Maite deu de ombros.


— Maite! - Disse entredentes, repreendendo-a com o olhar também.


— Não, tudo bem. A Maite tem razão. - Dulce assentiu e tocou a minha mão.


Enquanto a acariciava, beijei seu ombro próximo a mim e vi ali marcas vermelhas por seu braço. Mais precisamente a marca de uma mão.


— O que é isso? - Franzi o cenho, pegando o seu braço com cuidado para olhar de perto.


— Ele te bateu? - Maite foi quem se pronunciou enquanto sentia lágrimas embaçarem a minha visão.


— Não... Não sei. - Dulce desviou o olhar do próprio braço. - Ele me apertou. Queria me impedir de ir embora e falou algumas asneiras pra mim.


— Vai ficar roxo por você ser muito branca. - Acariciei a região, engolindo em seco a minha voz embargada. - Quer prestar queixa contra ele?


— Não. - Respondeu prontamente, seus olhos encontrando os meus. - Eu quero esquecer isso, esquecer ele e recomeçar. Quero escrever uma história com você, Anahí.


Meus olhos marejados se derramaram e tornaram meu rosto rosto úmido pelas lágrimas. Abracei a garota contra meu corpo, suspirando de alívio por tê-la em meus braços por livre e espontânea vontade.


— Vou dar privacidade pra vocês. - Maite anunciou e se afastou para a cozinha, cuidando ela mesma de finalizar a refeição.


Não era exatamente uma privacidade, mas sabia que ela se faria de surda e cega do outro lado daquele balcão.


Acariciei o rosto de Dulce entre minhas mãos enquanto sentia suas mãos tocarem meus braços. Sabia que havia sofrido muito por aquela garota, mas que ela valia a pena, que ela tinha seus motivos por fugir desse sentimento. Sabia que aquele não era nem o começo dos problemas que teríamos que enfrentar dali para frente.


Por isso eu colei meus lábios aos dela em um beijo carinhoso e calmo. Aquele beijo que dizia mais do que palavras poderiam expressar. E eu quis morrer de amor ali, quis guardar cada movimento, quis guardar aquele gosto que era só dela.


E eu guardei para os dias difíceis.



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Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Dulce Maria Maite pediu reforços enquanto eu me trocava e com isso ela queria dizer que convidou Angelique para passar a tarde na nossa casa. A garota, mesmo com o convite de última hora, decidiu que seria bom curar a ressaca comigo e suas novas amigas. Não sei ao certo de Maite mencionou o que havia acontecido, mas, se eu bem conhecia a Ange ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • Gabiih Postado em 28/02/2019 - 14:15:26

    Que linda história , eu amei meus parabéns que bom que tudo acabou bem depois de tudo oque as duas passaram, final lindo e merecido parabéns!!!

    • GioviSouza Postado em 13/03/2019 - 11:38:24

      obrigada pelo carinho! <3

  • Gabiih Postado em 25/02/2019 - 16:27:31

    oi bom ainda estou lendo tudo, mas eu estou adorando posta mais!!!

    • GioviSouza Postado em 25/02/2019 - 16:31:06

      olá! seja bem vinda! ela já está completa. espero que goste!


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