Fanfic: Aceita-me (RBD) | Tema: Rebelde, Romance, LGBT, Portinon
Dulce se soltou rapidamente, caindo no chão ao lado da cama e olhando assustada para a porta, sem tempo de sentir a dor do impacto. Quando meus olhos pousaram na figura do meu irmão, relaxei 50% do corpo. Pelo menos não era o meu padrasto, que poderia usar aquela situação de má fé, ou a minha mãe já que ainda não estava preparada para contar à ela.
A expressão dele não era de descontentamento, mas de quem acabara de confirmar suas desconfianças. Me sentei na cama enquanto o via se aproximar, ajudando Dulce se levantar e voltar ao meu lado, as bochechas mais vermelhas do que nunca naquela pele branca como papel.
— Já pensou em passar a chave na porta, Anahí? - Meu irmão perguntou, se recostando na parede, de frente para nós duas.
— Eu posso explicar, Chris. - Comecei e ele ergueu a mão espalmada na minha direção.
— Me poupe das suas explicações, eu já imaginava.
Ergui uma sobrancelha, questionando como ele já sabia se eu nunca dera indícios de que gostava de garotas. Ou será que dera?
Continuei olhando para ele enquanto se sentava na poltrona ao seu lado e nos olhava com um sorriso esperto nos lábios.
— Você nunca trazia garotos para casa. Nunca trouxe nenhum namorado. - Deu de ombros.
— Isso não quer dizer nada. - Fiz uma careta.
— Quer dizer muito, Anahí. - Meu irmão se debruçou sobre as pernas e fitou uma Dulce congelada ao meu lado. - Por isso que eu estava questionando tanto minha cunhadinha. Queria saber se era uma boa pessoa para a minha irmã.
— Chris, nós ainda não oficializamos...
— E eu passei no teste? - Dulce me interrompeu no meio da frase e eu me obriguei a olhá-la, um arrepio percorrendo meu corpo.
— Como é? - Questionei.
— Mas é claro, Iarinha. - Meu irmão voltou a se recostar na poltrona e sorriu lascivo para mim. - Acho que apresentar para a família já é oficialização o suficiente.
Dulce me olhou e buscou pela minha mão que eu não hesitei em dar, entrelaçando nossos dedos e lhe sorrindo, me perdendo naquele olhar que tinha o brilho da inocência e do amor. Todo o amor que era direcionado só à mim.
— Vocês são tão lindinhas. - Suspirou meu irmão. - Há quanto tempo isso tá rolando? - Apontou para nós duas.
— Muito antes do que eu podia imaginar. - Dulce confessou, se virando para o meu irmão. - Sua irmã me laçou no dia do churrasco dos formandos.
— Hmmm... E quando vai contar para a mamãe? Sua mãe já sabe, Dulce? - Meu irmão tinha um milhão de perguntas, curioso como era, mas eu não teria resposta pra todas. Até porque muitas delas teriam que ser resolvidas com a minha garota. Só eu e ela.
— Olha só, Maite mandou mensagem. - Interrompi meu irmão. - Vou avisar que você tá aqui. - Anunciei, digitando uma mensagem para a minha amiga. - Ela disse que tá perto. Outro dia conversamos, OK? - Pisquei para ele e rezei para que tivesse entendido a deixa.
Me despedi dele com a sua promessa de que aquele seria um segredo nosso, e fui me despedir de minha mãe, não me importando em me despedir do lixo do meu padrasto. Aquele não merecia um minuto do meu dia.
Naquele momento Maite buzinou do lado de fora e Dulce me seguiu até seu carro. Maite deu um aceno para meu irmão e minha mãe que haviam ficado no portão e eu fiz o mesmo, vendo-os retribuir. Minha mãe tinha um sorriso triste pintado nos lábios, com certeza sentindo minha falta. Eu já não podia mais cuidar dela como antes, defendê-la das garras daquele maldito e isso me doía todos os dias. Mas eu não desistiria de dar uma vida digna para ela, eu só precisava acertar a minha vida primeiro. Já meu irmão tinha um sorriso largo nos lábios e eu tive vontade de revirar os olhos quando ele piscou para nós.
O carro virou na próxima esquina e Maite se pronunciou:
— Seu irmão sabe.
Assenti.
— Você tinha alguma dúvida de que ele descobriria assim que Dulce colocasse os pés em casa?
— Ele só teria uma dúvida, mas você resolveu que deixaria a porta sem passar a tranca enquanto nos beijávamos na sua cama. - Dulce chamou nossa atenção no banco de trás.
— Está incomodada que ele saiba? - Me virei para trás, encontrando-a mexendo no celular.
A garota deu de ombros sem me olhar, digitando freneticamente mensagens para sabe-se-lá quem. Normalmente eram para suas colegas de futebol da faculdade, por isso não me importava. OK, talvez eu sentisse um pouco, mas bem pouquinho, de ciúmes.
O caminho foi silencioso da minha parte e de Dulce, enquanto Maite continuava a contar sobre o que aconteceu em seu sempre conturbado almoço em família. Me perguntava porquê ainda voltávamos para nossas antigas vidas conturbadas uma vez ao mês. Acreditava que gostávamos do aborrecimento.
Assim que chegamos, Maite anunciou que dormiria depois da feijoada de sua vó. e eu e Dulce ficamos na sala vendo algum filme que passava na televisão. O silêncio passou a me incomodar como nunca antes e eu decidi que aquele era o momento perfeito para conversarmos, era a oportunidade que eu precisava. Abaixei o volume da televisão e me virei pouco a pouco na direção de Dulce, notando que ela percebia a minha movimentação com receio. Será que ela sabia o que aconteceria ali? O que eu queria?
— Dulce, nós devíamos...
— Conversar, eu sei. - Completou, assentindo. Procurou pelo outro controle e desligou a televisão.
Respirei fundo e vi a garota se virar na minha direção, pegando minhas mãos entre as duas. Será que a sua conversa era a mesma que eu queria ter?
— O que foi aquilo com o meu irmão? Você quer mesmo oficializar nossa união? Quer dizer, estamos mesmo namorando? - Soltei de uma vez, sentindo a vergonha me tomar, mas apertando suas mãos para conseguir continuar.
— Anahí, eu não sei. Hoje eu pensei em você como minha namorada e nem mesmo percebi, mas eu estaria mentindo para você se dissesse que não tenho mais dúvidas. Não sobre nós, eu acredito que o que sentimos uma pela outra é mais forte do que o que já senti antes, mas eu não sei como enfrentar meus pais e nem o preconceito dos meus amigos. Como todo mundo vai reagir quando eu aparecer namorando uma garota? - Balançou a cabeça nem negação, sem medir suas palavras e colocando para fora todos os seus temores. - Eu queria a aprovação dele, da sua mãe e até mesmo do seu padrasto, mas eu não sei o que vai ser daqui pra frente. Não sei como vai ser mês que vem, nem o próximo ou daqui um ano. Não sei como falar sobre a minha sexualidade com as pessoas que conviveram comigo esse tempo todo, vendo eu me relacionar com outros garotos.
— Posso te interromper? - Ela assentiu e eu comecei, puxando o ar para os meus pulmões antes de continuar. - Se você me ama e sabe que eu amo você, então por que você tem que se importar com a opinião dos outros? - Dulce riu em deboche, desviando o olhar. - Eu tô falando sério, você tem que se importar menos com o que as pessoas vão falar e mais com a sua felicidade. Parece bobeira, mas você tem que se importar com o que os seus pais vão pensar. Eu sei que isso é o que você mais teme, mas se você convencê-los de que o que temos não é algo passageiro, que esse sentimento é verdadeiro e você lutou contra ele durante todo esse tempo, se você mostrar para eles que tá disposta a enfrentar um mundo de preconceito, então eles não vão deixar de estar ao seu lado. Eles são seus pais, nunca vão virar as costas pra você. Não importa o que eles tenham dito algum dia para você, as piadas homofóbicas, eles não abandonariam a filha maravilhosa que eles têm porque ela resolveu namorar Maria e não João. E você não tem amigas no time que são lésbicas? Por que se preocupa tanto? - Franzi o cenho ao final de frase, vendo seu olhar marejado fixo no meu.
— Você não entenderia... - Balançou a cabeça e abaixou, olhando para nossas mãos. - A vida toda eu fui estereotipada e lutei contra isso. Agora eu vou ser motivo de piada entre eles, vou ouvir vários "eu sabia" ou "não era hétero?" ou "tava na hora".
— Deixe que falem, Dulce. Ninguém tem nada com a sua vida. Fala que você não gosta, que você não quer esse tipo de comentário.
— Você não entende, Anahí. Vai ser um choque para os meus pais, porque eu sempre levei namorados em casa e...
— Você não quer uma solução. - Me levantei, andando a ir até a cozinha.
— Anahí, não é isso. - Dulce veio atrás de mim, se recostando na pia da cozinha enquanto eu pescava um copo e parava em sua frente, já que ela me impedia que eu concluísse o meu trajeto.
— Dulce, eu também tô com medo de falar para a minha mãe que você é minha namorada e a minha situação não tem nem comparação com a sua, é claro, mas eu quero fazer isso junto com você e não parece que você tá com vontade alguma.
Tentei passar por ela, mas a garota laçou a minha cintura e, por ser mais forte, acabei me desequilibrando com seu abraço e apoiei as mãos nos seus ombros.
— Podemos não brigar? Nós vemos onde isso vai dar, está bem? - Perguntou, colocando uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. - Não tem pressa.
Fixei meu olhar no seu e, envolvida pelo "efeito Dulce Maria", mordi seu lábio inferior e suguei, tocando seus cabelos.
— Eu vou esquecer essa conversa, mas preciso te perguntar algo. - Pausei por um momento, vendo-a assentir, esperando ansiosa pelo que eu tinha a dizer. - Quer ser minha namorada? - Mordi o lábio inferior, rindo enquanto a via revirar os olhos.
— Eu já sou sua namorada. - Selou nossos lábios, dando um tapa na minha bunda e dando espaço para que eu pudesse pegar uma água.
Bebi grandes goles da água ali, realmente disposta a esquecer aquela discussão, mas como poderia se eu tinha tanto medo de perdê-la pelo seu próprio medo de se assumir? Espantei aqueles pensamentos, vendo a garota me analisar e então eu franzi o cenho, vendo seus lábios serem umedecidos pela língua.
— O que essa cabecinha tá pensando? Muita safadeza? - Ergui uma sobrancelha, deixando o copo na pia e cruzando os braços.
— É muito errado eu tá pensando que queria que você me fodesse aqui na cozinha? - Franziu o cenho, fazendo uma expressão pensativa enquanto olhava para o teto, o indicador cutucando o próprio queixo.
— Ah! - Gritei, indo em sua direção e dando um tapa em sua coxa, vendo-a tentar se proteger com as mãos, mas falhando miseravelmente. - A gente prepara a comida aqui, sabia?
— Não sei mais se posso ser sua namorada se você continuar condenando meus fetiches. - Fingiu seriedade, mordendo o lábio inferior enquanto eu fingia a minha própria expressão de choque.
— Então espera que a gente vai revolver isso rapidinho...
Dulce Maria
Eu ainda tinha que contar à ela sobre os Jogos Universitários de Educação Física que aconteceriam e que já estava pago para eu ir - eu era obrigada a ir já que fazia parte do atletismo. Ainda tinha que contar à ela que ficaria fora por quatro dias e sabia que ela não poderia estar comigo, pois tinha que trabalhar. Ainda tinha que pedir sua confiança, mas tudo foi esquecido com o beijo que ela me deu.
Me esqueci do dia conturbado que tivemos e me entreguei aos braços da garota que eu amava. Ela me recostou na pia e continuou a me beijar, as mãos apertando meu quadril enquanto a língua estava sedenta dentro de minha boca. Agarrei sua bunda com as duas mãos e a puxei para mim, ouvindo seu gemido abafado pelo beijo e já sentindo a minha calcinha umedecer.
Anahí, com a sua habilidade de sempre, beijou meu maxilar e passou a desabotoar minha calça, colocando sua mão ali dentro e encontrando o ponto que eu precisava. Fechei os olhos e deixei que sua língua passeasse por meu pescoço e colo nos meus seios, tocando em seus cabelos enquanto sentia seus dedos frios tocaram em meu clitóris, pirraçando e apertando.
Deixei que a calça e a calcinha caíssem até meus joelhos. A garota me virou no momento seguinte e me deixou apoiada no mármore. Não sabia muito bem o que esperar, mas quando seus lábios encontraram a minha buceta eu jurei ver estrelas. Apoiei a minha mão na parede e gemi por seu nome, encontrando sua cabeça com a outra mão e forçando a movimentação da sua língua na minha entrada.
Puta merda, como aquela garota conseguia ser tão boa?
Seus lábios seguiram para as minhas nádegas, mordendo uma e dando um tapa na outra. Uma se suas mãos se posicionou em meus cabelos e puxou meus lábios para os seus em um beijo cheio de luxúria. A sua mão livre voltava a estimular meu clitóris e eu já estava louca de tesão por ela. Anahí conseguiu ver o meu desejo presente no olhar e não se importou em colocar pouco a pouco o dedo médio dentro de mim. Aquilo era muito mais prazeroso do que se ela tivesse colocado de uma só vez, isso eu tinha certeza. O dedo saiu enquanto nossos olhares continuavam grudados e um segundo entrou atrás, com a mesma vagareza, abrindo espaço em meu interior quente e úmido.
Imersa naquela onda de prazer, passei a língua por seus lábios e aquilo foi o bastante para que ela passasse a se movimentar rapidamente. Minhas paredes vaginais apertando seus dedos a cada vez mais e eu sabia que tinha que prolongar o meu orgasmo, que não podia me derramar naquele momento, não enquanto ela não curvasse os seus dedos dentro de mim.
Anahí mordeu meu lábio inferior e desceu sua mão livre pra apertar meu seio. Não era bruto, era prazeroso de um jeito que eu quase nunca sentira. Ela me estimulava e eu gemia por ela durante todo o tempo, sem conseguir conter as ondas de prazer, os tremores de meu corpo em resposta ao seu toque. Quando seu polegar passou a estimular meu ânus e seus dedos se curvaram, eu já não consegui me manter olhando para a garota.
Gemi por ela, me agarrando ao seu braço, forçando seus dedos para dentro de mim enquanto sentia seus beijos em minha nuca. Quando terminei de me derramar, senti meu prazer escorrendo entre minhas coxas. Anahí voltou a sumir em minhas costas e não tirou seus dedos até não ter tomado todo o meu prazer que havia escorrido por minhas coxas. Tirou os dedos e os lambeu, sugando minha própria buceta em seguida, não querendo deixar uma gota sequer ali.
Cansada e ofegante, me virei para ela.
— Você vai acabar com todas as possibilidades de ter uma boa transa com alguém novamente. - Confessei.
— Mas esse é o objetivo: você transar comigo pro resto da vida. - Piscou e envolveu minha cintura, colando nossos lábios, meu gosto presente ali deixando tudo ainda mais sensual.
Autor(a):
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Angelique era uma convidada frequente da nossa casa aos finais de semana agora e eu quase me perguntava se ela não gostaria de morar conosco. Só não propunha porque a casa era da Anahí e da Maite, e eu ainda não tinha autoridade o suficiente para propor algo como aquilo. Aquele era só mais um domingo que ela havia deixado seus ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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Gabiih Postado em 28/02/2019 - 14:15:26
Que linda história , eu amei meus parabéns que bom que tudo acabou bem depois de tudo oque as duas passaram, final lindo e merecido parabéns!!!
GioviSouza Postado em 13/03/2019 - 11:38:24
obrigada pelo carinho! <3
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Gabiih Postado em 25/02/2019 - 16:27:31
oi bom ainda estou lendo tudo, mas eu estou adorando posta mais!!!
GioviSouza Postado em 25/02/2019 - 16:31:06
olá! seja bem vinda! ela já está completa. espero que goste!