Fanfic: Aceita-me (RBD) | Tema: Rebelde, Romance, LGBT, Portinon
Angelique era uma convidada frequente da nossa casa aos finais de semana agora e eu quase me perguntava se ela não gostaria de morar conosco. Só não propunha porque a casa era da Anahí e da Maite, e eu ainda não tinha autoridade o suficiente para propor algo como aquilo.
Aquele era só mais um domingo que ela havia deixado seus amigos para ficar conosco entre muita pizza e Netflix. Maite havia se apegado à ela quase como se fosse uma mãe e eu não poderia ficar mais feliz de ter uma amiga de longa data como aquela infiltrada no meu círculo de amizade. Um do qual eu não queria me desfazer.
— É horrível morar com essas duas! É como morar com dois coelhos! - Reclamou Maite, mordendo mais um pedaço de sua pizza. - Eu tô andando pra ir até o banheiro e ouço o gemido da Dulce, nada discreto, e tenho que dar meia volta até o quarto. Eu só vou pagar o aluguel do quarto, porque é o único lugar que eu fico agora.
— Para de reclamar. Só porque você não é transante, eu também não tenho que ser. - Anahí revirou os olhos, o corpo recostado no meu e no meio das minhas pernas. - Quando era você, eu tinha que aguentar, né?
— Eu não sou escandalosa. - Resmungou.
— É sim. - Foi a minha vez de falar. - Quando você trouxe aquela garota que parecia a Audrey Jensen loira da série Scream para casa parecia que ela estava te matando e não fazendo sexo.
— Audrey loira? - Angelique perguntou e Maite assentiu para ela, mordendo o lábio inferior. A garota esticou a palma da mão aberta e Maite devolveu com um tapa ali. - Arrasou, mana.
Anahí gargalhou e a sua vibração me fez acompanhá-la. Me sentei mais ereta e ela me acompanhou enquanto eu a abraçava pela cintura. Seu olhar encontrou o meu e eu lhe sorri, selando nossos lábios.
— Coisa linda. - Sussurrou em meus lábios.
— Ai, para de nojeira vocês duas. - Maite reclamou e se levantou, pegando mais um pedaço de pizza.
— Dulce, tá preparada para ir no JUEF? É semana que vem. - Angelique me perguntou.
Naquele momento todas ficaram em silêncio e o clima pareceu pesar abruptamente. Maite olhou com as sobrancelhas arqueadas para Anahí em questionamento. Parecia algo como "eu vou ficar com a casa só pra mim e não falou nada?", mas Anahí tinha se virado para mim e parecia estar entre a confusão e a mágoa. Deixar de contar algo para a Anahí era a morte e eu sabia disso. Havia errado em protelar tanto, em deixar tudo para a última hora. Olhei para Angelique que parecia alarmada e com certeza estava se sentindo culpada por ter contado aquilo à minha namorada.
Anahí se levantou e foi em direção ao quarto, fechando a porta em um baque. Maite tinha a repreensão em cada poro do seu corpo, saindo em defesa da amiga, e Angelique murmurou um pedido de desculpas com as mãos juntas como se fosse fazer uma oração.
— Relaxa. - Pisquei pra ela e fui atrás de Anahí, batendo algumas vezes na porta. - Anahí. Vamos conversar.
Anahí Portilla
Eu achei que Dulce estava estranha e não era de hoje. Quase nunca pegava o celular perto de mim e eu me perguntei se ela não estava com alguém novo, se ia me deixar, mas cada dia parecia mais apaixonada e eu logo descartei a possibilidade. Então Angelique me soltara a sigla JUEF: Jogos Universitários de Educação Física. Eu nunca sabia quando era, mas contava que Dulce me dissesse para que estivesse lá para apoiá-la, até mesmo porque eu nunca havia ido à um.
Abri a porta quando ela bateu e me afastei, dando as costas e olhando pela janela a noite fria de São Paulo. Ouvi quando a porta se fechou e mais ainda quando ela se aproximou, envolvendo minha cintura com seus braços. Não recusei, como poderia? Eu a amava tanto.
— Me desculpa. - Começou e me apertou mais forte, beijando meu pescoço. Golpe baixíssimo.
— Quando pretendia me contar? - Me desfiz do seu abraço apenas para me virar de frente para ela. - Quando estivesse fazendo as malas ou quando estivesse no ônibus?
Minha voz vacilou e eu não me incomodei. Queria que ela visse o erro que havia cometido e o quão magoada eu havia ficado. Aquilo não se fazia e era bom ela ter um motivo para ter feito o que fez.
— Anahí... - Resmungou e me abraçou pela cintura mais uma vez, me recostando na janela. Apoiei os cotovelos ali e esperei que ela me respondesse com mais do que o meu próprio nome. - Eu estava com medo da sua reação. Sabia que não teria folga no feriado, você mesma disse pra mim essa semana. Acha que fiquei como? Estava me sentindo muito culpada de ir sem você.
Revirei os olhos e balancei a cabeça em negação, suspirando e olhando mais uma vez para o céu escuro e sem estrelas antes de voltar minha atenção para a garota.
— Onde você arrumou dinheiro pra isso?
— As meninas pagaram pra mim. - Deu de ombros.
Assenti uma vez e empurrei-a pelos ombros levemente, me afastando assim que ela me deu espaço.
— Se divirta.
Eu queria discutir, queria dizer que era só eu ter pedido uma folga para poder ir com ela, mas não valia mais a pena, agora estava feito. Era melhor que ela fosse e se divertisse, espairecesse e pensasse sobre a sua vida. E eu confiava nela o bastante para saber que ela não faria nada que me magoasse. Não de novo.
Dulce Maria
Foi como dormir e acordar com a rainha do gelo. Eu sabia que estava errada de tantas maneiras, mas ela continuaria daquele jeito até quando? Não deixei de beijá-la quando me despedi na segunda, como sempre fazia quando a garota ia trabalhar. Angelique passara o resto do fim de semana pedindo desculpas, mas Anahí não fora grosseira com a garota, sabendo exatamente de quem era a verdadeira culpa naquele caso. No meio do dia, me vi ajudando Maite com as encomendas enquanto imergíamos em uma conversa tranquila até aquele momento.
— Vai passar. - Maite chamou a minha atenção e eu a olhei em confusão. Não estávamos falando sobre o preço do tomate agora mesmo? - Anahí. Pode ter certeza que ela vai ficar bem com essa história logo. Só você não dar mais uma dessa e passar a confiança que ela precisa. - Ela me olhou sob os cílios curtos e esperou minha reação, mas estava atenta ao que ela dizia. - Se é que me entende.
— Se você tá insinuando que eu vou trair a Anahí, considere-se redondamente enganada.
— Tá me chamando de redonda? - Perguntou, arregalando os olhos e parando o que fazia para me olhar do outro lado da mesa.
— Tô. E digo mais: não sou você pra ser amante de ninguém e muito menos trair a pessoa que eu amo. - Me levantei, indisposta a ouvir qualquer coisa que ela tivesse a dizer ou insinuar para mim.
— Eu vou relevar, porque te contei os meus momentos de fraqueza e você está usando-os como defesa. - Respondeu, a voz embargada.
Saí dali a passos largos, enviando uma mensagem rápida para Anahí, pedindo que ela fosse almoçar comigo. De imediato ela respondeu um "ok" e eu senti falta de um "meu amor" como complemento.
Anahí Portilla
Domingo havia chego tão rápido e boa parte da culpa daquele tempo ter voado era da Maite. Na quinta nós fomos à uma balada na augusta que havia aberto há pouco e ela queria julgar o lugar. Maite nunca repetia as baladas em que ia e isso, muitas vezes, acabava em surpresas nada agradáveis como seguranças escrotos e ambientes mais escroto ainda. Não era o caso daquela, já que era open bar e eu bebi até não saber mais quem era.
Maite cuidou de mim quando chegamos em casa às quatro horas da manhã e ligou para a minha chefe no domingo, alegando que eu estava indisposta. Para o meu alívio, aquela desculpa colou e eu só precisava levar o atestado depois de tomar um soro no hospital durante a sexta feira - o dia o qual o hospital era um inferno de pessoas querendo atestado.
Vomitei, mais ou menos, todos os órgãos do meu corpo e chorei abraçada na privada. Claro que um dos motivos das minhas lágrimas eram Dulce e o fato de que pedi para ela não me mandar mensagem e nem ligar, apenas curtir a viagem e os jogos. Eu tinha que confiar nela e nada como um tratamento de choque.
Só não esperava que fosse sofrer tanto com a ansiedade de não saber notícias dela.
O restante da semana tinha se passado entre muito silêncio e eu podia ver que Dulce estava pisando em ovos, calculando cada passo que ela dava em minha direção. Também soubera que ela e Maite haviam brigado e o clima estava mais esquisito do que nunca. Mas não deixei que ela fosse embora sem uma boa lembrança de mim e, um dia antes, transei com ela na nossa cama.
Não foi ruim. Foi recheado de paixão e nós dormimos entrelaçadas. Mas no dia seguinte eu me despedi dela na porta de casa enquanto ela me fazia a promessa de que eu poderia confiar nela. E foi o que eu fiz. Respeitando-a, não me enrosquei com ninguém na balada, o tempo todo conversando com o bartender sobre a minha vida. Ele não podia me dar toda a atenção do mundo, mas vez ou outra alguém vinha participar da conversa e eu me soltava por culpa da quantidade de álcool presente no meu sangue.
Sexta se passou com muita ressaca e Grey's Anatomy. Sábado e domingo não foram diferentes. No último dia, como em todos os outros, Angelique mandou algumas mensagens para a Maite e a minha amiga vivia me atualizando sobre a situação "Dulce".
— Maite, eu não quero saber, sinceramente. - Bebi o refrigerante do meu copo.
A garota suspirou e se sentou ereta, pausando o episódio.
— Mas o que... - Comecei a questionar, olhando indignada para ela.
— Vou me mudar. - Anunciou, soltando de uma vez.
— O QUÊ?! - Berrei. - O que tá acontecendo? Você e a Dulce querem me matar de desgosto? Por que vai fazer isso?
— Anahí, qual é... - Riu e pegou minha mão entre as suas. - Você e a Dulce precisam de privacidade, está se tornando algo cada vez mais sério. - Deu de ombros. - Eu sei que incomodo, sei que vocês gostariam de fazer sexo pela casa, mas temem que eu saia do quarto.
Não deixava de ser verdade, mas eu estava tão apegada à Maite que não conseguia vê-la sair daquele apartamento a não ser que fosse casada - que era o seu sonho, mas não sabia o quanto se equiparava ao seu desejo de ser livre.
— Amiga! - Choraminguei e me joguei nos seus braços, sentindo os seus próprios me rodearem. Quando me senti preparada, me afastei daquele abraço e vi que ela tinha lágrimas rolando por seu rosto assim como eu. - Para onde você vai? Voltar para a sua família?
— Não! - Respondeu de imediato, balançando as mãos na frente do meu rosto e limpando suas lágrimas enquanto terminava seu raciocínio. - Vou morar com a Angelique por enquanto. Mas tô achando que vou acabar me enroscando com um certo alguém.
Entreabri os lábios e dei um leve tapa em seu braço.
— Como é que é, sua cachorra?
— Você vai saber se tudo der certo. - Apertou minha bochecha. - Pode ser que seja só fogo na bunda, você sabe como eu sou. - Deu de ombros.
— E como sei!
Assim que finalizei a frase, o interfone tocou e Maite foi atender, gritando que iria pegar nossos lanches devidamente encomendados. Fiquei sozinha e abracei meus joelhos, fitando a imagem de uma Meredith Grey chorosa, como ela era em boa parte da série e me alarmei quando a campainha tocou. Revirei os olhos, me levantando e xingando Maite por me fazer abrir a porta, provavelmente por ter as mãos cheias de nossa comida.
— Eu falei que te ajudaria, Maite!
Abri a porta e quem eu encontrei não foi apenas Maite, mas Dulce voltando da sua viajem depois de quatro longos dias cansativos.
— Olha quem eu achei perdida lá embaixo. - Maite anunciou.
Eu, sem pensar duas vezes e deixando de lado qualquer intriga que tivesse com ela, pulei em seus braços, sentindo-a largar todas as suas malas para me abraçar e tomei seus lábios nos meus.
Deus, como eu sentia a falta dela!
— Arrumem um quarto! - Maite gritou, passando por nós e entrando no apartamento.
Nós rimos entre o beijo e Dulce me ergueu no ar, me fazendo soltar um gritinho.
— Como eu senti sua falta! - Dulce falou entre um selinho e outro.
E naquele momento eu era 100% saudade e felicidade, e 0% questionamentos e preocupações.
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Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Era incrível como o amor funcionava. Em um momento você está extremamente irritada com a pessoa, quer matá-la, nunca mais olhar em sua cara, mas é só ela aparecer que a vontade, a saudade e o sentimento predominam sobre qualquer sentimento ruim que um dia você nutriu pela pessoa. Eu estava completamente apaixonada por Dulce. N& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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Gabiih Postado em 28/02/2019 - 14:15:26
Que linda história , eu amei meus parabéns que bom que tudo acabou bem depois de tudo oque as duas passaram, final lindo e merecido parabéns!!!
GioviSouza Postado em 13/03/2019 - 11:38:24
obrigada pelo carinho! <3
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Gabiih Postado em 25/02/2019 - 16:27:31
oi bom ainda estou lendo tudo, mas eu estou adorando posta mais!!!
GioviSouza Postado em 25/02/2019 - 16:31:06
olá! seja bem vinda! ela já está completa. espero que goste!