Fanfics Brasil - Piscina Aceita-me (RBD)

Fanfic: Aceita-me (RBD) | Tema: Rebelde, Romance, LGBT, Portinon


Capítulo: Piscina

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Anahí Portilla


Eu beijei a Dulce porque não passava de uma otária e sabia disso.


A verdade é que a única pessoa a qual eu dediquei o meu ódio nesses vinte e dois anos completos foi meu padrasto. Ele era digno do meu ódio, o resto era só um aprendizado. Dulce foi um grande aprendizado.


Enquanto eu passeava minhas mãos pelo corpo que eu tanto senti falta, sentia a pele macia que já não tocava há tanto tempo e beijava aqueles lábios que tanto sabiam o que faziam, me peguei com o anjo e o diabo em meus ombros, um tinha o rosto de Angel e o outro o de Maite só não sabia dizer quem era qual. O que eu havia bebido que me levou àquele ponto?


— Você não fez isso! Não fez mesmo! - Maite gritava, pisando no meu ombro como uma criança mimada que ela era.


— Ah, ela fez! Não estava com vontade? Não queria resolver as coisas? E qual melhor jeito de fazer isso do que em uma noite quente?


— Ahn... Conversando é um ótimo jeito! - Maite retrucou.


— E você resolve as coisas conversando desde...?


Dulce passou a beijar meu pescoço e eu revirei os olhos, mordendo o lábio inferior quando ela mordeu o lugar que havia sugado como se fosse algo que ela estivesse querendo muito. Eu sabia bem o que era.


— Esse embuste tinha que beijar o lado que eu estava, não é mesmo?


— Para de reclamar, Maite!


— Me desculpe se eu não quero que a minha amiga beije essa... Piranha que a traiu e foi embora!


— Saiam daqui. - Disse entredentes.


Dulce parou por um momento e me olhou confusa.


— Quer que eu pare?


Olhei fundo em seus olhos. Seu olhar era confuso, triste e aquilo me partiu o coração. Por mais que ela tivesse feito o que fez, eu jamais seria capaz de machucar um ser humano - ainda mais um que eu tanto amei.


Meus lábios tremeram enquanto eu pensava sobre a sua pergunta, ponderando sobre qual resposta que eu deveria dar. Se eu dissesse a verdade, temia que ela me levasse à uma clínica psiquiátrica.


Mas a resposta que eu deveria dar era: eu queria ou não que ela parasse? Eu queria acatar aos pedidos de Maite ou de Angelique? Quem estava certa?


Talvez a única certeza fosse a que estivesse em meu coração e naquele momento ele dizia apenas uma coisa:


— Sim.


Primeiramente ela abaixou seu olhar e se preparou para sair de cima de mim. Quando ela se sentou ao meu lado, mexendo nas unhas curtas, eu ainda sentia o seu toque em todo o meu corpo, onde seus lábios haviam tocado ainda formigavam. Levei as mãos aos lábios e os toquei por instinto, deixando de olhá-la.


Acho que estava na hora de eu me retirar dali. Me levantei e caminhei até a porta, pensando que ela me chamaria para entrar mais uma vez, para me deitar ao lado dela, mas ela continuava na mesma posição, perdida em pensamentos. Não quis tirá-la de seus devaneios e fechei a porta assim que saí.


A noite estava de pura ventania e eu acariciei meu corpo ao andar na beirada da piscina. Meus dedos tocaram a água fria como gelo e eu percebi que era exatamente daquilo que eu precisava: água fria passando por cada poro do meu corpo. Daquele modo eu pensaria melhor.


Fui tirando peça por peça, sentindo o frio da noite me atingir em cheio. Tinha uma leve impressão de que eu estaria doente no dia seguinte, mas eu não sabia até que ponto eu me importava. Quando estava completamente nua, fechei os olhos e respirei fundo. Naquele momento eu me libertei de qualquer pensamento e deixei minha mente vazia como jamais havia feito antes. Foi então que eu pulei na piscina de cabeça, sentindo o frio tomar todo o meu corpo de uma vez.


Dentro da piscina, eu abri os olhos e fitei a imensidão azul lá embaixo. Enxerguei as bolhas subindo conforme expirava e fechei os olhos com força, emergindo apenas quando senti que não poderia permanecer dentro d'água sem causar uma morte precoce.


Me agarrei à uma das boias que boiavam na água e batia os pés, apenas prestando atenção em cada movimento que a água fazia. Foi inevitável que uma hora ela aparecesse em meus pensamentos. Eu sabia o porquê de ter recusado os seus beijos e eu devia ter reagido no momento em que ela havia se colocou em cima do meu corpo. Mas como poderia? Eu a amava e, por mais que fosse contra todos os meus princípios, eu perdoava a sua traição. Naquele momento eu precisava pensar. Precisava mais do que isso: precisava me sentar e conversar com ela.


Me virei de uma vez para sair da piscina, só não contava que ia dar de cara com ela me observando de braços cruzados. Arregalei os olhos e tratei de cobrir meu corpo nu.


Droga. O que ela estava fazendo ali? Aquela garota me deixava tão confusa.


— Me desculpa, eu não sabia...


Comecei a me desculpar por estar nua na sua piscina. Não era normal entrar sem roupas na piscina dos outros àquela hora. Mas ela me interrompeu erguendo uma mão aberta na minha direção e aquilo me calou.


— Por que está se cobrindo? - Ela tinha um sorriso brincalhão pintado nos lábios.


Franzi ainda mais o cenho e olhei para meu próprio corpo nu. Abri e fechei a boca diversas vezes, tentando elaborar uma resposta, mas não tinha nenhuma. Não conseguia pensar direito perto dela, essa era a verdade.


— Eu já vi tudo isso. Muitas e muitas vezes, diga-se de passagem. - Piscou na minha direção e aquele conjunto de palavras e ações me fez apertar as coxas uma na outra.


Mas, ao invés de ceder aos seus encantos como há pouco, eu fechei a minha expressão e caminhei para a escada de metal que havia próximo dela.


— Viu tanto que até mesmo se cansou. - Retruquei, tocando as barras de metal e olhando-a.


A expressão da garota vacilou e aquilo me deu um gostinho de vitória, mas não me fazia bem algum ao mesmo tempo. Eu não gostava de machucá-la.


Eu era uma completa imbecil.


 


Dulce Maria


Eu não conseguia acreditar que estava tão perto de tê-la de volta e a perdi.


Sabia que corria esse risco no momento em que eu beijei os lábios da garota. Sabia que ela era uma pessoal racional, principalmente em momentos inoportunos. Eu queria fazê-la minha, queria contar a verdade à ela, mas eu não conseguia, não tinha coragem de privá-la de um leque de possibilidades em São Paulo. Não queria fazê-la infeliz, mesmo sabendo que a faria de um jeito ou de outro. Mas eu deveria fazer do jeito egoísta?


Por isso que eu a deixei ir, mas não por muito tempo. Saí do quarto não muito tempo depois e a vi apoiada em uma das boias na piscina. Sorri e fui até ela enquanto admirava seu dorso completamente nu. Aquela era a mulher mais linda que eu já havia visto na vida e o meu coração acelerado a cada passada que eu me aproximava dela não me deixava negar isso. Era o meu amor por ela.


Não foi fácil tirar o sorriso do rosto e as provocações vieram de brinde, mas a garota não parecia tentada a ceder, estava pensativa demais, racional demais, na defensiva. O que eu havia feito com a garota impulsiva?


Talvez agora eu fosse a garota impulsiva, agora eu quem queria conquistá-la.


A garota impulsionou seu corpo e parou no primeiro degrau metálico, me olhando com curiosidade quando viu que eu passei a tirar minhas roupas. Mordi o lábio inferior ao ver seu mamilo entumecido e me perguntei se ela se entregaria para mim aquela noite ou se fugiria.


Quando eu já estava completamente nua, o sorriso da garota se alargou e ela deu de ombros, parecendo gostar e entrando no meu jogo. Era isso, nós éramos jogadoras naquele momento.


Anahí impulsionou seu corpo e passou a nadar de barriga pra cima, mostrando suas curvas, sua intimidade, toda a sua essência. Sem pestanejar, pulei na sua direção e nadei por trás de seu corpo, vendo-a se movimentar para apoiar os pés no chão.


Imergi perto dela, meus cabelos molhados pingavam em meu rosto, mas em nada atrapalhavam a visão que eu tinha dela. Ela ainda era a minha Anahí, só que não era mais minha. Meus olhos marejaram e eu tinha certeza que eu refletia a expressão séria e pensativa de Anahí.


Caminhei em sua direção e ela foi se afastando pouco a pouco até ter suas costas apoiadas na parede da piscina. A água soltava uma fumaça pelo frio que fazia do lado de fora, mas dentro ficava cada vez mais quente. Ela desconectou nossos olhares e eu apoiei minhas mãos uma de cada lado do seu corpo enquanto as dela ficavam tímidas, presas ao lado de seu corpo.


Anahí tinha a cabeça baixa e a levantou, tendo os olhos presos nos meus mais uma vez. Seus lábios tremeram e eu não a interrompi, querendo que ela colocasse para fora aquilo que queria dizer.


— Eu estou cansada. - Confessou, a voz fraca.


— Do que? - Perguntei em um sussurro.


— De tudo. - Ela mordeu o lábio inferior e piscou algumas vezes, deixando lágrimas escorrerem por seu rosto. - Mas, principalmente, estou cansada de fugir de você, Dulce.


Cada uma daquelas palavras passou de forma diferente por mim. Primeiro eu senti meu estômago dar um milhão de voltas, meu baixo ventre tremeu, minha boca secou e meu coração, que já estava batendo rápido, se acelerou ainda mais.


Eu achei que tomaria a iniciativa de um beijo, mas foi ela. Ela tocou o meu rosto e beijou os meus lábios mais uma vez naquela noite.


Não sabia se era o clima, ou o estado do Rio de Janeiro, ou os eventos carnavalescos, mas tudo que parecia ser tão confuso antes, ficou claro de repente.


Era só eu e ela, e a piscina. Eu, ela e as minhas mãos no seu quadril, na sua bunda e o seu arfar ao sentir o meu toque. Eu, ela e seus lábios sedentos em meu pescoço, no colo dos meus seios.


Meu maior desejo era virá-la de costas e fodê-la com meus dedos ali mesmo, mas eu queria olhá-la nos olhos, eu queria ver o prazer nas suas íris e em cada feição do seu rosto. Ela não iria fugir de mim, eu a teria em meus braços aquela noite depois de tanto tempo.


Quando eu fui embora, a coisa de que eu mais me arrependi foi não ter aproveitado mais ela. Por que eu tinha tanto medo de algo novo? Talvez eu tivesse medo de não ser boa o suficiente. Mas eu nunca mais teria medo, porque sabia agora eu sabia o que era perder alguém que eu amava, agora eu sabia a dor de um "e se...".


Enlacei suas pernas em minha cintura e senti sua mão entre nossos corpos, alcançando meu clítoris e me fazendo soltar um gemido. Rocei nossos lábios e fechei os olhos, sentindo os toques que me enlouqueciam, o toque que só ela sabia como eu gostava, o toque da minha menina, da minha mulher.


Apertei sua bunda com força e ouvi o seu arfar, sorrindo com os efeitos que eu causava nela. Eu sentia tanta falta daquilo que só percebi a intensidade quando já estava matando esse sentimento. Acariciei com a ponta do dedo da sua entrada e me afastei dela o mínimo para conseguir olhar em sua expressão. Não queria perder um segundo daquilo, temia que ela fosse acordar amanhã e não querer mais nada.


A garota forçou seu corpo contra meu dedo e eu entendi o recado, forçando meu dedo a entrar em seu interior, abrindo-a pouco a pouco com cuidado cirúrgico. Sua mão não deixou de massagear meu caroço duro de excitação e, quando a sua mão livre foi para o seu próprio, eu tomei seus lábios para o meu. Os primeiros movimentos eram calmos, precisos e eu queria apenas reconhecê-la, queria sentir seu abrigo, para depois aumentar meus movimentos.


Estávamos em sintonia: eu diminuía, ela diminuía; eu aumentava, ela aumentava. Quando enfiei um segundo dedo, seus gemidos ficaram incapazes de conter com um simples beijo e eu deixei que ela gemesse, queria ouvi-la enquanto dava prazer. Beijei o colo dos seus seios, seu pescoço, me deliciando com o cheiro e gosto da sua pele.


Ela não demorou a apertar meus dedos, nem para tremer em meus braços ao ponto de eu ter que segurar sua cintura pela intensidade de seu orgasmo, me fazendo acompanhá-la.


Sabia que ela não devia sentir-se extasiada assim há um bom tempo e fazer isso por ela me dava mais prazer do que qualquer ápice. Aquele era o meu ápice particular e agora eu entendia o porquê de ela nunca ter se importado de me dar prazer por um tempo enquanto ainda namorávamos, e mesmo assim não ter nada em troca.


Beijei seus lábios mais uma vez naquela noite e olhei em seus olhos cheios de um brilho que ela havia perdido quando a encontrei no bloco de carnaval.


Era bom ser egoísta se essa fosse a minha recompensa. E eu seria dali para frente.



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Anahí Portilla Eu me entreguei. Não apenas na piscina, mas na espreguiçadeira, no quarto, no chuveiro e eu só percebi há quanto tempo ficamos entre beijos, mordidas e pele depois que vi o céu clarear. Estava cansada demais para continuar e ela, mesmo sendo atleta, também precisou de uma pausa. Dormimos enroscadas uma na outr ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • Gabiih Postado em 28/02/2019 - 14:15:26

    Que linda história , eu amei meus parabéns que bom que tudo acabou bem depois de tudo oque as duas passaram, final lindo e merecido parabéns!!!

    • GioviSouza Postado em 13/03/2019 - 11:38:24

      obrigada pelo carinho! <3

  • Gabiih Postado em 25/02/2019 - 16:27:31

    oi bom ainda estou lendo tudo, mas eu estou adorando posta mais!!!

    • GioviSouza Postado em 25/02/2019 - 16:31:06

      olá! seja bem vinda! ela já está completa. espero que goste!


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