Fanfics Brasil - Carona Aceita-me (RBD)

Fanfic: Aceita-me (RBD) | Tema: Rebelde, Romance, LGBT, Portinon


Capítulo: Carona

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— Vamos, Dulce! Por favor!


Anahí ainda insistia enquanto eu arrumava meu cabelo depois do treino.


— Falta na aula só hoje! - Maite, sua amiga, ajudava.


— Eu não vou beber.


Então é, a insistência era para irmos ao bar. Más companhias essas que eu havia conseguido.


— Ah, claro! - Maite debochou. - Vai fazer um favor para nós.


Continuei a me trocar na frente delas, vestindo a roupa que havia trazido para depois do treino. Fingi não percebi o olhar fixo de Anahí recostada na pia enquanto Maite digitava fervorosamente no celular.


— Duvido que você não vai beber. - Anahí disse quase em um sussurro e eu olhei para ela para ter certeza de que estava falando comigo.


— Pode duvidar. O que eu tenho a ver com isso? - Dei de ombros. - Cadê a porra do meu celular? - Tateei os bolsos. - Sempre perco essa bosta.


— Tá aqui. - Anahí abriu um dos bolsos da mochila e tirou meu celular de lá. - Você acabou de guardar. - Ela riu, balançando a cabeça em negação e saindo andando até a saída do vestiário.


Maite veio saltitante e me abraçou, me assustando com tanto contato físico.


— Desculpa, esqueci que você é ariana. - Disse se afastando.


— E você é o que? Biscatiana? - Ri da minha própria piada, vendo-as me acompanharem.


— Não, sua ridícula. Mas meu signo é a piranhona do zodíaco. - Ela fez uma pausa e me olhou um pouco antes de começar a descer as escadas. - Libra. - E piscou na minha direção.


— Ah, claro. - Assenti, pressionando meus lábios enquanto via Anahí rir do jeito da amiga.


— Maite, não seja você, por favor. A Dulce ainda é nossa amiga recentemente. - Anahí pediu à amiga.


— Já era, filha. Não quero mais ser amiga de vocês. - Provoquei.


— Não! - Maite me abraçou, quase me derrubando da escada.


— Oh sua filha da puta! - Xinguei, fazendo-as rir.


— Me perdoa. Juro que não fico perto de você. - Maite prometeu.


— Ótimo. Fica bem longe, sua gralha.


Fomos até o bar entre brincadeiras. Anahí parecia um tanto distante, mas sempre rindo das palhaçadas de Maite.


— Me ajudem a atravessar a rua, porque eu sou cega. - Pedi.


— Como assim? - Maite franziu o cenho na minha direção logo depois de atingirmos a calçada do bar.


— A Dulce já foi vesga. - Anahí respondeu por mim.


— Como o Luan Santana? - Maite questionou.


— Pior! - Confessei. - Agora eu uso óculos fundo de garrafa.


— Tadinha! - Maite acariciou meu braço, logo depois de sentar na minha diagonal esquerda.


— Vou buscar uma cerveja. - Anahí disse, se levantando e sumindo para o bar.


— A única coisa ruim desse bar é que não tem wi-fi. - Maite reclamou ao meu lado.


— Por que você é pobre? - Olhei para ela, atraindo seu olhar para mim. - Arruma um 4G.


— Minha operadora é uma bosta. Cortaram minha internet de tanto que eu xinguei eles. - Deu de ombros.


Anahí nos interrompeu com um litrão e copos para todas, sentando na minha diagonal direita. Peguei os copos e servi uma por uma, ouvindo as palmas de Maite ao ver como eu havia servido perfeitamente bem.


— Nossa, você tem que me ensinar. Ficou lindo!


— Chefe é chefe, né pai? - Dizia com orgulho de mim mesma, vendo a garota sorrir.


Será que algum dia essa menina era triste?


— Começaram as minhas músicas! Ninguém me segura! - Maite se levantou, indo dançar mesmo que ninguém estivesse.


Olhei para a garota, sorrindo com a sua felicidade contagiante quando a mão de Anahí na minha perna me chamou a atenção.


— Achei que você não ia beber. - A garota tinha uma sobrancelha arqueada e eu quase perdi o fôlego lembrando do meu sonho.


— E eu não vou. - Dei de ombros.


— E o que esse copo tá fazendo cheio? - Com com sorriso de lado, Anahí apontou com o olhar o copo que eu havia enchido para mim.


— Não sei. Vai que me dá sede. - Tinha uma expressão cínica no rosto, vendo minha amiga rir com a resposta.


— Claro.


Anahí se recostou na cadeira e começou a morder seu copo, deixando-o cheia de marcas de mordida, enquanto intercalava entre beber do líquido amarelado de dentro.


Uma batida conhecida soou e eu pude ver Anahí se levantar enquanto a amiga a chamava. Chantaje da Shakira tocava ao fundo enquanto algumas pessoas dançavam junto às duas amigas, mas elas estavam mais interessadas em tocar uma a outra.


Eu sabia que elas já haviam ficado, Anahí havia me contado, mas conseguiam separar com perfeição a amizade do romance. Fiquei jogada na cadeira de madeira enquanto via as amigas imersas no jogo de sedução.


Enquanto Maite passava as mãos no corpo de Anahí descendo e subindo no processo, os lábios próximos do corpo dela, a outra se ocupava de rebolar, passar as mãos pelo cabelo e fechar os olhos, sentindo a música. Anahí virou-se de costas quando Maite ficou de pé e passou a rebolar na amiga.


Fiquei me perguntando qual era a graça de se esfregar em algo que não ficaria duro, em algo que não demonstraria a sua excitação, algo que não existia. Não entendia as suas expressões como se sentissem um enorme prazer. Mas por que eu queria tanto entender?


Pude ver Maite colar os lábios na orelha de Anahí e a garota sorrir, se virando para mim de imediato com um sorriso esperto. Maite desferiu um tapa na amiga, fazendo com que Anahí se afastasse entre gargalhadas. Anahí pegou a mão dela e a girou, puxando para si e fazendo as duas quase caírem.


Cansadas, voltaram para a mesa ao fim da música e Maite foi enchendo o próprio copo.


— Vocês bebem um copo e ficam muito loucas? - Questionei, terminando o meu próprio. - Fracas.


— A Anahí você tem que entender, mas eu só estou sendo eu mesma. - Maite deu de ombros.


— Por que eu tenho que entender a Anahí? - Franzi o cenho.


— Ela é magra. - Explicou. - Queria fumar um cigarro.


— Eu também. - Anahí disse, fazendo um pequeno bico.


Olhei para amabas, a confusão tomando minha expressão.


— Mas que porra de curso é esse que vocês fazem e acabam com a saúde fora da sala?


— Nunca viu médico fumante? - Anahí questionou, debruçando os braços cruzados sobre a mesa.


— Tô indo nessa. - Maite terminou seu copo. - Te vejo em casa? - Questionou, olhando da amiga para mim.


— Onde você vai? - Resolvi questionar.


— Beijar na boca. - Piscou para mim, beijando meu rosto e o de Anahí, antes de sair dali sem uma resposta da loira.


— Não sei como vou embora, porque ela era a minha carona. - Comentou, bebericando da sua cerveja, observando um ponto qualquer do bar.


— Eu deixo você em casa, amor. - Sorri para ela, tocando seu braço.


A garota olhou fixamente para mim, parecendo me analisar - mais especificamente analisar minha boca - e eu me senti desconfortável, me afastando em seguida.


— E o sonho? Você não me contou até agora que droga de sonho foi esse. - Anahí voltou a morder o copo e eu congelei com a sua indagação.


— Que mané sonho, Anahí. Deixa isso pra lá. - Terminei o copo e chacoalhei a garrafa de vidro, vendo que estava vazia. - Vamos que já deu a minha hora.


— Ah, não podemos ficar só pra mais uma cerveja? - Pediu, tocando a minha mão para me fazer olhá-la.


Bem lá no fundo eu queria ceder, queria ficar pra mais uma ou duas cervejas ou uma noite inteira, mas a minha consciência falou mais alto naquele momento e eu acordei do transe que os olhos daquela garota me causava. Com certeza era aquela cor verde que me deixava hipnotizada.


— Preciso telefonar para os meus pais ainda hoje. Vamos. - Puxei-a da cadeira e o corpo dela encostou ao meu, me causando um choque.


A garota não deixou de me fitar, o rosto bem próximo ao meu, fazendo com que eu engolisse em seco. Ela era intimidante de tantas formas que eu nem sabia por onde começar a explicar.


Esperei que ela recolhesse as suas coisas e eu fiz o mesmo. Saímos do bar e eu fui cumprimentando uma ou outra pessoa pelo caminho.


— Nossa, como ela é popular. - Anahí comentou quando já atingíamos o estacionamento.


— Sou mesmo. - Concordei, sabendo que não passava da verdade. - Boa noite. - Entreguei o papel do estacionamento e esperei para que fosse liberada.


Anahí ao meu lado parecia impaciente e ficou assim até chegarmos na moto.


— Você promete que não corre muito? - Tocou meu braço com força enquanto eu pegava o capacete para ela.


— Tá com medo, amiga? - Umedeci os lábios e sorri com malícia para ela.


— Você é quem sabe. Quanto mais rápido você correr, mais eu vou me agarrar à você. - Anahí ergueu uma sobrancelha e me soltou, cruzando os braços.


— Por mim tudo bem. - Dei de ombros, entregando o capacete para ela.


Decidi que não tinha visto o sorriso esperto dela e continuei a me paramentar para subir na moto. Saí com ela da vaga e dei a partida, esperando a loira subir na garupa e me abraçar com força.


— Achei que ia me abraçar apertado se corrêssemos, mas eu ainda nem saí do lugar. - Provoquei por cima do ombro e a garota afrouxou o abraço.


— Tô me aproveitando. - Retrucou.


— Foi o que eu pensei.


Sem deixar que ela respondesse, arranquei com a moto e rumei para a sua casa. Se bem me lembrava, ela havia dito que não era muito longe dali e me deu a localização exata enquanto eu passava por entre os carros parados no trânsito caótico de São Paulo.


Por vezes sentia seus braços me apertarem mais forte e sensações esquisitas na minha barriga me faziam apertar o próprio guidão com mais força. Senti um alívio quando estacionei em frente ao seu apartamento e de Maite. Anahí desceu da moto e me entregou o capacete, ao qual eu vesti no braço. A garota parou ao meu lado e eu a olhei, refletindo o seu sorriso, mas o meu devia ser um aliviado, já o dela era tímido.


— Você não quer entrar? - Perguntou, apoiando a mão na moto.


Levantei o capacete até acima da testa e observei a loira por um momento.


— E tomar uma xícara de café, dona Florinda? - Brinquei, fazendo-a rir.


— Claro, professor Girafales. - Ela conteve o riso com uma mordida no lábio enquanto eu desatava a rir.


— Não, muito obrigada. Deixa pra uma próxima.


— Tudo bem. Se cuida, meu amor. - Anahí ficou na ponta dos pés e beijou meu rosto.


— Você também. Até amanhã?


— Claro. - Anahí se virou ao responder e entrou no prédio.


Pelo retrovisor da moto, eu vi que ela me esperou desaparecer para que pudesse enfim entrar.


Mesmo com pouco tempo de amizade, eu já tinha notado que Anahí era do tipo protetora e eu gostava disso, de me sentir protegida por mais que me fizesse de durona.


Mas como amiga. Só amiga.


Assim que cheguei em casa, fui tirando as roupas pelo caminho e indo tomar banho. Não imaginei que estava tão umedecida e não entendi a reação do meu corpo por qualquer que fosse o motivo daquela lubrificação. Por que eu havia ficado assim?


Assim que terminei, liguei para meu pai, torcendo para que ele ainda estivesse acordado e, assim que ele atendeu, me senti culpada por toda a situação. O que eu estava fazendo? Meu pai jamais aceitaria se soubesse meus sonhos e reações corporais. Nem ele, nem minha mãe, nem ninguém.


Com um suspiro cansado, eu iniciei a conversa com meu pai, triste com as minhas próprias atitudes.


 


Anahí Portilla


— Ela tava tão na sua que eu fiquei até sem graça de estar lá! - Maite confessou, me fazendo rir.


— Mas eu te juro que não aconteceu nada.


— Como sempre. - Revirou os olhos. - Quando essa garota vai se assumir?


— Se vai se assumir. - Disse com pesar, enfatizando o primeiro "se". - Queria tanto que fosse ela no seu lugar quando estávamos dançando.


— Eu sei que queria. - Maite pressionou os lábios. - Mas eu tive uma ótima noite e estou indo dormir.


— Você pegou quem, sua vagabunda? - Joguei a almofada nela enquanto ia em direção ao seu quarto.


— Se eu contar, você vai me matar! - E fechou a porta.


— Se for aquele que tem namorada, eu não vou falar nada.


Ela abriu uma fresta da porta e eu pude ter o vislumbre da sua expressão travessa.


— Como você mesma diz: dessa água não só bebereis como me afogareis.


Nós rimos juntas e ela me deu boa noite, indo se recolher e eu fiz o mesmo, tendo a certeza de que já tinha meio caminho andado com Dulce depois do contato físico e do jogo de olhares que tivemos durante a noite, principalmente enquanto ela me via dançar com Maite.



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Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Eu e Maite escolhíamos um fim de semana do mês para passarmos com as nossas famílias, matar a saudades e aliviar a tensão da faculdade ao lado das pessoas que nos amam. Mas nem sempre isso era uma coisa boa. No começo era uma choradeira de saudades vindo da minha mãe. Meu irmão mais novo dizia que sentia falta de algu&eac ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • Gabiih Postado em 28/02/2019 - 14:15:26

    Que linda história , eu amei meus parabéns que bom que tudo acabou bem depois de tudo oque as duas passaram, final lindo e merecido parabéns!!!

    • GioviSouza Postado em 13/03/2019 - 11:38:24

      obrigada pelo carinho! <3

  • Gabiih Postado em 25/02/2019 - 16:27:31

    oi bom ainda estou lendo tudo, mas eu estou adorando posta mais!!!

    • GioviSouza Postado em 25/02/2019 - 16:31:06

      olá! seja bem vinda! ela já está completa. espero que goste!


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