Fanfic: Aceita-me (RBD) | Tema: Rebelde, Romance, LGBT, Portinon
Eu e Maite escolhíamos um fim de semana do mês para passarmos com as nossas famílias, matar a saudades e aliviar a tensão da faculdade ao lado das pessoas que nos amam. Mas nem sempre isso era uma coisa boa.
No começo era uma choradeira de saudades vindo da minha mãe. Meu irmão mais novo dizia que sentia falta de alguém para aconselhá-lo e, principalmente, acobertar as suas burradas. Já meu padrasto... Dava graças à Deus de estar bem longe dele.
A verdade é que eu nunca me dera muito bem com o cara que batia na minha mãe. Acho que ele mesmo me fez criar uma certa aversão por homens. Já meu irmão era o oposto dele, apesar de ser seu filho. Com certeza puxou à minha mãe que era uma pessoa tão boa, mas dependia do sustento do meu padrasto abusivo.
O único defeito da minha mãe era o preconceito. Por diversas vezes tentei contar à ela que era bissexual, como a própria Maite fez com a sua mãe, mas eu simplesmente não aguentaria ver a decepção no olhar da minha mãe. Me perguntava se meu pai, onde quer que estivesse, também estaria decepcionado com as minhas atitudes.
Eu estava almoçando com eles, já era domingo e eu não suportava mais as grosserias do meu padrasto com a minha mãe. Queria enfiar uma faca no peito dele e, quando me preparava para isso, meu celular apitou, mostrando uma mensagem de Dulce perguntando se eu estava em casa.
Abri um enorme sorriso e tratei de responder:
"Não. Vim na minha mãe. Fim de semana com a sua sogra."
Recebi apenas ícones mal humorados como resposta.
Eu adorava provocá-la, mas temia que ela ficasse brava comigo. Não apenas isso, mas que não quisesse mais nem a minha amizade.
Quando eu não respondi por algum tempo, o meu celular começou a mostrar uma foto dela sorrindo tímida pra mim enquanto eu a pegava desprevenida. Aquele sorriso que me matava, tão raro e tão sincero. Tão lindo! O meu preferido era o que tomava seu rosto, mas o de lado também me tirava o fôlego.
Anahí Portilla, você não está apaixonada! Não tem nem porquê! Você nem sabe se ela beija mal, se tem bafo, se não tem pegada.
— Com licença. - Pedi, me afastando.
Ouvi os resmungos do meu padrasto, mas não me importei. Ele não era meu pai e muito menos pagava as minhas contas para ter satisfações minhas.
— Alô?
— Tá onde, Anahí? - Dulce questionou.
— De novo? Tô na minha mãe. - Revirei os olhos, me recostando na parede.
— Tá bom, Anahí. Mas onde fica isso?
Dei risada do seu tom irritado. Não imaginava que até o som da voz dela me fazia falta.
— É na Mooca. Por que o interesse?
— No fim do mundo, Anahí Portilla. - Ela gemeu do outro lado. - Queria sair.
— Um dos contatinhos te dispensou? - Perguntei com um tanto de mágoa na voz.
— Ai Anahí... Então morre de saudades de mim. Tchau. - E desligou.
Dei risada e guardei o celular, voltando para a minha realidade naquele momento. Uma realidade que não envolvia a Dulce sentada comigo em um almoço de família. Ainda.
Dulce Maria
Sempre que meu pai me pedia para tomar uma cerveja com ele e rever algum jogo do Palmeiras, eu ia sem pensar duas vezes. Minha mãe odiava nos ver junto, dando boas risadas e bebendo.
Meu pai sempre me dizia que, antes de eu nascer, ela era carinhosa com ele e, logo que eu estava em sua barriga, ela me amou. Mas quando eu fui crescendo e meu pai foi me conquistando mais do que ela, de repente eu já não significava muito. Chegava a pensar se minha mãe não tinha ciúmes de mim com meu pai. Mas aquilo era ridículo, eu era filha dele.
Olhei minhas mensagens no celular e vi alguns garotos com quem eu ficava de vez em quando. A verdade era que eu falava da Maite, mas eu era igual ou pior que a amiga de Anahí. Um deles me chamava para jantar em um restaurante e eu aceitei de pronto.
— Pai, vou indo nessa. - Falei, me levantando.
— Vai ver sua amiga?
Ele havia visto que eu liguei para a Anahí mais cedo, mas falamos pouco dela. Por que eu quis tanto cortar o assunto? Temia falar algo de errado? Não tinha nada errado a se dizer.
— Vou. - Menti. Não queria ter que dar explicações. - Eu te ligo. - Abracei meu pai e sai dali. - Tchau, mãe! - Gritei por cima do ombro, mas não ouvi resposta.
Como sempre.
O encontro com Christopher estava agradável. Ele era um cara legal, bom de papo e aceitou dividir a conta comigo. Mas todo assunto que ele mencionava, eu tinha algo para falar sobre Anahí. Acho que passar o dia todo conversando com ela pelo celular era grande parte da culpa.
Eu aceitei seguir o carro dele até sua casa e passar mais um tempo com ele. Qual era o meu problema de não conseguir tirar Anahí da cabeça? Eu não gostava de mulheres, mas nunca nenhuma amiga minha arruinou um encontro meu assim.
Ele era o meu tipo de homem. Foi por isso que eu segurei seu rosto entre minhas mãos e o beijei enquanto ele fechava a porta de seu apartamento. Chris agarrou minha cintura e retribuiu o beijo, me levando até o sofá e deitando por cima de mim. Aproveitei a posição para tirar sua camiseta e acariciar seu peito, levando minhas mãos para suas costas e arranhando-o levemente na região. Mordi seu lábio inferior e me levantei para tirar minha própria blusa e então meu top, tomando seus lábios nos meus mais uma vez. Com habilidade, ele tirou minha calça jeans e minha calcinha. Eu estava completamente nua, mas nunca estive tão despreparada para receber um garoto entre minhas pernas. Por que eu não senti tesão? Eu queria sentir tesão!
Chris estava pronto, com as calças arriadas e debruçado sobre mim para me penetrar. Fechei os olhos com força, porque sabia o quanto aquilo ia doer. Agarrei seus ombros e mordi o lábio inferior. A cada investida meus olhos enchiam de água e eu logo derramava lágrimas. Para que ele não visse, afundei meu rosto em seu pescoço e esperei que aquilo acabasse, o tempo todo me martirizando por não estar sentindo nada por aquele garoto.
Não era por ele que eu sentia desejo.
Em algum momento, quando aquilo acabou, Chris pediu que eu me deitasse na cama com ele e eu fui, mas a verdade é que eu fiquei boa parte da noite acordada pensando no que a chegada de Anahí tinha feito com a minha vida.
Anahí Portilla
— Maite não vai vir pra casa hoje? - Dulce perguntou. - Vocês alternam as faltas?
— Claro. Ela pega a matéria quando eu falto e vice-versa. - Dei de ombros, trazendo para a sala um refrigerante de cola batizado com rum.
— Faz sentido. - Assentiu, bebericando e deixando o copo de lado. - Queria ter amigas.
Aos poucos ela foi deitando a cabeça em meu peito e eu a abracei, torcendo para que meu coração não se acelerasse ou que, se acelerasse, ela não percebesse. Acariciei seu braço e costas enquanto bebia do meu copo.
— Você tem amigas. - O som da minha voz atraiu o seu olhar. - Eu e Maite.
Ela ficou séria, me olhando por um tempo que pareceu infinito e eu ri, dando um tapa em seu braço. Odiava quando ela fazia aquilo.
— Para com isso, menina sem expressão.
Aquilo a fez rir e eu me derreti por dentro, mas me contive para não demonstrar por fora.
— Não, mas amigos de sala. As garotas estão bravas porque agora eu ando com vocês. - Confessou enquanto eu acariciava seu cabelo.
— Elas são escrotas e ficam bravas por você encontrar amizades melhores? - Indaguei, estalando a língua no céu da boca.
— Há! Claro. Amigas melhores... E más influências, você esqueceu de dizer. - Nesse momento ela se levantou e pegou seu copo, voltando a beber.
— Por quê? Só por que a gente quer te mostrar o lado bom da vida? - Ergui a sobrancelha na direção da garota.
— E por "o lado bom da vida" você quer dizer ser piranha? - Dulce se recostou do outro lado do sofá e passou a me acariciar com o pé, subindo pouco a pouco até minha coxa.
— Piranha do amor, mas sim. - Dei de ombros. - Você não sabe como é bom dar um tempo da vida de pau e chupar uma bela boceta.
— Anahí Portilla! - Ela tinha os olhos arregalados e tinha cuspido boa parte do refrigerante no copo. - Que palavreado é esse?
— Ah, qual é! O que você fala na cama? Vagina? Pênis? - Puxei um sorriso de canto e bebi do meu copo.
— Ahn... Eu não falo nada. - Franziu o cenho e foi a minha vez de arregalar os olhos.
— Você geme pelo menos?
— Mas é claro, Anahí! Chega dessas perguntas! - Dulce se levantou, prendendo seu cabelo em um rabo de cavalo.
— Por quê? Tá toda constrangida, é? - Sem pensar suas vezes, fui atrás dela e passei a fazer cócegas.
— Anahí! - Ela gritou, sem fôlego e se afastou com as mãos erguidas na minha direção. - Nem pense.
— Já pensei e tô na fase de agir.
Passei a correr atrás dela, arrancando gargalhadas da garota e derrubando uma coisa ou outra pelo caminho. Tropeços foram inevitáveis e é claro que uma hora a garota caiu. Estávamos no corredor que levava para os quartos e eu logo subi em cima dela, uma perna de cada lado de seu corpo, segurando suas mãos acima da sua cabeça.
— E agora, Anahí? Ou você me segura, ou você faz cócegas.
Estávamos ofegantes e rindo de toda a situação, mas nossos sorrisos foram sumindo pouco a pouco e a seriedade foi tomando conta. Os olhos de Dulce brilhavam e eu podia ver a curiosidade piscar neles. Mais do que o seu sorriso, eu amava o seu olhar. Seus olhos castanhos protegidos por seus cílios grandes eram encantadores. Sua boca, que antes carregava seu sorriso, agora tinha ali os lábios finos em um encontro tentador.
Meus lábios imploravam por encostar em seu rosto, em sua pele, sentir a textura. Engoli em seco e umedeci meus lábios tão secos. Seus olhos, tão fixos em meus lábios, repetiram o meu gesto.
Desci minhas mãos por seus braços e senti meu nariz roçar no seu. Estávamos tão perto. Eu podia sentir o seu hálito se chocando contra meu rosto. Ia acontecer. Dulce ia ceder.
Um baque se fez ouvir na porta de entrada que dava diretamente para onde eu estava com Dulce. Me levantei de súbito e até mesmo senti a mão de Dulce me empurrando para sair de cima dela, de repente acordando de seu transe.
— Opa! Interrompi alguma coisa? - Maite questionou, um sorriso esperto nos lábios.
— Cala a boca, Maite. - Dulce resmungou, indo se sentar no sofá.
— Ai que bravinha, gente! - Como sempre, ela foi até Dulce e deu um de seus abraços sufocantes.
Eu olhava tudo aquilo rindo, recostada na parede e mordiscando a unha do polegar.
Quando Maite liberou Dulce, pegando o meu copo abandonado, pude ver o seu olhar encontrar o meu. Parecia arrependida.
Mas arrependida de não consumar o ato ou de quase tê-lo feito?
— Vou preparar outra bebida pra mim. - Falei, indo para a cozinha.
Preferia acreditar que era a primeira opção.
Dulce Maria
Eu já estava cansada daquele trabalho maldito. Só queria algo na minha área, me livrar de todas aquelas pessoas e toda aquela encheção de saco. E foi isso o que eu fiz: me demiti. Peguei minhas coisas e mandei o meu chefe tomar no cu. Foi a coisa mais revigorante que eu fiz em todos esses anos da minha vida.
Queria ligar para o meu pai e pedir ajuda com dinheiro para me manter enquanto não arrumava outro emprego - o que seria difícil em meio à crise -, mas sabia que ele me faria voltar para casa ou que minha mãe reclamaria até a quinta geração do dinheiro precioso da sua manicure e cabeleireira que seria mandado para mim.
Foi por isso que eu disquei o nome da segunda pessoa que me veio na cabeça.
— Anahí? Tá ocupada?
— Estou trabalhando. O que foi? Aconteceu algo? - Sempre preocupada comigo. Era fofo.
— Eu me demiti. Será que posso ir morar com você e a Maite?
Autor(a):
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
— Eu realmente achei que tinha perdido o papel na rua, mas como eu ia voltar pra procurar? Podia tá em qualquer lugar. Quando eu cheguei em casa e abri a minha carteira, tava lá! No dia seguinte cheguei pro cara e contei que o papel do estacionamento tava na minha carteira. - Eu contava mais uma das minhas histórias para Maite e Anahí, ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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Gabiih Postado em 28/02/2019 - 14:15:26
Que linda história , eu amei meus parabéns que bom que tudo acabou bem depois de tudo oque as duas passaram, final lindo e merecido parabéns!!!
GioviSouza Postado em 13/03/2019 - 11:38:24
obrigada pelo carinho! <3
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Gabiih Postado em 25/02/2019 - 16:27:31
oi bom ainda estou lendo tudo, mas eu estou adorando posta mais!!!
GioviSouza Postado em 25/02/2019 - 16:31:06
olá! seja bem vinda! ela já está completa. espero que goste!