Fanfics Brasil - Chocolate Quente e Brownie Aceita-me (RBD)

Fanfic: Aceita-me (RBD) | Tema: Rebelde, Romance, LGBT, Portinon


Capítulo: Chocolate Quente e Brownie

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Dulce Maria


A noite passada tinha sido um tanto esquisita. Me lembrava de muito pouco, mas acreditava que tinha me soltado um pouco mais do que deveria. Minhas últimas lembranças foram de estar nos braços de Anahí e então não estar mais. Depois disso, sei que vomitei até meu estômago pra fora no banheiro do metrô.


Me levantei naquela manhã com a maior ressaca da vida e agradeci por ser domingo, até me lembrar de que me encontrava desempregada. Por um lado era um alívio não ter que olhar na cara do meu chefe nunca mais, mas por outro eu não queria depender de Anahí e Maite para me sustentarem. Sabia que era difícil para elas próprias.


Não queria pensar naquilo por enquanto. Minha cabeça latejava e eu só conseguia pensar em tomar um remédio. Procurei pelos armários alguma caixa de remédio, mas não achei. Onde poderia estar?


Desisti de procurar e fui até o banheiro a passos curtos para não acordar nenhuma das garotas. Assim que abri a porta, no entanto, dei de cara com Anahí. Me assustei e acabei por me escorar no batente da porta. Dei um sorriso sem dentes e murmurei um "bom dia". Anahí deu seu riso típico e aquilo me fez engolir em seco, temendo pelas pernas que bambeavam.


— Bom dia. Tá procurando por isso? - Perguntou, erguendo diante dos meus olhos uma cartela do que parecia ser remédio para a minha dor de cabeça.


Agarrei com as duas mãos e revirei os olhos, meu cérebro aliviando a pressão momentaneamente com a ideia da medicação.


— Salvou a minha vida. - Sussurrei, a voz rouca. - Vou escovar os dentes. - Apontei com o polegar para a pia e fui entrando enquanto ela saía.


— Parece que estamos reproduzindo a cena do dia em que nos vimos no banheiro. - Anahí comentou, rindo.


— É, acho que sim. - Disse antes de fechar a porta.


Coloquei a mão no meu peito, ofegante com a situação que havia sido criada. Seria assim o tempo todo? Lembro-me que o dia do banheiro, meus óculos embaçaram com a presença de Anahí e aquilo se tornou constrangedor. Mas com certeza ela não percebeu ou, simplesmente, não entendia o que aquilo significava.


Meu celular apitou enquanto eu já começava a escovar os dentes e eu peguei para ver do que se tratava, me lembrando que tinha que cancelar o plano pós pago dessa merda já que ia ter um total de zero reais para pagar.


Na tela do celular apareceu o nome de Christopher e em seguida uma mensagem dele perguntando o que eu faria durante o dia. Me olhei no espelho logo depois de cuspir o pouco de espuma que ainda tinha em minha boca e pensei sobre a possibilidades. Eu estava de ressaca e não queria fazer absolutamente nada durante o resto do dia, mas também não queria ficar em casa com Anahí e correr o risco de algo acontecer.


Mas eu tinha medo das minhas próprias reações? Era uma pergunta que eu sabia a resposta, mas negava até a minha morte.


Respondi rapidamente que o encontraria mais tarde onde ele quisesse. Não demorou que meu celular tocasse com Christopher na linha. Revirei os olhos e bufei, pegando o celular em mãos.


— Alô? - Murmurei.


— Bom dia, minha princesa.


Dei um meio sorriso com a demonstração de carinho.


— Onde posso te encontrar? - Questionei.


— Na sua casa? Que tal?


Congelei no mesmo segundo com a sua sugestão.


— Melhor não. - Liguei o chuveiro enquanto tirava minha roupa, agora com o celular no viva voz.


— Então me encontra aqui em casa mesmo, gata. Tá tomando banho? - Perguntou ao ouvir a água corrente caindo.


— Não, tá chovendo. - Revirei os olhos pra sua pergunta. - Vou entrar agora no banho.


— Grossa. - Ele riu. - Tudo bem. Vou te deixar tomar banho enquanto eu não posso tá aí com você. Bom banho. Vou tá te esperando.


— Tchau. - E, sem mais delongas, finalizei a ligação.


 


Anahí Portilla


Eu sei que não deveria ter ficado atrás da porta ouvindo seus suspiros e resmungos. Afinal o que eu iria dizer quando ela saísse do banheiro e me visse parada ali? Eu não teria uma boa explicação. Mas o que mais me doeu foi ouvir sua conversa com um garoto. Não sabia seu nome, mas o seu carinho com ela e a forma suja de falar sobre seu banho me fez perceber que eram íntimos de um jeito que não me agradava em nada.


Saí dali e deixei que ela tomasse banho, me recostando na pia enquanto esperava que meu café caísse em minhas mãos. E, estranhamente, ele caiu. Maite surgiu ao meu lado com um meio sorriso bêbado e trazendo líquidos quentes nos copos da Starbucks. Ela sabia que eu não me importava com o café da Starbucks ou de qualquer outro lugar. Na verdade eu nem me importava com café, mas como minha melhor amiga tinha algum tipo de tara por experimentar todo tipo de café de lá, nunca abandonava o vício.


— Trouxe chocolate quente pra você e pra Dulce. Não sabia se ela gostava de café e não quis errar na dose. - Ela bebericou de seu próprio café.


— Você não vai dormir. - Apontei para ela.


— É café americano, não me deixa acordada. E eu pedi o menorzinho. - Mostrou pra mim o copo do tamanho de sua mão.


— Pediu o meu em temperatura de criança? - Questionei antes de começar a beber.


— Pedi, frescura em forma de gente.


OK, talvez eu fosse um pouco frescurenta para bebidas na Starbucks, mas era culpa da Maite!


— Trouxe também brownies, um pouco de glicose vai fazer bem. - Ela colocou os saquinhos com seu próprio nome em cima da mesa e se sentou em uma das cadeiras.


Me sentei em sua frente, bebendo do meu chocolate quente na temperatura perfeita e peguei um brownie para adoçar ainda mais a boca.


— O que foi? - Maite interrompeu meu momento. - Conheço essa sua expressão.


Arregalei os olhos e dei uma risada baixa.


— A minha expressão de "que alívio, estava morrendo de fome"? - Ergui uma sobrancelha na direção dela.


— Anahí... - Me repreendeu, terminando seu próprio brownie.


Suspirei e revirei os olhos. Nunca conseguia esconder nada dela, Maite me lia com perfeição.


— É a Dulce. - O som do chuveiro se fechando me assustou. - Depois falamos.


Ela entendeu de imediato o recado, piscando na minha direção e se levantando da mesa.


Dali deu pra ver Dulce vindo na direção da sala com a toalha enrolada no corpo e o celular grudado ao peito. Um meio sorriso pintava seus lábios quando nossos olhares se encontraram. Eu não queria retribuir, mas a reação foi imediata.


— Esqueci minhas roupas. - Murmurou, se agachando e procurando com uma mão as roupas em uma de suas malas.


— Pode guardar umas roupas no meu quarto. Não precisa fazer da sala o seu quarto. - Disse, me virando para ela.


— Obrigada, melhor deixar assim. Não pretendo ficar por muito tempo. - Anunciou, fazendo meu coração se despedaçar.


— Como não? - Maite externalizou o que eu queria dizer. - Claro que vai. Inclusive, estou procurando apartamento grande o suficiente para caber nós três. - Maite tinha em mãos o chocolate quente e o brownie de Dulce. - Vai dizer que não vai sentir falta de ter uma amiga pronta para curar sua ressaca pela manhã?


Dulce se levantou com um meio sorriso nos lábios, aquele sorriso que parecia me matar toda a vez que aparecia naquele rosto. A garota amarrou a toalha apertada à sua volta e eu resolvi fitar meu próprios pés ou aquele grande pedaço da coxa aparecendo iria acabar com o resto da minha sanidade.


— Vocês são demais. - Largou o celular e pegou o seu brownie e o chocolate, devorando.


— Sabemos. - Maite se afastou e veio se sentar onde estava antes. - E essa toalha? Tem desde quando tinha quantos anos?


Foi impossível não rir daquele comentário tão espontâneo da minha amiga.


— Por que você não cala a boca, ein Maite? - Dulce questionou, se sentando no braço do sofá.


Aquele era um momento propício para não olhar para onde a toalha se afastava, porque eu tinha certeza que minha cabeça fértil ia encontrar algo que eu tanto desejava.


— Às vezes eu queria que você tivesse passado na fila do filtro do cérebro pra boca umas vezes a mais, Maite. - Comentei, me levantando e indo até a cozinha, ficando de costas pra elas.


— Não gostaria não. É assim que consigo a maioria dos meus contatos. Inclusive, dos seus também.


Aquilo me fez rir mais uma vez, mas dessa vez ouvi apenas o som da minha risada. Quando olhei para Dulce vi que tinha um olhar um pouco ressentido na minha direção. Franzi o cenho e umedeci os lábios, erguendo as sobrancelhas. Uma pergunta silenciosa, mas que eu sabia que havia sido entregue.


"O que significa essa expressão?"


A garota deu de ombros e, quando meus olhos encontraram os de Maite, ela nos observava maravilhada.


— Bom, eu vou me arrumar e começar a ver minhas séries atrasadas. - Maite anunciou, depois de um longo suspiro. - Bom resto de domingo, bebês. - Jogou um beijo e voltou para o seu quarto, se fechando ali com uma enorme garrafa d'água.


O silêncio prevaleceu enquanto Dulce terminava seu café, se abraçando para que a toalha não caísse. Fitei ela, como se estivesse perdida em pensamentos e eu realmente estava. O jeito que seu cabelo molhado pingava na toalha molhada e em seus ombros e escorria era quase poético.


— Eu vou sair. - Dulce anunciou e eu pisquei algumas vezes, focando meu olhar em seus olhos. Ela parecia constrangida em me contar aquilo. - Vou pegar meu presente na casa do Christopher e ficar por lá.


— Vai dormir lá? - Perguntei de imediato.


Dulce deu de ombros e aquilo secou minha boca no mesmo instante. Suspirei profundamente e assenti, sorrindo sem mostrar os dentes.


— Deveria se arrumar então. - Foi o que consegui pensar para responder. - Leve a chave. - Passei por ela e não olhei em sua direção, batendo na porta de Maite.


— O quê? - A garota gritou de lá de dentro.


— Sou eu, Maite.


— Entra. - Gritou de volta.


Eu entrei, deixando uma Dulce ainda despida e me olhando confusa para trás. Não tinha porquê estar confusa, ela sabia exatamente o que vinha fazendo: negando. E me machucando consequentemente.


— Senta aqui e me conte o que te aflige. - Maite falou, batendo no seu lado livre da cama.


— Por onde devo começar? - Me deitei, suspirando e abraçando o travesseiro.


Maite pausou sua série e me olhou.


— Pelo começo, minha linda. - Ela disse no tom mais delicado que conseguiu e aquilo me fez rir.


— Pelo começo então.


Contei tudo o que estava acontecendo entre eu e a Dulce, desde a viajem, sem esconder nenhum olhar ou gesto da minha amiga. Maite parecia analisar tudo o que eu dizia, prestando total atenção e assentindo.


— A Dulce tá se descobrindo agora, Anahí. Você tem que ir com calma e não desistir tão fácil. Sabe disso, não é? - Assenti, esperando ela continuar. - Eu sei que você não desiste, só quando a pessoa dá muita mancada com você, mas a Dulce não é desse tipo. A gente acabou de plantar uma semente na cabeça dela, só precisamos ter calma e regar até que vire uma flor bem colorida que nem a bandeira do orgulho LGBT.


Aquilo me fez rir e eu abracei minha amiga. No mesmo instante, pude ouvir a porta da frente se fechar com força.


Dulce esteve lá aquele tempo todo? Seria possível que tivesse nos escutado?


 


Dulce Maria


Eu escutei cada palavra que Anahí disse enquanto colocava a roupa e me arrumava, deixando até mesmo o cabelo molhado para ouvir cada palavra que a loira diria sobre mim ou sobre nós. Escutei também o que Maite disse e era por aquele motivo que eu tinha que sair daquela casa.


Eu não era como elas, eu nunca gostaria de mulheres, elas não me fariam mudar de ideia. Eu gostava de homens e era por isso que estava indo transar com Christopher naquele momento e não com Anahí. Nunca com a Anahí.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • Gabiih Postado em 28/02/2019 - 14:15:26

    Que linda história , eu amei meus parabéns que bom que tudo acabou bem depois de tudo oque as duas passaram, final lindo e merecido parabéns!!!

    • GioviSouza Postado em 13/03/2019 - 11:38:24

      obrigada pelo carinho! <3

  • Gabiih Postado em 25/02/2019 - 16:27:31

    oi bom ainda estou lendo tudo, mas eu estou adorando posta mais!!!

    • GioviSouza Postado em 25/02/2019 - 16:31:06

      olá! seja bem vinda! ela já está completa. espero que goste!


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