Fanfic: O combate final de Sailor Moon | Tema: Sailor Moon

Usagi despertou no hospital e viu todas as suas amigas reunidas à sua volta. Todas ficaram aliviadas por vê-la acordada. Todas tinham os olhos um pouco vermelhos, e ficou surpreendida e também emocionada quando viu que a Haruka tinha também um tom vermelho nos olhos. Afinal, a Sailor Uranus também tinha coração, apesar de ser um pouco gelado, tal como o seu planeta.

- Meninas… - murmurou.

- Usako... Tem calma – murmurou um aliviado Mamoru, visivelmente emocionado – Estás muito fraca. Perdeste muito sangue e tiveste de levar uma transfusão. Até há uma hora atrás estavas muito instável e os médicos não sabiam se ias sobreviver. Foi então que o teu corpo começou a dar sinal. Céus Usagi o que nós sofremos… - disse enquanto chorava.

Usagi ergueu-se com algum custo na cama, ficando com as costas encostadas na cabeceira, contra a almofada.

- Mamoru… Eu estou aqui agora. Guarda as lágrimas de alegria para quando precisarmos realmente delas. A vida é um jogo Mamoru. Eu, tu e as outras estamos a arriscar-nos ainda mais neste jogo. Mas quem arrisca sujeita-se a perder. E caso eu perdesse… Vocês teriam de continuar sem mim. A morte não é uma paragem, mas sim um intervalo. Eu estaria a cuidar sempre de vocês. Afinal como Neo-Queen Serenity é esse o meu papel. Proteger toda a gente. Poderei abandonar-vos fisicamente mas nunca espiritualmente. Lembrem-se disso todos vocês. Não sou especial por ser a filha da Queen Serenity. Sou especial por ser um ser humano tal como vocês. Sou especial por me importar com a amizade como todos vocês. Sou especial, por vos ter a vocês como amigos e por saber que posso contar convosco. Sou especial por ter a Rei a embirrar comigo e por ter a inteligência da Ami por perto. Por ter a coragem da Makoto a meu lado e por ter a beleza e simpatia da Minako. Sou especial porque tenho a calma da Michiru comigo e a determinação da Haruka. Por ter do meu lado a Hotaru e ter conseguido despertar o seu lado bom. Por ter a experiência e sabedoria da Setsuna e por ter a Chibiusa e a ti como família. Fico muito emocionada por vos ter aqui, por se terem preocupado comigo, por terem chorado e por terem sofrido. Mas o vosso amor e a vossa dedicação fizeram com que eu melhorasse. Já estou bem agora. – Usagi calou-se durante um momento, e durante esse momento ninguém falou. O único ruído que poderia ser ouvido (caso existisse) eram as lágrimas que caíam dos rostos dos presentes, tocados com o discurso de Usagi, que continuou de uma forma mais enternecedora – A vida é feita de escolhas. Vocês escolheram tornar-se navegantes. Podiam ter virado as costas ao vosso destino mas não o fizeram. Escolheram vir até aqui hoje e esperar pela minha recuperação quando podiam ter ido para casa. Vocês fizeram muitas escolhas até hoje. E foram essas escolhas que traçaram o fio que nos une. A amizade. E é em nome dessa amizade que vos peço para fazerem uma escolha. O que vos quero pedir é que quando tiverem de escolher entre salvar-me a mim ou salvar o Mundo… Não hesitem… O Mundo pode viver sem mim. Mas eu não posso viver sem o mundo. Salvem o Mundo sem sequer pestanejar. Foi o Mundo quem nos fez. E só ele nos desfaz. – calou-se novamente e todas as guerreiras começaram a olhar umas para as outras. Usagi, a navegante que se importava com a amizade e que sacrifica tudo pela amizade, estava a pedir-lhes a elas que sacrificassem a amizade dela. Usagi continuou, em jeito de despedida – Por favor, vão para casa descansar. Amanhã temos provavelmente muito que conversar. Restabeleçam energias. Para estarem bem no dia de amanhã! – Usagi calou-se e sorrindo, voltou a deitar-se, adormecendo quase de seguida, devido aos efeitos do medicamento que lhe havia sido dado pela enfermeira.

As guerreiras estavam sem palavras e muito sensibilizadas. Uma a uma foram despedindo-se de Usagi (mesmo sabendo que provavelmente ela não ouviria) e saíram da enfermaria sem murmurar uma única palavra. Rei foi a última e antes de sair disse:

- Usagi… Minha amiga. Dane-se o Mundo! A amizade é mais importante. Podemos não salvar o Mundo. Mas morreremos como guerreiras navegantes que já passaram por muito. Morreremos felizes por seres nossa amiga. És, foste e serás sempre a nossa Usagi Tsukino. Tu nunca nos abandonaste. Não somos nós que te vamos abandonar! Nunca te iremos sacrificar ouviste? Nunca! – E proferindo as últimas palavras com a voz já embargada pelas lágrimas, abandonou a enfermaria.

Mamoru sorriu pela primeira vez que entrou naquele hospital.

- Usako… Entendi o quão sortudo sou por te ter a meu lado. Desculpa ter demorado a assimilar. Mas mais vale tarde que nunca.

E dizendo isto, Mamoru deu a mão a Usagi, encostando a sua cabeça à dela, onde pensando nela adormeceu.

Do lado de fora do hospital, uma rapariga com roupa de marinheiro e com uma longa trança loira, acabava de escutar a mesma conversa. Chorando, disse apenas:

- Sailor Moon… Como te respeito Usagi…

E ao mesmo tempo, muito longe dali, uma voz murmurou:

- Moon Healing Escalation!

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O dia seguinte amanheceu com um Sol que habitava um céu limpo, sem nuvens. No hospital, Mamoru foi acordado por um médico que pediu para falar urgentemente com ele:

- Doutor… O que se passa? A Usagi piorou? Diga-me por favor! – proferiu angustiado.

- Sr. Chiba… Por favor não tema o pior. Venho dizer-lhe apenas que a sua namorada se encontra totalmente recuperada. Face aos exames que efectuamos de manhã, temos de lhe dar alta. Porém convém que ela venha sendo observada para o caso de recair. Mas digo-lhe que isto é um milagre da Medicina. Nunca ninguém teve alta depois de ter perdido tanto sangue como ela e de ter levado uma transfusão de sangue. Mas os exames apontam que ela está perfeitamente sã de saúde e seria escusado mantermos a paciente connosco! Vou tratar da burocracia Sr. Chiba! Volto já!

Mamoru ficou em êxtase! De facto não era normal que alguém se recuperasse tão rapidamente mas não era nisso que ele estava interessado. Usagi Tsukino estava sã e salva e era isso que importava!

∞

Mais tarde, quando todos se encontravam no templo à espera de Usagi, esta saía da faculdade e dirigia-se para o seu carro na companhia de Luna quando Cathy veio ter com ela:

- Olá Usagi! Então como estás? Comentaram que estiveste no hospital! Fiquei um pouco preocupada contigo!

- Olá Cathy! Agora estou bem obrigada! Não foi nada de grave! Apenas uma indisposição! Mas já me sinto a mesma! Muito obrigada!

- Bem sendo assim fico mais descansada! Ainda bem que não foi nada! Bem tenho de ir Usagi! Gostarias de ir até ao cais mais logo? Assim falávamos melhor. Sem as pressas dos estudos!

- Bem por mim tudo bem Cathy! – sorriu Usagi.

- Então fica combinado! Às 21:00 no cais, à beira do bar, pode ser?

- Por mim tudo bem! Até logo!

- Até logo! – despediu-se a colega, prosseguindo o seu caminho em direcção à faculdade.

- É tão querida não é Luna? – perguntou Usagi.

- Sim é… – disse Luna vagamente, olhando na direcção que seguia Cathy.

- O que tens Luna?

- Usagi… conheces aquela rapariga há muito tempo?

- Bem, na verdade conheci-a este ano! Ela é estrangeira! Mas porque perguntas?

- Bem… senti uma grande energia vindo dela. Foi estranho. Tenho de investigar.

- A Cathy? Luna Luna… isso pode não ser nada. Não és tu que dizes que a energia de uma pessoa pode ser alterada quando há não sei o que de não sei de onde dos campos magnéticos?

- Sim é verdade. Se houver uma variação no campo magnético terrestre isso pode ser suficiente para alterar a energia interior de uma pessoa. Mas que eu saiba não houve nada que provocasse essa alteração.

- Luna esquece isso. Não é nada!

Luna não respondeu. Desconfiada, seguiu Usagi para o carro e dirigiram-se para o templo de Rei…

∞

-Olá meninas desculpem a demora! Fiquei a falar com uma amiga que se preocupou com a minha saúde!

- Não tem importância Usagi – disse Mamoru – O importante é que já chegaste.

Usagi corou! Desde que saiu do hospital, Mamoru tornara-se mais atencioso com ela.

- Meninas… e menino, claro! – começou Rei voltando-se para Mamoru – creio que podemos afirmar que um novo inimigo apareceu e que é mais poderoso do que algo que já tenhamos visto até hoje. Como pudemos ver, não fomos capazes de o derrotar. Nem mesmo a Sailor Moon. Se não fosse aquela nova Sailor, não sei o que poderia ter acontecido. Antes de falarmos nessa nova personagem… tenho de fazer uma pergunta. O que vai ser de nós se nem a Sailor Moon consegue derrotar os inimigos?

- Bem… Isto nunca aconteceu antes – explicou Setsuna – Normalmente os inimigos sempre puderam ser derrotados de uma forma ou de outra pelas guerreiras navegantes do sistema solar. Nunca foi necessária ajuda de outras Sailor Senshi. Lamento mas não sei o que dizer.

- Talvez esteja relacionado com a falta de prática? Afinal, já há 4 anos que estamos em paz. Estamos bastante destreinadas. – afirmou Makoto – Talvez os nossos poderes tenham enfraquecido.

- Não creio que seja esse o caso mas que é bastante estranho, lá isso é – disse Luna.

As guerreiras ficaram em silêncio uns momentos, como que a digerir a informação, entregues aos seus pensamentos pessoais. No entanto esse silêncio foi interrompido:

- Quanto à nova navegante… – arriscou Minako – Alguém faz alguma ideia de quem ela é?

- Ela só disse ser a Sailor Dreams, que vinha de Elysion e que protegia os sonhos das pessoas – afirmou Ami – tirando isso não sabemos mais nada.

- Que maçada – queixou-se Makoto – Temos de descobrir algo sobre ela.

- Setsuna – continuou Ami – não é verdade que uma guerreira navegante depende de um corpo celeste? Não é a força desse mesmo corpo celeste que permite a formação de um Sailor Crystal?

- S… sim é – respondeu Setsuna, adivinhando o raciocínio de Ami.

- Então – continuou – como é possível a existência de uma guerreira que protege os sonhos? Sem um corpo celeste associado?

- Bem, ela falou em Elysion. Talvez o Sailor Crystal dela venha daí. Se bem que Elysion é a capital do Golden Kingdom e o Golden Crystal é o cristal por excelência do planeta Terra. Oh céus é demasiado complexo! – disse uma frustrada Setsuna – Terá de ser ela própria a explicar.

- Sim tens razão! Mas neste momento precisamos de treinar meninas. – lembrou a enérgica Hotaru – Devemos sempre treinar!

E seguindo o conselho da jovem, as guerreiras transformaram-se e iniciaram o treino.

Eram já 19:30 quando pararam. Depois de descansarem um pouco, dirigiram-se para as suas casas. Depois de um bom banho e de jantar, Usagi preparou-se para sair. Chegou ao cais quase às 21:00. “Uau! Hoje fui pontual!” – brincou.

Estava uma noite quente e o único sítio onde se estava bem era ali, à beira-mar. Uma brisa transportando a maresia era tudo o que as pessoas pediam para se refrescarem.

Usagi olhou para a praia agora deserta. O mar continuava o seu incessante canto, dominando a areia como se possuísse rédeas. As rochas faziam ecoar o cântico do oceano e naquele dia era um cântico que inspirava energia e determinação. O mar cantava-lhes algo e Usagi não conseguia perceber o que era.

“Se a Michiru estivesse cá, de certeza que entenderia!”, pensou.

Pensou também em Mamoru quando viu os casais a namorar por todo o cais. Doce Mamoru. O homem da sua vida. Aquele que a fazia sentir-se bem. Aquele com quem ela queria ficar. Porém foi arrancada dos seus pensamentos pela voz doce e melodiosa de Cathy:

- Olá Usagi! Espero não te ter feito esperar muito! É que telefonei para os meus pais lá em Inglaterra e ficamos a conversar algum tempo!

Usagi descobrira finalmente algo sobre a sua colega!

- Oh não tem importância a sério. Eu estava a observar o mar e perdi-me nos meus pensamentos!

Usagi olhou bem para a colega. Cathy estava deslumbrante com um top branco e umas calças de ganga escuras. O seu cabelo, que dançava ao som de uma música inaudível, estava apanhado com um laço igual ao de Minako e Usagi pensou para si que ambas eram muito bonitas. De facto Cathy encantava qualquer rapaz que olhasse para ela. Os seus olhos acinzentados davam-lhe um toque misterioso e as suas feições perfeitas eram capazes de derreter qualquer coração masculino (e femininos talvez) que se deixasse encantar.

- Bem onde vamos agora? – perguntou a bela Cathy.

- Olha, podemos ir até ao bar! Pelos berros que se ouvem deve estar bem animado! – sugeriu Usagi.

Escutaram atentamente os gritos que vinham do bar. Mas algo estava errado. Não eram gritos de diversão. Eram gritos de medo. Aproximaram-se do bar e viram um monstro vermelho a atacar as pessoas.

- Oh não – disse Usagi, sabendo que não se podia transformar em frente a Cathy.

- Usagi segue-me já! – disse Cathy.

A colega ficou surpreendida mas seguiu-a até a praia e daí até a uma pequena gruta.

Lá dentro Cathy disse decidida a uma preocupada Usagi:

- Sailor Moon transforma-te agora!

Usagi ficou estática.

- O que? Como? Quando? – balbuciou Usagi.

- Raios, Usagi não há tempo para isso! ELYSION PLANET POWER, MAKE UP!

Houve um clarão de luz e Usagi cerrou os olhos. Quando abriu, uma rapariga com uma longa trança loira e vestida com um fato de marinheiro em tons de preto, cinzento e prateado olhava para ela. E Usagi entendeu: Cathy era a Sailor Dreams…

∞