Fanfic: Mãe de Aluguel | Tema: Originais

Luke quase tropeçou quando saiu do elevador. O menino estava no chão, brincando com um patinho de borracha, apenas de fraldas, ele procurou uma razão para a criança estar ali e então se deu conta que ainda não tinha chamado uma babá.

Ele sempre quis ser pai, não fazia tanto tempo assim ele quase tinha realizado o sonho. O menino apertou o pato que fez um apito estridente.

- fué. - ele riu e jogou o patinho nas pernas de Luke antes de sair correndo.

- Onde você vai campeão?

O menino gritou "fué" e saiu correndo na direção da varanda. Por um segundo Luke imaginou que ele iria pular da sacada, mas a grade era muito alta para que ele alcançasse.

Colocou a bolsa de lado e tirou o blazer. Se agachando puxou o menino para o colo, a criança estava brincando uma minhoca que encontrou no meio das plantas. Luke queria gritar como uma mocinha de filme em perigo, mas tinha de dar o exemplo.

- O que você tem aqui garotão?

- Nomoca, papa. - Luke se lembrou de outra vozinha chamando-o de "papa" e seu coração derreteu todinho.

- É uma minhoca bem interessante. - Por dentro ele estava gritando de desespero enquanto o menininho deixava a coisa se enroscar por seus dedos.

Fechou a porta da varanda, não queria acidentes, afinal, o menino poderia escorregar pelo espaço entre o chão e a placa de vidro.

Não imagino que seja uma queda agradável do 16° andar.

Luke escutou um berro, imaginou que era o bebê e seguiu o barulho até o quarto de hóspedes.

Parou e escutou atentamente.

- Pelo amor de Deus, para de chorar criança inútil, eu vou ter um ataque cardíaco. - Amanda estava berrando e soluçando tão desesperada quanto o bebê. - Aí, você não é inútil, Desculpa a titia. Mano do céu, eu já lavei sua bunda, já te alimentei.... O que você quer? Eu não sou sua mãe, socorro Deus.

Luke não queria rir, mas ele acabou rindo e então ela levantou os olhos e o viu na porta.

- Tá rindo de quê? Palhaço.

É, Luke, tá rindo de quê?

- Olha a boca, tô rindo de você. Tá mais desesperada que a criança. Anda, me dá ele aqui. Vamos trocar.

- Você acha que pode cuidar dele melhor que eu?

- Acho.

- Não pode.

- Posso sim. Me dê.

- Palhaçada. - resmungou, o rosto de lágrimas, estava vivendo seu maior pesadelo. Havia uma criança chorando, estava no braço dela e não tinha mãe nenhuma para ela entregar o bebê

Mas há o pai.

Amanda viu a oportunidade perfeita para uma vingança.

Deu o pequeno Noah para ele e com o maior nojo da minhoca que Charles estava o pegou nos braços.

- Onde você arranja essas coisas menino?

- Comida. - ele resmungou e colocou a minhoca na boca pra desespero de Amanda que saiu com o menino até o banheiro do quarto de hóspedes para limpar a boca do menino e impedir que ele engolisse aquilo.

Quando saiu do banheiro teve uma visão que a faria apaixonada por aquele homem se ele não fosse a desgraça em pessoa.

Luke estava sentado, sem camisa, o bebê encostado em sua barriga e ele se balançava na ponta da cama. Acalmando a criança com sua calma.

- argh. - Ela bufou. Será que esse homem tinha que ser a babá perfeita para ser ainda mais atraente? Puta que me pariu hein.

Amanda colocou Charles em cima da cama, afastado de Luke e começou a trocar sua fralda.

- Vai me dizer agora por quê invadiu minha empresa?

- Eu estava desesperada. Ainda estou, estava quase sem teto, um monte de dívidas, declarei falência e minha irmã morreu a pouco menos de dois meses. Me deixando esse dois presentões de herança. - Ela soltou amarga. Não era que não gostasse das crianças, mas era nova demais pra ser mãe, nem tinha terminado a faculdade ainda. - Eu perdi meu emprego, larguei a faculdade e tudo que eu sabia era que minha irmã trepou por seis anos seguidos com o cara da foto. Um tal de Petrovich. Dei uma olhada no Google e então na carteira dela de trabalho, bingo!

- Então, Camilla está morta?

- Não, ela tá descansando embaixo da terra.

- Você poderia ser menos grossa garota. Seu desespero afeta ele, o bebê, ele...

- O nome dele é Noah.

- Certo, Noah. Noah sente seu desespero, ele sente falta de algo, não sabe de quê ainda, mas seu comportamento o afeta demais.

- Não. Você não tem o direito. Você a abandonou com uma criança, grávida e sem emprego pra ficar com uma perua qualquer, você não tem o direito de me ensinar a criar meus filhos.

Ela passou pomada em Charles como se estivesse prestes a arremessar o tubo na cara de Luke. Estava menos desesperada agora que tinha um teto, mas o desespero deu lugar para a raiva.

- Eu não larguei sua irmã. Ela pediu demissão.

- Depois que você apresentou a ruivona lá. - Sua voz cheia de desdém.

Luke suspirou, as merdas que seu irmão o envolveu, agora todo mundo deveria pensar que ele não valia nada.

- Não fale da Kristen. Nunca mais fale dela, muito menos desse jeito. - sua voz estava tão carregada que a criança resmungou no seus braços, ele o arrumou na cama entre duas almofadas. - Vou resolver a questão dos registros de paternidade dentro de uma semana e amanhã podemos ver um berço.

Ele saiu sem dar outra palavra. Ao menos Noah havia parado de chorar
E ela tinha um teto, um senhor teto por sinal, em cima da cabeça.

- Tudo vai ficar bem.

- Papa.

- Vamos ficar bem.

- comida.

E ele enfiou o tubo de pomada para assadura na boca.