Fanfic: Contrato de Casamento AyA/Adaptada | Tema: Ponny

Anahi já tinha se acostumado com o jeito evasivo de Alfonso, se adaptara logo a vê-lo de semblante sisudo, muitas vezes concentrado nos seus deveres. E apesar disso tudo, ela gostava de sua postura, de sua personalidade. Era uma mistura de elegância e austeridade que nele caía
perfeitamente.

Mas durante a conversa no decorrer do jantar, Anahi conheceu um outro lado de Anahi. O lado que, talvez, só conheçam os mais próximos, os amigos mais íntimos, alguns familiares. Alfonso Herrera era um homem encantador e, do contrário que parecia, bem-humorado. Viu o sorrir de forma contagiante pela primeira vez em quatro meses, e reparou como seu belo par de olhos azuis-esverdeado brilharam intensamente quando riram juntos de alguma coisa engraçada.

De tez branca, o rosto quadrado, cabelos louros escuros bem penteados de lado, lábios finos, leve e naturalmente rosados, e uma barba média que lhe deixava ainda mais elegante, o Alfonso a sua frente, naquele momento, não era nem de longe o mesmo homem com quem trabalhara ao longo daqueles meses.

E fosse qual fosse sua personalidade, Herrera  era uma boa pessoa. Um homem bom em todos os aspectos: pessoal e profissional. E era por esse motivo que Anahi não se sentiu intimidada nem na presença do Alfonso seu superior nem do Alfonso seu “noivo”. Anahi podia ser ela mesma perto dele.

— A comida estava maravilhosa — enalteceu após um último gole no vinho.

— Eu sei, foi por isso que te trouxe aqui. Para mim é o melhor restaurante da cidade —sorriu, e também terminou seu etílico.

— Melhor que a comida, só suas conversas. Não sabia que tinha esse senso de humor todo.

Alfonso a encarou sorrindo, olhou no relógio, mas não a respondeu.

— Está tarde. Vamos? — Convidou já chamando o garçom e pedindo a conta.
Anahi esperou que a conta fosse paga para se levantar. Do lado de fora, sentiu um vento gelado bater em sua pele, abraçou seu corpo, estremecendo de frio.

Alfonso se aproximava quando a viu tentando se aquecer envolvendo o corpo com os próprios braços. Retirou seu paletó e ofereceu a ela.

— Não se incomode, Alfonso. Estou bem — recusou educadamente.

Ele balançou a cabeça em negativa enquanto lhe jogava o paletó por cima dos ombros. Anahi sentiu-se aconchegada com a atitude dele. Além de tudo, era um perfeito cavalheiro. Ela sorriu e agradeceu, olhando em seus olhos. Novamente, após Alfonso oferecer seu braço, se enroscou a ele e os dois se encaminharam até o carro.

♦♦♦

Anahi tirou o paletó de Alfonso e o pendurou a cadeira, enquanto ele entrava em seu  apartamento observando tudo. Ele apoiou um envelope pardo que trazia – o contrato – na mesa de centro que havia na sala.

— Vou preparar um café para nós. — Anahi disse já caminhando para a cozinha estilo americano. — Sinta-se à vontade e sente-se.

— Se não se importa eu gostaria de usar seu banheiro — solicitou.

— Claro. Final do corredor à direita.
Alfonso se encaminhou até o lavabo. Dobrou a barra das mangas, ligou a torneira, molhou as mãos e, em formato de concha, encheu-as com água e encharcou o rosto, levando a água até seus cabelos, deixando-os úmidos e bagunçados. Olhou-se no espelho e suspirou. Ainda era difícil digerir todos os últimos acontecimentos.

Herança, casamento, noivado, Anahi...
Pensava em que ele tinha se metido para poder conseguir ter acesso a sua parte da herança. Me submeter a um casamento, balançou a cabeça, rindo da ironia da coisa. Ele que quase nem tinha tido namoros, e os relacionamentos que tivera jamais avançaram para algo mais sério como o noivado. Agora se via noivo de uma total desconhecida, no sentido de ele nem sequer ter namorado Anahi, por tê-la conhecido e firmado compromisso em circunstâncias totalmente incomuns.

Secou o rosto, usou o banheiro, e quando lavava as mãos outra vez, ouviu a campainha ser tocada. Apurou um pouco os ouvidos para saber que se passava na sala de Anahi.

Conseguiu identificar o nome Miguel em tom de espanto e surpresa sendo pronunciada das cordas vocais da noiva. Andou cautelosamente pelo corredor até cair na sala do apartamento. Deparou-se com um homem alto, e deduziu ser o tal ex-noivo. O homem reparou em Alfonso ali e seu semblante mudou totalmente. Acenou o cumprimentando, e Herrera, educadamente, retribuiu o aceno.

—Alfonso! — Anahi pronunciou se aproximando e, em seguida, o beijou nos lábios.