Fanfic: Verdadeiro Amor | Tema: Naruto

Naruto acorda com o som do despertador de seu celular. Meio cambaleante devido ao sono ainda presente, o loiro foi para o banheiro, tirou suas roupas e entrou em baixo do chuveiro, sendo desperto pela água fria no mesmo instante. Tomou um banho rápido, queria ser um dos primeiros a chegar na escola, como sempre faz todos os dias. Após vestir a farda da escola, pentear os cabelos rebeldes que insistiam em parecer bagunçados, ele desce para a cozinha, onde encontra sua mãe terminando de preparar o café da manhã.

-Bom dia mãe. -Disse dando um beijo na bochecha dela.

-Bom dia querido, seu pai já saiu e pediu para te avisar que amanhã de noite vocês vão na casa da Hinata.

O jovem nada respondeu, não gostava de nada que vinha de seu pai, mesmo coisas simples. Ao terminar de comer, o garoto deu outro beijo em sua mãe, pegou sua mochila no quarto, se despediu e saiu para a escola.

O caminho até a escola foi curto, cerca de 10 minutos de caminhada, já que a escola é bem perto de sua casa. Na escola, um loiro entra em uma das salas, fecha a porta atrás de si e logo sente braços rodeando sua cintura, fazendo surgir um sorriso em seu rosto, se virando e dando de cara com um belo par de olhos Onix.

-Pensei que você ia se atrasar, dobe. -Disse o moreno, afundando o rosto na curva do pescoço do loiro, depositando beijos ali enquanto aproveita para sentir o cheiro maravilhoso do loiro.

-E-Eu vim o mais rápido que eu pude Sasuke. -Falou, arrepiando-se com aquele contato.

O moreno afastou o rosto de seu pescoço, apenas para capturar seus lábios com voracidade, querendo matar a saudade que sentia do garoto a sua frente. O loiro apenas entregou-se aos beijos e carícias dele, apertando-o entre seus braços e aproximando os corpos. É sempre assim, a quase um ano, eles se encontram na escola bem cedo, horário em que eles tem mais tempo livres, fora o intervalo e as saídas às escondidas. Sempre como se fosse a primeira vez, a adrenalina de serem pegos deixando um gostinho especial a cada encontro, que sempre era recompensado quando os corpos se encontravam e tentavam de todas as maneiras acabar com a saudade que sentiam.

Os dois se separaram minimamente, as testas juntas, olhos fechados e respiração ofegante, ambos com um sorriso no rosto.

-Sasuke, foge comigo? Vamos ser felizes longe daqui, só eu e você.

Tinha uma pontada de desespero na voz dele, o medo de serem pegos e não poderem mais ficar juntos causa pesadelos todas as noites.

-É tudo o que eu mais quero, você sabe disso, mas não podemos, ainda não, precisamos de mais dinheiro, além de que precisamos de um lugar para ficar.

Um suspiro de derrota saiu da boca de Naruto, não queria que Sasuke tivesse razão, mas não é assim tão fácil, será maravilhoso se fosse.

-Será que algum dia vamos ser felizes sem que tenhamos que nos  esconder?

-Claro que vamos, já estou juntando dinheiro, vamos conseguir fugir para longe e nunca mais iremos esconder o que sentimos.

Os minutos seguintes foram preenchidos por beijos e promessas futuras, eles tinham até as 7:10 para aproveitarem o tempo sozinhos, depois disso cada um ia para uma cadeira, onde se tratavam apenas com amigos, mesmo que os olhos ainda mostrassem o desejo escondido que eles sentem um pelo outro.

No decorrer da manhã, tudo ocorreu como esperado, aulas do iruka e do Jiraya, professores de matemática e sociologia. Antes do intervalo tocar, Naruto recebeu um papel amassado, que ao ser desdobrado tinha algo escrito. "Precisamos conversar, vá com o Sasuke e me encontre no local de sempre." Naruto estranhou aquele pedido tão repentino vindo de Hinata, mas não pensou muito sobre aquilo, apenas passou o recado para Sasuke e voltou a esperar a aula acabar.

Nos bancos perto de uma árvore, uma jovem de olhos perolados espera a chegada de dois rapazes, que também são seus melhores amigos. Logo que Naruto e Sasuke chegaram, a morena começa a falar, desesperada.

-Naruto, temos um enorme problema. Eu não sei como foi que tudo chegou a esse ponto mas, meu pai quer que eu me case com você é seu pai está de acordo.

Quando os dois escutaram aquilo, foi como se uma bomba tivesse sido jogada sobre eles, Naruto só não caiu porque Sasuke o segurou.

-Eles pensam que estamos em que século?  Eles não podem fazer isso, não podem!! -Gritou o loiro, começando a andar de um lado para o outro, as mãos no cabelo, estava quase tendo um ataque de pânico.

-Não é comigo que você tem que gritar, eu também não gostei de saber disso, eu só tenho 17 anos, não estou preparada para me casar.

-Naruto, se acalma, você vai acabar arrancando todos os seus cabelos desse jeito. -Sasuke puxou o loiro para seus braços, abraçando-o com força. -Como você descobriu isso?

-Eu estava indo pegar um copo de água na cozinha, acho que era umas duas horas da manhã, então eu escutei a voz do pai do Naruto e fiquei escondida, escutando tudo o que eles falaram. -Falou tudo com uma tristeza notável na voz.

-Sasuke, eu não quero me casar com a Hinata, é você que eu amo, como eu vou viver sem você? -O loiro chorava, apertando-o em seus braços.

Sasuke sentiu seu coração partir-se em mil pedaços naquele momento, vê-lo daquela maneira o quebrava de todas as formas possíveis.

Hinata teve que se esforça para não chorar também, sabia que aquilo estava sendo difícil para ele, para todos.

-Vai dar tudo certo, mas você tem que ser forte, não podemos desabar agora, temos que ser fortes, juntos. -Com o polegar, Sasuke enxugou as lágrimas de Naruto, deixando um beijo em cada lado de seu rosto.

-Meu pai pediu para minha mãe avisar que hoje nos vamos na sua casa, ele vai falar sobre isso hoje né? -Agora mais calmo, ele voltou a olhar para a morena que vai tudo aquilo em silêncio, ele não poderia ter feito amiga melhor.

-Provavelmente sim, mas a pergunta que fica é, o que vamos fazer?

-Vocês vão aceitar tudo que eles disserem.

Dois pares de olhos foram direcionados para Sasuke, perplexos com o que acabaram de ouvir.

-Você não está falando sério, está? -Naruto foi o primeiro a se pronunciar, sem entender o motivo pelo qual Sasuke, que disse para não desistir, estava agora falando que dé veríamos aceitar aquele absurdo.

-Eu pensei que você gostasse do Naruto. -Foi a vez de Hinata se pronunciar, sem entender o porque dele ter dito aquilo.

-Eu amo o Naruto e nunca ninguém poderá duvidar disso, então pense duas vezes antes de dizer uma idiotice dessa! Estou falando para vocês continuarem mantendo as aparências, não se esqueçam que para eles, vocês se amam. Se eles descobrirem a verdade, vão dar um jeito de separar o Naruto de mim, pode ser algo ainda pior se não seguirmos as regras deles.

Após a explicação dele, tudo parecia fazer mais sentido, o que deixou os dois mais aliviados.

-Hinata, obrigada por avisar sobre a conversa de nossos pais, eu não sei o que seria de nós sem você. -Naruto abraçou-a com força, agradecendo mais uma vez antes de se despedirem.  

Sasuke, acenou e agradeceu pela ajuda. Juntos, atrás da árvore, eles viram a morena se distanciar casa vez mais, provavelmente indo para o outro lado da escola. Ali onde estavam, quase não aparecia ninguém, o que era perfeito para que eles ficassem juntos, assim podiam conversar sem medo de serem interrompidos, apenas tinham que ficar atentos a qualquer som, para não serem pegos.

No outro lado da escola, no banheiro feminino, Hinata abre uma das portas fechadas e da de cara com Sakura, que já estava esperando a morena a alguns minutos.

-Pensei que tinha desistido. -Falou Sakura, puxando a jovem a sua frente para dentro e fechando a porta atrás de si.

-Eu estava falando com Naruto. Tinha que contar a ele sobre a ideia absurda de meu pai em querer me casar com ele. Eu não consigo imaginar o que ele vai ganhar com isso, mas não vamos falar sobre isso agora.

Hinata foi puxada para sentar-se sobre as coxas da rosada, que esta sentada sobre o aparelho sanitário. Sakura passou um dos braços pela cintura da morena, enquanto que o outro foi até o seu cabelo, puxando-o sem muita força. O beijo não tardou a acontecer, ambas necessitadas uma da outra, tinham que aproveitar ao máximo aqueles minutos que tinham para ficar juntas.

O recreio passou rápido, logo todos tiveram que voltar a sala, manter as aparências e fingirem que nada fora do normal tinha acontecido. O resto da aula ocorreu com certa normalidade e monotonia, as últimas aulas eram sempre as mais chatas, pelo menos ao ver dos alunos. Com o fim do último tempo, todos saíram e foram para suas respectivas casas.

Na casa dos Uchihas, Sasuke entra e vai direto para o seu quarto, não queria falar com ninguém, mas é claro que isso não deu certo, já que quando entrou em seu quarto, Itachi, seu irmão mais velho, apareceu em seu campo de visão, este sentado e mexendo em seus livros.

-Não sabia que você gosta de ler irmãozinho, acho que devo comprar alguns livros para você na minha próxima ida ao shopping. -Falou com um sorriso no rosto, indo abraçar seu irmão que mantinha-se parado na porta do quarto.

-Me deixa em paz Itachi, que merda você está fazendo no meu quarto? Sabe que eu não gosto quando mexem nas minhas coisas. -Sasuke se afastou do irmão, jogando sua bolsa no chão e voltando a encarar seu irmão mais velho, ainda esperando uma resposta.

-Calma irmãozinho, desse jeito você vai acabar criando rugas de tão chato que você é. Eu só estou aqui para informar que nosso pai vai fazer uma reunião em família hoje na hora do jantar e que você não deve se atrasar.

-Reunião sobre o que? Por que hoje a noite?

-Eu não sei, só vim deixar o recado, já estou de saída, tenho que me encontrar com um certo loiro de olhos verdes.

-Se nosso pai escuta você falando isso, é capaz dele te mandar para a Antártica em um caixote sem passagem de volta.

-Ele só vai descobrir se você falar, mas eu sei que você não vai fazer isso. Tchau irmãozinho.

Não deu tempo de falar mais nada, Itachi já havia saido, animado como se fosse a primeira vez que ele fazia aquilo. Sasuke apenas tirou os sapatos e se jogou na cama, algo dentro de si dizia que aquela reunião não era algo bom.

Na casa dos Uzumaki, Naruto esta deitado na cama apenas de cueca, pensando em como poderia resolver toda aquela situação. Já pensou em falar para o seu pai sobre sua opção sexual, mas tinha medo de sua reação.  Quanto mais o tempo passava, mais o loiro se sentia encurralado, sem saber o que fazer.