Fanfics Brasil - 3. Ucker Fingindo - Adaptação | New Adult

Fanfic: Fingindo - Adaptação | New Adult | Tema: Vondy


Capítulo: 3. Ucker

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Christopher


 Eu observava as pessoas, evocando vidas imaginárias para manter a mente alheia à minha própria vida, quando ela olhou para mim.


Eu a observei com o namorado nos últimos minutos, tentando decifrá-los. Ambos exalavam confiança e pareciam naturalmente populares. O cara era todo sombrio — cabelos pretos, olhos pretos, tatuagens escuras. As tatuagens que eu vi eram deprimentes ou violentas — crânios e armas e socos-ingleses. Ela, por outro lado, era cheia de vida — desde seus cabelos vermelhos aos lábios pintados que naturalmente ressaltavam suas tatuagens. Viam-se alguns passarinhos voando no pescoço e o que parecia a copa de uma árvore saindo da gola em forma de coração do seu vestido estilo anos 1950.


Por mais que ele a tocasse e a beijasse com frequência, eu não via uma conexão verdadeira entre eles. Ela não olhou para ele nenhuma vez ao conversar com alguém no telefone. E, quando ela não estava prestando atenção nele, ele tampouco se dava ao trabalho de olhar para ela. Era como se fizessem parte de dois sistemas solares diferentes, nenhum dos dois girando ao redor do outro e os dois na companhia um do outro só por agora. Ele nem mesmo se deu ao trabalho de pegar o café que ela deixou cair. Simplesmente a tirou de perto, enquanto um barista vinha e dava um jeito na bagunça. Agora ele havia ido embora e ela estava me olhando como se eu tivesse algo que ela queria. Minha boca ficou seca e eu senti algo se remexendo no peito. Senti outras coisas se remexendo também. Ela se aproximou da minha mesa, os quadris esvoaçando a saia larga, e eu dei minha primeira boa olhada de verdade no rosto dela. Ela era linda — lábios carnudos, bochechas ressaltadas e nariz reto. Havia uma florzinha branca em suas loucas madeixas vermelhas. Ela parecia uma versão ousada de uma mulher de pôster dos anos 1950. Ela era o oposto das moças que namorei ou que pensava em namorar. Ela era o oposto da Natália. Talvez tenha sido por isso que, em parte, eu não conseguia tirar os olhos dela. Eu podia ver agora que a tatuagem no peito dela era com certeza uma árvore. Galhos nus subiam pelo colo, e, quando ela se abaixou e pousou as mãos na minha mesa, dei uma boa olhada no tronco da árvore desaparecendo no vale entre seus seios. Engoli em seco e demorei mais do que devia para dirigir meu olhar para o rosto dela.


— Vou lhe pedir uma coisa e vai parecer loucura — ela disse. Isso combinaria com o restante dos meus pensamentos, então.


— Tudo bem — respondi.


Ela se sentou na cadeira ao meu lado e eu pude sentir o perfume dela... algo feminino e doce e que combinava perfeitamente com a pele tatuada. Eu ainda estava pensando na maldita árvore, imaginando como seria o restante da tatuagem, imaginando como a pele devia ser macia.


— Meus pais vieram me visitar de surpresa e querem conhecer meu namorado. Aproximou-se mais um pouquinho e ficou batendo com as unhas vermelhas na mesa.


— E como eu posso ajudar? — Bem, eu deveria apresentá-los a um namorado educado e gentil que conheci na biblioteca, alguém que não é o namorado que eu tenho na realidade. — Ela segurou meu braço apoiado sobre a mesa e eu amaldiçoei todas as minhas roupas de inverno porque queria sentir o toque dela.


 — E você acha que eu sou educado e gentil? Ela deu de ombros.


— Parece. Sei que é loucura, mas eu adoraria se você fingisse ser meu namorado até eu conseguir me livrar deles. — Voltei a olhar para seus lábios cor de cereja. Aqueles lábios me faziam pensar em várias coisas que não eram nada educadas ou gentis. O que ela queria era, sim, loucura, mas eu estaria atuando, e eu vinha sentindo falta de atuar nas últimas semanas. E parte de mim estava louca para amarrar o Christopher Bonzinho e jogá-lo no porta-malas. Essa parte de mim pensou que passar algum tempo com aquela menina era uma boa ideia.


— Por favor? Eu vou falar por nós dois e vou pôr um fim nisso o mais rápido possível. Posso lhe pagar! — ela declarou. Eu franzi a testa, e ela continuou: — Certo, não posso lhe pagar, mas vou recompensá-lo. O que você quiser. De algum jeito senti que ela não deveria ter dito esta última parte a alguém que não parecesse “educado e gentil”. Como essa parte do meu cérebro estava momentaneamente indisposta, eu tinha uma boa ideia do que queria.


 — Posso fazer isso. — O corpo dela relaxou. Ela sorriu, e foi lindo. Depois, acrescentei: — Em troca de um encontro.


Ela recuou e aqueles lábios vermelhos carnudos fizeram um biquinho de dúvida. — Você quer sair comigo?


— Sim. Combinado? Ela consultou o relógio na parede, xingou baixinho e disse: — Certo. Combinado. Agora me passe seu cachecol. — Ela nem me deu chance de me mover antes de começar a tirar o cachecol do meu pescoço. Dei uma risadinha.


— Já está tirando minha roupa? Ela entornou um lado da boca e me olhou, surpresa. Depois fez que não com a cabeça e enrolou meu cachecol em volta do pescoço dela. Cobriu os passarinhos delicados e a pele macia de porcelana, deixando à mostra apenas as linhas pretas finas da árvore tatuada. Ela pegou um guardanapo da mesa e limpou um pouco do batom vermelho-vivo.


—  Tudo o que meus pais sabem é que nos conhecemos na biblioteca. Você é educado e gentil e perfeito. Meus pais são conservadores, então não faça piadas dizendo que eu quis tirar sua roupa. Estamos namorando há poucas semanas. Nada complicado. Eu não lhes disse mais nada, então deve ser algo fácil de fingir. Com mãos habilidosas, ela começou a tirar um pouco da maquiagem de seus olhos. Jogando os cabelos para a frente, fez com que cobrissem os vários piercings em suas orelhas.


 — E quanto a você? O que você faz?


— Sou ator. Ela revirou os olhos.


— Eles vão odiar isso tanto quanto me odiavam por ser musicista, mas vai ter que funcionar. Ela continuava limpando a maquiagem e ajeitando os cabelos, olhando em volta como se quisesse ter um chapéu ou coisa assim para se cobrir. Coloquei a mão no ombro dela e disse: — Você está linda. Não se preocupe. Ela ficou paralisada e me olhou de cima a baixo como se eu estivesse falando suaíli. Depois fez um biquinho que era quase um sorriso. Eu ainda a estava tocando no ombro quando uma mulher na parte da frente do café começou a chamar:


— Dulce María! Ah, Dulce, querida!


Dulce. Ela não parecia uma Dulce María. Ela respirou fundo e se levantou para encarar a mulher que eu achava que era a mãe dela. Levantei-me também e coloquei o braço sobre seus ombros. Ela parecia exausta, o que era engraçado, já que até agora a autoconfiança praticamente escorria de seus poros feito mel. Quero dizer, ela pediu a um estranho que fingisse ser seu namorado. Ela parecia destemida. Seus pais aparentemente eram sua kriptonita. Fiquei olhando para o casal de meia-idade que se aproximava da gente. O homem era calvo e usava óculos de aros finos, e os cabelos da mulher estavam ficando grisalhos nas têmporas. Vinham de mãos dadas e abriram os braços livres como se esperassem que a filha saísse correndo para um abraço em grupo. Ela parecia preferir se jogar de um penhasco. Sorri. Disso... eu daria conta. Apertei o ombro dela e disse: — Vai dar tudo certo.


— Docinho de coco! Ah, querida, por que você estragou seus cabelos? Eu disse para você deixar de usar aquelas tinturas prontas. Enquanto a mãe a puxava para um abraço, Dulce mordia o lábio inferior com tanta força que fiquei surpreso que sua boca não sangrasse. O pai se aproximou e ela soltou minha mão. Afastei-me um pouco e estendi a mão para a mãe dela.


— É um prazer conhecê-la, senhora... As palavras já tinham saído da minha boca quando percebi que não tinha a menor ideia de qual era o sobrenome de Dulce. Droga, nem sabia direito que o nome dela era Dulce. A mãe dela segurou minha mão e ficou olhando para mim com a cabeça tombada para o lado, esperando que eu terminasse a frase. Percebi que Dulce havia se livrado do abraço do pai, a expressão tomada pelo horror. Droga. Exibi meu melhor sorriso e disse: — Sabe, a Dulce falou tanto sobre a senhora que acho que eu deveria chamá-la apenas de mãe. — Depois me aproximei para abraçá-la.


 


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N/A: Olá, meninas! Como estão? Capítulo duplo pois entrarei em semana de prova e não poderei escrever o cap. 3 de Drop Dead Wife (que já tem uma página) e nem postar essa adaptação. 


 



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Autor(a): vondycrush

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • Ellafry Postado em 29/03/2019 - 11:06:42

    Por que você não me chama de "mãe"? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • evelyncachinhos Postado em 25/03/2019 - 11:37:59

    Continua

  • Nat Postado em 24/03/2019 - 16:57:49

    Guria, continua as duas, por favor! Boa sorte nas provas!*-*

  • evelyncachinhos Postado em 18/03/2019 - 10:30:58

    Continua

  • raylane06 Postado em 18/03/2019 - 01:31:00

    Continua


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