Fanfics Brasil - 5. Ucker Fingindo - Adaptação | New Adult

Fanfic: Fingindo - Adaptação | New Adult | Tema: Vondy


Capítulo: 5. Ucker

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Fez-se um momento de silêncio depois que os pais da Candy saíram, um silêncio que me lembrava daqueles poucos segundos de surpresa antes de um acidente de carro. Seu cérebro grita para que você pise no freio, mas demora demais para seu corpo responder. Foi naqueles segundos silenciosos que Candy sorriu um sorriso lento e malvado. E me deu um tapa. Não doeu. Não muito. Mas foi surreal, como se o carro tivesse batido e eu estivesse voando pelo para-brisa. Eu nunca fora estapeado por uma menina antes. Acho que sou o único cara no mundo a ter levado um tapa por impressionar bem os pais de uma garota. Não consegui segurar. Eu dei risada. O rosto de Candy ficou todo rosado e ela levantou a mão para me bater novamente.


 — Calma, querida. — Segurei a mão dela quando começava a descer, colocando-a sobre a mesa. Isso significava que tinha uma mão sobre minha perna e outra sobre a mesa.


A mocinha violenta estava bem presa. Ela empinou o nariz e me encarou como se fosse entrar numa batalha. Saía fogo de seus olhos, e ela parecia perigosamente sexy.


— Por que você está tentando me machucar? — perguntei.


— Porque vou me sentir melhor! A mão dela na minha coxa não estava me ajudando a levar sua raiva a sério. E a pele dela ficou toda vermelha, desde o rosto e passando pelo pescoço, e eu desejei que ela não estivesse usando meu cachecol.


 — Não que eu quisesse ter dito sim. Sua mãe não é exatamente uma pessoa fácil de contrariar.


Ela bufou e se remexeu na Christopherira, tentando libertar as mãos. Isso somente a trouxe para mais perto. A vermelhidão no rosto dela combinava com a energia de seus cabelos, cujo perfume era divino.


— Você poderia ao menos não ter inventado uma história tão ridícula sobre si mesmo. Quero dizer, trabalhar como voluntário num programa para jovens? Eu disse para você ir com calma! — Ela rosnou as palavras através dos dentes.


— Mas eu não inventei isso. Só disse a verdade. E pare de se debater, as pessoas estão começando a olhar.


Ela parou e um cacho de cabelos vermelhos caiu sobre seu rosto. Ela o ajeitou e disse: — Você contou a verdade?


 Depois de um tempo, soltei as mãos dela e coloquei minha mão direita entre a gente. — Meu nome é Christopher Uckermann. Aluno de mestrado em belas-artes, voluntário, abraçador de mães e seu namorado pelas próximas vinte e quatro horas. Prazer em conhecê-la.


Ela hesitou e fez um biquinho. Eu sabia que ela estava apenas pensando, mas o biquinho fez minha mente seguir por uma direção completamente diferente.


— Você realmente faz trabalho voluntário ajudando crianças depois da aula? — Do jeito que ela dizia, parecia até que eu estava querendo ganhar o Prêmio Nobel da Paz ou coisa parecida. Eram apenas crianças que precisavam de um lugar onde se divertir.


— Realmente faço — eu disse.


Depois de um instante de hesitação, ela me deu a mão e me cumprimentou. Franziu a testa e disse: — Candy Miller, musicista e furiosa. Desculpe por bater em você.


— E por me beliscar — acrescentei, apesar de não ter sentido nada. Aquilo só me deu um motivo a mais para tocá-la.


 — E por beliscá-lo. E obrigada, acho, por hoje. E por amanhã. E desculpe novamente por você ter que passar seu Dia de Ação de Graças com meus pais malucos. Sorri. Ela tinha um olhar de cansaço no rosto, e eu percebi que uma desculpa vinda dessa menina era uma ocorrência rara. Dei de ombros.


— Ei, não se sinta mal. Eu estava planejando passar o dia de amanhã sozinho em casa, comendo comida chinesa. Tenho certeza de que o peru da sua mãe é muito melhor.


Ela sorriu com relutância. — E é. Ela é uma cozinheira enlouquecidamente boa. Com ênfase no “enlouquecidamente”.


— Mas o tapa... sobre isso você pode se sentir mal, sim.


Ela revirou os olhos e se afastou. — Eu já pedi desculpas!


— O quê? Nem se ofereceu para me dar um beijinho de desculpas? — Ela arqueou a sobrancelha, mas posso jurar que os olhos dela se fixaram na minha boca por um segundo. Pensei em beijá-la, simplesmente beijá-la, sem pensar no fato de que não nos conhecíamos ou no namorado de verdade dela. Mas ela se levantou e a oportunidade passou.


— Bem, Christopher Uckermann, realmente tenho que ir embora — ela disse. — Já estou atrasada para o ensaio da minha banda, mas será que você pode vir mais cedo amanhã, antes de os meus pais chegarem? Podemos detalhar o restante da história para que você não precise improvisar mais com abraços. — Ela pegou uma caneta da bolsa e escreveu o endereço e o número do telefone num guardanapo. Guardei-o no bolso, joguei meu copo vazio no lixo e a segui até a porta. Sabia que ela tinha de ir embora, mas queria ficar só mais um pouquinho com ela.


— Você não tomou seu café — falei, lembrando-me de quando ela o deixou cair no chão, mais cedo, durante a ligação dos pais. — Deixe-me comprar outro para você.


 


Ela fez que não. — Eu é que deveria lhe comprar café.


 — Você está tendo uma manhã estressante. Merece uma pausa. — Ela me olhou como se eu tivesse feito um gesto grandioso. O namorado dela devia ser um babaca mesmo se ela estava impressionada por uma simples xícara de café. Acrescentei: — Além disso, a verdade é que eu não tomo café, então é um assunto controvertido.


Ela riu. — Acho que esta é a primeira vez que ouço alguém dizer “assunto controvertido”. E, se você não gosta de café, o que está fazendo numa cafeteria?


— Era para eu fingir ser o irmão desaparecido de uma menina, mas ela cancelou de última hora. Mas tudo bem; fingir ser o namorado é muito mais divertido.


Caminhamos até o caixa e ela pediu: — Um café médio. Eu a observei misturar o creme e adicionar dois pacotinhos de açúcar. Enquanto mexia o café, ela me olhou como se eu fosse um quebra-cabeça que ela tinha de montar. — Você até que é meio engraçado, Uckermann. Ela bebeu um gole do café, e o que restava do seu batom deixou uma mancha vermelha na borda da xícara. Aquilo me deixou louco.


 — Sou muito mais do que meio engraçado. Você vai ver.


 — E arrogante. — Ela sorriu para mim. — É difícil decifrá-lo, sabia?


 — Estou disposto a ficar ao seu lado o quanto você quiser enquanto tenta me decifrar.


 Ela riu. — Vamos nos ater ao amanhã por enquanto. Vejo você mais tarde, namorado.


— Até amanhã, Dulce María.


 


Ela fez um barulho que era uma mistura de bufada e risada e balançou negativamente a cabeça.


Ao abrir a porta de vidro da saída, olhou para trás e gritou: — Você não vai querer brincar disso, querido. Ela olhou para trás por um segundo ao atravessar a rua, e seus olhos me encararam pela janela. Um tremor cresceu no meu peito, algo que lembrava uma corrida, um teste de ator e uma disputa por um papel que eu sabia que deveria ser meu. Fiquei lá feito um idiota, olhando-a partir, até que a funcionária disse: — Ei, cara, você precisa de mais alguma coisa?


— Não, estou bem, desculpe.


Saí sentindo o vento ríspido do inverno e pensando em como me sentia bem. Aquela menina não sabia o quanto tinha razão. Aquilo tudo era mesmo uma brincadeira. Ela não era minha namorada, mesmo que seus pais me adorassem. Principalmente porque seus pais me adoravam. Nunca saí com uma menina como ela e ela provavelmente nunca saiu com um cara como eu. Mas às vezes você só se dá conta do que está procurando depois de ter sido jogado no chão. E qual era o sentido de viver se eu pretendia percorrer os mesmos caminhos repetidas vezes? Reproduzi os últimos vinte minutos na minha mente — nossa conversa, o encontro com os pais dela, ver como ela ficou toda vermelha ao sentir raiva de mim. Talvez eu estivesse arrasado, mas até mesmo o tapa foi um pouco gostoso. Apesar do absurdo da situação, há meses eu não me sentia tão normal assim. Era como se as nuvens tivessem finalmente se dissipado. Como se eu tivesse me livrado da armadilha do passado e seguido pelo caminho do presente. Era melhor. E eu estava determinado a garantir que tudo continuasse assim. Já era hora de começar a viver, de realmente aproveitar minha vida. E eu acabara de conhecer alguém que sabia mesmo como aproveitar a vida.


 Deixei minhas coisas no meu apartamento e saí pelo corredor. Bati com os nós dos dedos na porta do meu vizinho e chamei: — Milo! Está em casa? O som de uma espécie de música latina, talvez salsa, vazava por sob a porta, então eu sabia que ele estava em casa. — Milo! — Martelei a porta mais algumas vezes. A porta se abriu de repente e Milo empurrou uma linda morena para baixo com tanta rapidez que a cabeça dela quase me acertou no saco. Dei um pulo para trás.


Milo riu para mim, seus dentes brancos contra a pele escura. Ele puxou a menina para cima rapidamente e os cabelos dela esvoaçaram. Consultei meu relógio. Só o Milo para dançar salsa na sala de estar às dez da manhã. — Alto demais, amigo? Vou abaixar. Estendi a mão.


— Não. Não, tudo bem. Na verdade, estava pensando se você queria sair hoje à noite. Ele arqueou a sobrancelha para mim. Andei desprezando convites para sair a semana toda por causa do terror ao feriado e da depressão, mas já era hora de mudar.


— Já tenho planos, cara, mas você deveria me acompanhar. Esta é a minha amiga Sasha. — A morena permaneceu ao lado de Milo, mas acenou para mim. Não a reconheci, mas Milo tinha uma garota nova a cada semana, então não era nenhuma surpresa. — Ela vai dançar hoje à noite. Um trabalho novo.


— Ah, como um show? — perguntei. Milo gargalhou alto. Assim como Sasha.


— Um pouco como um show, mais como um bar. Fiz cara de surpresa. Ela era dançarina num bar. Era uma stripper? Milo já devia me conhecer bem o bastante a ponto de interpretar minha expressão.


— Calma, hermano, não é nada disso.


Então era o quê?


 — Vou bater na sua porta às nove, tudo bem? Estamos nos divertindo muito. Então Sasha o segurou pelo braço e eles voltaram a dançar. A dança era um tal de requebrar e esticar os braços, e parecia muito mais interessante do que qualquer outra coisa que eu tivesse feito às dez da manhã. Como eu já havia atrapalhado demais a sedução matinal de Milo, fechei a porta e voltei para o meu apartamento. Algo me dizia que aquela seria uma noite interessante.


 ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨


Boa leitura!!!


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Autor(a): vondycrush

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • Ellafry Postado em 29/03/2019 - 11:06:42

    Por que você não me chama de "mãe"? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • evelyncachinhos Postado em 25/03/2019 - 11:37:59

    Continua

  • Nat Postado em 24/03/2019 - 16:57:49

    Guria, continua as duas, por favor! Boa sorte nas provas!*-*

  • evelyncachinhos Postado em 18/03/2019 - 10:30:58

    Continua

  • raylane06 Postado em 18/03/2019 - 01:31:00

    Continua


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