Fanfic: 100 razões pra amar você😍- Reta Final! | Tema: Vondy, Ponny, Rebelde, Drama, Sobrenatural, Família

Havia uma brisa triste naquela tarde. Esta tocava em meus cabelos rapidamente, trazendo um aroma adocicado da flor de cerejeira que estava ao fundo do lote onde estávamos. 

Christopher abriu a porta do carro estacionado na entrada do cemitério da cidade. Desde os momentos no quarto, tudo passou tão rápido... em um piscar de olhos eu havia escolhido um vestido preto simples e sapatos igualmente discretos para compor meu look. Christopher manteve-se em um terno sóbrio e camisa social branca por baixo. Rapidamente havíamos chegados ao cemitério. O caminho todo em silencio me fez pensar sobre os últimos acontecimentos... minha mente não conseguia sair da ideia de que eu podia ter perdido Christopher. O meu tampinha... 

Apertei sua mão de forma involuntária e recebi um olhar curioso seguido de um lindo sorriso que iluminou seu rosto. 

-tudo bem?- sua voz era calma, apesar de eu sentir em sua mão que ele não estava calmo... 

-sim... 

Voltei-me para a entrada do cemitério. Era uma imponente construção em mármore preto, sóbrio e discreto. 

Mais uma vez, aquela brisa. Meu cabelo rapidamente se levantou com o doce e leve sopro em minha direção. Senti minha pele se arrepiar enquanto imediatamente uma lembrança invadiu meus pensamentos. 

~5 anos atrás~ 

Era como se tudo ao meu redor estivesse acelerado. Haviam tantas pessoas, tantas palavras, tantos sorrisos falsos... 

Uma corrente de vento gélido me obrigou a me encolher um pouco. 

Não fazia uma semana desde a noticia da morte de meus pais e então aqui estou.  

Sorria Dulce Maria. Sorria! 

-obrigada- agradeci de forma solene, com um sorriso forçado e um aperto de mão leve e desinteressado. 

-obrigado...- a voz do nanico Christopher Uckermann veio de meu lado direito, ao seu lado estava Anahi com os olhos ainda cheios de lágrimas. 

Era pra vidar ser mesmo assim? Como eu viveria daqui pra frente? Teria que assumir a empresa da família... 

Não. Aquilo não é pra mim... 

-meus pêsames- outra voz me tirou de meu devaneio 

-obrigada- agradeci novamente, mas minha mente não conseguia se manter ali fixamente. Tudo o que conseguia pensar era nos corpos de meus pais e dos pais de Ucker e Annie logo ali... inertes... sem vida. 

E mais uma vez aquele vento frio em minhas costas. 

~Dias atuais~ 

-por algum motivo lembrei do funeral...- falei sem prestar muita atenção no que dizia 

-funeral?- Annie estranhou 

-dos nossos pais...- Christopher adivinhou 

-oh... 

-e pensar que isso tudo foi consequência da morte deles...- Poncho comentou, talvez sem prestar muita atenção no que dizia também- oh... eu sinto muito, não quis... 

-ta tudo bem- Christopher sorriu- tem muita coisa mal contada nessa história ainda. 

-deveríamos entrar...- comentei tentando mudar de assunto, e todos concordaram. 

Entramos em silencio, era um local cheio de árvores e caminhos em pedras que levavam aos túmulos. Permanecemos caminhando silenciosamente até chegar ao velório que estava acontecendo. Haviam algumas pessoas e um padre no centro, próximo ao caixão. 

-Estamos hoje reunidos para velar...- ele começou. 

Me apoiei em Christopher enquanto sentia lágrimas escaparem por meus olhos. Christian parecia calmo deitado naquele caixão... 

-ele não merecia isso- falei sentindo a lágrima escorrer por todo meu rosto. Christopher me abraçou forte sem dizer nada. 

O resto da cerimônia passou rápido. Assim que percebi já estavam descendo o caixão e o enterrando. Não havia nada o que falar, nada o que comentar. 

-Christian Chavez era jovem e tinha a vida toda pela frente...- a voz de Maite me assustou por um momento, eu não havia percebido que ela estava ali, nem que havia chegado escoltada por dois policiais. Estava sendo mantida em prisão domiciliar enquanto a investigação sobre o acontecimento aconteci- ele era meu irmão...- falou com dificuldade na voz e os olhos inchados- e ele morreu de forma covarde e injusta. 

Maite começou a chorar em prantos e eu não pude evitar. Me aproximei, puxando-a ao meu encontro e a abraçando forte. Era como se todas as emoções que eu estava segurando tivesse vazado naquele momento. A morte de meus pais, ter que viver uma vida que eu não queria... descobrir estar com uma doença terminal... agora, estar grávida... 

Era muito para aguentar, eu não conseguia mais ser forte. 

Maite me apertou de volta no abraço, estava em prantos e suas lágrimas molhavam o tecido de meu vestido. 

-eu sinto muito...- Maite dizia entre uma lágrima e outra- eu sinto... muito! 

-eu sei, May...- a abracei ainda mais forte- eu também... eu também sinto. 

Foram apenas alguns minutos assim antes que um dos policiais nos afastasse com veemência. Christopher pegou em minha mão, me puxando até o carro para que eu pudesse me acalmar. 

-está melhor?- ele me estendeu um copo d’água enquanto me olhava curioso 

-estou... obrigada- estendi minha mão e peguei o copo, dando um gole. 

-você tem razão- ele riu- esse dia lembra muito o enterro de nossos pais... 

-me desculpe... eu não consegui aguentar mais... 

-Dulce...- Christopher sorriu ainda mais- você tem sido tão forte... desde a morte de nossos pais... você assumiu a empresa e fez ela lucrar como nunca! Você acha que não sei que era a última coisa que você queria fazer na vida?- ele tocou meu rosto com carinho, o que me fez estremecer- e depois tem o câncer... eu não sei como você consegue, sinceramente. Queria ter metade da sua força... 

-eu não sou forte! 

Christopher me deu um beijo terno na testa. O olhei surpresa. 

-você é a mulher mais forte que eu conheço! 

Mais uma vez meus olhos marejaram, mas rapidamente fui interrompida pelo meu celular que tocou. 

-alô, dr. Leonidas?- atendi surpresa com a ligação de meu médico obstetra 

-desculpe incomodar sra. Saviñon, mas tenho noticias sobre sua gravidez, e apesar de querer uma consulta ainda essa semana com a senhora, preferi contar o mais rápido possível... 

-ai, Deus... aconteceu algo com o bebê?- perguntei sentindo meu coração acelerar. 

Christopher rapidamente mudou sua expressão de relaxado para desesperado. 

-o que foi? Está tudo bem com o bebê?- christopher gaguejava nervoso 

-não se preocupe, sra Saviñon...- Dr. Leonidas falou, me arrancando um suspiro aliviado- estou trazendo noticias boas! 

-ah, graças a Deus dr! O que é então? 

-você está grávida de gêmeos! 

-gêmeos?- repeti incrédula. 

Não mais que isso foi necessário para fazer Christopher pular de alegria e me abraçar em êxtase 

-gêmeos!- ele gritava euforicamente 

-Christopher!- apontei para trás dele, onde a cerimônia ainda acontecia 

Ucker tampou a boca e começou a rir nervosamente 

-meu Deus.. Hahahah! Desculpa- sua cara ficou vermelha como um pimentão