Fanfic: Marotos uma NOVA História | Tema: Harry Potter, Marotos, James Potter, Remus Lupin, Sirius Black,
O dia já tinha amanhecido quando finalmente Sarah saiu do dormitório, estava zonza por ter ficado sem ar dentro daquele monstro de pedras, e ainda mais por andar se alimentando mal. Madame Ponfrey foi logo lhe dando poções revigorantes e estimulantes o que queria dizer que não teria desculpas para se esconder no dormitório. Também sofrera um inquérito para saber o que havia acontecido, e acreditem, ela também gostaria de saber. Em um minuto estava no salão principal e no outro dentro de uma cobra feita de pedras. Sentia ainda o braço latejar por ter batido com tudo quando “chegou ao chão” dentro do basilisco de pedra. Tanto que acabou tendo de beber também uma poção para ossos quebrados. Se bem que ela achava o feitiço Episkey muito mais eficiente. E o realizou com precisão quando Madame Ponfrey não estava olhando. Passara a noite na ala hospitalar por precaução, não pregara o olho apenas recordando o que havia acontecido. Lembrava-se de em um instante estar em pleno escuro, sentindo a garganta arder e não conseguir respirar então do nada acabava caindo nos braços de James.
— Porque raios tinha de ser ele... – pensava enquanto virava-se na cama novamente. Já estava se sentindo com um sapo em óleo quente de tanto que havia se contorcido na cama. De todas as pessoas no mundo, por que James Potter?
E o que mais doía era saber o motivo dela estar tão desolada assim. Talvez fosse pelo fato dela estar atordoada, mas tinha a mais absoluta certeza de que o perfume característico que sentira quando Slughorn colocou a poção perto da sua mesa na aula, era o mesmo perfume que sentira em James antes de desmaiar. Afundou então o rosto no travesseiro, aquilo não podia ser verdade, porque justo ela, sentiria o perfume dele? Não... isso não podia estar certo.
— Ah.. que bom que está acordada... – ouviu uma voz familiar e então levantou a cabeça. Olivia chegando acompanhada de professora Minerva. Rapidamente Sarah sentou-se do melhor jeito que conseguiu. Seus cabelos ainda emaranhados por conta da fuligem e tinha certeza de que estava cheirando a poções e isso não era NADA confortável. – Está tudo bem querida?
— Estou bem professora... – respondeu a garota com um meio sorriso que tinha certeza de que não tinha convencido ninguém.
— Que bom Srta Perks... pois tenho algumas perguntas que gostariam que fossem respondidas... – o tom de voz calmo mas autoritário de professora Minerva era um tanto quanto normal aos ouvidos da garota. Tinha apreço por sua professora e muito respeito. Conhecia sua história e sabia muito bem que tanto ela quanto professor Dumbledore conheciam seus avós. E sabia que de tanta encrenca em que estava se metendo era certo que sua vice diretora iria reportar isso. – Bem... creio que você não saiba me dizer quem foi que conjurou aquele basilisco de pedras ou sabe?
— Bem... – começou ela a dizer, a bem da verdade ela também não sabia. Pois só se dera conta da estatua viva quando se virou para sair do salão. Apesar de ter certas suspeitas sobre o fato, não tinha provas. - ... poderia ter sido qualquer um professora... eu já ia me retirar do salão para não encher a cara do Mayfair de furúnculos... – então olhou para a professora, isso não era sensato de se dizer e pigarreou tentando controlar seus nervos – digo...
— Acredito que não seja a única a desejar isso Srta Perks... – respondeu a professora com um semblante mais ameno no olhar, Sarah tinha certeza de que viu um fino “sorriso” em nos lábios de McGonagall que tentou disfarçar MAS não comentou. - ... mas como disse ao Professor Slughorn, conjurar uma estatua de pedra é uma magia avançada. E... devido aos seus constantes desentendimentos com os alunos... bem, ele também me disse que a Srta explodiu praticamente a poção que fazia durante a aula. O que me surpreende afinal a Srta. Tirou um Ótimo em poções.
— Sim... mas isso foi... – a garota começou a dizer mas Olivia a cortou.
— Bom professora... acontece que alguém colocou uma raiz de araramboia no meio das raízes de asfotelo que Sarah tinha pego... – Sarah então encarou, mesmo que dissesse que fora Mandy quem tinha colocado a raiz no meio, não teria como provar.
— E creio que tem certa noção de quem foi? – perguntou a professora e então encarou Sarah.
— Nós até que temos... – continuou Olivia mas Sarah a impediu de continuar.
— Mas não temos como provar... – terminou a garota - ... e mesmo assim professora, de quê adiantaria? O professor Slughorn... bem, a senhora conhece o método dele de escolher seus alunos...
— Oh professora McGonagall... – ouviu-se a enfermeira vindo de sua salinha e então com um sorriso cumprimentou a professora - ... que bom que está aqui...
— Queria ver como estava a Srta Perks afinal, não queremos que ela perca as aulas não é? – disse a professora e então a enfermeira sorriu.
— Ah claro... com certeza. Por isso mesmo vou mandá-la de volta ao seu dormitório agora mesmo.
Sarah trocara olhares com Olivia, pelo que se lembrava só teria aulas a noite, afinal era sexta-feira, e o sétimo ano teria a costumeira aula noturna de Astronomia. Por que raios a professora estava agindo assim? Contudo a voz de Minerva McGonagall a fez voltar a realidade.
— Ótimo! Então creio que a Srta aqui deva estar querendo um belo banho não? – a garota então meneou a cabeça afirmando, não podia negar que realmente estava querendo um banho mas essa atitude da professora era no entanto estranha. Olivia então se prontificou a lhe ajudar a sair da cama e se vestir e momentos depois estava recebendo instruções.
— E não se esqueça Srta Perks... – dizia Madame Ponfrey lhe dando mais um frasquinho além dos 5 que ela já tinha - ... este é necessário para que tenha um bom sistema respiratório, respirou com dificuldades e quase perdeu o ar completamente.
— Sim Madame Pomfrey... – respondeu ela segurando o pequeno vidrinho . Olivia então o tirou de suas mãos e colocou com os outros. Assim que saíram a professora parou diante dela novamente.
— Lembra-se do que lhe disse na primeira vez que estava no hospital Srta.? – perguntou a professora e Sarah confirmou e ela continuou – Reforço meu pedido daquela noite. Fiquem de olhos abertos.
Dizendo isso a professora sorriu docemente outra vez e rumou para o final do corredor. Olivia então encarou Sarah e cruzou os braços a espera de uma explicação.
— O que foi? – perguntou a garota e Olivia cerrou os olhos. Sarah não tinha comentado nada com ela sobre a conversa com Minerva e na verdade nem ela mesmo lembrava-se, havia acontecido tanta coisa que isso simplesmente fugiu de sua cabeça.
— O que a McGonagall quis dizer com isso? – perguntou ela e então a garota foi gentilmente explicando cada detalhe da conversa que tivera com a diretora da Grifinória. Se Minerva realmente estava suspeitando de algo, é porque realmente algo estava acontecendo. E se seu faro estivesse certo, o que Sírius lhe contou já estava começando a acontecer em Hogwarts. Mas o que ela, Sarah Perks tinha haver com tudo isso? Tinha algo nessa história que não estava se encaixando.
— Não seja exagerada... – disse Olivia agora abrindo a porta do dormitório das garotas - ... poderia ter sido qualquer uma daquelas cobrinhas ordinárias...
— Eu sei Olivia... – respondia a morena agora tirando a faixa de seu braço que já estava curado e pegando suas coisas para um banho. - ... mas a professora McGonagall não ia me alertar de algo se ela não suspeitasse de nada. Conhece ela tão bem quanto eu.
Quando a garota virou-se. Edward, sua coruja estava pousado em sua cama e a encarava. Ao lado havia uma rosa. Ficara encarando a encomenda ainda desconfiada, e então Olivia veio averiguar o motivo dela encarar a coruja sem se manifestar.
— Não vai ver quem te mandou isso? – perguntou Olivia levando a mão em direção a rosa e Sarah a impediu. Ela a encarou curiosa e então a jovem pegou a atadura que prendia seu braço e só então pegou a flor para examiná-la.
— Você está ficando paranóica... – retorquiu Olivia tirando a flor de suas mãos. O aroma tomou conta do dormitório e Sarah pode perceber que não havia remetente algum. O que deixou a garota ainda mais encucada.
— Não é questão de “nóia” alguma Olivia... – disse ela tirando a rosa da garota - ... você mesmo viu o que aconteceu comigo no salão principal, seja lá quem for que está me “mandando avisos” não está brincando.
— Specialis revelio... – Sarah disse o encantamento, a flor tremeu alguns segundos e permaneceu igualzinha. Olivia a encarou pegando a rosa novamente como se dissesse “viu, está paranóica”.
— Não tem remetente... – disse ela agora virando a flor nas mãos, depois olhando embaixo de Edward que voou para o parapeito da janela contrariado. - ... quem será que te mandou?
— Sei tanto quanto você... – falou Sarah com sarcasmo que fez a colega a encarar e cruzar os braços - ... olha Olivia, professora Minerva mandou eu ficar de olhos abertos, então vou desconfiar até de minha própria sombra.
— Oh... pelo visto Dumas lhe mandou mesmo uma rosa... – ouviu-se a voz de Emmeline e então Sarah e Olivia voltaram sua atenção a ela que entrava e jogava-se na própria cama.
— Dumas? – perguntou Olivia e até mesmo Sarah ficou curiosa.
— Sim... – respondeu Emme agora se sentando e encarando as garotas - ... vi ele quando estava voltando do corujal. Ele estava carregando essa mesma rosa. Só não me pergunte se era o Erick ou o Derick... mas era um dos dois que subia as escadas carregando uma rosa igualzinha a essa.
— Se foi ele... – perguntou Sarah - ... então porque não assinou?
— Vai ver ele é tímido... – disse Olivia com um sorriso maroto que deixou Sarah com as bochechas vermelhas.
— Ou talvez tivesse medo que Potter o azarasse se soubesse que estava dando em cima de você. – respondeu Emme recebendo logo em seguida uma almofadada de Sarah. - Ei... qual é Leoa... vai dizer que não?
Sarah não abrira a boca então Emme foi até o malão, pegou sua toalha e seguira para fora do dormitório. Sarah no entanto recordou-se obviamente do motivo de ter ido até o dormitório. Precisava urgentemente de um banho para tirar aquele cheiro de poções que estava empesteando o ambiente. Olhou para Olivia, pegou suas coisas e rumou para o chuveiro. Dizer que não estava agradecida por finalmente tirar aquele acúmulo de pó que havia emaranhado em seus cabelos, era mentira. Quanto mais lavava eles, mais fuligem caía e ela já estava tendo a impressão de que se juntasse todo aquele lodo, formaria vários blocos maciços de pedra. Não sabia quanto tempo havia ficado embaixo do chuveiro, mas quando saiu, Olivia estava a sua espera.
— Como se sente? – perguntou ela sentando-se na cama.
Sarah deu de ombros. Embora essa ação tenha lhe custado uma fisgada horrenda no ombro direito o que a motivou fazer uma careta.
— Mais ou menos... – respondeu Sarah agora pendurando sua toalha no pequeno cabide próximo a janela - ... posso dizer que meu orgulho está mais ferido do que meu corpo, disso eu tenho certeza. - Foi então que Sarah percebeu que Olivia fizera uma cara bem suspeita. – Porque está me perguntando?
— Bom.. – respondeu ela levantando-se e encarando Sarah com aquele “ar de eu te entendo” - ... você pode não ter visto mas o Potter ficou BEM PREOCUPADO com você... se é que me entende... então... – e voltou a olhar para Sarah como se esperando a garota surtar como sempre fazia quando tocava nesse assunto. Porém, a jovem leoa simplesmente respirou fundo.
— Quanto a isso... – respondeu ela deixando-se cair sobre a cama - ... não sei, mas tenho de pelo menos agradecer a ele por ter impedido que eu caísse de nariz no chão de pedra.
— Olha... ele e Sírius detonaram aquela cobra de pedra... – respondeu Olivia com um sorriso sincero. – Se não quiser encarar o Potter sozinho... pode apelar para o Black.
— Não Olivia... – respondeu Sarah decidida se levantando e encarando a amiga – Eu vou falar com ele. - Sarah era uma garota de gênio forte, orgulhosa sim. Mas tinha de reconhecer que mesmo Potter bancando o idiota às vezes, Ele não era tão ruim. Pelo menos tiveram mais momentos bons do que pensou que teria e tinha prometido a Sírius que levaria isso em consideração. Tinha que parar de rodeios e resolver essa situação o quanto antes. Os treinos começariam na próxima semana e não ia querer que esse assunto interferisse no seu desempenho. E principalmente no dele. Olivia levantou-se com ela e sorriu. Sarah até tinha impressão de que Olivia estava mais empolgada com essa história do que ela. Mesmo como se estivesse um pelúcio saltando em seu estomago, a garota decidiu descer ao salão comunal Que estava até com alguns alunos perambulando. Parecia que Lorigan tinha pegado alguns alunos da Grifinória fazendo algo irregular e agora estavam com pilhas e pilhas de pergaminhos como castigo. Para alívio de Sarah, nenhum maroto estava no local, então ela poderia sair rumo ao salão principal, se estivessem por lá o constrangimento não seria tão grande. Mas enfim, desceu conversando com Olivia que pelo que tinha lhe dito havia visto Lupin naquela manhã na sala comunal.
— Ele estava visivelmente abatido mas acho que deve estar bem. – comentava Olivia animada, até então Sarah não a tinha visto assim a muitos dias – Ah, ele me pediu se podia ajudá-lo com algumas matérias.
— Nada contra... – disse Sarah agora se sentando na mesa da Grifinória que estava abarrotada de coisas gostosas - ... mas porque ele não pediu para a companheira de Monitoria dele? – Ok, nessa hora Olivia olhou com uma cara para Sarah que ela rapidamente se arrependeu da pergunta.
— Bem...- respondeu Olivia finalmente - ... ele disse que não quer jogar a responsabilidade toda para a Lily até porque ela teve de se virar sem ele durante essa semana e ele não quer ser um peso novamente.
— Nossa... muito atencioso da parte dele... – surpreendeu-se Sarah. Olivia por sua vez concordou agora mais entusiasmada. Claro que sabia que tinha um dedinho de Sirius Black na história, mas não ia tocar nesse assunto. Foi então que uma bela dobradura de papel pousou batendo de leve em sua mão. Mais rápido do que ela, Olivia pegou o pedaço de papel olhando para os lados. Talvez tentando descobrir de onde tinha vindo. Não vendo sinal do remetente, abriu o pequeno Tsuru. Depois de ler o conteúdo entregou a Sarah que ficou lhe encarando.
— É para você. – disse ela e então entregou o pequeno papel. Nele dizia apenas que a havia alguém que estava feliz com sua recuperação. Sarah até arriscou um olhar pela mesa da Grifinória mas todos pareciam até muito ocupados conversando e comendo. Nem se quer prestaram atenção que ela estava ali. Nem mesmo os quatro marotos sentados mais adiante absortos em algum assunto qualquer. Olhou então para outras mesas e nada lhe pareceu suspeito. Pegara o bilhete e colocara no bolso dando de ombros. Se a pessoa em questão queria que ela lhe desse atenção primeiro teria de aparecer.
— Ora, ora se não é a Srta Dama de Pedra! – ouviu a voz de Alice e se virou pronta para lhe jogar um potinho de pudim - EIIII porque desperdiçar um precioso pudim desses.
— Minha doce e adorada Alice... – respondeu Sarah com um sorriso e toda sua delicadeza - Me chame de Dama de Pedra outra vez e aí sim você vai ver do que eu sou capaz mocinha!
As três caíram na gargalhada. Por mais que tivesse sido “engolida” por uma cobra de pedra de no mínimo uns 5 metros de altura, Sarah ainda estava de bom humor, principalmente depois de Alice contar que quando a professora McGonagall a estava levando juntamente com professor Flitwick, Mandy fora mandada para o hospital também pois alguém havia feito crescer tanto seus dentes que estava batendo no seu peito.
— E quem foi que fez isso? – perguntou Sarah levando uma colher de salada de frutas a boca. Mas tanto Olivia quanto Alice deram de ombros.
— Estava preocupada demais com a Senhorita para me preocupar com aquela Debiloide.... – respondeu Olivia e Alice concordou. – Exatamante .... aliás, como está se sentindo? Madame Ponfrey disse que você quase sufocou dentro daquela coisa.
Pensando bem, Sarah não tinha tido tanta noção da gravidade que essa “brincadeirinha” de mal gosto tinha sido. Ela realmente podia ter morrido sufocada se não tivessem lhe tirado ou no caso, pulverizado aquela serpente.
— Minha garganta ainda arde... – respondeu Sarah com sinceridade – Sabe... parece que corri até a China e voltei sem beber um gole de água...
— Deve ser horrível... – disse Alice e Olivia apenas fez uma careta. Com certeza elas estavam tentando imaginar como tinha sido. Realmente tinha sido horrível, e ela não ia querer literalmente passar por isso outra vez. Olhou a sua volta, e notou que embora já passasse a hora do café, tinha a impressão de que não haviam muitos alunos.
— É impressão minha ou os estudantes estão diminuindo nessa escola? – Não era impressão. Realmente o número de estudantes parecia ter sido reduzido consideravelmente nos últimos dias. Sarah não sabia dizer exatamente o que estava acontecendo, estava meio que “no escuro” pois ainda não tinha recebido nada dos seus avós. Também como é que eles iriam lhe escrever de um dia pro outro não? Mas enfim, tinha certeza de que o que havia acontecido com ela, sua diretora havia reportado aos avós e o fato deles não terem mandado nenhum berrador até aquela altura... bem, sabe-se lá o que a professora lhes disse para tranqüilizá-los.
Sarah então bebeu o último gole de suco e então acompanhou Olivia e Alice rumo a porta de carvalho que dava ao saguão de entrada.
— EI PERKS! - a garota então virou-se para ver quem a chamava. Nesse instante viu um dos gêmeos Dumas correndo até ela.
— Er... oi... – disse ela um pouco tímida. Sabia que seus nomes eram Derick e Erick MAS daí saber qual deles é que era o problema. Eram idênticos.
— Oi... Erick... – respondeu ele sorrindo, parecia se divertir com a confusão da garota, e tecnicamente ele e seu irmão tinham os olhos tão azuis que faziam Sarah lembrar do céu.
— Ok... – respondeu ela sorrindo mais descontraída - ... Erick... é difícil saber a diferença entre vocês dois.
— Bem... – disse ele com um sorriso que Sarah pode ouvir o suspiro que Alice e Olivia deram - ... temos uma pequena diferença... – e então chegou mais próximo do rosto da garota e se aproximou do ouvido dela - ... digamos que eu tenho uma cicatriz no ombro esquerdo e ele não.
— Ah... mas isso não é justo... – respondeu ela com um sorriso - pra saber a diferença vocês dois tem de estar sem camisa...
— É essa a idéia... – gracejou ele dando uma boa e gostosa gargalhada. Realmente ele era um garoto adorável, tão charmoso quanto Sírius, ela tinha de admitir. E tinha algo enigmático naqueles olhos que ela não conseguia entender. Mas assim que ele a surpreendeu com o que disse rapidamente sentiu suas bochechas esquentarem. – Enfim... gostaria mesmo de saber se estava tudo bem com você. – disse ele com um sorriso sincero que poucas vezes a garota tinha notado - ... eu vi quando aquela coisa praticamente te engoliu... e bem... Confesso que se não fosse Derick me segurar eu mesmo tinha arrancado as presas daquelas cobrinhas...
— Você viu quem conjurou aquilo? – ouviu a voz de Alice e então o garoto meneou a cabeça negativamente.
— Não... mas ouvi um burburinho de Falgorn com Onew na nossa mesa logo cedo. Parece que elas duas e aquela grifinória dos... – ele fez sinal na frente dos peitos e as três garotas trocaram olhares e disseram o nome de Mandy - ... Exato!.. Pelo que ouvi elas conseguiram alguma coisa na aula de poções que queriam a muito tempo...
— Explodir meu caldeirão? – perguntou Sarah e ele negou com um aceno de cabeça.
— Acho que elas não são o tipo de que explodiria um caldeirão só pra fazer você ir mal... – disse ele com a mão no queixo pensativamente - ... afinal pelo que ouvi você é muito boa em poções... se recuperaria rapidinho... não sei exatamente o que houve afinal não faço parte do Clube do Slugh... – então riu ainda mais alto. - ... mas as corvinas da minha casa estavam bem empolgadas...
— ERICK SEU CABEÇA DE TRASGO... – ouviram alguém da mesa Corvinal gritar e era o seu irmão Derick - ... PRECISO DE VOCÊ AQUI TITICA DE CORVO!
— Bem... estou contente que esteja bem... – disse ele ouvindo novamente seu irmão chamar por ele e então fez uma careta – JÁ VOU FIGURINHA REPETIDA! – e então sorriu ao ver seu irmão bestemando – Ele odeia que o chame assim... sou dois minutos mais velho... até mais Sarah...
— Até Erick... – disse ela e então Olivia lhe cutucou e fez sinal para que agradecesse a flor - Ah... E obrigada pela flor... eu adorei. – essa última frase ela praticamente gritou pois o garoto estava a alguns passos de distância. Ele então se virou, fez uma reverência. Virou-se novamente e quando dera dois passos CATAPLUM. Se estabacou com o nariz no chão. Rapidamente ele se levantou e sentou-se na sua mesa enquanto Derick falava alguma coisa sobre “azarações e pragas de se ter um gêmeo”. Olivia cutucou Alice que se segurava para não rir. E Sarah virou-se novamente para as garotas desconfiada de que alguma coisa tivesse provocado esse tropeço. Mas dera de ombros e seguiu seu caminho com as meninas.
Minerva estava sentada em sua sala olhando alguns documentos sobre sua mesa. Havia tanta coisa a preencher que ficou realmente ocupada aquela manhã. Milhares de pergaminhos a ser enviados e já estava ficando com pena das corujas da escola. As notícias de um grande mal que estava se espalhando pelo mundo bruxo começava a despontar em Hogwarts.
Por mais que Dumbledore se dedicasse a tranqüilizar os pais que procuravam auxílio em suas palavras, os jornais e pior, o próprio Ministério estava acobertando os fatos.
— Isso se não estiverem contribuindo com eles... – dizia ela agora baixinho enquanto girava a pena em seus dedos. Até aquele momento, mais de 50 alunos entre o Primeiro ano e o sétimo já tinham abandonado seus estudos. O último a sair fora o Sr. Rutherford, um aluno brilhante de Transfiguração que pertencia a Lufa-Lufa. Tinha coisas que realmente ela não entendia. Faltavam apenas alguns meses para que finalmente fosse concluído o ano letivo e os pais estavam tirando seus filhos como se Hogwarts não fosse suficientemente segura para eles. – Bem, talvez eles não queiram é morrer longe de seus filhos... isso sim...
Pensar que talvez fosse esse o motivo a deixava ainda mais zangada. Como haviam bruxos tão mesquinhos e egoístas a esse ponto? Olhou em volta a sua sala, estava como habitualmente a não ser por uma caixa sobre a poltrona próximo a janela. Eram os pertences do professor Bins. Estava evitando dar um rumo aos pertences do seu colega havia dias, afinal o coitado não tinha mais ninguém nesse mundo. Nem filhos, nem parentes... não tinha muita noção do que poderia fazer com aquelas coisas. Foi então que ouviu uma pequena batida na porta.
— Entre... – respondeu ela e então o professor Flitwick entrou. Com sua estatura minúscula parecia dançar enquanto caminhava. – Em que posso ajudá-lo Filius?
— Bom dia Minerva... – disse ele com um pequeno sorriso e então tomou impulso e sentou-se na poltrona - ... vim aqui conversar com você pois estou preocupado.
— Todos estamos meu caro... – respondeu ela e então notou o rosto do homemzinho a sua frente - ... mas creio que o motivo de sua preocupação seja outro... por favor, pode me contar se eu puder ajudar.
— Você sabe sobre a instrução que Dumbledore nos deu não é? – começou ele e então a observou confirmar com a cabeça – Pois bem, era minha vez de fazer a ronda pelo segundo andar. E ouvi os soluços da Murta que geme, sabe... naquele banheiro feminino. Pensei realmente que Pirraça estivesse lhe importunando mas ela disse que alguém havia entrado ali coberto por uma capa. Ela estranhando enfiou a cabeça na cabine para ver e a pessoa em questão jogou algo nela. Um vidro.
— Sim... ela pode ser muito inconveniente quando quer.. – respondeu Minerva e então ele meneou a cabeça.
— Com certeza, e somente alguém entra naquele banheiro se estiver realmente precisando... mas enfim... – continuou ele - ... o frasco que foi jogado nela no caso, continha poção polissuco...
— Poções desse nível são proibidas em outras partes do castelo... – respondeu ela agora prestando toda a atenção em Flitwick - ... é claro a não ser na sala de poções e com supervisão.
— Exato! – respondeu ele – Mas eu examinei os cacos do pequeno vidro... se quiser posso entregar a Horácio... ele pode dar o veredito final.
— Faça isso Filius... – respondeu a professora agora se levantando - ... mas também reporte isso ao Professor Dumbledore.
— Farei isso Minerva... – disse o professor dando um saltinho para descer da poltrona.
— Fique tranqüilo Filius... vamos descobrir o que um frasco de poção polissuco estaria fazendo no banheiro feminino. – Minerva respondeu com um sorriso acompanhando o professor para fora da sala. Realmente isso era muito suspeito. O que alguém estaria fazendo com um frasco de poção polissuco no banheiro feminino. OBVIAMENTE ia querer se passar por outra pessoa, mas, com que objetivo? Enquanto via o professor andar a passos rápidos pelo corredor, Minerva não deixou de pensar que devia falar com Lorigan sobre o assunto.
— Ahhhh dá um tempo Prongs... – dizia Sírius visivelmente cansado se jogando em uma pilha de almofadas que estavam espalhadas pelo salão de duelos improvisado na sala de DCAT.
— Eu já te disse playground de pulgas... – falava James sério - ... não podemos baixar a guarda...
— Potter tem razão... não podem baixar a guarda, principalmente com os sonserinos... – ouvia-se a voz do professor Lorigan ribombar pela sala. - ... eles não estão brincando quando demonstram que o que mais querem é ver vocês dois fora dos duelos. Vocês tem basicamente seis oponentes na arena de duelos, e dois deles se puderem azarar vocês e mandar para a ala hospitalar... eles vão...
— Isso é sério Padfoot... – agora era Peter quem abria a boca para falar. Estava sentado aos fundos da sala com Remus que lia alguma coisa a qual ninguém ali dera muita atenção - ... já deu para perceber que eles não estão para brincadeiras... quer exemplo maior do que fizeram ontem no salão com a coitada da Perks?
— Pettigrew tem razão... – comentou novamente Lorigan encarando os alunos - ... e não vou esconder de vocês que a magia usada para conjurar aquele basilisco é avançada. Sua professora McGonagall me disse que se tivessem demorado um instante a mais que fosse, estariam enterrando a garota a uma hora dessas.
— Não sabia que isso tinha sido tão sério... - comentou Sírius agora se aproximando mais de Lorigan e James - ... quando cheguei e vi aquele troço enorme só pensei em mandar ele pelos ares...
— Seu feitiço somado com o de Potter... – respondeu o professor com um certo orgulho na voz - ... salvaram a vida de Perks, e isso é louvável se me permite dizer.
— Quando fui vê-la essa manhã... – começou Lupin - ... apenas Olivia foi permitida de entrar acompanhada pela professora McGonagall... mas Oli me disse que tinha quase certeza de que tinha sido obra de Mayfair e sua corja.
— Eu não duvidaria... – disse James agora coçando a cabeça, seu cérebro novamente trabalhando - ... ela desarmou Mayfair no nosso confronto em Hogsmeade...
— Ahhh é... – disse Sírius agora com um sorriso sapeca - ... ela livrou seu traseiro de levar uma azaração dele...
— E você se lembra do porque eu estava de costas Black? – respondeu James agora com um sorrisinho maroto.
— Porque tem um par de galhos na cabeça? – disse Sírius com um sorriso ainda mais sapeca no rosto.
— James estava azarando sua querida priminha que iria te mandar pelos ares por estar chavecando a Osborne enquanto duelava. – respondeu Lupin agora segurando o riso ao ver a cara de Sírius.
— Eu não estava chavecando ninguém... – retorquiu Sírius fazendo cara de ofendido.
— Não... imagina... você só estufa o peito feito aqueles pombos cheios de orgulho... – brincou o professor e então novamente ouviram um tilintar na porta e um elfo doméstico chegar com um pequeno pedaço de pergaminho em suas mãos. O professor foi até a porta e logo voltou com o pergaminho aberto e uma expressão nada contente. Os garotos no entanto trocaram olhares mas não mencionaram nada afinal, eram “parceiros” por assim dizer do professor de DCAT, mas sabiam que tinha coisas que ele não podia lhes contar. Contudo depois de alguns minutos o professor dera um suspiro e então encarou os alunos. Seu semblante era sério e até preocupado. Olhou de um a um dos 4 marotos e então começou a falar.
— Garotos... – disse ele ao que os meninos puderam ver estava procurando as palavras certas - ... eu sei que vocês... adolescentes adoram uma aventura... mas vocês sabem que poções são proibidas fora das masmorras e ainda mais sem supervisão de um professor...
Os garotos se entre olharam e encararam o professor sem entender exatamente o que ele estava querendo dizer.
— Principalmente vocês dois ... – e apontou para Sirius e James. – Sabem que de independente dos outros concorrentes de duelos, vocês dois são os melhores e ficaria muito desapontado se uma travessura como essas lhes tirassem do páreo.
Os garotos se entre olharam, principalmente James e Sírius. Sim eles AMAVAM sair por ai e aprontarem. Principalmente com Ranhoso. Mas daí a saírem “fabricando poções” podiam até achar que eram irresponsáveis mas nem tanto a esse ponto.
— Desculpe professor... – disse Lupin agora encarando os amigos e de volta ao professor - ... sei que meus colegas aqui podem ser um tanto infantis e porque não dizer irresponsáveis as vezes... – então James sorriu e tomou a palavra – mas daí sairmos fazendo poções? Eu mal consigo cozinhar algo pro Luíde comer... quem dirá fazer uma poção. - Não que James fosse ruim em poções, ele era até meio que razoável. Mas tinha mais o que fazer no seu tempo livre do que se aventurar nas masmorras do velho Slugh.
— E tem mais... – falou Sírius agora com cara de ofendido - ... olha bem para mim... – deu uma voltinha e empinou o peito e o nariz - ... eu lá faço o tipo “Bruxo de Casa?” – Não é preciso dizer que o professor começou a rir tirando um pouco da seriedade do assunto. – Temos mais o que fazer do que ficar treinando pra piloto de caldeirão!
— É... pelo visto... – começou dizer o professor -... ou vocês são ótimos atores, ou o caso agora ficou até mais sério...
Os garotos o encararam pois sua fisionomia novamente mudou então até mesmo a postura dos garotos ficou mais séria.
— O que aconteceu professor? – perguntou James e então o professor andou até a mesa mais adiante, sentou-se e chamou os garotos para que se aproximassem mais. Obviamente a sala era cheio de feitiços e proteções então com certeza tudo o que fosse dito ou feito ali, de dentro nada sairia.
— Bem... a professora Minerva mandou-me agora pouco um bilhete dizendo que o professor Flitwick encontrou um frasco... digo... pedaços de um frasco que continha poção polissuco no banheiro feminino do segundo andar.
— Poção Polissuco? – perguntou Peter – Mas uma poção dessas é muito complexa de se fazer professor...
— Exatamente meu caro Pettigrew... – respondeu o professor ignorando os olhares dos outros três marotos para o menino. – Tem ingredientes específicos e muitos deles somente um mestre em poções poderia conseguir...
— Sem mencionar que ela leva cerca de um mês para ficar pronta. – terminou Peter para espanto de Sírius.
— Eu não sei se fico honrado pelo professor ter achado que eu seria capaz de fazer algo tão complicado... ou insultado por Peter entender mais do assunto do que eu... – disse o garoto e tomara um peteleco de Lupin.
— Peter é um grifinório talentoso... – disse Lorigan com um sorriso amigável – mas a questão é... se não foram vocês... quem foi?
Um a um dos quatro marotos trocaram olhares. Isso era realmente um caso a se pensar.
— Alguém mais além de mim está achando esse castelo cada vez mais vazio? – disse Sarah enquanto andavam calmamente acompanhando Olivia, Alice e Frank.
— Realmente... – respondeu Frank que andava lentamente ao lado de Alice que parecia estar distraída e não notava as investidas do garoto - ... estava comentando com Mike Ulsson ainda ontem na aula de Herbologia, Ele disse que mais ou menos uns 10 alunos que ele conhece deixaram Hogwarts.
— Mas por que? – perguntou Olivia - Hogwarts sempre foi conhecida por ser o lugar mais seguro do mundo... – Depois de Gringots... não esqueça... – corrigiu Alice voltando a se interessar pela conversa.
— A questão não é essa... – começou Sarah - ... tem alguma coisa ainda mais grave acontecendo e não estão deixando a gente saber... – então fez sinal para que eles se aproximassem mais - ... há alguns dias, Sírius me disse que algo muito sério estava acontecendo no Ministério, e que era bom se a gente ficasse de olhos abertos... – Olivia já sabia do que Sarah estava falando afinal, fora a primeira para que ela contou, mas Alice e Frank arregalaram os olhos - ... bem, há alguns dias também, Potter me disse que estava querendo organizar um grupo de estudos sabe... para que não fossemos pego de surpresa caso algo acontecesse algo na escola.
— E você acha que pode acontecer algo aqui? Embaixo da barba branca de Dumbledore? – perguntou Frank e a garota confirmou.- Isso se já não está acontecendo Frank... enfim... ele me pediu para que achasse pessoas de confiança, eu disse que já tinha em mente 3 pessoas... Olivia, Alice e Emme... mas acho que ele não vai se importar se eu te chamar também Frank... – ela então olhou para Alice que sorriu agradecida.
— E como seria esse grupo de estudos? – Perguntou Frank interessado.
— Sinceramente... não faço idéia.... – respondeu Sarah coçando a nuca - ... não conversei mais com Potter sobre isso... mas depois do que aconteceu comigo no salão principal... bem, acho que já está na hora de conversar com ele...
— Espero que esteja falando sobre a minha pessoa... – ouviu-se uma voz atrás de si e virou-se de súbito. Era Sírius acompanhado de Remus. Este abriu um enorme sorriso assim como Olivia.
— Na verdade... – começou Frank ao ver que Sarah ficara sem fala por alguns instantes – Sarah estava nos contando sobre um certo “grupo de estudos” que o Potter estava afim de formar.
Foi então que James apareceu. Sarah sentiu o coração saltitar no peito e logo ouviu a costumeira vozinha outra vez mandando ela deixar de ser tonta e agir normalmente. Mas como? Tinha a mais absoluta certeza de que qualquer um notaria sua ansiedade a quilômetros de distância sem falar que devia estar brilhando na sua testa que estava apaixonada por ele.
“Sim... eu estou... mas ele não precisa saber disso não é?”
— Até que enfim você apareceu... – disse Sírius e só então Potter deu-se conta de onde estava. Pelo que Sarah pode notar, James estava tão distraído que nem se quer havia notado toda aquela comitiva. Estava vestindo uma camisa xadrez sobre um jeans surrado. Parecia que tinha saído de uma briga no meio do mato e assim que seus olhos pousaram em Sarah ele abriu um sorriso. O costumeiro sorriso que Sarah estava acostumada a ver quando estava com ele.
— Ué... – respondeu ele agora olhando para Sírius - ... eu te disse que Hagrid me pediu ajuda com aqueles explosivins. O professor Ketleburn não estava dando conta.
— Aham... – retorquiu Sírius desconfiado e então Lupin dera um cutucão em suas costelas. – Olivia... você poderia me ajudar com a lição de Astronomia? – Interrompeu Lupin e a jovem abriu um enorme sorriso. – Claro, temos aula daqui a pouco e a professora Sinistra não vai gostar se você não tiver recuperado a matéria. Sarah pode perceber que alguma coisa eles estavam aprontando, mas fingiu não notar. Logo Sírius encarou Frank e Alice com um sorrisinho maroto. – Frank meu camarada... podia me dizer qual é o segredo para esses seus cachinhos que Alice tanto adora?
Sarah levou a mão aos lábios tentando tampar o sorriso pois Alice se engasgara com o bolinho de abóbora que estava comendo. Não era preciso dizer que essa artimanha toda era porque queriam deixá-la sozinha com James, ela só não sabia se ficava agradecida ou estuporava todos. Viu Olivia se distanciar com Remus rumo ao castelo e Sírius com Alice e Frank em direção ao campo de treinamento de vôo. Ela então fechou os olhos por alguns segundos tentando manter a calma. Contudo sentiu uma fisgada no ombro novamente e fizera uma careta.
— Você está bem? – ouviu a voz de James e então voltou seu olhar para ele e viu um olhar preocupado.
— Bem... – disse ela massageando o ombro - ... confesso que meu orgulho está mais ferido que meu corpo isso eu admito... mas fora isso... vou sobreviver... – então o encarou por alguns segundos, não queria ser indelicada outra vez, e muito menos “esquisita” mas tinha de confessar que estava totalmente desconfortável com a situação atual.
— Quer dar uma volta pelo lago? – perguntou ele com um sorriso e rapidamente acrescentou levantando as mãos – Juro que não vou fazer nada sem você me pedir...
— Você não tem jeito... – respondeu ela tentando segurar o riso, era incrível como ele conseguia desarmá-la tão rapidamente. Mas tinha prometido a Sírius que teria calma dessa vez.
Andaram por alguns minutos sem dizer nada. Apenas sentindo o vento fresco as margens do lago negro que vez ou outra ondulava. Talvez fossem os sereianos... ou quem sabe a Lula Gigante. Sempre ouviu boatos de que havia uma no lago mas nunca tinha visto de verdade. Contudo achou que devia falar alguma coisa, já tinham ficado calados por algum tempo e embora tivesse passado em sua cabeça como seria essa conversa... bem, estava de longe mais estranha do que ela tinha imaginado. Mas era a vez dela tomar a iniciativa. Sentiu então o vento batendo em seu rosto e novamente o perfume que sentiu durante a aula de poções quando ficou exposta a poção do amor, voltou ainda mais forte. Sem dúvida era o perfume de James.
— Tem certeza de que está tudo bem? – disse ele agora se escorando charmosamente em uma das árvores que havia por ali. Sarah então afundou suas mãos nos bolsos do casaco e sentou-se em uma pedra ao lado.
— Na verdade... er... – começou a dizer ela e quando percebeu ele já estava ao seu lado parecendo preocupado. Ela então sorriu meio sem jeito, tinha certeza de que suas bochechas estavam realmente vermelhas mas tinha de acabar com aquilo de uma vez por todas. - me desculpe por... bem... você sabe... – disse ela e então ele riu.
— Nah... eu mereci... – respondeu ele sentando-se no gramado ao seu lado. - ... e aliás, você sabe se defender muito bem... como diria o Sírius ... “caso não queira ter filhos algum dia...” – e então sorriu e a olhou nos olhos. O brilho que eles emanavam com aqueles pequenos raios de sol de fim de tarde o deixava ainda mais bonito.
— Mas mesmo assim... eu não devia... – disse ela agora desviando os olhos e encarando as pequenas ondas que o lago fazia - ... eu exagerei...
— Se eu estivesse no seu lugar... – respondeu ele – teria feito a mesma coisa... só me dei conta da burrada que eu fiz... – então Sarah o olhou novamente e ele a estava encarando - ... depois de ter feito... e acredite... dolorosamente caí em si... – e então dera uma gargalhada.
— Olha James... – disse ela agora séria - ... eu não estou acostumada a ser o centro das atenções... aliás eu nem se quer gosto disso... – então novamente olhou para o lago - ... acho que me deixei influenciar muito pelas palavras da Mandy e sua torcida imbecilizada... e acabei metendo os pés pelas mãos...
— Acho que foi um dos seus joelhos se não me engano... – respondeu ele com um sorriso fazendo a garota finalmente sorrir.
— Estou falando sério James... – Sarah realmente estava tentando falar sério com ele, mas as vezes era difícil. Não que estivesse zangada, talvez ele só estivesse sendo gentil porque sabia o quanto era difícil para alguém geniosa como ela admitir que fizera uma besteira sem tamanho. – Se eu estivesse na sua pele, provavelmente me deixaria dentro daquele monstro de pedras...
Ele então com um movimento rápido ficara de joelhos em sua frente, ele pegara suas mãos que estavam entre os joelhos e as segurou com firmeza e a encarou. Sarah tinha a mais absoluta certeza de que ele conseguiria ouvir o bater de seu coração daquela distância. Engoliu em seco quando ele aproximou seu rosto mais um pouco e então abriu um sorriso.
— Ouça bem Srta Perks... – disse ele por fim - ... James Alex Potter jamais deixaria alguém em apuros... principalmente você. - então ele sorriu docemente outra vez. Sarah agradeceu por estar sentada ou com certeza ele notaria que suas pernas tinham ficado bambas - ... como eu disse antes Sah... – então ele esperou um sopapo já que ela não gostava que lhe dessem apelidos mas isso não aconteceu. – eu mereci... fui exatamente o oposto do que eu sou de verdade... então não se sinta mal por ter me acertado... – ele então se levantou e ainda segurando sua mão a fezendo levantar - ... e tenho certeza de que se fosse o oposto... – então ele abaixou-se um pouco para que ela o olhasse nos olhos - ... se fosse eu, o cara que se aproveitou de você, quem estivesse preso naquela estátua... você faria o mesmo.
Ele então sorriu mais uma vez, soltou suas mãos e esticou-se todo preguiçosamente olhando o lago. Sarah por alguns instantes ficara o observando. Olhando por esse lado, bem, ela com certeza agiria dessa forma. Era uma Grifinória antes de tudo. Se um dos seus estivesse em perigo, bem, ela faria o possível para ajudar. Mesmo que fosse alguém como a Mandy.
— Bom... – disse ela com um sorriso maroto nos lábios - ... talvez pensaria duas vezes se no caso fosse a Wilson...
— É.... - respondeu ele rindo e afundando suas mãos nos bolsos - ... mas tenho certeza de que você não é tão má a ponto de abandonar ela a morte.
— Você tem razão... – disse Sarah agora com um sorriso e então seus olhos cruzaram com os dele - ... não seria eu... – então sorriu novamente - ... mas deixaria ela sofrer um pouquinho... – caiu então na gargalhada e James a acompanhou. Era bom voltar a sorrir novamente, embora soubesse de tudo que o garoto vinha passando. Talvez ele mesmo tenha pensado nisso pois o viu respirar fundo e então ficar sério por alguns instantes. Ela então estendeu sua mão direita – Obrigado por ter me salvado daquele basilisco de pedra... e... me desculpa por ter ... como foi mesmo que o Sírius me disse... er... – ela então fez cara de pensativa -... ah, talvez ter interferido na sua prole futura...
— E depois Black ainda pergunta por que leva azarações... – respondeu ele sorrindo apertando a mão da garota. Porém após se darem as mãos, James não a soltou, continuou segurando e seus olhos fixos no da garota - ... o que foi? – perguntou ela um tanto sem graça e ele apenas sorriu.
— Só... estava pensando ... - começou ele um pouco tímido e isso fez com que ela ficasse um tanto receosa - ... como posso provar a você que não estou mentindo.
Tinha de admitir que isso era um pouco enigmático. Mentindo? Sobre o que exatamente o garoto estava falando. Pensar que por algum momento “obscuro” ou raro ele estivesse falando sobre seus sentimentos. Bem, Sarah realmente pensou MAS, achou que essa possibilidade era realmente remota. Ele, o garoto mais popular da escola sentindo alguma coisa por ela? Isso sim era ser ridiculamente ingênua. Talvez então fosse sobre o que estava acontecendo no Ministério, ou com sua família.
— Olha James... – respondeu ela - ... Sírius me contou sobre o que esta acontecendo com sua família, e cá entre nós os jornais estão anunciando isso aos 4 ventos mas mantenho o que lhe disse da primeira vez... eu não acredito em nada do que estão dizendo sobre seu pai. - A garota pode observar que ele dera um sorriso tímido.
— Não era exatamente isso que eu quis dizer... – respondeu ele - ... mas é importante para mim ouvir isso de você.
— Ahhh qual é James... – disse ela em tom de brincadeira, não queria que novamente as coisas ficassem estranhas - ... não vai querer me dizer que seu interesse em mim é...
— E se for? – perguntou ele tão rápido que Sarah parou de falar como se tivesse levado uma chicotada. – É tão difícil para você aceitar que alguém goste de você?
A bem da verdade, não sabia dizer se era realmente o caso. Aliás, o caso era difícil acreditar que James tivesse algum interesse nela. Romanticamente falando. Não era como Mandy, ou qualquer outra garota que se jogava aos pés dele. Então...
— Você é diferente... – disse ele, parecia ter lido sua mente o que a deixou ainda mais espantada. Ele então sorriu sem jeito, algo que ela realmente nunca tinha visto antes - ... não sei dizer ao certo o que eu sinto quando estou perto de você... e.... – então ele levou a mão a cabeça e bagunçou ainda mais os cabelos revoltos - ... acredite... nem eu sei como explicar... só sei que me sinto... “eu”... – A garota pode notar um brilho diferente naquele olhar. Não sabia dizer ao certo o que era mas seu coração começara a bater tão rápido que pareceu que saltaria do peito. Ele então se aproximou ainda mais, deixando Sarah paralisada, não de medo. Talvez fosse de surpresa por ver ele, o maroto mor ali diante dela parecendo tão... vuneravel? Não sabia dizer ao certo se era essa a palavra que o descreveria naquele momento. Mas não era em nada parecido com o James Potter que ela via nos corredores, azarando sonserinos... ou o arrogante capitão de quadribol. E sabem de uma coisa, ela estava começando a gostar mais dele desse jeito. Sabia que tinha de dizer alguma coisa mas o quê? Foi então que delicadamente ele tirou uma mecha do seu cabelo dos olhos, a encarou e dera um sorrisinho maroto.
— ... não me obrigue a azarar cada corvo que aparecer rodeando você...
Sarah abriu a boca para perguntar o que ele queria dizer com aquilo quando lembrou-se do incidente com Dumas no salão principal. Até aquele momento ela pensou que nenhum deles, ou que no caso ele não tinha se quer notado sua presença.
— Então foi você? – perguntou ela tentando parecer séria mas ao ver ele fazendo cara de bezerro apaixonado começou a rir – Bem que eu achei que ele tinha coordenação suficiente pra não cair daquele jeito.
— Tecnicamente ele tropeçou... – respondeu ele fazendo a maior cara de inocente.
— Aham... sei... – respondeu ela com sarcasmo começando a andar de vagar rumo ao castelo – ... isso quer dizer que vou ter de começar a andar com a varinha em punho o tempo todo ...
— Um grifinório sempre anda com a varinha em punho... – disse ele dando alguns passos a alcançando e começando a lhe acompanhar para dentro do castelo. - ... porque está dizendo isso?
— Bem.. – disse ela dando um profundo suspiro sem olhar para o garoto - ... se já fui azarada, explodida e engolida sem ter absolutamente nada com você... imagina quando souberem que realmente estou saíndo com James Potter. Percebeu que isso o pegara de surpresa pois enquanto continuava andando ele pareceu parar para tentar “processar” o que tinha acabado de ouvir.
— Isso quer dizer que...
— Se conseguir se comportar... - Sarah então virou-se com um sorriso maroto - ... e não azarar mais ninguém por diversão... – então deu ombros - ... quem sabe?
— Ahhhh mas nem unzinho? - perguntou ele a alcançando enquanto entravam pelas portas de carvalho a fazendo gargalhar – ... e se for aquele corvo de novo?
— Não... – respondeu ela fingindo seriedade enquanto andava.
— E aquele lufano da nossa aula de poções... – disse ele e ela meneou a cabeça negativamente - ... e quanto as cobras? Não tire a minha alegria por azarar Ranhoso e Jujuzito...
— Hummm.... – fez ela com cara de pensativa - ... esses talvez...
James ergueu os dois braços em um gesto vitorioso e acompanhou a garota para dentro do castelo. Os dois pareciam irradiar uma luz própria, Sarah sentiu o seu coração aquecer assim que viu novamente pelo menos naqueles minutos o sorriso alegre de James.
Autor(a): vision2018
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