Fanfic: Oasis [Ponny] | Tema: RBD, REBELDE, PONNY

Ao sair do carro o Alfonso coloca a mão direita na base da minha cintura, o local estava rodeado por jornalistas e alguns deles cercaram o senhor Enrique, enquanto a mãe deles olhava para a câmera com um sorriso cheio de dentes, meus olhos estavam doendo com toda aquela luz, tanto da iluminação quanto dos flashes.

— está tudo bem? - o Alfonso pergunta quando eu escondo um pouco do rosto em seu pescoço, ele estava usando aquele mesmo perfume, para minha total desgraça.

— sim, só estou descansando um pouco os meus olhos para eles não lacrimejar - sinto a mão dele subindo por minhas costas, mas para quando um repórter faz uma pergunta a ele.

— o senhor pensa em seguir os passos do pai e ingressar na política? - o pai dele o olha sorrindo a espera de uma resposta positiva dele, mas pela expressão facial dele ao ouvir, não era o que esperava.

— não, não tenho nenhuma vocação para a vida pública, minha paixão é outra - tento me afastar um pouco dele para dar espaço aos microfones, mas ele me traz para junto de si quando uma repórter faz outra pergunta a ele.

— seria a sua namorada? - ele sorri para mim e volta olhar para câmera, eu estava completamente perdida em meio aquilo tudo.

— sim, ela é a minha maior paixão - ele responde e abrimos espaço para passar, fomos logo atrás dos pais dele e a Angelique ainda estava falando com alguns repórteres.

Seguro a barra do meu vestido para subir os degraus, estava morrendo de medo de tropeçar, mesmo sendo longo não era nem de longe chamativo, num tom de verde água com renda discreta na região do busto, o qual ganhei de presente da minha mãe de formatura, ela insistiu para trazer caso aparecesse alguma ocasião especial.

— acho que o seu pai esperava outra resposta - digo quando entramos no salão, ele sorri torto.

— ele não aceita que eu queira ser promotor de justiça, pela vontade dele estaria à caminho  para candidatura à deputado - não consigo o imaginar fazendo outra coisa se não a promotoria, ele sempre fala sobre a profissão com muita paixão.

Fomos guiados por um rapaz até a nossa mesa, nunca estive num lugar assim, estava com medo de pagar algum vexame, mas respirei fundo, tudo iria dar certo, tive esta convicção até ver a Cláudia entrando no salão.

Ela nos olhava com um desprezo enorme, o evento começou com uma senhora de meia idade falando da importância daquele evento para as milhares de crianças pobres do norte do país.

Depois de três longos vídeos tendenciosos, eu já estava na minha sétima taça com água, era muito sentimentalismo barato, o Alfonso estava jogando com o celular entre as pernas, ao perceber que estou observando ele aproxima a sua cadeira da minha.

— e o circo está só começando... - ele diz baixinho mas a sua mãe escuta a bate discretamente em seu braço direito, então me limitei os meus comentários aos meus pensamentos.

E ele tinha razão, a situação só piorava quando o leilão começou, aproveitei a oportunidade da troca do quadro que já estava vendido por um colar, para sair de fininho e procurar um banheiro, a minha bexiga estava prestes a explodir.

Solto um suspiro aliviado quando o encontro e para melhorar estava com todas as três cabines vazias, entro na do meio e sinto um alívio gigantesco ao terminar o xixi. Mas assim quando saio vejo a Cláudia em pé próximo a porta, é definitivo eu preciso parar de usar os banheiros destes eventos.

— está se divertindo com o circo armado pelo o "queridíssimo" candidato a governador? Aposto que ele está desesperado para tá apostando numa fórmula tão antiga da família perfeita - simplesmente a ignoro e vou lavar as minhas mãos, as seco, mas quando tento passar ela me barra.

— com licença - peço tentando passar novamente mas ela me empurra contra a pia.

— só tenho um aviso para te dar, aproveite muito os seus cinco minutos de fama, pois quando o dia da eleição acabar o seu conto de fadas também acaba e quem o Alfonso vai procurar será eu - ela analisa o meu corpo ainda me prendendo contra a bancada da pia.

— eu não teria tanta certeza disso, já que teve a preocupação de vim até aqui me falar isto - ela rir da minha cara e se afasta de mim negando com a cabeça, respirei fundo para não perder a compostura e arrancar cada fio tingido da cabeça dela.

— eu irei acabar com você num piscar de olhos, o Alfonso sempre volta para mim e hoje você terá a sua pequena dose de realidade - ela se retira do banheiro, respiro fundo e a Fernanda aparece logo em seguida.

— Annie estava te procurando feito louca, o que a Cláudia estava fazendo aqui? - nego com a cabeça, ela analisa a situação, mas logo solta um "tudo bem".

A caminho do salão principal a minha ficha caiu, como pude ter discutido com a namorada do Alfonso? Ela extrapolou, mas eu de certa forma acabei cedendo e mesmo se ele voltasse para ela eu não teria nada haver com isto, quando chegamos ao salão ele já não estava na mesa.

— onde está o Alfonso? - a mãe dele me pergunta, nego com a cabeça, mas antes mesmo que eu pudesse sentar ela me puxa pelo braço até uma das colunas do grande salão — então trate de encontrar, uma jornalista de uma revista importante quer uma entrevista com todos nós e algumas fotos, então faça o que você está sendo paga para fazer.

Eu já estava estressada, mas discutir com ela não iria me ajudar em nada, eu não estava sendo paga para fazer nada e sim chantageada, mas acredito que ela não saiba a diferença. Engulo o seco e saio procurando pelo Alfonso.

O procuro por todo o salão e não o encontro, volto até os banheiros mas aparentava não ter ninguém, saio pela porta lateral e acabo chegando a um enorme jardim, a sensação de receber um pouco de ar fresco foi maravilhosa. Caminho um pouco pelo jardim até que próximo a uma enorme árvore o encontro, mas ele não estava só.