Fanfic: Oasis [Ponny] | Tema: RBD, REBELDE, PONNY

Antes deste momento julgava o almoço da casa dos pais dele como o momento mais bizarro da minha vida, porém aquele momento não chega aos pés do que estava sendo este, me pergunto internamente, por que a esposa daquele homem não falava nada e agia como se não estivesse vendo ele me olhando daquele jeito? 

Finalizamos o almoço e sair praticamente correndo pro quarto e tranquei a porta ao entrar, não me sentia segura fora dali com aquele homem andando pela casa, estava vivendo um pesadelo, ligo para a Dulce, mas infelizmente ela não me atende, após alguns minutos vagando pelas redes sociais ouço batidinhas na porta que me fez sobressaltar.

— sou eu, Alfonso - respiro aliviada e abro a porta, ele entra com uma expressão nada boa — o meu pai quer falar com você, não se preocupe que estarei presente. 

Pensei no que fiz na creche, aquilo não deve ter agradado em nada a ele, sem falar que fiquei até o final de tudo na sala com o Alfonso e aquela senhora, conversamos sobre muitas coisas e percebi o quanto aquela senhora era carente em muitos sentidos, porém impotente por não poder fazer nada, no entanto ao adentrar ao pequeno gabinete sou recebida com um sorriso. 

— a Angelique tinha toda razão, você é uma mina de ouro! - ele me abraça e fico imóvel sem saber o que fazer, nunca fui tratada daquela forma por ele — esse povo adora receber atenção, vamos se sentem, não os chamei aqui apenas para dar estrelinhas de recompensa. 

— não fiz aquilo esperando uma recompensa - digo rispidamente ao me sentar, ele simplesmente meneia com a cabeça.

— melhor, porém o que tenho a dizer a você senhorita Anahí é algo sério e pretendo contar com a sua ajuda - aquele tom de voz amistoso sumiu, a voz dele saia fraca e a feição quase desconfortável, nada de bom iria sair dali — o senhor Astolfo veio pessoalmente me pedir, para que a senhorita passe uma noite com ele.

Ouvi um xingamento distante do Alfonso, ele estava discutindo com o pai, mas minha cabeça estava longe, como se meus neurônios se recusassem a fazer sinapse naquele momento, não poderia imaginar aquele homem repulsivo me tocando, sinto as lágrimas descerem automaticamente pelo rosto, mas volto a mim, precisava agir, chorar não iria me ajudar em nada.

— não sou prostituta senhor Enrique!  - falo quase num grito e os dois voltam os olhares a mim — nada disto estava imposto no contrato, então não sou obrigada a fazer e se insistirem nisso eu vou à mídia expor tudo o que está acontecendo por trás da sua amada candidatura, tudo o que a Cláudia fez vai parecer brincadeira de criança! - ele se sentou na cadeira com o rosto pálido, quando me dou conta estava de pé apoiada na mesa. 

— vejo que elogiei a senhorita cedo demais, não acredito que estou criando uma cobra para me morder - bufo negando com a cabeça — seria impressionante se a senhorita não tivesse em minhas mãos. 

— então pague para ver, eu posso perder o meu diploma, mas o senhor irá perder o governo do estado de São Paulo - não espero ele responder e saio da sala o mais rápido possível, ouço o Alfonso me gritar mas não paro de subir as escadas, entro no quarto e vou para banheiro e tranco a porta, precisava finalmente tirar todo o desespero que estava dentro de mim. 

— Annie abre a porta por favor - por mais desesperado que ele parecesse estar, não conseguia me mexer, só conseguia chorar sentindo meu corpo inteiro tremer a cada batida que ele dava na porta — está bem, irei sair para te dar espaço, vou comprar alguma coisa para você se acalmar - ouço a porta do quarto fechando e sinto um vazio enorme tomar conta do meu corpo. 

Nunca saberei precisar quanto tempo fiquei sentada no chão do banheiro, quando finalmente o meu corpo se acalmou tomei um banho quente, precisava de algo para me livrar daquela sensação terrível, ao terminar o banho visto um roupão e abro a porta do banheiro devagar, não avisto ninguém então corro e tranco a porta do quarto. 

Fecho as portas que davam acesso à sacada e fecho as cortinas escurecendo um pouco o quarto, visto uma roupa, me deito na cama e acabo adormecendo, não tive nenhum sonho o que foi um alívio, quando acordei o quarto já estava totalmente escuro e o Alfonso batia na porta. 

— você demorou - digo abrindo a porta e ele entra em seguida com sacolas nas mãos, ele coloca tudo na cama e me olha incerto — por favor não fala sobre aquilo - ele concordou com a cabeça abrindo uma das sacolas tirando um pote de sorvete de chocolate, três barras de chocolate meio amargo, sete pacotes de tubes em sabores diferentes — você enlouqueceu? - ele sorriu torto. 

— liguei para a Dulce, ela me disse que você gosta de comer estas coisas quando estar triste ou de... deixa pra lá, mas ainda não acabou - sorrio fraco, a Dulce era impossível e o Alfonso estava me saindo igualzinho a ela, tirou batatas fritas e uma garrafa de vinho — agora sim estamos bem.

— prevejo uma intoxicação alimentar - ele leva o dedo à boca pedindo silêncio, caminha até a porta e a tranca. 

— nada de pensar nas consequências, vamos comer e assistir a um bom filme - sorrio e abro o pote de sorvete, ele pega uma colher descartável e me entrega,  pega outra começando a comer enquanto escolhemos o filme o que levou muito tempo.

— sinto que vou passar a eternidade aqui só vendo capas de filmes e sinopses - ele sorri rouco, me passando o controle, escolho o primeiro filme que vejo, não me importava que fosse o pior de todos os tempos. 

— eu lhe dou a honra de escolher ao filme e você coloca uma comédia romântica? - dou de ombros e não consigo evitar sorrir o vendo afundar a cabeça no travesseiro, após meia hora de filme eu estava prestes a desandar a chorar com o casal principal se separando, sinto os braços dele me apertando contra seu tórax, quando as minhas lágrimas finalmente caíram, ele me beijou.