Fanfic: Oasis [Ponny] | Tema: RBD, REBELDE, PONNY

No dia seguinte fui para casa trocar de roupa e  Fernanda ficou no hospital com ele, pois a Angelique teria plantão no hospital, recolhi alguns objetos pessoais dele e fiz uma malinha com tudo que ele poderia precisar nos três dias que ficaria no hospital, pego minha bolsa e sinto um frio percorrer a minha espinha quando vejo a arma lá dentro, não sabia como usar, mas estava sentindo que estava na hora de começar a pensar nesta possibilidade, um papel não me protegeu de nada e assim como ontem não poderia esperar ser salva, teria que salvar a si mesma em qualquer situação que pudesse surgir.

Ao sair de casa ela se depara com um mendigo próximo ao prédio e entrega a ele a chave do carro, daquela noite ela só ficaria com algo que realmente iria ajudá-la a se livrar de qualquer coisa que o Astolfo poderia tramar e agora isto se estendia a mãe do Alfonso também.

— ele acabou de ser medicado para dor, estava te esperando, mas acabou adormecendo - concordo com a cabeça e me sento ao lado da Fernanda no sofá — o que aconteceu ontem Annie? Eu fiquei muito absorta na situação do Alfonso que acabei não prestando muita atenção em você, me desculpe.

— não se desculpe, eu ainda estou tentando digerir o que aconteceu ontem, então é melhor você não ficar sabendo - a decepção era nítida em seu rosto, mas não poderia colocar ela nesta história, tenho medo do que aquele homem pode fazer.

Os três do Alfonso no hospital se passaram com eu me revezando entre ele e o hospital onde trabalho, não conseguia dormir direito, os pesadelos estavam com uma frequência assustadora, não poderia tomar nada para apagar, pois não queria o deixar só caso alguma coisa acontecesse, então só consegui pegar no sono quando ele voltou para casa, tomei um calmante e adormeci em meu quarto.

No dia seguinte estava de folga do hospital e acordei bem próximo ao meio dia, fazia muito tempo que isto acontecia. Fiquei observando o Alfonso cozinhando quando cheguei à cozinha, ele estava tendo um pouco de dificuldade por estar utilizando apenas um braço, não pude resisti e rir quando ele queimou o dedo ao pegar um pedaço da carne para provar.

— bom dia - abro a torneira da pia para ele colocar o dedo na água — estava muito cansada, dormiu bem? - fechei a torneira e sequei a sua mão.

— sim, tomei um remédio e apaguei - sorrio fraco e o levo até o quarto, pego minha maleta de medicamentos e pego uma pomada para ferimentos e um curativo adesivo — você é muito desastrado! - ele faz uma careta quando coloco a pomada, mas logo finalizo.

— Annie, você evitou falar sobre isso por todos estes dias, respeitei o seu tempo, mas se você continuar a deixar a critério da minha imaginação irei surtar a cada momento penso algo pior - fecho a maleta e a guardo no roupeiro, pego a minha bolsa e a coloco na cama, retiro a arma dela e vi a cor sumir do seu rosto.

—  isto aconteceu - coloco a arma entre nós dois e relato a ele tudo o que houve naquela noite, desde o momento que a mãe dele foi me buscar no hospital ao horário que nos encontramos no hospital, quando terminei o rosto dele estava um misto de emoções.

— tem certeza que era a minha mãe? - levanto da cama soltando uma risada fraca —não sei Annie você estava assustada, pode ter confundido ela com alguém, se fosse meu pai eu até esperaria algo do tipo, mas a minha mãe nunca faria algo assim.

— eu não estava drogada para confundir a sua mãe Alfonso! Caramba para que iria inventar isto tudo? Eu não tenho nem condições psicológicas para inventar algo assim - ele nega com a cabeça olhando para a arma na cama.

— é difícil acreditar nisso, a minha mãe sempre foi vítima dos atos do meu pai, nunca a imaginaria fazendo algo deste tipo, só estou digerindo a informação - a incerteza inundava os olhos dele, nego com a cabeça e saio do quarto — Annie espera, eu acredito em você!

— eu só quero ficar sozinha por favor - ele vai para o quarto e bate a porta com força, poderia imaginar o quanto estava sendo difícil para ele acreditar que sua mãe foi capaz de se aliar ao Astolfo, mas a incerteza no olhar dele estava me matando, até que ponto ele acreditava em mim, até que ponto poderia confiar nele caso a mãe estivesse envolvida?

Troco de roupa e saio de casa, precisava sair, precisava conversar com alguém, como queria que a Dulce estivesse aqui, ligo para ela, mas não me atende, envio uma mensagem mas ela não estava online, quando me sento no banco do shopping me dou conta do quanto estou sozinha. Não poderia contar com a Angelique pois se tratava da mãe dela, a Fernanda já tinha problemas demais com a família deles para acrescentar mais um e o Alfonso não sei o que pensar.

— Anahí? - me viro e vejo a Maite, ela estava carregando sacolas e me olhava com um olhar confuso — está tudo bem? - a abraço e desabo de chorar, aquela frase vindo de alguém que estava totalmente alheia ao que estava acontecendo em minha vida era extremamente reconfortante.

Quando me afasto enxugo o rosto e ela me senta ao lado no banco de madeira, ficamos alguns minutos em silêncio até que ela se pronuncia.

— olha não sei o que está acontecendo contigo, irei entender se não quiser falar nada, mas vejo que está muito abalada se quiser ficar lá em casa hoje até se acalmar, amanhã iremos ao plantão juntas, posso te emprestar um jaleco e você pode pegar um estetoscópio no hospital - respiro fundo e concordo com a cabeça, precisava sair daquele apartamento, precisava me desligar dos Herrera, meu corpo estava pedindo um dia normal, sem nenhuma pressão e era exatamente isso que a Maite estava me oferecendo.