Fanfic: Oasis [Ponny] | Tema: RBD, REBELDE, PONNY

Terminei de ler os papéis e os assinei, não tinha o dinheiro para pagar o valor total do meu financiamento e muito menos queria perder o meu diploma, olhar para esta minha triste realidade foi como um soco no estômago, quando o assessor saiu acabei correndo ao banheiro para vomitar.

Quando saio do banheiro a Angelique e a Fernanda estavam no corredor e a forma que elas me olhavam parecia que estava sendo levada a forca.

— eu quero ficar sozinha - digo e entro em meu quarto, precisava assimilar tudo o que aconteceu, aquilo era tudo inacreditável demais. Entrei no aplicativo do banco e o meu financiamento realmente estava quitado, a minha conta no facebook foi bloqueada e o em meu instagram algumas postagens foram apagadas, principalmente as que estava com o Christopher.

Meu celular começou a tocar, era o Christopher e eu não saberia como explicar aquilo que estava acontecendo, silenciei o celular e me deitei na cama. Queria poder chorar mas não conseguia, queria poder entender por que justamente comigo, mas parecia que meu cérebro custava a raciocinar, até que adormeci.

Acordei ao ouvir algumas batidinhas em minha porta, olho para a janela e o dia já havia ido embora e a luz do dia deu lugar as luzes artificiais.

— entra - digo me sentando na cama e a Angelique entrou segurando uma bandeja com uma expressão facial que beirava a pena.

— trouxe um pouco de sopa para você, eu mesma quem fiz - a Angelique sorri fraco, acredito que estava esperando eu a expulsar do quarto.

— está bem - sorrio fraco e ela coloca a bandeja com a tigela de sopa na cama — desculpe por agir daquela forma com você, acredito que deve está tão abalada quanto eu nesta situação toda - Angelique abaixou a cabeça encarando o lençol.

— eu quem tenho que pedir desculpas, mas você precisa saber de algumas coisas para entender melhor o que houve - ela fez uma pausa ela estava extremamente triste.

— se isto for te machucar podemos deixar para depois - ela negou com a cabeça.

— a verdade é que temos muita culpa pelo pai que temos, tudo começou quando ainda éramos crianças, ele se candidatou a vereador numa cidade pequena onde morávamos, nos divertimos muito indo para os eventos. O Marcos era o mais animado de nós três e quando finalmente o papai ganhou foi uma felicidade enorme - a Angelique começou a chorar e eu retirei a bandeja entre nós a abracei, imagino o quanto aquilo devia está machucando ela.

— não precisa me explicar nada agora está bem? - ela concordou com a cabeça, apenas não entendi quem era o Marcos, pois pensava que eram apenas o ela e o Alfonso, mas logo ela se afasta e enxuga as lágrimas com o dorso da mão direita.

— mas eu preciso contar, você precisa saber, então quando o nosso pai se tornou deputado federal, o Marcos descobriu que o nosso pai não era tão honesto quanto pensávamos e se juntou à um grupo de ativistas e protestou contra o nosso pai, sendo o maior escândalo - ela fez uma pausa para enxugar as lágrimas.

Não consigo imaginar o tamanho da dor dela e custo a acreditar que aquele homem pode ser pai dela.

— houve uma enorme confusão e em meio a isto tudo um rojão atingiu a cabeça dele, o socorro demorou a chegar devido a quantidade de gente na avenida e ele morreu a caminho do hospital, ficamos tão abalados que viemos morar aqui na capital e nossos pais foram morar em Brasília, mas digamos que ele passou a controlar cada passo da gente.

— faz muito tempo que perderam o seu irmão? - ela negou com a cabeça.

— dois anos, mas é como se a qualquer momento ele fosse entrar aqui e dizer que tudo não passou de uma brincadeira - ela sorri fraco — mas agora vou te deixar comer, espero que tenha te ajudado a entender um pouco o comportamento do meu pai, mas irei deixar você aproveitar a sopa.

Ela saiu do quarto antes mesmo de eu poder perguntar o que mais me atormentava, por que eu fui envolvida nisso? E como o pai dela teve acesso a tantas informações sobre mim.

Tomo a sopa e quando saio para lavar a louça não encontro ninguém, acredito que todos tenham saído, tomo um banho e vou dormir, afinal no dia seguinte seria o meu primeiro dia na residência.

Acordo com o meu celular tocando feito louco, desligo o despertador e me dou conta que tinha muitas chamadas perdidas tanto do Christopher como da minha mãe, ligo para ela preocupada.

— Anahí? Aconteceu alguma coisa? Você não é de sumir assim - solto um suspiro de alívio ao ouvir a voz dela.

— sim mãe estou bem, é que ontem acabei deixando meu celular no silencioso e esqueci de tirar - ela ficou em silêncio por alguns segundos, nada bom, mas antes de começasse a chuva de perguntas mudei de assunto — como estão as coisas aí?

— bem paradas sem você aqui, ontem o Christopher me ligou, estava preocupado com você - respiro fundo — ele me disse que tentou falar com você ontem o dia inteiro mas não conseguiu.

— irei ligar para ele hoje, não se preocupe mãe - um silêncio se faz na linha e eu até já sei o que ela está imaginando e temo profundamente que isto que estou pensando seja concretizado.

— tem certeza que está tudo bem? - é e minha preocupação se torna realidade, nada escapa da percepção dela.

— tenho sim, não tem porquê não estar - olho o relógio e já passam das nove horas — tenho que desligar mãe hoje é meu primeiro dia na residência e tenho muitas coisas para preparar - respiro aliviada por ela não insistir e desligar a chamada.

Estou dando graças a Deus por este primeiro dia começar no turno da tarde e ainda mais por eu ter outra coisa para ocupar meus pensamentos além do meu relacionamento com o Christopher e a campanha política que está para começar.