Fanfic: Oasis [Ponny] | Tema: RBD, REBELDE, PONNY

Eu estava à beira de um colapso nervoso com aquele homem me encarando, aquilo já estava me dando ânsia de vômito, por mais que eu evitasse olhar eu sabia que ele estava me observando.

— Annie eu posso tá um pouco bêbado, mas não estou cego o que aconteceu? - Alfonso perguntou ao meu ouvido, aquela proximidade dele me assustou um pouco, eu estava em estado de alerta e não consegui dar uma resposta — vamos embora - ele colocou a taça numa mesinha e foi falar com os pais, quando retornou pegou em minha mão esquerda e saímos daquele inferno.

Voltamos para casa mas quando chegamos na garagem ele não destravou o carro, o nó que estava formado em minha garganta estava me sufocando, ele levantou o meu rosto com a mão direita, mas não conseguir o olhar nos olhos e apenas chorei.

Em meio aos meus soluços, ouvir o som do cinto sendo destravado e senti ele me abraçando, agarrei com força o se paletó como se fosse uma boia salva vidas em meio a um naufrágio, ele estava em completo silêncio e apenas os meus soluços eram ouvidos. Não sei precisar por quanto tempo chorei, mas quando finalmente me afastei dele notei que a sua camisa estava manchada pelas lágrimas misturadas a minha maquiagem.

— me desculpe, sujei a sua camisa - mas ele apenas me olhava confuso, não sei como iria explicar o que aconteceu, sentia vergonha e nojo pelo ocorrido, nunca havia passado por algo assim, me sentia suja e despedaçada.

— não tem problema, só me conte o que houve por favor - engoli o seco e olhei para as minhas mãos, quando voltei a minha atenção a ele era notória a preocupação em seu rosto, senti que poderia confiar.

— aquele senhor de cabelos brancos me abordou na saída do banheiro, me pressionou contra a parede e me ofereceu dinheiro para passar a noite com ele - o Alfonso soltou um suspiro pesado e bateu com a cabeça no banco do carro umas cinco vezes.

— eu sabia que aquele filho da puta iria aprontar, sabia! - ele bate com as mãos no volante xingando — Me perdoa por não ter percebido, estava concentrado em beber o máximo para aturar aquela gente que negligenciei você, que por sinal só estava lá por minha culpa.

— está tudo bem, já passou - disse tentando o acalmar lutando contra o meu corpo que ainda tremia — ele não merece nem o seu ódio, vou tentar esquecer isso - ele virou o rosto para mim sério.

— o que ele fez foi muito sério Annie, não podemos apenas esquecer - eu sei disso, mas como falar que estou com muito medo daquele homem e do que ele pode fazer comigo? As lágrimas voltaram aos meus olhos, mas eu não poderia chorar novamente.

— eu só não quero ver aquele homem nunca mais - foi a única coisa que consegui falar, se o pai do Alfonso foi capaz de nos colocar em suas mãos tão facilmente, aquele senhor poderia nos riscar do mapa num piscar de olhos.

O Alfonso passou alguns segundos me olhando após esta frase como se estivesse se certificando de algo, mas logo sai do carro batendo a porta com força e eu saio em seguida.

— entraram filmes novos na grade da TV, quer assistir? - eu estava calada desde que saímos do carro, o observo abrir a porta do apartamento e jogar as chaves na mesa.

Ele estava tentando me animar, mas parece que a imagem daquele homem ficou impregnada em minha cabeça, senti o meu estômago embrulhar, corri rapidamente ao banheiro e vomitei.

— acho que não sou uma boa companhia hoje - disse assim que apertei a descarga, ele estava na porta do banheiro me encarando sério.

— vou fazer um chá para acalmar o seu estômago, enquanto isso tome um banho, vai ajudar - ele se retira me dando privacidade, fecho a porta do banheiro e quando finalmente sinto a água quente percorrer o meu corpo choro novamente.

Lembro da sensação de impotência quando tentei sair pela primeira vez sem sucesso, olho o meu braço e estava com uma mancha vermelha, aquela foi definitivamente uma das piores noites da minha vida.

Ao sair do banho, visto o meu pijama dos simpsons e prendo o meu cabelo num rabo de cavalo, quando chego à sala o Alfonso já estava vestindo uma bermuda de moletom cinza e uma camisa branca dos Beatles.

— o chá já está pronto - ele coloca a caneca no balcão e a seguro com as duas mãos, levo até o nariz para sentir o cheiro — é de camomila a louca da Angelique coloca nos cabelos - sorrio fraco e tomo um longo gole, ele tomava uma caneca de café — quer escolher o filme?

Antes que eu pudesse responder ouço o meu celular vibrar no balcão, ele vai para a sala para me dar privacidade, atendo a chamada de vídeo e vejo a Dulce sorrindo.

— advinha quem tá aqui em casa? - ela estava eufórica, sorri para não estragar o momento dela.

— não faço a mínima ideia - eu esperava que fosse Christián ou o Christopher, mas não iria estragar o "suspense", então ela me mostra os dois que gritaram ao me ver.

— eles estão aqui importunando a minha vida, estou prestes a colocar os dois numa caixa e despachar para aí - sorrio da cara de desgosto do Christián.

— mulher arranje uns contatinhos aí para mim, preciso expandir os meus horizontes - a Dulce o soca de leve no braço.

— não se preocupe que eu vou arranjar sim - enquanto a Dulce tentava expulsar o Christián da tela, o Christopher pegou o celular dela.

— oi meu amor - ele falou sorrindo torto e ficando completamente vermelho, como sempre ficava ao me chamar assim — eu te enviei algumas mensagens mas você não respondeu, o que houve com o seu facebook? E seu instagram sumiram algumas fotos - ele comentou e aquilo com uma expressão triste, aquilo me doeu muito, mas não tinha como explicar aquilo sem contar a verdade a qual assinei um contrato que me negava esta opção.

— eu não sei o que houve, deu algum tipo de bug e me desculpe por não responder estava numa festa com a família da Angelique - ele concordou com a cabeça, mas antes que ele pudesse falar algo a Dulce tomou o celular dele.

— Annie, quase esqueci me mostra aquela "coisa" - ouço os meninos perguntarem que coisa e sorrio da situação, mas também queria saber do que se tratava.

— que coisa? - ela rolou os olhos e correu dos meninos, entrou no banheiro trancando a porta sob os protestos dos meninos à porta.

— o gostoso irmão da Angelique - me engasguei com a minha própria saliva, a Dulce estava louca? — meus olhos estão curiosos para ver.

— vou fazer melhor, vou te apresentar a ele formalmente - ela dar um grito que até o Alfonso que estava no sofá da sala ouviu e me encarou confuso — a minha amiga quer te conhecer - fiz uma careta de leve e ele sorriu torto.

— sua piranha, era para ser discreta! - ela protesta me fazendo rir de verdade pela primeira vez naquela noite.

— claro que sim - o Alfonso larga o controle no sofá e eu ascendo as luzes da sala - olá - ele diz para a tela e ela fica calada o olhando como se estivesse paralisada.

— Dulce! Você está bem? - ela nega com a cabeça com a boca aberta nos fazendo rir ainda mais.

— OMG... Cara você é um filho da puta de um gostoso - encarei o Alfonso e caímos na gargalhada juntos, a Dulce é a melhor pessoa do universo.