Fanfics Brasil - Dos filhos, o mais sortudo Abaruna

Fanfic:  Abaruna | Tema: Original


Capítulo: Dos filhos, o mais sortudo

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    Um beijinho inesperado no rosto. Carinho incomum na época que segundo as regras da nobreza, meninas e donzelas só poderiam conceder aos seus pais e futuros cônjuges após o casamento, explicando a nova aflição de Berenice (Hum, essa última frase até que daria um filme ou um belo romance, não?). Por algum ou nenhum motivo, Pedro recebeu e ele também se sentia constrangido como se não bastasse a demora para sair dali. "Mas ela é noiva de Alexandre! Égua não, só falta se apaixonar por mim... Ai de mim se ela contar do beijo pra ele, eu tô perdido!"


-Mais essa agora! O que está havendo comigo?!


-Princesa, ta tudo bem! Não se culpe tanto, foi só um beijinho de nada...


-Tudo bem pra você! - Protestou a princesa que chorou tanto nos capítulos anteriores que faltaram lágrimas para este. - Por Alexandre, eu não devia ter feito isso! Onde estava com a cabeça...


-Você gosta dele de verdade, né? Conheço a fala de quem ama...


-Gosto tanto... E quando o vi sair, também quis fazer algo importante alguém e ver esse alguém feliz, por isso desci para libertá-lo. Não era justo que o mantivessem ali e quando te vi feliz e agradecido, senti-me agradecida também e quis retribuir...


-Isso é o que a gente sente quando sai de si pra cuidar do outro  e vê-lo feliz! E é normal confundir nossos sentimentos, só não pode deixar que eles te arrastem com força pro mar!


-E como faço para não ser arrastada?!


- De vez em quando coração confunde essas coisas, por isso veja se teu sentimento não te leva a um encanto mal-felto e deixe passar. – Respondia Pedro com carinho. - E quando passa aí tudo se ajeita!


         Com recibos e coração em mãos, D. Alexandre cavalgava rumo ao palácio e fazia questão de se dirigir ao rei Hildegardo Camilo; bom estrategista que era, disfarçaria a preocupação para entrar sem fazer alarde. "Ser noivo também tem suas vantagens!" Brincava consigo mesmo enquanto os portões se abriam e sua presença era celebrada por todos no palácio, especialmente por Odivelas que vinha entusiasmado ao seu encontro.


-Salve nobre cavaleiro! Que te traz aqui tão cedo?


-Venho ao encontro de nossos reis para tratar do pedido de casamento que farei à Berenice; como eles estão?


-Oh maravilha! Siga-me que eles estão precisando de você, pois há uma emergência no palácio e... Meu jovem, o que leva em suas mãos?


-Ah, são os rascunhos de um soneto para ela...


-Se quiser, posso revisar o texto e purificá-lo dos erros de português...


-Não se preocupe, sou bastante letrado para revisá-los! - Respondeu D. Alexandre enquanto cruzavam o salão e conferiam os preparativos para o aniversário de Berenice até se encontrarem com os reis Hildegardo Camilo e Verônica bastante preocupados ao descerem a escadaria.


-Graças a Deus estás aqui! Precisamos de sua ajuda!


-Pois não, vim tratar de outro assunto urgente, mas se eu puder ajudar...


-É Berenice, há horas que não sai daquele quarto! - Respondeu a rainha. - Não sabemos se está doente ou dormindo, ela nunca se isolou por tanto tempo!


-Talvez alguém invadiu o quarto de nossa filha e esteja mantendo-lhe em cárcere privado! - Sugeriu o rei aflito de tal maneira que precisava ser amparado por todos, mas não havia tempo a perder.


-Então vamos logo! - E D. Alexandre seguiu com toda a corte pelas escadarias até o terceiro andar do palácio, onde ficavam os aposentos reais. Dentro do quarto, Pedro e Berenice foram surpreendidos com as batidas na porta e vozes que chamavam por ela.


-Filha, abra esta porta! Abra por favor, e nos responda! Tem alguém aí com você?


-Berenice, nos responda, abra a porta ou tomaremos medidas drásticas! Abra!


-É Alexandre! Corre Pedro, se esconde no guarda-roupa!


-De novo?! Mas eu não caibo no guarda-roupa!


-Então vamos à "operação Rapunzel". Vou tecer uma corda com todos os lençóis e você descerá por meio delas!


-Pois não alteza! - Sem piedade, Pedro arrancou as cortinas da janela e ajudou Berenice a preparar a corda; os tempos em que amarrava cavalos e bois às carroças deram-lhe força e agilidade acima do comum, mas a paciência se esgotava de ambos os lados!


-Ouço vozes, tem um homem lá dentro! - Afirmou D. Alexandre sem saber quem estava mais nervoso por Berenice, o rei ou a rainha.


- Por sua saúde Majestade, pare de ler estes livros de suspense e terror medieval! – Sugeria Odivelas enquanto amparava o rei e estranhava o olhar que D. Alexandre lhe fazia.


-Eu sabia, eu sabia! Tem um seqüestrador aí dentro e deve estar armado, Alexandre tome sua espada!


-Para trás perdoem-me! - Todos tremeram quando Alexandre desferiu golpes e chutes contra a porta trancada do quarto enquanto os dois terminavam a corda improvisada; quando a princesa lançou-a pela janela, a porta veio abaixo e todos partiram para cima de Pedro enquanto os reis reencontravam Berenice sã e salva.


-Minha filha! O que esse tipo fazia com você?!


-Me soltem, preciso salvá-lo! Fuja, Pedro!


-Melhor sairmos daqui e proteger sua integridade antes que... - Respondeu Odivelas. Tamanha era a fúria e proteger sua princesa do tal "seqüestrador" que D. Alexandre nem reconhecera seu oponente enquanto se defendia dos socos e chutava-lhe a barriga para saltar da janela com a corda.


-Ainda não terminei com você! Volte seu patife!


-Ah é? Desce aqui e vem terminar! - Gritou Pedro que balançava o punho e se mantinha agarrado à corda que Berenice esquecera de amarrar aos pés da cama. Até ela retornar e amarrar o ultimo pedaço, Pedro levava uma queda desastrada no chão e chamava atenção dos guardas que ali passavam. Como sobrevivera a tamanha queda, só Estefânia nos explica.


-Alexandre, o que está fazendo?! - Indagava a rainha Verônica enquanto D. Alexandre tomava a corda de Berenice e amarrava junto à sua penteadeira.


-Ele me chamou, vou terminar o que comecei com chave de ouro! - Que falta lhe fizera um instrumental glorioso vindo dos céus! Nem Amadis de Gaula ou Rei Arthur sentiam-se tão imponentes como D. Alexandre antes de descer pela janela e se jogar! Restava aos reis e Odivelas ajudarem-no enquanto Berenice se revestia da capa para fugir novamente.


-Preciso ir, isso já passou dos limites!


       Como não soubessem do prisioneiro foragido, os guardas do palácio e jardineiros ali presentes socorriam Pedro, imaginando que ele estivesse limpando as janelas da família real. Estava tão nervoso que nem raciocinara direito, mas conservava sua espingarda nos ombros e embora estivesse vazia, poderia usá-la para se defender. Quando as coisas pareciam se acalmar, lá vinha D. Alexandre descendo pela corda improvisada por Berenice.


-Fui judiado e sem munição, me perdi no quartel, ninguém me deu chance pra me defender, me ameaçaram, perdi até a corda... Eu não agüento mais e... Alexandre?!


-Agora vai ter o que merece! - Bradou o cavaleiro ao alcançar o chão e largar a corda. - O que você faria com minha Berenice?!


-Égua não! – Gritava Pedro. Os dois passaram a correr como gato e rato pelos jardins até caírem no chão de paralelepípedos. D. Alexandre puxou-o pela gola da fantasia de marquês e estava para esmurrá-lo até ouvir a única voz que poderia interrompê-lo durante uma batalha.


-Solte-o, por favor! Eu o trouxe da prisão! Prenderam-no por algo que não fez e nem pôde se defender! Por minha família, por mim... Não batas em Pedro!


-Berenice... Pedro?! - E ele voltou-se novamente para o rapaz que se recompunha com o chapéu e a espingarda de sempre. Inacreditável, ali estava o caçador que conhecera na floresta com promessa e vontade de ser também cavaleiro. Um tanto abatido por tudo que passou e a raiva sentida, mas era Pedro de Souza Antunes, seu aliado. - Você sumiu da praia... Julguei que havia se perdido ou desistido de nós! Como vieste aqui?


-É uma longa história...


     Cavaleiro e caçador sentiam o mesmo; tão assombrado com sua jornada que não sabiam o que dizer ou fazer. A inocente princesa e a fada Estefânia passaram a observar dois meninos marcados por suas dores independente do recorde de socos até se perdoarem com um abraço; silencioso e intercalado com suor, lágrimas e palavras que ressoavam até onde Abaruna se recolhia num silencio semelhante ao do sábado santo, quando todos esperavam os sinos de uma manhã radiante.


-Espere, como fostes parar no viveiro?


-E eu sei? Só entrei porque tinha uma placa indicando aquela sala era a das inscrições e entrei...


-E ainda por cima te ameaçaram para não contar o que viste ali dentro!


-Guardas! - Ordenava o monarca. - Prendam-no, é perigoso demais para nós!


-Deixe comigo Majestade, este é o caso mais improvável que já tivemos e merece sua devida atenção. Eu e Berenice confirmamos a inocência deste rapaz e que tudo não passou de um mal-entendido que se arrasta há dezessete anos!


-Lá vem discurso... - Murmurava Pedro.


-Por sinal, pensei em como contaria isto aos reis de nossa Angustura, terra de maravilhas, prosperidade e esperança em meio às armadilhas do mundo... Sem discursos por hoje Majestade, apenas examine estes papéis.  


         Para desânimo dos curiosos que assistiam e dos cavaleiros que preparavam as armas, o rei dispensou a todos por se tratar de um assunto familiar. Foram tantas emoções e façanhas em poucas horas que todos precisavam descansar e se recompor; D. Alexandre, Pedro e a princesa Berenice sentaram-se junto à fonte enquanto Odivelas e a rainha Verônica não se desgrudavam de Sua Majestade, temendo novos choques enquanto ele analisava os recibos.


-Odivelas Fayoum!!! Explique-me tudo isso!


-Explicar? Ora são os rascunhos do soneto de D. Alexandre para pedir nossa princesinha em casamento! Ele é tão perfeccionista, não pode errar que rasga e recomeça tudo de novo...


-Pois esqueceste que é proibido contrabandear nossas aves para outros territórios?! - Nisso, Odivelas deu um salto e se fez indignado enquanto papagaios e tucanos se agitavam em suas gaiolas. - Dezessete anos! Todo o prestígio e confiança não lhe foram suficientes?! Estes são os recibos de compra que D. Alexandre me trouxe! Grande professor, conhecedor das leis, endoidou de vez?! Seu... Seu... Mequetrefe!


-Nunca lhe vi tão aflito! Contenha-se, posso lhe explicar!


-Ninguém me chamou aqui, mas era tanta ave presa lá no viveiro escuro que nem dava pra contar!  Dava pena de ver Abaruna todo triste lá dentro!


-Abaruna num viveiro escuro?! Pois continue, ouvirei seu relato!


       Pedro continuou falando sobre as condições em que Abaruna e todos os pássaros se encontravam até o momento em que fora preso e ameaçado por vários guardas. Só podiam ser Afrânio, Rufino e os demais comparsas de Odivelas que acobertavam todo o esquema! Por sinal, lá ia ele saindo pé ante pé devagarzinho na esperança de passar despercebido, mas logo foi avistado pelo rei.


-Guardas! Peguem-no e joguem-no na mesma cela onde este jovem esteve! Odivelas, você rompeu todas as barreiras de tolerância!!!


-Majestade, considere os conselhos ditos, a boa educação que deixei à vossa filha, nossa amizaaaaa!!! - Logo Odivelas disparou ao ver tantos guardas ao seu encalce. Pedro sentiu fortes câimbras nos joelhos e foi amparado por D. Alexandre e sua princesa, ainda sentida por Odivelas. A corda tecida para a operação Rapunzel continuava pendida na janela quando a rainha Verônica se aproximou do marido perplexo e traído por seu maior conselheiro.


-Camilo, descanse! Estás tão nervoso, olhe teu coração...


-E meu amor tinha razão. Sempre teve a minha Verônica... - Desde que fora apresentada a Odivelas, a rainha sentira leve desconfiança e implicara com ele, mas o rei não lhe dera crédito. Suas intuições se confirmaram, mas ela amava o marido demais para contar vantagem sobre ele, que ainda sofria pela confiança ferida e o contrabando de aves vir à tona. Que D. Domingos não soubesse agora!


-Nem se eu fosse derrotado pelos Campineiros me sentiria assim. Mas tudo é superado pela honra, verdade e o amor de uma família!


-Com toda a razão Majestade... Ei Pedro, onde vais?


-Ah não quero me meter em assunto de família! Agora que tô livre, vou descansar, me inscrever na Cavalaria e... Ih, quebrei meu dente!


-Fique conosco meu jovem, em reparação por todo teu sofrimento e nossa gratidão por desmascarar esse maluco! - Todos aplaudiram e comemoraram a inocência de Pedro que passara a ser acolhido como se fosse um membro da família real.


-Esperem, ainda tem algo que ainda não descobrimos. - Comentou a rainha Verônica. – Pedro, pode nos explicar como saíste daquela prisão?


-Bem lembrado, minha querida! E como foste parar no quarto de nossa filha? - Indagava o monarca enquanto a princesa se aproximava com a capa cor de sonho em mãos.


-Paizinho, uma vez o senhor não permitiu que eu visitasse a prisão para visitar um dos prisioneiros. Mas a capa de minha mãe concedeu este presente!


-Minha princesinha!!! - Finalmente o rei desmaiou nos braços da esposa admirada com a façanha da filha enquanto Pedro achava graça.


-Se ela mesma fosse atrás de Abaruna, acharia ele antes de mim e Alexandre! - Dizia ele enquanto o cavaleiro se encabulada perto de Berenice. Tal aventura seria bastante comentada no palácio e se somaria não só as outras já vividas como as que estavam por vir.


       Uma semana depois, D. Alexandre cuidaria da pequena expedição onde os pássaros aprisionados seriam libertos na floresta enquanto Abaruna descansaria num viveiro novo; os guardas que prenderam Pedro e os cavaleiros que colaboraram com o esquema de Odivelas foram destituídos de seus cargos e expulsos da Cavalaria Real. A essas alturas, o sol raiava no coração dos cavaleiros e daquelas aves ansiosas para reencontrar sua liberdade e dispostas a auxiliar as pobrezinhas acostumadas ao cativeiro.


-Devolver liberdade a estes pequeninos é uma dádiva! E pensar que nossos companheiros cederam a este esquema terrível!


-Ah, mas eles só foram expulsos e olhe lá! Quem levou a pior foi Odivelas que deve estar mofando no cativeiro! Professor de contrabando...


-Deixemos os infratores de lado e vamos preparar a libertação. – Respondeu D. Alexandre. – Ah, a natureza me inspira de tal forma que preciso discursar sobre...


-Silencio! Já vai começar! – Abertas as gaiolas, todos os pássaros formaram um grande espetáculo aos olhos dos cavaleiros e da natureza emocionada com o retorno de seus entes queridos. Por ali, flores e frutos fora de época brotavam em suas aves enquanto borboletas e colibris se misturavam a bela revoada, mas Dinahi e seus irmãos não se davam por satisfeitos. Além de estranhar o porquê dos cariuas devolverem liberdade aos pássaros, eles davam por falta de Abaruna.


-Abaruna não veio, não veio com eles!


-Tem fé Dinahi, procura de novo! – Respondia Moacir ainda sob a forma de arara. Todos a encorajavam mas ao termino da revoada ela pousou e se pôs a chorar desolada. Do que adiantava a alegria se Abaruna não estava?


-Ouço cariua dizer que haverá uma festa na tribo deles. Daqui a doze dias acontecerá e lá soltarão Abaruna, a não ser que a gente surja antes!


-E depois voltaremos a nossos pais? – Indagou Dinahi, mas isso já era outro assunto. Agora era o momento de tramar o resgate de Abaruna e marcar presença entre os cariuas com a melhor indumentária, pois os Guaharis adoravam festas grandiosas e belas cerimônias!


         Como Odivelas se cansara de correr ao redor do palácio, deixou-se capturas pelos soldados que o conduziram á mesma cela onde Pedro fora aprisionado e por sorte levava seu lápis de estimação e um bloquinho de anotações onde escreveria suas memórias na esperança de serem publicadas e servirem como justificativa para o crime de contrabando. Á princípio, os prisioneiros se surpreenderam ao notar o famoso conselheiro real entre eles, mas logo o transformaram no mais novo motivo de piadas. Sempre elegante, Odivelas professava horror a tanta algazarra e continuava suas memórias.


          “Em minha terra natal fui um exímio colecionador de aves e cacei muitos deles só para ouvir e ter seu cantar junto a mim até perder tudo naquela revolução espanhola e ser metido a força no navio que me trouxe a Angustura. Somente aqui conheci esse ideal de não caçar sem real necessidade, mas o que poderia fazer? Para conciliar o cumprimento da lei e minha mania de colecionar, decidi criar as aves por um tempo e depois vendê-las com o auxílio de Afrânio, Rufino e muitos outros. De repente fui descoberto e agora estou nesta cela, destituído de tudo e com essa goteira atrapalhando minha concentração, mas aceito meu destino sem vinganças para que meus aliados pensem o mesmo e... Como me arrependo!”


-Ei caravela, quer saber o preço da estadia?!


-Professor Odivelas, seu insolente! – retrucava o baixinho sem perder a compostura. Trinta linhas e uma goteira depois, Odivelas resmungava com saudades das bibliotecas, da vida maravilhosa no palácio e da confiança outrora recebida de Sua Majestade... – Ainda por cima, perderei o primeiro sorriso de Berenice... Por D. Carlos Maria, estou frito!


-Ora vá dormir segura vela! – Provocou-lhe outro prisioneiro.


        Chegara o dia de apresentação dos aspirantes á Cavalaria; em poucos minutos Pedro vestia o uniforme composto por calça e blusa branca, cinto preto, jaqueta azul marinho com botões e charlateiras douradas, barretina e botas pretas devidamente engraxadas. “Ah, se a mãe me visse, ficaria doidinha!” ele dizia, e quando deu por falta das luvas brancas elas lhe foram trazidas por Estefânia numa caixinha vermelha e brilhante com o brasão da Cavalaria Real.


-Pedro, guarde bem o teu passado e viva teu presente sem se esquecer do futuro!


-Ah, só podia ser você! Sabe, daqui a pouco minha promessa se cumpre e a jornada termina, mas... Depois de tudo isso, queria reviver tudo de novo!


-Quem disse que já vai terminar? Deixe-me enluvar suas mãos, esta é só a primeira de muitas e logo mais deverás proteger, uma vez que foste bem protegido!


-Espera! – Respondeu Pedro entregando-lhe um bilhete. – Leva esse recado pra mamãe, ela precisa saber que estou aqui!


        Estefânia garantiu que dona Rosaura saberia dele o quanto antes e partiu enquanto Pedro bebia da água também deixada por ela numa garrafa de cristal. Em poucas horas, todos os aspirantes seriam conhecidos por seus padrinhos, mestres e veteranos no quartel da Cavalaria Real; haja fôlego para contar o tanto de gente ansiosa ali presente! Obviamente o assunto recorrente era a expulsão dos cavaleiros envolvidos no contrabando de aves e a prisão de Odivelas Fayoum, até então tido como um grande homem.


      Devido a ausência de D. Domingos que visitava os menores povoados de Angustura, D. Alexandre assumiu suas funções e a cerimônia de apresentação dos aspirantes começou com a presença da família real serruyana e da execução do hino de Angustura, cuja letra resumia toda a sua história. Nem todos sabiam cantar, por isso murmuravam algumas palavras e mantinham suas mãos enluvadas junto ao peito até o pequeno discurso de boas-vindas.


-Caríssimos, é uma honra recebê-los neste dia especial. Que esta nova geração se mantenha fiel aos nossos princípios e saiba repudiar as condutas irregulares recém-descobertas e punidas com todo vigor. Viva a fidelidade aos princípios, a honestidade e viva nossa Cavalaria Real!


-Viva, viva, viva!!! – Bradavam cavaleiros e aspirantes entusiasmados.


-Viva a família real serruyana de Angustura!


-Viva, viva, viva!!! – Em meio à vivas, D. Alexandre convocou os aspirantes a darem passos à frente; todos seriam apresentados em ordem alfabética e acolhidos com uma calorosa salva de palmas.


       E quando “Pedro de Souza Antunes” foi chamado, ele respondeu com um sonoro “presente” e recebeu de D. Alexandre a espada que usaria em seus treinamentos; agradecido, ele retornou a seu posto, cumprimentou seus novos companheiros e por um instante julgou avistar uma figura ruiva e corpulenta entre os veteranos, mas tudo não passara de impressão. Duas lágrimas teimavam em descer de seus olhos felizes e... Égua, nem ele entendia o porquê!


-Pai... Não se esquece da mamãe e avisa ela também?



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Autor(a): Ginny Potter

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 "Mãezinha,          Até que enfim pude lhe escrever e avisar que cheguei no quartel da Cavalaria Real. Nem lhe conto quantas feridas arrumei no caminho pra não preocupar a senhora, mas já me curei de todas elas. Lembra de chamar a prima Luisinha  pra te ajudar e fazer companhia porque vou demorar ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • Magda Postado em 07/04/2019 - 15:41:35

    ah, eu tenho uma fic baseada em tvd com o casal vondy, caso vc se interesse de ler: https://fanfics.com.br/fanfic/24829/memorias-de-uma-vampira-diego-finalizada

  • Magda Postado em 07/04/2019 - 15:40:48

    oiie, leitora nova! se quer uma dica, nao posta tudo de uma vez nesse site. Vai postando ao pouco, uns capitulos por dia ou mesmo por semana, tudo de uma vez o proprio site não divulga mt ai vc perde a chance das pessoas verem. Beijito!!


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