Fanfics Brasil - Dezessete Rosas Abaruna

Fanfic:  Abaruna | Tema: Original


Capítulo: Dezessete Rosas

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         Quando um príncipe ou uma princesa da família real serruyana completava dezessete anos, tal ocasião tornava-se um marco na história de Angustura, pois significava a maioridade alcançada, a passagem da adolescência para a vida adulta e o recebimento de autoridade suficiente para influenciar e se envolver nas questões essenciais do reino; por isso o aniversário de Berenice era tão aguardado e receberia um toque especial.


       Após um sono longo e profundo, ela despertou cedinho com o toque dos sinos da distante igreja, os afagos da rainha Verônica e os sorrisos das criadas que lhe traziam chocolate quente e croissants em suas bandejas de cristal. No pátio do palácio, o rei Hildegardo Camilo assistia o retorno de seus emissários reais que durante meses percorreram todo o reino de Angustura para convidar os súditos à semana festiva, e quem não pudesse vir teria de organizar as famosas quermesses em homenagem à jovem princesa.


-Desperte minha rosa, chegou teu grande dia!


-Ah mãe, são seis horas da manhã! - Murmurou Berenice ao lutar por mais meia-hora de sono, mas teve de ceder.


-Por isso mesmo você deve se levantar, os preparativos avançam desde a madrugada e as senhoras da Casa dos Tecidos já lhe esperam com seus novos trajes!


-Sendo assim... Que tenham feito meu vestido como pedi!


-Nem a mim elas ousaram dizer como ficou, esse teu vestido é o mistério do dia! - Respondia Verônica, ajudando Berenice a sair da cama.


        Era domingo, o primeiro dia da festa e todos se mobilizavam como um grande e veloz maquinário; após a missa haveria o grande banquete no salão principal, organizado por vários cozinheiros, confeiteiros e toda a gente necessária para um evento fantástico. Ao som de canções alegres e harmoniosas, trinta assadores iam e voltavam com travessas de perus recheados, perus assados, tortas, bolos, pudins, frutas tropicais, vinhos e cestinhas com morangos para os convidados. Somando os parentes, integrantes da Cavalaria Real e a mais alta nobreza, D. Domingos, D. Alexandre e Pedro ocupariam seus lugares de honra junto à família real enquanto Odivelas vivia de lamentações em seu cárcere.


-Anos de prestígio e dedicação esquecidos! Como perdi meu lugar ao lado do rei?!


-Alguém liberta esse almofadinha?! Ninguém mais agüenta o choro dele por aqui! - Reclamava um dentre tantos prisioneiros que o apoiavam.


-Com licença, Odivelas Fayoum se encontra? - Indagava a voz desconhecida ao carcereiro e demais prisioneiros. Tratava-se de um emissário real com seu pergaminho amarelado em mãos para anunciar o seguinte. - Sua Majestade, o rei Hildegardo Camilo de Serruya concede-lhe habeas corpus extraordinário para comparecer ao aniversário de Sua Alteza Real, a princesa Clarice!


-Deus seja louvado, sou um homem de sorte! - Exultou Odivelas de tão emocionado que nem percebera o erro no nome da princesa. Sob vaias e provocações, o carcereiro teve de obedecer tal ordem e deixar nosso professor sair da cela; pelo corredor ele não cessava de exaltar a benevolência do rei e sua própria liberdade.


-E como estão os preparativos da festa? Não vejo a hora de mil vezes agradecer...


-Estão a todo vapor, meu caro! Será um dia inesquecível para todos nós!


-Espera, se não me engano este caminho não nos leva ao palácio...


-Ainda não vamos ao palácio! Antes devemos acertar algumas coisas quanto à sua liberdade, mas não se preocupe, chegaremos à tempo!


         Às oito e meia, todos aguardavam a chegada da família real em sua carruagem para a missa votiva; fazia pouco tempo que D. Alexandre não via Berenice e nem soubera o que ela achara do poema, por isso tal demora parecia durar uma eternidade! E mesmo uniformizado e dividindo espaço com ele, Pedro sentia-se encabulado por estar junto de tantos duques, barões, viscondes e marqueses com suas famílias, além dos parentes distantes da princesa e das damas de companhia que riam e cochichavam sobre ele e o episódio da fuga.


-Alexandre, que é que elas falam de mim?!


-Elas têm culpa se você trouxe fortes emoções à este palácio? - Brincava D. Alexandre. Em seguida, Pedro olhou para as damas que por sinal achou-as bonitinhas. Bastou uma simples piscadela para deixá-las coradas até o anúncio do arauto real.


-Levantem-se! Aí vem Sua Majestade, o rei Hildegardo Camilo, sua rainha Verônica e sua alteza real princesa Berenice de Serruya!


      Imediatamente, seis lacaios se dirigiam à porta da igreja para ajudar a família real a descer de sua bela carruagem. Primeiro surgiram o rei e sua rainha visivelmente emocionados e vestidos elegantemente, saudando os convidados; em seguida todos silenciaram ao ver a jovem encantadora que parecia flutuar pelo tapete vermelho. "Ah, como é linda!", "Que graça de princesa!" "Tão linda quanto uma rainha!", dentre outros elogios tecidos para Berenice e a expressão de D. Alexandre era a melhor de todas!


-Égua mano... Cê tá vendo o que tô vendo?


-O que fizeram de Berenice... O que digo? - - Indagava o cavaleiro, todo perplexo. Nossa princesa usava um longo e rodado vestido azul-marinho com estrelas douradas e cintilantes da cintura até os pés adornados com sapatinhos também dourados de camurça; seus cabelos presos num elegante coque traziam uma rosa vermelha que Berenice retirava para juntá-la a grinalda com outras dezesseis, somando assim dezessete e a idade alcançada.


        Feito o gesto simbólico, iniciava-se a missa na catedral de Nossa Senhora do Rosário, repleta de imagens e vitrais coloridos com o brilho do sol. Acima do altar, Nossa Senhora ninava seu Menino Jesus no colo e parecia sorrir com todo amor e sempre devoto, Pedro rezava e pedia por dona Rosaura e seu futuro cavaleiro enquanto recordava toda a jornada vivida. Ainda tonteado por Berenice, D. Alexandre se encantava por tudo que via inclusive o piso lajotado da igreja.


-Terei de amarrar meus pés no chão, do contrário tudo por aqui me fará voar!


-Tudo por aqui ou... Tudo nela? - Questionava Pedro.


        Do lado de fora, a população acompanhava a missa até o seu final e ao também admirava cada detalhe da tradicional carruagem quando os sinos replicaram sem parar, anunciando o início do cortejo festivo; todos gritavam vivas e aplaudiam entusiasmadas a família real serruyana que saudava a todos até sua chegada ao palácio real. Por onde passava o desfile de carruagens e seges, soltavam-se fogos de artifício e balões coloridos para alegrar aquela manhã.


-Mãe, é hoje que D. Alexandre me traz Abaruna?


-Se seu pai decidir... É hoje, querido?


-É hoje sim! E a chegada dele será o grande momento de nosso banquete! - Respondia o rei enquanto o cocheiro apressava o andar da carruagem e recostada no ombro da mãe, a imaginação de Berenice voava longe...


           Por volta das onze horas, o salão principal estava ricamente enfeitado com fios de ouro e pedras preciosas em formato de estrelas dependuradas no teto e nos arredores, cujo brilho doía nos olhos e a mesa posta com todas as deliciosas iguarias em pratos de louça, jarros e travessas de cristal além de talheres variados determinando o clima festivo que deveria reinar. De fato, tudo exalava festa, alegria e renovação em muitos corações, menos no da própria aniversariante ainda incapaz de sorrir e tomada de estranha apreensão.


-Algo errado contigo filha? Nem comeste direito...


-Nem eu sei o que há comigo... Ah não, só vou me acalmar quando Abaruna chegar!


-Tudo em seu tempo minha filha; agora é o momento de se alegrar! Este é um dia todo seu! – Os reis Hildegardo Camilo e Verônica só ficaram aliviados quando a filha começou a comer e conversar com as autoridades ali presentes; em seguida juntara alguns doces para compartilhar com os primos, as damas de companhia e suas amigas que dançavam com alguns cavaleiros. Quisera também dançar com Alexandre, mas ele estava no pátio do quartel organizando a chegada de Abaruna que pousara em seu braço direito ladeado pelos demais cavaleiros e a banda marcial de Angustura até Pedro bater o pé e gritar de repente:


-A espada, eu esqueci! Dá tempo de buscar?


-Não dá tempo meu jovem, mas os pajens ainda estão no corredor arrumando as espadas de reserva. Vá lá e me volte em cinco minutos! - Ordenou D. Domingos pois Alexandre estava entretido demais com seu elegante companheiro e o sorriso que Berenice faria quando o recebesse de suas mãos.


-Foste tu meu caro, quem nos destinou um para o outro?


"Tu não me escapa, não me escapa, não me escapa! Se eu contar de um a três eu me vingo duma vez!”


      Seguindo a harmonia da orquestra e o sopro festivo do vento, Dinahi e seus irmãos sob a forma de araras revoavam à procura do palácio onde Abaruna seria apresentado. Assim como nossa aniversariante real, a pequena também não via a hora de rever seu amigo adorado que interiormente também esperava pelas duas; o que incomodava era a cantiga desafinada, cantada por uma voz sinistra e infantil. "Tu não me escapa, não me escapa, não me escapa! Se eu contar de um a três eu me vingo duma vez!" Tal cantiga somada a pressa por uma espada perturbava Pedro de tal modo no corredor que de repente ele se esbarrou com Odivelas e os dois caíram juntos no chão.


-Oh me perdoe, nem lhe vi chegar! E se puder me ajude, é caso de vida ou morte!


-Eu que peço desculpa, tava tão agoniado que... Mas você não é o tal do Odivelas que prenderam no meu lugar?! - Pedro já ia se indignar quando Odivelas ajoelhou-se diante dele e implorou sua ajuda entre lágrimas e olhos inchados.


-Eu fui enganado, eu fui enganado! Enganado com uma promessa de liberdade e por aqueles que se diziam amigos meus e agora planejam atentar contra a vida do rei! Por D. Carlos Maria acredite em mim, ajude-me a salvar o rei e a me redimir por tudo que fiz!


-Ah pois vem logo que só chorar não resolve, ainda tem os cavaleiros lá na frente que podem nos ajudar! - E os dois correram sem tempo de buscar espadas ou mosquetes pois segundo Odivelas, o ataque estava previsto entre os parabéns da princesa e a chegada de Abaruna!


-Ora essa meu jovem, do que está rindo?  De repente esqueceu a gravidade da situação?!


-Tô rindo por você me pedir ajuda ao invés de ter raiva de mim!  Égua, quem diria...


"Tu não me escapa,


 Não me escapa,


Não me escapa! (2x)


Se conto de um à três


Eu me vingo duma vez!"


    Ah cançãozinha tão feinha, vingativa e sem gracinha que Juripuri teve preguiça de criar um título melhor cuja melodia serpenteava por trás da harmonia festiva e incomodavam os poucos que podiam escutá-la; o mal se fazia presente ameaçava toda a alegria enquanto Abaruna tudo pressentia e transmitia seu pensamento ao diabrete. Pouco a pouco, os fatos ocorridos tanto no cenário principal como nos bastidores formavam a ocasião mágica, inusitada e jamais ocorrida noutro lugar.


"Meu amigo, porque vieste?"


"Por fim nos reencontramos! Pronto pra me ver triunfar?"


"Ora cale-se!" Ordenou Abaruna. "Desde quando o mal se sai vencedor?"


"Desde que ele esteja em minhas mãos, de tudo sou capaz!


"A única coisa que você terá se levar isso adiante é sua autodestruição!"


"Que te importa? Através de meus amigos, a princesa te perderá e sofrerá o que também sinto: A dor de perder o que tive e mais queria em minha vida"


"Se essa é tua escolha... Adeus, meu amigo!


"Arre, eu nunca fui seu amigo! Nem eu e nem ninguém vai ser, quer ver?!"  E Abaruna inclinou a cabeça enquanto o cortejo animado prosseguia, Pedro e Odivelas reuniam os demais cavaleiros para impedir o suposto atentado ao rei e Dinahi com seus irmãos chegavam ao belíssimo palácio.


-Bravos, continuemos como araras para não chamarmos a atenção deles. Dinahi vai à frente para descobrir alguma coisa. - Ordenou Abeguar enquanto a pequena fechava os olhos, se deixava guiar pelos sons e deitou-se no chão por alguns segundos. Quando Moacir pousou ao seu lado, ela anunciou o que estava por vir:


-Abaruna e Juripuri se enfrentam em pensamento, eu ouço... Abaruna meu corre perigo! Apressai-vos irmãos!


-Apressai-vos! - Bradaram os doze que regressaram à sua forma humana e adornada por belíssimos cocares grandes cocares, acessórios marajoaras, armas em punho e rostos pintados de vermelho. À frente Dinahi voava enquanto os doze imobilizavam quem a perseguisse, assombrando os demais.


-Vejam a criança voar, só pode ser milagre ou bruxaria!


-Fujam! Fujam desses selvagens, eles querem nos matar!!! - Gritavam os nobres estrangeiros que jamais viram os índios de perto, bradando fortemente aos poucos cavaleiros que ousavam enfrentá-los enquanto Dinahi avançava.


           Chegando ao palácio, Pedro, Odivelas e os demais cavaleiros que escutaram seu apelo logo avistaram o tumulto causado pelos índios; aqueles que a muito custo foram convencidos a proteger o rei de alguma ameaça passaram a discutir entre atacá-los ou prossegui-los até o salão principal. No calor da discussão, o jovem aspirante e o professor se afastaram rapidamente.


-Foi melhor assim, vai que enganavam a gente e te prendiam de novo? Mas seu Odivelas, tu sabes onde eles estão?


-Decerto em algum lugar no subsolo ou nos corredores por onde aquele emissário me atraiu e revelou o plano deles. Há tantas passagens secretas nesse palácio que o próprio rei desconhece quais são!


-Vumbora pro salão, a essas horas eles já se misturaram com o povo! - Respondeu Pedro enquanto os sinos replicavam novamente; começava o festivo cortejo no qual D. Alexandre traria Abaruna à princesa Berenice que por sua vez fora proibida de se aproximar das janelas, tudo seria uma surpresa para ela e seus nobres convidados.


      Terminado o banquete, as sobremesas e cestinhas com morangos foram servidas aos convidados durante a tradicional cerimônia em que as madrinhas ofertavam presentes acompanhados de seus melhores desejos à princesa que se assentava no trono real e se tornava o centro das atenções; para espantar o nervosismo, seus pais ficavam ao lado dela e seguravam em suas mãos enquanto se aproximavam as duas sobrinhas do rei, filhas de seu primo Eugênio de Serruya.


-Aí vem Georgina e Agustina! - Suspirou o rei. - Ainda bem que Eugênio não se tornou rei em meu lugar! Mal soube lidar com estas meninas, imagine todo um território!


-Papai, elas são tão gentis... - Respondia Berenice enquanto as acolhia e delas recebia seus belos mimos: Um perfume francês, colares de pérolas e caixas de pó de arroz. - Agradeço vossos presentes, são tão lindos!


-Nós que agradecemos por esta ocasião! Este baile está um luxo! - Respondia Georgina que de vez em quando desejava voltar no tempo e convencer Hildegardo Camilo a permanecer no mosteiro enquanto o pai reinaria em seu lugar.


-Berenice, quando teremos nossas aulas de pintura?


-Assim que terminarem os festejos Agustina, eu prometo! - Respondia Berenice enquanto se despediam das irmãs de Cinderela digo, suas primas que ao se afastarem cochichavam entre si e guardavam doces em seus bolsos.


-Eu no lugar dela sorriria até para os mendigos!


-É a doença minha irmã! - Respondeu Agustina. - Ela sofre tanto...


-Sofrer, com tudo que possui?! Tudo bem, somos princesas por parentesco mas discordo de quem arruma qualquer motivo para sofrer ao invés de reconhecer a vida boa que tem e... Agustina?! - Indagava Georgina que logo viu a irmã escolher um dos jovens cavaleiros para dançar.


         Parentes, damas de companhia e todos os que integravam a nobreza brindaram a princesa com vestidos luxuosos, cavalos de passeio, exemplares de "As mil e uma noites", "Histórias ou contos de outrora", "A bela adormecida no bosque" e "A ilha das bem-aventuranças" além dos instrumentos musicais e de pintura. Mas sem duvida os melhores presentes foram a carruagem dourada de forro vermelho com janelas de cristal e uma versão feminina do uniforme da Cavalaria Real!


-Ora, que homenagem admirável a de vocês! Nunca imaginei nossa princesa se lançando num campo de batalha, mas é um bom começo para... As horas! D. Domingos eles estão à caminho?


-Sim meu caro, Alexandre e os demais já estão prontos! - Afirmava D. Domingos alegremente enquanto Sua Majestade tomava a palavra e o coração de Berenice saltava por dentro; chegara o tão esperado momento!


-Caríssimos, é uma honra celebrar convosco o aniversário daquela que há poucos dias era a nossa menina. Hoje nossa princesa Berenice vos é apresentada como adulta, cercada de dádivas, virtudes e dons a serem partilhados através de sua empatia e gentileza. Quanto a ti, minha filha.. Sorri, cresça e voe longe... – Já esquecidos de qualquer protocolo festivo, ambos se cercaram de abraços, sentimentos e lágrimas inocentes. – Verônica minha querida, é com você!


-Pois não, Camilo! – A rainha pôs uma venda escura nos olhos da filha e contou com o auxílio das damas para levá-la de costas até o centro do salão, onde se estendera um tapete vermelho e os convidados em silêncio formavam um corredor. Berenice criava tantas expectativas sobre o que viria e por pouco não se assustou ao ouvir as vozes que cantavam ao fundo do salão principal; vozes de pássaro e de gente!


"Tu és das rosas, mais formosa


Que nestes campos eu vi!


Exalas cores e singelos aromas 


Que enamoram o bem-te-vi!


Dar-te-ei com o dote sem igual


O meu ufano coração 


Que envia beleza, liberdade e cor


Nesta minha simples... Canção!"


    Todos aplaudiram e se encantaram pela exuberância de Abaruna que se dividia entre a alegria de estar ali misturada à dor sentida por Juripuri. De longe Pedro e Odivelas até se esqueciam do porque de estarem escondidos ali e Dinahi não continha a alegria sentida por revê-lo."Abaruna meu, Abaruna meu..." Ela sussurrava enquanto apertava seu muiraquitã e a canção de Juripuri prosseguia e aumentava de volume.


-Por fim, é chegado o momento! - Anunciava Sua Majestade enquanto D. Alexandre se preparava para soltar Abaruna de seu braço. - Faremos nossa contagem regressiva para que Berenice retire a venda e se encante por Abaruna com seus próprios olhos! Às damas, por favor...


-Dez! - Iniciava a rainha Verônica.


-Nove! - Brindavam os parentes com suas taças de vinho tinto como sangue.


-Oito! - Os índios chegavam ao salão.


-Sete! - A alta nobreza e os demais convidados admiravam Abaruna.


-Seis! - Georgina e Agustina desejaram-no de presente no próximo Natal.


-Cinco! - Os cavaleiros trocavam bilhetes amorosos com as damas de companhia.


-Quatro! - Algumas correspondiam de volta, outras preferiam Pedro ou Alexandre que não parava de questionar se...


-Três! - "Será que ela adorou o poema?" 


-Dois... Um! - Desesperados, Pedro e Odivelas saiam de seu esconderijo quando Abaruna fechou os olhos e voou em direção à princesa Berenice cujos lábios e semblante ensaiavam o tão esperado sorriso. De repente, toda a harmonia se desarrumou e ela viu seu lindo presente ser ferido por uma bala prateada no peito.


     "Se eu contar de um a três eu me vingo duma vez!"



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Autor(a): Ginny Potter

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • Magda Postado em 07/04/2019 - 15:41:35

    ah, eu tenho uma fic baseada em tvd com o casal vondy, caso vc se interesse de ler: https://fanfics.com.br/fanfic/24829/memorias-de-uma-vampira-diego-finalizada

  • Magda Postado em 07/04/2019 - 15:40:48

    oiie, leitora nova! se quer uma dica, nao posta tudo de uma vez nesse site. Vai postando ao pouco, uns capitulos por dia ou mesmo por semana, tudo de uma vez o proprio site não divulga mt ai vc perde a chance das pessoas verem. Beijito!!


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