Fanfics Brasil - Filha de um final feliz Abaruna

Fanfic:  Abaruna | Tema: Original


Capítulo: Filha de um final feliz

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-Égua! Por quanto tempo dormi?


Num único sonho, Pedro viveu inúmeras vidas. Foi pescador, cavaleiro ladeado de companheiros que se divertiam afugentando seus oponentes com seus cavalos, foi dono de um luxuoso e bonito casarão com vários cavalos e bois, e como cavaleiro ajudava sua mãe vestida de marquesa a descer de uma carruagem dourada. Em seguida, fora convocado para derrotar o Mapinguari, monstro horripilante que aprisionara a princesa Berenice numa caverna... Até acordar.


-Não tenho mais idade pra ser enganado desse jeito! - Assim reclamava dos cavaleiros de sua própria geração. Até criava certa consideração por D. Alexandre mas agora o considerava como convencido e mentiroso daqueles marotos. Olha Pedro, deixa a zanga para depois, tens uma missão a cumprir! Veja aqueles gravetos e cipós, não lhe dariam um bom arco e flecha?


-Bom dia Pedro, dormiu bem?


-Estefânia! Ô minha madrinha, por onde você andou?


-Te protegendo sempre... Só a desconfiança que lhe distrai e impede de me ver. Está melhor da golpeada?


-Ah estou sim, e foi tudo muito rápido! - Respondeu Pedro que novamente se indignava ao contar o ocorrido. - Me aborreci com uns cavaleiros de nariz em pé, que jogaram os cavalos deles pra cima de mim, torci meu pé, até montei num deles não sei como... Foi tanta coisa que você nem imagina!


- Mas você não vai deixar a promessa inacabada por causa deles, vai?


-Vou é nada, agora tenho mais vontade de continuar e mostrar pra essa gente que ser cavaleiro não dá o direito de enganar os outros!


-Eles só te perseguiram por espírito de competição achando que você também estava atrás de Abaruna, um lindíssimo pássaro que e D. Alexandre pretende levar até a princesa Berenice de Serruya e só ele pode curá-la de sua enfermidade. A história é longa, você nem imagina...


Pedro ria enquanto Estefânia imitava seu jeito entusiasmo de falar, mas logo a chama de esperança lhe sacudiu por dentro; tal história de cavaleiro atrás de pássaro milagreiro lhe interessava até se sentir tentado a também ir atrás de Abaruna e levá-lo à princesa. Teria o sorriso e a mão da princesa em casamento, seria elevado à condição de cavaleiro e teria ao lado da mãe a vida que tanto sonhava! Sem contar a visão daqueles cinco cavaleiros com dor de cotovelo...


-Opa, mas é a missão dele não a minha! Pra quê interferir? Vou é continuar do jeito certo, sem tomar a missão dos outros... Mesmo que eu fizesse, a princesa mandaria me prender porque esperava outro, não é madrinha? Madrinha?


Tirando um princípio de namoro com a bela Joaquina Ferreira outrora interrompido pelos tiros de espingarda e proibições do pai da mesma, quem Pedro amava de verdade era Luísa Pontes e Souza, uma sobrinha de dona Rosaura que não via há alguns anos. Como esquecer aquela menininha espevitada que o defendia dos outros meninos embora não quisesse? Até chegou a pedi-la em namoro na frente do tio Bastião e foi repreendido com uma boa chinelada por aquilo não ser coisa de gente pequena e ela sempre aceitava uma mão dada, uma prenda de festa junina... Restava saber se ela também aceitaria seu coração.


Agora lhes apresento um novo quadro, como se apresentam os contos de fadas: Era uma vez uma princesa em sua nursery inglesa com paredes rosadas, móveis delicados e pinturas encantadoras; ali havia toda a sorte de vestidos, chapéus, livros de romance e poesia, bonecas de porcelana, caixinhas de música e o espelhinho dourado a descansar junto à penteadeira. Ali também recebia do professor Odivelas suas aulas de história serruyana e francês sob o olhar atento da rainha Verônica. Desde que abandonara a Academia Luso-Brasileira de Donzelas, Berenice continuava seus estudos e se adaptava melhor ali do que numa sala composta por vinte meninas que sempre lhe provocavam, invejavam sua inteligência ou evitavam estar perto dela nos recreios e trabalhos em grupo.


Como era a vida de uma princesa incapaz de sorrir? Tão angustiante e improvável como um bolo de chocolate sem sabor, uma chuva sem gotas d'água ou um violino sem cordas. Improvável para nós, mas tal limitação vinha acompanhada de momentos de tristeza constante, crises de insatisfação que foram amenizando com a chegada da adolescência, dores de cabeça ou mera apatia que tanto preocupava o coração de seus pais quanto Odivelas e os próprios médicos que não conseguiam dar nomes à sua condição. Sem dúvidas, Berenice era uma bela princesa e seria muito mais se conseguisse mudar aquela fisionomia amuada e desconfiada de que fosse julgada por suas dores.


-Pois bem alteza, essa semana continuaremos a história do descobrimento de Angustura à partir de suas origens...


- Quando D. Carlos Maria era filho do Imperador João Constantino de Serruya?


-Bem antes disso minha querida... Ei, quem te disse o nome do Imperador?!


-Meus pais contam sobre isso desde que eu era pequena. São meus ancestrais!


-Pelo visto já se adiantou bem no conteúdo! Mas lembre-se de vez em quando de frear esses adiantamentos, pois isso lhe custou problemas naquela vez, sim? Bendita sociedade que estranha os sábios e enaltece os loucos! - Lamentava o professor enquanto a princesa suspirava. Dos oito aos treze anos, Berenice fora posta para estudar com meninas mais velhas que sempre a evitavam e julgavam-na metida por ser a melhor de sua classe e jamais sorrir. E ela recordava toda perseguição sofrida na academia, quando a rainha Verônica chegou e perguntou se havia algo errado.


-Muito pelo contrário, Majestade! - Exclamou Odivelas, retomando o entusiasmo por sua aluna mais ilustre. -Nossa petit mademoiselle, cada dia evolui em seus conhecimentos! É ou não é um reflexo desta excelente educação familiar? Mas agora venho lhe falar de uma novidade. Á pedido de seu pai, também aprenderás a dançar valsa em vista de seus dezessete anos e do futuro casamento...


"Outra novidade, e sem me consultar?" Indagava a rainha. "Lá vai meu querido esposo se render aos caprichos desse nanico inglês..."


-Professor! Quem há de dançar comigo? - Indagava a princesa Berenice toda apreensiva. - Por favor, que seja alguém paciente comigo, pois não tenho jeito para valsas... E eu também não sei se devo me casar.


-Não se preocupe, por enquanto ensaie sozinha ao som de "Linda Serrana" e cuide de vossa postura... Como?!"- Finalmente professor e rainha se concordavam em alguma coisa, inclusive trancaram a porta da nursery para que ninguém escutasse.


-Mamãe, lembra quando conheceste o papai? Vocês cresceram juntos como amigos e sempre corresponderam aos sentimentos um do outro. Sem cerimônias de envio, arranjos entre vossos pais, vocês se apaixonaram e escolheram ficar juntos! Não devo escolher também?


-E casamentos reais dependem do querer ou sentir?! - Indagava Odivelas, deixando a rainha boquiaberta. - Há dezesseis anos seu pai e D. Domingos Fuas Nolasco pensam nisso com tanto carinho!


-Como rainha de Angustura, eu lhe peço que deixe minha filha um pouco a sós, depois retome com suas aulas. Talvez ela esteja em crise...


-Adolescentes... - Respondeu Odivelas tomando a bengalinha e ambos deixaram-na sozinha para pensar. Não bastando a ausência de sorrisos, ela se sentia como suas próprias bonecas de porcelana, dependente de todos e revestida daquilo que imaginava que os outros de si mesma: Um bibelô e nada mais.


-E Alexandre que foi tão bom comigo antes de partir, onde estará? E se não voltar?


Em Angustura, todos conheciam e admiravam a história de amor entre o Rei Hildegardo Camilo e sua Rainha Verônica iniciada há dezoito anos naquele baile; além disso, Berenice era conhecida como a "princesa-filha de um final feliz"; mas como todo casal eles viviam seus conflitos diários por conta de idéias distintas e exageros reais, sem contar as "odivelices fayounescas" que de vez em quando rondavam as decisões do monarca. De vez em quando, a rainha se indagava sobre o que seria de fato um final feliz e o que haveria após esse final...


-Por entre aromas de rosas, vai a bela senhora...


-Camilo?! Que susto, não lhe esperava agora?


-Ora, não posso tirar um tempo ao lado de minha família? - Indagava o esposo, sorrindo e beijando-lhe a mão. Finalmente o rei faria outra coisa que não fosse ficar soterrado de ocupações; aos olhos de Verônica era o jovem príncipe que conhecera naquele baile. - E nossa filha, onde está?


-Está seguindo com suas aulas. Ou deveria, porque Odivelas não retornou...


-Dispensei Odivelas nesta tarde. Comprei este livro para a minha biblioteca, mas creio que será de melhor serventia para Berenice, um livro de aventuras.


-Logo vossa Majestade, furtando um livro da senhora biblioteca?


-Ainda posso me redimir, levando as duas para passear no jardim... - Por um instante, Verônica pensou "Ah, você não poderia ser menos Hildegardo e mais Camilo?", mas logo afastou tal pensamento de tão absurdo que era. Tanto Hildegardo quanto Camilo eram um só e não havia como serrá-lo ao meio e escolher um dos dois, por isso ela ficou com ele todo. Apesar de tantos anos de casados e uma filha para lhes suceder, ambos continuavam a construir final feliz que sempre desejavam e visavam o que haveria depois dele.


As aulas particulares do professor Odivelas davam à princesinha a possibilidade de voar e viver outras histórias, paisagens, vidas e personagens, chegando a querer empunhar uma espada e libertar inocentes da prisão, guerrear em defesa de Angustura ou mergulhar em seus rios; enfim desejar um mundo além daquela nursery segura e adorável onde fora criada. Enquanto isso não acontecia, Berenice pensava nos esforços de D. Alexandre para capturar Abaruna e a gentileza por ele concedida através do espelhinho.


-Que os dois me façam sorrir... Abaruna e ele! - Ela pensava enquanto segurava forte o espelhinho para compor a história um pardalzinho que desejava alcançar o sol e deixava certo sentimento florescer.


Aos pés da maçaranduba, a comitiva de D. Alexandre passava por novos apuros e desentendimentos porque Jeromão fora escolhido para vigiar o acampamento à noite enquanto os outros dormiam, mas ele não resistiu ao sono e no dia seguinte todos despertaram ao lado de pegadas miúdas, frutas mordidas, bolsas rasgadas e vazias de alimentos. Crentes de que eram os únicos seres humanos ali presentes na floresta, logo acusaram Pedro de ter reaparecido e furtado até sobrar culpa para os próprios cavalos.


-Alexandre eu sinto muito, mas Corre-Campo era quem estava mais próximo de nossa comida! - Dizia Jeromão ao reclamar e sacudir as bolsas vazias.


-Uma ova! Aqui vejo pegadas humanas, nada a ver com patas de cavalo! Além disso, Corre-Campo é nobre demais para estas coisas!


-Ah, você e Corre-Campo! -Respondeu outro cavaleiro. - Ambos são nobres demais não são? A cavalaria que se lasque por sua causa!


-Por minha causa?! Não tenho culpa se cumpro minhas devidas obrigações como cavaleiro e por elas sou contemplado!


-Falou o herdeiro de D. Domingos! Vive se achando o maioral, o protegido, futuro campeão! Se tu soubesses a verdade... Menino do Milagre!


-Que verdade?! Meu pai sempre me disse o que eu deveria saber e vocês nada têm a ver com o que sou ou que deixou de ser!


-É o que dizem por aí... - E assim, dois cavaleiros que não merecem ser citados deixaram a comitiva e regressaram para Angustura. Que classe de amigos, dias atrás festejavam com ele e agora lhe davam as costas! D. Domingos sempre disse ao filho tudo deveria saber e jamais se importar com as fofocas e especulações criadas por quem invejava sua sorte, embora faltassem coisas a serem esclarecidas.


Coisas estas que D. Domingos buscaria na capela azul de São João de Rio Adentro onde encontraria frei Salvador em seus trabalhos. Embora existisse a maravilhosa catedral de Nossa Senhora do Rosário, ele jamais se esquecia da singela, pequenina e também conhecida como a "capelinha de São Joãozinho" entre uma e outra expedição. Vendo o frade ocupado com seus afazeres, sentou-se nos últimos bancos e se distraiu com os quadros, a beleza do presbitério e as poucas imagens de santos que ali haviam e conservavam a beleza dos primeiros anos de Angustura como reino. Quando menos esperava, frei Salvador se sentara junto dele e o despertava de seus leves devaneios com sua simpatia.


-Que faz por aqui meu caro amigo? Vieste tratar daquele assunto?


-Frei Salvador?! O senhor estava... estava bem ali, varrendo atrás do altar! - Respondeu o cavaleiro abismado. - Sim, vim tratar daquele assunto... tens tempo para mim?


-Ora, não posso negar meus dedos de prosa com velhos amigos, ainda mais quando eles precisam de nosso auxilio!


-Pois bem, há muito tempo isso me perturba e não possuo novas informações sobre aquele homem com quem me encontrei no meio da floresta. Bendito homem, só sabia dizer o nome e pedir para que o levasse longe e eu o levei, julgando que estivesse morto. Era Manuel, um tal de Manuel...


-Andei pesquisando nos registros da capela e poucos Manuéis existiram em Rio Adentro, visto que os nomes mais comuns são Antônio, Pedro, José, João, Josimar, Ivanildo... Mas ontem descobri um Manuel, da família dos Antunes. Eram todos ruivinhos e saíram daqui a muitos anos após sua tragédia. Se a gente vasculhar mais um pouquinho, conversar com toda a gente... - Na ausência dos cartórios, os registros de casamentos, batismos e óbitos eram conservados pelas igrejas e ficavam à cargo dos frades. Apesar dos detalhes escassos, a chama de esperança também acendia no peito de D. Domingos e se alegrava com o incentivo revigorante de frei Salvador. Logo mais veria o filho se casar e assumir o comando da cavalaria; não seria justo deixá-lo sem os detalhes e as pessoas que fizessem parte de sua história.


Escondida entre os arbustos, a pequena indiazinha tentava entender a discussão entre os cariuas como ela chamava e os estranhos animais que eles dominavam. De vez em quando caia uma e outra fruta de suas mãozinhas e ela juntava tudo numa sacola velha enquanto caminhava de um lado a outro e chamava por sua única companhia que não tardaria a chegar; aos oito anos não possuía brinquedos típicos da infância ou sonhos bordados de renda, mas era a feliz guardiã de um grande tesouro.


-Abarunaaaaa!!! Vem Abaruna, onde você tá?


-Aqui estou Dinahi!- Respondia a bela voz que vinha do céu. Ao invés do susto ou da admiração costumeira daqueles que o viam pela primeira vez, Dinahi recebia alegremente o belo pássaro que pousava junto dela.


-Abaruna meu, Abaruna meu!


-Coração logo me disse que estavas aqui!


-Olha Abaruna, te trouxe comida! - A pequena se animava toda, mas logo percebia que Abaruna sabia a origem daqueles alimentos e não se alegrava por isso.


-Dinahi, o que te ensinei sobre o que não lhe pertence?


-Eles são maus! De noite eles tomaram nosso lugar e andam atrás de você! Bora fugir, você é Abaruna e pode tudo!


-Fujamos agora, mas não um dia virá o momento e escapar será impossível.


-Então não deixa o momento chegar! – Dinahi achava que momento se referia a algo ou alguém que pudesse fazer mal à Abaruna. Como leve repreensão e doçura, o pássaro perdoou-a e ambos se alimentaram com as frutas surrupiadas.


-Onde estava meu Abaruna que demorou tanto?


-Ah, os murmúrios de Rio Adentro me chamavam novamente pois ali havia uma senhora se despedindo do filho enquanto ele partia para uma grande viagem.


-Abaruna, você teve mãe? - Indagava Dinahi, aproveitando para sanar sua curiosidade. - De onde você veio, tem mais pássaro igual você?


-Não nasci de uma tribo, nem tive irmãos. Aliás, nem nasci. Sempre existi nesta floresta, sem início e sem fim. Por isso me encanto por tudo que surge e depois termina como o pôr do sol, pois cada um tem seu ciclo. E quando se encerra, tudo vem à termo e colhem-se os frutos de um final feliz ou de uma tragédia infinita...


-Meu final feliz é rever meus irmãos e levar todos eles de volta. Será que consigo?


-Consegue sim! Só o fato de aproveitar este ciclo para buscá-los é um grande sinal de êxito, mas cabe a eles decidirem participar disto ou permanecerem na escuridão. Mas continue sempre à espreita deles como irmã e insista também naquilo que és chamada a ser. Uma feliz Guaharí! -E assim, o belo pássaro fazia companhia á pequena além de lhe devolver ternura e alento após tantos meses de busca e o assombro de uma responsabilidade caída sobre ela.


Dinahi era a décima - terceira filha de Aritana, um bravo e temido cacique da tribo Guaharí; toda ordem saída de sua boca deveria ser cumprida e jamais esquecida por seus guerreiros. Há muitos anos ele ansiava ter uma filha para ser dada em casamento ao filho do cacique Itaminda que governava outra tribo, mas sua esposa Irecê gerou-lhe doze varões rebeldes que mais lhe aborreciam, pois Itaminda ameaçava invadir sua tribo. E quando descobriu a décima - terceira gravidez de sua esposa anunciou:


-Finalmente virá minha adorada cunhatã, e vou me livrar do peso desses curumins!


O mais novo dos doze ouviu tudo e pediu o auxílio da mãe, que reuniu todos os curumins e ordenou que eles se escondessem na floresta até o nono mês. Se viesse mais um curumim, todos poderiam retornar em paz, mas se viesse menina, eles seriam transformados em araras e voariam para bem longe e assim se fez; quantos sorrisos e lágrimas no dia em que Dinahi veio à luz! E ela crescia adorada pelo pai, mas não entendia a mãe que sempre chorava e arrumava uma toalha com doze cuias enquanto Aritana não estava.


-Mamã, de quem é essa mesa?


-Ô minha Dinahi... Eram as cuias de teus irmãos que partiram quando você nasceu.


- Onde eles estão? - Ela insistia, mas Irecê não lhe respondeu mais do que isso. Dinahi era pequena demais para entender tais coisas, mas aos poucos foi notando a crescente tristeza da mãe e se afastando do pai até colocar o muiraquitã no pescoço, tomar a lança e partir em busca de seus irmãos. Por muito tempo sofreu com a solidão, o ataque das feras e de Juripuri que adorava lhe perturbar até conhecer Abaruna numa dessas investidas e ser ajudada por ele. Enquanto descansavam, Dinahi narrava mais uma batalha travada contra o diabrete.


-Danado de Juripuri que me atenta! Ele nunca foi bom?


-Acredite, quando o conheci ele era muito bom e valente guerreiro. Agora vive e atua como se desconhecesse e nunca aceitasse sua natureza boa. Só ressurgirá bondade em Juripuri se ele permitir... - Nesse instante, Abaruna fechou os olhos, inclinou a cabeça e Dinahi imaginou como seria a natureza boa de Juripuri que por sua vez dedicava suas forças para atrapalhar a vida de animais e viajantes com suas encantarias. Às vezes se gabava da própria esperteza, mas não se alegrava com as escamas caídas de sua pele esverdeada e seu modo de andar; sentindo que Pedro sobrevivera ao golpe na cabeça, tramou sua nova brincadeira.


-Raio de caboclo que ainda vive! É coisa daquela... Daquela! Não só ele, ainda tem Dinahi e um terceiro pra perseguir! - E o terceiro era D. Alexandre Fuas Nolasco, mas a inveja era tanta que o diabrete nem pronunciava seu nome.



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Autor(a): Ginny Potter

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 Ao despertar, Abaruna começou a caminhar enquanto Dinahi lhe observava; como era belo! Muitas vezes ela tinha a impressão de ver um príncipe humano ao invés de uma ave cujas cores se modificavam a cada passo e sempre resplandeciam. Estando perto ou longe da floresta, Abaruna gerava diversas reações; quando desaparecia, tudo se ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • Magda Postado em 07/04/2019 - 15:41:35

    ah, eu tenho uma fic baseada em tvd com o casal vondy, caso vc se interesse de ler: https://fanfics.com.br/fanfic/24829/memorias-de-uma-vampira-diego-finalizada

  • Magda Postado em 07/04/2019 - 15:40:48

    oiie, leitora nova! se quer uma dica, nao posta tudo de uma vez nesse site. Vai postando ao pouco, uns capitulos por dia ou mesmo por semana, tudo de uma vez o proprio site não divulga mt ai vc perde a chance das pessoas verem. Beijito!!


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