Fanfics Brasil - Sonho Laranjáceo Abaruna

Fanfic:  Abaruna | Tema: Original


Capítulo: Sonho Laranjáceo

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 Ao despertar, Abaruna começou a caminhar enquanto Dinahi lhe observava; como era belo! Muitas vezes ela tinha a impressão de ver um príncipe humano ao invés de uma ave cujas cores se modificavam a cada passo e sempre resplandeciam. Estando perto ou longe da floresta, Abaruna gerava diversas reações; quando desaparecia, tudo se aquietava: as lagartas repousavam em seus casulos antes de se tornarem borboletas, os viajantes paravam mais para contemplar a natureza, os peixes não saltavam à vista dos pescadores e até Juripuri se contentava com pequenas traquinagens, como subir em árvores e disputar alimentos com macacos e preguiças. Quanto à Dinahi, esta criava inúmeras perguntas em sua cabeça que logo eram respondidas, pois Abaruna tudo entendia.


-Queres saber de mim, Dinahi?


-Sim, eu quero te perguntar. Como seria Abaruna se fosse gente?


-Se eu fosse gente... Ah se eu fosse gente! Perderia as minhas asas, mas faria de tudo para aproveitar a vida e levar aos humanos aquilo que a floresta me diz.


-O que ela te diz?


-Que pássaros e homens são felizes sendo livres. Livres portadores da plena liberdade que por eles deve ser querida e buscada. Agora suba em minhas costas, sei que você achou, mas eu não esqueci! - Sem demora, Dinahi subiu nas costas de seu amigo adorado que se preparou para voar novamente. A hora mais bela do dia se aproximava, quando todas as aves se encontravam nos céus e realizavam uma linda festa de cores, assobios e revoadas.


Com as pedras juntadas no caminho, Pedro tentaria se proteger de qualquer ameaça fosse homem, bicho ou encantaria. Caía uma chuvinha fina e sem-gracinha quando certo brinquedinho lhe despertou o interesse; tratava-se de uma espingarda bonita, por ali esquecida por algum caçador enquanto escapava de ser devorado pelas onças ou de alguma traquinagem de Juripuri. O estômago estava tão vazio quanto a sacola, por isso ele levou a espingarda consigo para caçar alguma coisa e sorriu ao encontrar uma mangueira bem carregada de mangas rosadinhas. Estava na melhor época!


-Bem, a senhora me dê licença, mas vou alvejar uma de suas mangas mais pra matar a fome que não agüento mais... - E Pedro fez questão de escolher a manga mais bonita para atingir de uma vez só. Provando-a, recordou quando cismou em ser caçador e o avô materno comprou-lhe uma carabina; logo na estréia feriu sem querer o querido tucano do primo Juca. Adeus carabina, adeus caçador! Pensar que dias atrás sequer pensava em ser cavaleiro ou caçador, apenas levava uma vida tão unida à mãe quanto a manguinha verde e dependente dos galhos da mangueira.


-Só espero não ser devorado!


Terminada a refeição, Pedro pendurou a espingarda nas costas, tomou ares de caçador e imaginou a si mesmo atrás do majestoso Abaruna, o pássaro que povoava sua imaginação; luminoso, alaranjado e superior ao tamanho da garça conforme frei Salvador indicou. Traquinas que só ele, Juripuri o rondava e atirava pedrinhas e gravetos em sua direção, mas todas se desviavam ou voltavam para si graças à Estefânia que o protegia. A chuvinha sem-gracinha passava despercebida e o céu se azulava para servir de cenário à espetacular e encantadora revoada. De braços e olhinhos bem abertos, Dinahi se misturava com Abaruna às inúmeras aves e de vez em quando encostava as patas na superfície do rio, provocando pequenas ondas e livrando os peixes dos pescadores que trabalhavam ali perto.


-Viste ali Bené? Parece mais uma rajada de fogo!


-Deixa de onda Tonhão, ainda não esqueceu essas penas lá da hospedaria?!


-Quem consegue esquecer? - Retrucou o pescador sem mentir e deixar de contar quantas maravilhas revoavam ali no céu. Mesmo sem ter plumas e asas coloridas, Dinahi não deixava de ser a mais feliz das guardiãs em meio a tantas aves!


-Abaruna, me ensina a voar sozinha?


-Quando chegarmos, ensino tudo que há de bom neste mundo inclusive voar. Agora segure firme que subirei mais alto! - Para a emoção da pequena, Abaruna tomou forte impulso e chamou os tucanos, uirapurus, tem-tens, ararajubas e tangarás a subirem com ele ao azul da manhã. Com suas asas luminosas Estefânia também se misturava e brincava entre os periquitos enquanto Pedro se encantava cada vez mais e por pouco não se tornou ave tamanha atração sentida pelo céu. Ah, quem dera poder abrir mão da caçada!


Óde à revoada matutina por Maria Berenice de Serruya


Daqui saudamos revoada graciosa


Como é linda e desperta simpatia


Oh tangarás, tucanos e tem-téns


Da natureza são os bem-queridos bens...


-Ah, isso está tão medíocre! Terei de escrever novamente... - Era a quinta bolinha de papel que Berenice amassava naquela tarde e isso lhe adiou a inspiração para a tarefa proposta por Odivelas: Compor uma poesia.


Recostada na cadeira de balanço, Berenice abria o livro recebido de seu pai e relia a passagem em que o fidalgo Maurício de Alcântara salvou um amigo da prisão e ajudou-lhe a provar sua inocência. Não era de hoje que personagens históricos ou fictícios lhe chamavam a atenção e semeavam novos ideais em seu coração. Ah, os grandes santos registrados na Legenda Áurea, que grandeza de alma tinham em comum! Com o tempo, tais leituras somadas à espera por D. Alexandre com o pássaro Abaruna em mãos fizeram a jovem princesa se levantar e querer seguir o exemplo de seus heróis, intercedendo em favor de alguém... Mas como e por quem?


-Maurício de Alcântara, Amadis de Gaula, Isabel da Hungria, Joana D'Arc, Luzia de Siracusa, Carlos Magno e muitos outros foram grandes porque grandes coisas fizeram em favor dos seus. Eu também não posso? Ah, se me houvesse a oportunidade por menor que fosse de intervir por alguém como Maurício...


-Que bom vê-la entretida! - Respondeu Sua Majestade surpreendendo o botão de rosa que ensaiava florescer diante do espelho.


-Oh Papai, que bom vê-lo aqui! Preciso conversar sobre algo, pois em breve farei dezessete anos... É quando as princesas se tornam adultas não é?


-Sim, e será um evento inesquecível para nossa família e todo o reino!


-Então me permita escolher o meu presente. Através de minha idade e da autoridade que receberei, a justiça deve alcançar os injustiçados!


-Como me encantam suas palavras... E que maneira? - Indagou o monarca.


-Em meu aniversário, quero visitar a prisão e resgatar dentre os prisioneiros alguém que esteja preso injustamente!


-Berenice! Acaso desconhece a realidade de uma prisão?! Imagine os criminosos que lá habitam, as barbaridades que tramariam contra ti! Por D. Carlos Maria, eu não permitirei tal atitude!


-Sei que existem os criminosos, mas ali também deve habitar algum inocente à espera de sua liberdade! A este quero conhecer e resgatar em nome da justiça!


-Peça-me o que quiser, vestidos de gala, sapatos de camurça, uma carruagem nova, até metade de Angustura posso lhe dar de aniversário, menos essa infâmia! Ou peça aos soldados que visitem a prisão em seu lugar!


-Mamãe afirmou que me darias qualquer presente!


-Então minha Verônica lhe deu essa ideia?! - Exclamou o rei, estupefato. - Minha amada rainha... Sinto muito, nem por ela lhe concedo esse presente descabido!


-Então não me caso! Ainda que eu queira bem D. Alexandre, essa promessa é sua e do sr. Domingos, não a minha; portanto não me caso! - Respondia Berenice aos prantos, chamando a atenção de quem passasse nos corredores. Nada pior do que a sensação de trair a si mesma ou sentir dúvidas quanto ao próprio dizer; além disso, era a primeira vez que levantava a voz para o pai e vendo-o tão perplexo ela se trancou no quarto. Avisada pelas damas de companhia, a rainha Verônica se dirigiu para ver o ocorrido, mas só encontrou Hildegardo Camilo coçando a cabeça.


-Querido, que houve contigo e com nossa filha?!


-Eu que pergunto o que houve com Berenice, não é de hoje que ela se sente assim... Cuide dela para mim, preciso resolver algo que ameaça nossa paz e preciso averiguar!


-Camilo, acaso disse algo que a magoou? Sabes bem que os ânimos dela se afloram com qualquer gatilho...


-Se ela não sabe lidar com os próprios ânimos, imaginemos nós os pais!


Outra preocupação colocada nas costas do Rei durante suas audiências com o professor Odivelas e seus conselheiros reais era o surgimento de uma suposta ameaça que serpenteava nos rios de Angustura durante as noites de lua cheia, devorava animais e revirava as embarcações. Volta e meia chegavam cartas e depoimentos apavorados sobre aquela que era conhecida como Boiúna ou Tuluperê. Cínica e ameaçadora, ela devorava não só os animais que passavam à beira do rio como também destruía as embarcações e canoas abandonadas pelos sobreviventes que relatavam suas desventuras e infortúnios com ela.


-É a mais pura maldade de olhos reluzentes!


-Será que os pescadores não o confundiram com algum fenômeno da natureza?! - Indagava Odivelas entre os presentes. - Talvez uma pororoca, como eles dizem!


-Quantos pescadores, quantas embarcações e cabeças de gado não se perderam nos últimos meses? Sendo mito ou não, precisamos agir! Vocês podem considerar como uma verdade bem contada... Se não sabemos o que vem do povo, imagine das águas! - Respondeu o rei Hildegardo Camilo que logo mais iniciaria com o auxilio da cavalaria a operação "pesadelo dos navegantes" ao longo do rio.


Se um caçador mais esperto estivesse em seu lugar, certamente alvejaria qualquer pássaro antes da revoada terminar, mas já que acompanhamos a jornada do "mais esperto de vez em quando", ele atentou à direção seguida pelas aves, percorreu alguns metros da trilha aberta por outros viajantes e imaginou que um pássaro como Abaruna seria um ótimo presente de aniversário para a mãe ou lhe renderia boas recompensas da Cavalaria Real. Mas quando Pedro se viu sozinho... Ah, que saudade dos velhos tempos! O máximo que conhecia das florestas era o quintal da hospedaria, a trilha por onde levava os animais para o igarapé e os lugares sombrios que surgiam a seus olhos, mas dona Rosaura sempre estava ali para lhe despertar e dizer que tudo fora um sonho...


-Mãos ao alto, forasteiro! Em nome de sua majestade, o Rei... – "Forasteiro?!" Logo reconheceu as vozes intimidadoras de D. Alexandre e de toda a sua comitiva, mas não virou de frente. "Covarde é ele, precisa de dois pra se amostrar!"


-Se pedisse com educação eu levantava, mas tu nem deve saber o que é isso! Gente que se acha é fogo!


-Apenas queremos saber se invadiste o nosso acampamento para roubar nossos mantimentos e se vingar do que lhe fizemos!


-É isso mesmo! - Bradava Jeromão como se tivesse mais autoridade entre eles. - Responde logo ou verá estrela cadente ao meio-dia!


-Vingar o quê... Ah então foram vocês que mandaram aquela cavalada toda pra cima de mim! Vou nem competir, tu ficas com tua jornada e eu com a minha!


-Com essa espingarda de segunda mão, dá até pena de competir com você em qualquer coisa! - Respondeu D. Alexandre.


-Olha o que tu falas, nem caçou teu bicho e já te acha vencedor!


O caboclinho ajeitou o chapéu e se afastou dos três cavaleiros que ficaram ali pasmos. Desde criança, Pedro nunca fora de competir e tomar o que era dos outros, por que seria agora? D. Alexandre também se aborrecera, mas por alguma razão via algo de familiar e ao mesmo tempo indefinido nele, quando Corre-Campo se afastou do companheiro para segui-lo; Tomásio e Jeromão não levaram em conta, mas ele interpretava aquilo como um sinal por mais estranho e despercebido que fosse. A essa altura da expedição e com somente dois cavaleiros a seu favor, a idéia recém-surgida era a mais sensata a ser praticada.


-Menino, que achas de se juntar a nós? Pelo que observei, nem nos conhecemos direito, mas já vivemos mal-entendidos que nos fizeram inimigos, mas nunca é tarde para se firmar uma parceria não acha?


-Preferia não achar, mas...


-Ouça, dois de meus companheiros desertaram e estes aqui têm pouca habilidade para a caça... Nós temos armas, cavalos, mantimentos e você sozinho, o que tem para sua jornada? - Indagou D. Alexandre, deixando Pedro pensativo por alguns segundos até encontrar uma resposta decente para aquela gente.


-Eu tenho o meu chamado! - Respondeu ele, fazendo o cavaleiro baixar sua guarda e desfazer os tais mal-entendidos. Apertadas as mãos, ambos se tornaram aliados enquanto os outros julgavam Pedro daria um excelente vigia para o alojamento.


Abaruna descera com sua pequena guardiã em direção ao novo esconderijo onde descansariam livres de artimanhas maliciosas e caçadores perdidos ali foram bem recebidos pelos uirapurus e peixes que saltavam na água e se alimentavam com as frutinhas vermelhas, pois embora fosse divertido, sobrevoar a floresta também era cansativo! Depois de brincar, Dinahi tecia cocares com as folhas das árvores, cochilava com o gosto ácido das frutinhas em sua boca e se não sonhava com um mundo, surgia-lhe um rio alaranjado por onde nadava sem se afogar e se alguém dissesse que um mar laranja só existia em sua imaginação, ela não se ofenderia, pois era a parte mais valiosa que lhe fora concedida.


-Minha pequena, porquê teu silêncio?


-Ontem sonhei que a floresta inteira era colorida que nem você!


-E Dinahi não se enjoava com tanto laranja? Há tantas cores nesse mundo!


-Não me enjoava não, era tudo tão bonito que eu viveria num mundo assim, tudo alaranjado e brilhante... Deve ter um lugar assim pra gente viver!


-Há uma infinidade de cores e mundos... Porque laranja?


-É a cor que me você me deu de presente e quando a tenho em mãos, tudo que é sonho meu e brincadeira minha trago essa cor! É tão bonita a cor de Abaruna e quando me lembro de onde eu vim... - Dizia Dinahi enquanto esfregava o pé no chão e compadecia o amigo adorado. "Como precisas de ternura, pequena!"


-Só com o teu desejar, esse mundo já declara sua existência! Por isso não deixe de desejar e também procurar um curativo pro seu calcanhar... Ele ainda dói? - Indagava o pássaro com tanta doçura que constrangeu Dinahi e a ferida do calcanhar escondida há bastante tempo.


-Pai Aritana diz que guerreiro esconde a dor pra não fraquejar, senão é humilhado pelo inimigo com flecha no peito. Assim aprendi!


-Filha de Aritana, os guerreiros de sua vida não pereceram por flechadas, mas foram consumidos por feridas sem remédio e cicatriz. Por isso elas aplicaram sua vingança profunda do calcanhar até o joelho!


-Então minha ferida vai virar bicho e se vingar de mim?!


-Não se você aceitar que está doendo e pedir o remédio que lhe darei. Busque em mim a pena mais bonita, arranque de uma vez e encoste no calcanhar!


O quê?! - Surpreendeu-se Dinahi. Ah, ele não estava pedindo aquilo...


-Arranque, sem medo! Já estou pronto para dores piores que essas...


"Arranque sem medo!" Era a o desejo tentador que Dinahi tentava realizar desde que o conhecera, mas não tivera coragem. Quando Abaruna dormia, qualquer alma contemplativa permanecia em seu lugar admirando e suspirando por sua beleza, mas Dinahi era uma criança como tantas que não se contentam com brinquedos lindos e caríssimos das vitrines de cristal que só serviam para serem vistas e jamais tocadas por elas para isso existem as bolas, os piões, cata-ventos, barquinhos de miriti e um pássaro daqueles.


-E se doer em você?


-Não tenha medo, é só uma pena entre tantas. Elas crescem de novo! – Logo Dinahi tinha em mãos o que se assemelhava a uma chama incandescente. –Pronto, essa aqui será de bom tamanho! Agora aplique no calcanhar e... Dinahi?


-Não estou chorando... É que vai te machucar!


-O que disse sobre a ferida não tratada? Pois bem, aplique a pena no calcanhar e olhe para mim que a dor passará. Olhe para mim!


Dinahi sentiu por perder aquela pena tão bonita, mas nada se comparava o que viria por baixo do calcanhar. Com a ferida manifestada, vieram as inúmeras dores escondidas em seu coração: A solidão da floresta, o paradeiro desconhecido de seus irmãos, as traquinagens de Juripuri, a mãe sempre chorosa e o pai que jamais soubera de sua fuga... Até perceber que já não era ela, mas Abaruna que chorava enquanto a pena mágica era absorvida pelo calcanhar, curando-a de vez.


-Abaruna, já não sinto dor! Minha ferida sumiu!


-Não te disse que ia passar? Passou tão rápida como a chuva...


- Te gosto tanto, meu amigo! Te gosto tanto!


-Também te gosto, mas não se envolvas outra vez com o tal Juripuri. Se ele te perseguir, não se deixe abater, pois é isso que ele quer. Já está ficando tarde, queres ouvir a história que te prometi?


-Quero sim Abaruna! A história da filha dos cariuas?


-Exatamente. A filha que era a alegria de todos os cariuas, mas não podia sorrir. Não por mal criação ou ingratidão, mas por nascença... - Era uma dentre as histórias que Abaruna lhe trazia de vários povos. Haviam tantas princesas ao redor do mundo, por que seria Berenice? Por sinal, lá estava ela sem desconfiar que pertencia ao dizer de um pássaro encantado e distante como um sonho, pois retornara novamente ao círculo estreito de suas reflexões, agora adornadas com os conselhos da rainha e a sementinha de um sentimento novo, até então desconhecido.


Ao término da reunião, o rei soube que a princesa continuava em seu quarto sem dar sinal algum. Hildegardo Camilo encontrou a rainha encostada na porta e segurando uma linda capa cor de sonho que ela tecera durante a semana, pois tradicionalmente as rainhas serruyanas teciam mantos ou capas para adornar os filhos quando estes completavam dezessete anos. Estando Verônica envolvida ou não por trás do tal "ideal absurdo", melhor ser investigar o estado de Berenice do que discutir com a esposa novamente naquela semana atribulada.


-E Berenice, como está?


-Há horas que não sai deste quarto. Imagine que ela nem desceu para o lanche da tarde, e você deve ter dito alguma coisa...


-Nossa filha precisa ouvir a verdade sem se abalar tanto! Já nos basta a doença, não é possível que me aja com rebeldia e depois saia chorando por algo que não posso conceder! Ainda por cima chora por ter chorado...


-Querido, ela pode ouvir... Depois não se sinta culpado!


-Que ouça! Berenice tem quase dezessete anos e precisa acabar com esses choramingos sem razão! Nem meus sobrinhos pequenos se portam assim...


-MAMÃE! - De repente, rei e rainha perceberam que Berenice os escutara novamente e com ela, novas lágrimas e aflições se preparavam por se julgar a causa de tudo aquilo. Por sorte, havia uma cópia da chave debaixo do tapete do quarto e Verônica preferiu entrar sozinha.


-Querida, espere por mim!


-Fique Camilo. Do jeito que ela está melhor não falar agora... – Sua Majestade teve de ceder e observar a esposa trancando o quarto novamente; Hildegardo Camilo se sentia o mais desastrado e incompetente dos reis, pois como regia direito tantos cavaleiros e não compreendia a própria filha? De repente, veio-lhe oração inusitada. "Senhor meu Deus, conceda-me um sinal através de minha Verônica. Se ela me olhar de modo reprovador eu me considero um zero à esquerda, do contrário poderei me acalmar e crer que tudo está bem entre nós!



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Autor(a): Ginny Potter

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 A rainha Verônica deixou a capa cor de sonho na cadeira de balanço e se aproximou da filha que estava em pé na varanda. Na nursery tudo estava na mais perfeita ordem inclusive as bonecas, vestidos e chapéus que estavam destinados às primas menores de Berenice. Lá fora, os doces pardaizinhos brincavam pelo bonito jardim a esperar ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • Magda Postado em 07/04/2019 - 15:41:35

    ah, eu tenho uma fic baseada em tvd com o casal vondy, caso vc se interesse de ler: https://fanfics.com.br/fanfic/24829/memorias-de-uma-vampira-diego-finalizada

  • Magda Postado em 07/04/2019 - 15:40:48

    oiie, leitora nova! se quer uma dica, nao posta tudo de uma vez nesse site. Vai postando ao pouco, uns capitulos por dia ou mesmo por semana, tudo de uma vez o proprio site não divulga mt ai vc perde a chance das pessoas verem. Beijito!!


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