Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Dulce entrou em casa ainda observando o colar, era realmente lindo. Não seria difícil fazer com que Cristiano se apaixonasse por ela, em pouco tempo ela poderia controla-lo como bem quisesse. Pensou no beijo que trocaram e em como não sentiu nada.

Nada de arrepios ou o frio na barriga que sentiu apenas na presença de Christopher no restaurante. Sorriu ao lembrar-se dele, mas não poderia trocar o certo pelo duvidoso.

Cristiano era solteiro e já começava a se apaixonar por ela, enquanto Christopher era casado e distante. Não correspondeu a nenhum de seus olhares na mesa, apenas foi educado e isso a irritou. Ela era linda, será que ele não havia reparado? Não, impossível. De certo devia ser apaixonado pela sem sal da esposa.

Seduzi-lo seria uma tarefa bastante difícil, o que a excitava ainda mais. Adorava um desafio. Porém, não descartaria Cristiano de maneira alguma.

– De novo com esse rapaz, Dulce? Isso são horas? – ela se assustou com a figura de sua tia sentada na poltrona velha.

– Que susto, minha tia – colocou a mão no peito – Estava comemorando o meu aniversário. Agora me deixe ir pra cama que eu estou morta.

– Espere, eu quero falar com você – levantou, se aproximando – O que é isso no seu pescoço? E essa roupa? – apontou.

– O vestido é de Anahí, emprestado. O colar é um presente, Cristiano me deu. – respondeu impaciente.

– E você aceitou, Dulce? – perguntou incrédula – Homens não dão presentes tão caros atoa! Você irá devolvê-lo!

– Mas nem morta! – protestou – Eu nunca tive algo assim e agora que me é dado a senhora quer que eu devolva?

– A dignidade vale muito mais do que uma jóia, Dulce. Esse homem só quer brincar com você, será que não vê? – esfregou a testa – Você é uma moça humilde e ele já percebeu que se deslumbra com facilidade depois de aceitar esse colar, jamais lhe levará a sério!

Dulce apertou os dentes.

– E acha o que titia? Que eu gosto dele? Que eu o amo? – riu – Para mim só interessa a sua conta bancária!

– Você é igual a Blanca! – gritou com desgosto – E olhe como ela acabou!

– Pois eu tenho certeza de que de onde ela estiver, está muito orgulhosa de mim! – gritou de volta, jogando os cabelos para trás – Pois eu vou vencer, vou conseguir tudo o que eu quero!

– Você acha o que? Que Blanca ficou feliz por ter você? – apertou os olhos – Ela te odiou a cada segundo, desde a barriga. Para ela, você não passava de um estorvo que a prendia ao meu irmão para sempre! Mesmo estando fraca e quase morta ela não quis nem te segurar nos braços quando você nasceu! Morreu te odiando e você a idolatra!

Dulce apertou as mãos, suas unhas quase perfurando sua pele.

– Pois sabe de uma coisa, tia? – sorriu, tentando segurar desesperadamente as lágrimas – Eu não me importo se ela me amou ou me odiou. Não terei o mesmo fim que ela pois jamais vou me envolver com um zé ninguém como o meu pai foi!

O som seco do tapa no rosto de Dulce ecoou pela sala.

– Nunca mais fale assim do seu pai! Ele podia não ter dinheiro, mas era um homem bom, honesto e te amou muito quando era vivo!

– Se me amasse tanto não teria sido tão fraco a ponto de se matar e me deixar sozinha no mundo quando eu nem sequer sabia falar! – rebateu esfregando a bochecha dolorida – E vê se me deixa viver a minha vida em paz!

Dulce bateu a porta de seu quarto com o ódio lhe consumindo, Cassandra ainda iria engolir suas palavras. Ao contrário do que ela pensava, Dulce não era nenhuma burra como sua mãe foi, em pouco tempo ela daria adeus aquela vidinha miserável.