Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

– Toma pelo menos um golinho, Dul, vai te acalmar. – Anahí insistiu, empurrando o chá doce na direção da amiga.

Naquela manhã, Dulce fora suspensa das aulas até que pagasse toda a sua dívida.

Mas como?

Faltava menos de um mês para o fim do semestre e sem fazer as provas finais ela reprovaria, e com isso não teria o seu diploma.

– Eu já disse que não quero essa droga de chá! – rosnou – Minha vida acabou...

– Não fala isso, Dul. – acariciou suas costas – Tem alguma ideia do que fazer agora?

Dulce levantou a cabeça para encara-la, o rosto retorcido em uma carranca.

– E agora? – riu com desdém – Agora eu vou ter que desistir de todos os meus sonhos, Anahí, porque não tenho irmãozinhos ricos como você!

Anahí encolheu os ombros. Dulce jamais havia falado daquela maneira com ela. Mas a entendia, passar por aquilo não devia ser fácil.

Por isso, ela lhe ajudaria. Não deixaria sua amiga perder o diploma quando tinha todos os recursos para impedir que isso acontecesse.

– Olha, eu sei que você tá uma pilha e não vou considerar suas grosserias. E também não vou deixar que desista de tudo, eu sei que se falarmos com o Cristiano ele resolverá isso.

– Cristiano? – franziu as sobrancelhas – Você quer que eu peça dinheiro a ele? Não mesmo. Estamos apenas nos conhecendo, o que ele vai pensar? Além disso, não preciso da esmola de ninguém, muito obrigada. – levantou, mas Anahí segurou seu braço.

– Para, Dulce! Eu só quero te ajudar! Não se trata de esmola. Se Cristiano souber que você perdeu seu diploma por falta de pagamento vai ficar furioso, ele gosta mesmo de você. – suspirou – E se te deixa tão ofendida pedir a ajuda dele, pode pagá-lo de volta quando trabalhar, mas eu duvido que ele aceite.

Dulce voltou a sentar, sem deixar de olha-la. Recorrer a Cristiano foi a primeira coisa que ela pensou, mas não arriscaria parecer uma interesseira e conhecendo Anahí, ela sabia que iria lhe sugerir exatamente isso, então só deixou que as coisas acontecessem.

– Está falando sério? Não quero que pense que estou me aproveitando de você ou da sua família.

– Não, Dul, claro que não. – balançou a cabeça, enlaçando suas mãos as de Dulce – Você sabe que é como a irmã que eu não tive, eu mesma pagaria essa divida se pudesse. Mas de acordo com o testamento do papai, só vou poder movimentar minha conta no banco quando terminar a faculdade. – rolou os olhos – Mas eu sei que Cristiano não vai medir esforços para que você consiga o seu diploma junto comigo.

Dulce sorriu, tudo estava saindo de acordo com os seus planos.

– Você não faz ideia de como está me ajudando, Annie.

– Olha, vá agora mesmo ao hotel. – tirou um pequeno cartão de dentro da bolsa – Esse é o endereço, o Pierre te leva. Cristiano e Christopher trabalham no último andar, lá fica o escritório.

– Christopher estará lá? – perguntou enquanto pegava o cartão.

– Oh, sim. Christopher praticamente só vive para cuidar dos hotéis, Cristiano só resolve uma coisinha e outra para agradar nossa mãe. Mas quando eu me formar, vou trabalhar lá e então o Ucker vai poder respirar um pouco.

– E quantos hotéis são? – quis saber.

– Além deste, existem mais quatro em países diferentes.

Dulce não pode evitar o cair de seu queixo, aquela família nadava em dinheiro.

– O ruim é que estamos passando por uma crise com o hotel de Nova York, Ucker está dando o sangue para não ter que fechá-lo, mas o homem que nos representa lá é um cretino!

– E por que não se livram dele?

– Porque, por alguma razão, papai deu parte das ações deste hotel para ele. – suspirou.

– Dos outros hotéis também?

– Ah, não, só no de Nova York, caso contrário estaríamos arruinados. Acontece que desde a morte do meu pai, os lucros que chegam até nós são estupidamente pequenos para um hotel daquele nível. Christopher tem certeza de que ele está nos roubando, suspeita até de um caixa dois. Por isso eu voltei para o México, Marcus dizia aos meninos que os clientes pararam de frequentar como antes e por isso os lucros caíram, mas eu contei que era mentira e então passei a ser ameaçada. Christopher me mandou de volta imediatamente.

– Eu não entendo. – balançou a cabeça – Vocês são os herdeiros, deviam ter o poder de tirar esse homem do caminho.

– É complicado, Dul. Em seus últimos anos de vida meu pai fez muitas besteiras, parecia estar louco.

– Com licença – o diretor tossiu atrás delas – Senhorita Uckermann, as provas vão começar agora.

– Tudo bem. – levantou – É melhor você ir logo, Dul. Eu te ligo quando as aulas acabarem.

– Até logo, Annie.