Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Christopher chegou ao hotel tomando dois comprimidos de uma vez, a ressaca estava se tornando infernal a ponto que sentisse suas têmporas latejarem pela dor.

Seria um completo inútil para trabalhar aquele dia, mas preferia mil vezes tentar ao ficar em casa e encarar as perguntas de Catarina.

Ao entrar no escritório, seu humor só piorou quando viu Cristiano ali.

Tudo o que ele queria era esquecer de Dulce e Cristiano lhe causava o efeito contrário. Além, claro, de fazê-lo se sentir um cretino pelo o que se passava em seu interior.

– Finalmente a Margarida apareceu! – riu, relaxado como sempre. – Atrasado e com cara de quem bebeu todas. Quem é você e o que fez com o meu irmão?

– Não enche. – grunhiu, jogando sua pasta sobre a mesa.

– Não, senhor, vai me contar direitinho a sua aventura de ontem a noite mais tarde. Infelizmente agora você precisa telefonar para o doutor Carlos, ele tem novidades sobre o filho da pu/ta do Marcus. Parece que se conseguirmos provar que ele nos rouba, a justiça pode tirar as ações que o pai deixou para ele no testamento.

Christopher suspirou, ainda tinha aquilo. Por um momento ele havia esquecido do problema gigantesco que tirava o seu sono a anos, ele vinha fazendo de tudo para não ter que fechar as portas do hotel de Nova York mas a cada dia isso se tornava cada vez menos possível. Marcus estava jogando o nome de sua família na lama.

– Será que pelo menos uma vez na vida você não pode cuidar das coisas sozinho, Cristiano? – o encarou duramente. – Eu não estou em condições de resolver nada! Vim até aqui em busca de paz e você joga toda a merda na minha cara!

– Do que está falando? Sempre é você quem lida com tudo, não achei que fosse chegar desse jeito. – recuou. – Tá acontecendo alguma coisa, Ucker? Você tá estranho pra cara/lho!

Christopher sentia-se furioso, dividido. Cristiano não tinha culpa de nada, Dulce era a namorada dele e não o contrário. Era ele mesmo o verdadeiro filho da pu/ta ali. Mas ao mesmo tempo não conseguia deixar de sentir raiva do irmão por ter o que ele tanto desejava.

– Não está acontecendo nada. Eu só preciso ficar sozinho.

Cristiano balançou a cabeça, confuso. Ele e Christopher eram como unha e carne, sempre que um tinha um problema recorria ao outro e vice versa. Não entendia a mudança do irmão, parecia perturbado, pu/to com tudo e todos e aparentemente sem motivo algum.

– Tem certeza? Você é o meu mano, se estiver com problemas, seja qual for, eu vou te ajudar, po/rra.

– Só quero ficar sozinho. – repetiu entre dentes.

– Tá, que seja, eu é que não vou lidar com a sua cabeça dura agora. Mas só vou sair quando você me ajudar a escolher.

Christopher franziu o cenho, voltando a olha-lo. Cristiano tirou duas caixinhas pretas do bolso, colocou-as sobre a mesa e as empurrou na direção do irmão.

– O que acha? Vou dar uma das duas a Dulce no jantar de sábado. – sorriu, abrindo as duas caixas e revelando as jóias de dentro.

Christopher sentiu a garganta secar, encarava os anéis de compromisso sem piscar.

– Jantar? – conseguiu dizer.

– Sim, quero tornar o meu namoro com a Dul oficial o mais rápido possível. E antes que pergunte sobre a mamãe, ela ainda não sabe, mas irei conversar com ela hoje mesmo.

– Boa sorte. – murmurou ainda sem conseguir parar de olhar para os anéis.

O primeiro tinha a estrutura de ouro branco com uma ostentosa pedra de diamante repousando no centro, já o outro tinha safiras cravejadas por todo ele o que o fazia brilhar como uma louça polida.

Para Christopher nenhum deles tinha nada a ver com Dulce, não combinariam com ela. Cristiano devia saber disso.

– Vou precisar, dona Alexandra não vai ser fácil. – coçou a nuca. – Escolha de uma vez, eu já tentei e não consegui me decidir.

Engolindo sua raiva, Christopher voltou sua atenção para as janelas, apontando para qualquer uma das caixas.

– Boa escolha, também fiquei mais tentado a este. – sorriu, voltando a guarda-los. – Vou indo nessa e não se esqueça, sábado a noite lá em casa.