Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Estava anoitecendo quando a mercedes de Cristiano estacionou em frente a casa de Dulce. Ela rolou os olhos ao perceber seus vizinhos espiando pelas janelas, curiosos com o carro que se destacava no meio da ruazinha humilde.

– Não quero te deixar ir. – Cristiano sussurrou em sua orelha.

– Ainda não enjoou de mim? Passamos o fim de semana inteiro juntos. – riu, fazendo seu costumeiro movimento com a sobrancelha.

– Nunca terei o suficiente de você, gata. – sorriu de canto, acariciando os cabelos de sua nuca. – Agora eu quero o meu beijo de despedida.

Se aproximando, Cristiano lambeu seu lábio inferior antes de puxá-lo com os dentes. Dulce soltou um sorrisinho safado que só serviu para o exitar ainda mais, estava além dos limites por aquela mulher.

– Dulce?! – uma voz indignada o parou antes que pudesse aprofundar o beijo.

Dulce grunhiu baixinho, afastando-se de Cristiano para encarar a tia.

– Oi, minha tia. – abriu um sorriso. – Que bom que está aqui, assim você e o Cristiano já se conhecem.

Cassandra alternou o olhar desconfiado da sobrinha até o rapaz. Era o mesmo das outras vezes.

– Sou Cassandra, tia de Dulce. – estendeu a mão.

– Sou Cristiano, seu namorado.

– Namorado? – indagou surpresa. – Então era com você que Dulce estava esse fim de semana? Pois saiba que eu não sabia de nada, estava morrendo de preocupação!

– Sim, senhora, estávamos juntos. Mas não se preocupe, Dulce estava segura comigo e a minha família.

– E imagino que este anel também foi presente seu? – encarou a jóia brilhante no dedo da sobrinha visivelmente desconfortável com aquele encontro.

– Sim, é a prova do meu relacionamento com a Dul. E eu espero que aprove pois as minhas intenções com ela são as melhores possíveis. – sorriu, abraçando a namorada pelos ombros.

– É o que todos dizem. – torceu a boca. – Já que são namorados é bem vindo para vir aqui, mas eu não quero saber de agarramento no meio da rua. Agora, se não se importa, Dulce precisa entrar.

– Sim, claro.

Cristiano se despediu das duas mulheres e se foi arrancando com o carro.

– Precisava ser tão grossa, tia? – rosnou, jogando a bolsa num canto da sala.

– E como queria que eu reagisse? Primeiro você some me deixando louca de preocupação e volta com um namorado que eu nem conhecia!

– Ai, deixa de drama, por favor! – bufou. – Eu sou maior de idade, tenho todo o direito de sair e de namorar também!

– Acha que eu não me dei conta? Esse é o mesmo homem das outras vezes, é com ele que você me disse que estava por interesse. Meu Deus, Dulce!

– Claro que não, tia. Só falei aquelas coisas porque você me irritou, exatamente como está fazendo agora.

– Não. – balançou a cabeça. – Eu te conheço, Dulce, você não dá ponto sem nó.

– Isso tudo é só por que Cristiano tem dinheiro? Olhe para mim, tia, com a minha aparência eu posso ter o homem que eu quiser. Se fosse por interesse eu escolheria um bem mais velho, perto de morrer, para que me deixasse a herança. – gargalhou.

Cassandra cobriu a boca com as mãos, sua expressão horrorizada.

– As vezes você me dá medo.

– Pois devia era sentir orgulho, é graças a mim que nós vamos sair dessa vidinha!

– Fale por você. Jamais viverei as custas de um dinheiro que não me pertence.

– A escolha é sua, tia. – deu de ombros. – Mas os meus dias neste buraco estão contados.