Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Semanas depois, Dulce caminhava furiosa pelo corredor até o escritório de Anahí, seus saltos repicando no piso de mármore. Havia acabado de ter uma discussão horrorosa com Cristiano no carro e tudo porque ela fora distraída o suficiente para esquecer de colocar sua aliança de compromisso de volta no dedo. Christopher estava com o hábito de lhe pedir para tirá-la enquanto estivessem juntos e na noite anterior não foi diferente, o que a fez cometer a grande estupidez de esquece-la. Agora Cristiano voltava a desconfiar dela.

Mas além disso, algo mais a perturbava: sua relação com Christopher. Estavam há quase um mês se encontrando às escondidas e o assunto do divórcio nunca mais foi mencionado. Dulce tentava ser paciente e respeitar os dois meses que dera a ele, mas as emoções diferentes que Christopher despertava nela estavam mudando tudo, essas eram emoções perigosas que poderiam levá-la a ruína.

Balançando a cabeça para afastar aqueles pensamentos, ela pousou sua bolsa em cima de sua mesa no momento em que Anahí e Alfonso saiam sorridentes pela porta do escritório.

– Bom dia, Dul. Achei que não viria hoje. – cumprimentou, se aproximando para abraçar a amiga.

– Desculpe pelo atraso, Annie. Eu perdi a noção do tempo conversando com Cristiano.

– Ihh...pela sua cara a conversa não foi muito boa.

– Annie, eu vou indo. Depois conversamos. – Poncho sorriu para ela, esticando-se para plantar um beijo em sua bochecha. Lançou um olhar cínico para Dulce antes de sair.

– Vem cá, o que vocês dois faziam aí sozinhos? – levantou uma sobrancelha

– Não pense besteiras! – advertiu. – O Poncho é muito cavalheiro, só isso, veio me perguntar se o trabalho estava muito pesado para mim, que eu poderia pedir a ajuda dele se quisesse.

Dulce negou com a cabeça diante dos suspiros da loira.

– Você gosta dele?

Anahí arregalou os olhos, atônita por ser descoberta.

– Claro que não, Dul. – pigarreou. – O Poncho tem a idade do Christopher, ele é muito mais velho, nunca olharia para mim. Sem contar o fato de que ele me vê como uma irmãzinha. – fez careta.

– Então você gosta. – concluiu aos risos.

– Por favor, não conte para ninguém. – suplicou. – Eu gosto dele desde adolescente, mas não tenho coragem de me declarar, Dul. Eu morro se ele me rejeitar.

– Morrer por homem, Anahí? – rolou os olhos. – Fracamente!

– Vai me dizer que você não sofreria se terminasse com o meu irmão?

– Claro que sim, eu o amo. – mentiu. – Mas eu procuraria superar. O que você precisa é sair dessa bolha em que vive e perder o medo da palavra não. Ao invés de se arriscar e tentar conquistá-lo, está aí perdendo tempo.

– Ah, não, Dul. Eu não sou como você, assim, tão provocante e confiante. Se eu tentasse seduzi-lo ele riria de mim.

– Já pensou que ele também pode gostar de você?

– Você acha? – sorriu. – Não, não, não! Não coloque minhocas na minha cabeça, Dulce Maria! Eu não quero me decepcionar, está tudo muito bom do jeito que está.

– Se você acha...– deu de ombros, dando a volta para se sentar atrás de sua mesa.

– Não vai me contar o que houve com o Cristiano?

– Ai, o de sempre, Annie. O seu irmão anda muito ciumento, não sei se posso viver assim.

– Nem pensem em terminar! Quero você como minha cunhadinha para sempre. Mas, realmente, não dá para viver com tanta desconfiança. Eu vou falar com ele.

– Jura? Muito obrigada, Annie! Mas não vá dizer que eu te mandei, hein.

– Claro que não, Dul. E não precisa me agradecer, amigas são para essas coisas. Além do mais, como eu estou bem mais próxima do Cristiano ultimamente, acredito que a conversa surtirá mais efeito.

– Você e Christopher brigaram?

– Não, mas Christopher mudou. Está diferente e ninguém sabe o porquê. – suspirou tristemente. – Nós três sempre falávamos tudo uns para os outros e agora ele se fechou totalmente.

– Talvez seja algum problema no casamento, Annie.

– Com Catarina ele também está distante. Bem, mas agora o trabalho nos espera!