Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

– Crist...

– Não precisa dizer nada, Dulce. Eu só quero que você seja sincera comigo. Está querendo terminar? Conheceu outra pessoa, é isso?

– Por que você está perguntando essas coisas?

– Porra, não está óbvio? – gesticulou, andando nervosamente pelo cômodo. – Você não quer mais que eu te leve para casa, some quase todas as noites, não atende o celular, não responde minhas mensagens e tem me evitado a todo custo. Caralho, eu nem me lembro da última vez em que ficamos sozinhos! E agora você me aparece sem a nossa aliança de compromisso!

– Cristiano, não é nada disso! – ela afirmou, sua mente trabalhando em achar uma saída. – Eu já te disse que a Maite me pediu para tirar uma foto com ela, ela queria causar ciúmes no ex noivo, o Christian, e eu acabei esquecendo. Foi só isso!

– Sempre a Maite, não é Dulce? – negou com a cabeça. – Tudo bem, vamos supor que eu acredite nisso, e aí? Não muda nada, não anula as outras coisas que vem acontecendo.

Virando-se para longe dele, Dulce caminhou até uma das janelas panorâmicas, fixou seu olhar em um ponto vazio da cidade e forçou-se a ter a lembrança mais triste de sua vida. Não demorou muito para o seu rosto estar banhado por lágrimas.

– Cristiano, me perdoa, por favor, eu não sei porque essas coisas então acontecendo com a gente...– murmurou, engasgando com seu choro.

– Dulce, não chore. – suspirou atrás dela, puxando-a para um abraço. – Gata, eu te amo, só quero que você seja sincera comigo. Se não estiver feliz, por mais que eu não queira, vou deixar você ir.

– Eu não quero ir. – sussurrou, levantando a cabeça para beijá-lo.

– Com licença. – um funcionário bateu na porta. – Desculpe interromper, senhor Uckermann, mas estão precisando do senhor no saguão. Procurei pelo seu irmão e ele pediu para que o senhor fosse.

– Obrigada, Charles, eu já estou indo. Quer que eu te acompanhe até o escritório da Annie, gata?

– Não, não, Cris, pode ir. Eu vou lavar o rosto no reservado daqui, acha que Christopher vai se importar?

– Claro que não, vai lá. Vou te esperar para gente sair junto quando terminar o expediente. – beijou sua testa.

– Ok. – deu um meio sorriso.

Dulce retocou a maquiagem borrada pelo choro, encarando seu reflexo no espelho pensativamente. Não tinha mais jeito, o cerco estava se fechando, Christopher tinha que pedir o divórcio o quanto antes.

– Ainda está aqui? – Alfonso indagou entrando no escritório novamente.

– Veio me buscar? – debochou, girando sob a cadeira de Christopher de maneira preguiçosa, um sorrisinho espalhado por seus lábios.

– O que eu vim fazer aqui não tem nada a ver com você. Preciso de um documento. E você devia ir trabalhar!

– Você gosta mesmo da Anahí, não é? – perguntou após um tempo de silêncio, observando-o remexer em uma gaveta.

– Não é da sua conta.

– Ui...– riu. – Eu sei que sim, mas se eu fosse você não apostaria todas as minhas fichas nesse sentimento.

Alfonso parou o que fazia, voltando-se para olhar a expressão sarcástica de Dulce.

– O que quer dizer com isso?

– Eu falei com ela.

– O que?! O que você disse para ela? – aumentou o tom, andando em passos duros em sua direção.

– Calma, bobinho! – levantou as duas mãos. – Eu não revelei o seu segredinho. Só perguntei se ela se interessava por você, se te daria uma chance, já que eu via vocês tão próximos, enfim.

– E...e o que ela disse? – balbuciou, seu coração acelerado.

Dulce negou com a cabeça, esticando suas pernas sob a escrivaninha.

– Ai, Alfonso, eu só estou te contando para você ver que eu sou do bem. Mesmo sendo amiga da Annie, eu acho que você não merece viver na ilusão, ela não sabe do seu valor.

– Do que você está falando? O que ela disse?

– Disse que jamais se envolveria com alguém como você.

– Alguém como eu?

– É, pobre. – deu de ombros. – Sabe como é, ela é uma menina mimada, acostumada com luxos e o seu salário de contador não é lá essas coisas.

– Não, a Annie não é assim, ela não se importa com essas coisas!

– Pare de se enganar! Aceite, vocês dois nunca vai rolar! A Annie quer alguém do mesmo nível que ela. Só te mantém por perto por conta dos favores que você faz, pronto, falei!

Alfonso não respondeu, magoado, ele saiu bufando como um touro pela porta.